segunda-feira, maio 29, 2006

Demissão ministros Defesa e Administração...

Díli, 29 Mai (Lusa) - A possibilidade de Xanana Gusmão assumir a responsabilidade pela defesa e segurança de Timor-Leste e o afastamento dos ministros da Administração Interna e da Defesa são os principais temas em debate no Conselho de Estado, que termina terça- feira.

Fontes da Presidência da República e do Governo timorenses contactadas pela Lusa coincidiram nos termos do acordo que o Conselho de Estado está a debater para se ultrapassar a crise político-militar em Timor-Leste.

As fontes, que solicitaram o anonimato, indicaram que em cima da mesa está o afastamento dos titulares no Governo da Administração Interna, Rogério Lobato, e da Defesa Nacional, Roque Rodrigues.

Ambos têm sido duramente criticados nas últimas semanas pela sua actuação em torno da crise com as forças de segurança de Timor- Leste, que se agudizou com o desmembramento da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e divisões nas Falintil-Forças de Defesa de Timor- Leste (F-FDTL).

Paralelamente, o Presidente da República, Xanana Gusmão, assumiria, pelo menos interinamente, a responsabilidade pelas áreas da defesa e da segurança, coordenando as acções das F-FDTL e da PNTL, e seria o "interlocutor privilegiado" das forças internacionais no terreno.

"O encontro está a decorrer em ambiente muito positivo e poderá haver um acordo em breve", referiu uma fonte governamental.

Um elemento da Presidência da República disse à Lusa, depois da interrupção ao início da noite de hoje, que Xanana Gusmão, e o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, mantiveram no encontro de hoje uma relação de "grande proximidade" e marcada pela "amena cavaqueira".

Fonte do gabinete de Alkatiri disse que no decurso da reunião de hoje foram chamados ao Palácio das Cinzas (Presidência da República) os embaixadores dos Estados Unidos e do Japão em Díli, sem precisar, no entanto, o motivo da iniciativa.

O elemento do gabinete do presidente timorense contactado pela Lusa referiu que o acordo que está a ser discutido no Conselho de Estado começou a ser delineado domingo, durante a reunião entre Xanana Gusmão e Mari Alkatiri na residência do Chefe de Estado, em Balibar, arredores de Díli. A mesma fonte indicou que essa reunião "a sós" entre Xanana Gusmão e Mari Alkatiri "foi decisiva" para o teor "de consenso" que marcou o debate de hoje.

No final da reunião de domingo, Mari Alkatiri manifestou-se "satisfeito" com o encontro com Xanana Gusmão, afirmando à Lusa excluir a possibilidade de demissão do seu Governo.

"Tornou-se claro que não há nenhuma intenção de demitir o Governo", declarou então Mari Alkatiri, afirmando estar "optimista" quanto à estabilidade política em Timor-Leste.

O debate no Conselho de Estado centra-se, em parte, em torno da definição constitucional dada ao Presidente da República, por um lado como "Comandante Supremo das Forças Armadas" e, por outro, como "símbolo e garante da independência nacional, da unidade do Estado e do regular funcionamento das instituições democráticas".

Fontes ligadas ao processo disseram à Lusa que a combinação da responsabilidade suprema sobre as F-FDTL e a avaliação de Xanana Gusmão de que no caso da PNTL não se verifica o "regular funcionamento" das instituições, ajuda a solidificar os argumentos do Chefe de Estado para assumir o controlo das duas instituições."
...

22 comentários:

Anónimo disse...

Alguém me explica porque é que os Chineses estão todos fechados na embaixada? Será que estão com medo de retaliações de soldados Aussie?

Ângelo Ferreira disse...

Caros amigos, queria dizer-vos que já sabemos o paradeiro da esposa do Carlos Borromeu. Estão bem e o Carlos mais sossegado. Abraço e força, não desmobilizem! Se preisarem de fazer algum contacto para Portugal, mandem vir.

ARV disse...

Recordo com alguma nostalgia aquela primeira adolescência, em que, distante de Timor e do mundo, planeava com recurso ao Atlas, uma invasão do exército português, de modo a libertar o povo maubere do jugo indonésio. Com paraquedistas, rangers e desembarque de fuzileiros. Um filme à americana. Com final feliz.

Nunca fui a Timor nem tenho antepassados com experiências coloniais; a não ser as mazelas na família (um tio que não regressou, irmão de outros dois combatentes: os varões que a minha avó tinha para sacrificar), resultantes da malfadada obsessão do Estado-Novo em não anuir nas pretensões independentistas de angolanos, guineenses, etc.

Desde sempre me solidarizei com a causa timorense porque, diria que quase geneticamente, é manifesta em mim uma apetência natural pela autodeterminação dos povos, pelas liberdades e garantias dos indivíduos.

Com a mesma distância física, exultei com o magnífico comportamento dos timorenses, após aqueles meses de terror, que se seguiram ao referendo. E durante o referendo. Um comportamento exemplar, capaz de dar uma lição às mais consolidadas democracias.

Creio que a análise feita por Daniel Schroeter Simião e Kelly Cristiane da Silva (num comentário, alguns posts atrás) poderá ser certeiro, confesso que não conheço a realidade. Contudo, a sê-lo, revela igualmente como é incorrecta a abordagem feita pelos ocidentais, na tentativa de implementar modelos desenvolvidos numa realidade perfeitamente diferente, com especificidades culturais muito próprias, singulares. As dinâmicas de autoridade tradicionais (porque são essas as conhecidas e respeitadas) sobrepõem-se naturalmente às ocidentais. O carisma e o paternalismo de Xanana são disso demonstrativos. É antes de tudo, um líder, agora com outra roupagem. Da mesma forma que os restantes, contestados por uns, seguidos por outros. E aqui, as orientações étnicas são determinantes: nós e eles.

A respeito dos processos democráticos e de questões como a cidadania, convém não esquecer que em Portugal, por exemplo, ainda subsistem muitas lógicas de raciocínio paralelas à coisa pública e que dificilmente se cruzam com a ideia de Estado, deveres e direitos. Nada é garantido. A construção democrática é um processo, pode ser vista como um Lego que nunca se acaba e que, sem embargo, basta uma peça mal colocada para deitar toda a construção por terra…

É com tristeza que o constato, sempre que vejo o telejornal ou simplesmente acedo a um blog como este.

Anónimo disse...

Se politicamente a situação chega a um consenço; falta segurança para a população.
Vejamos o que se tira desta crise:
Afrontar a Igreja e desconsiderar as particularidaes de um exército, ainda não profissinal e sim partidarizado é correr um risco muito alto.
Treinar o exécito Timorense na Austrália é de eqívoco brutal. Pela história do envolvimento da Austrália, em Timor, e pelo seu interesse no petróleo, melhor seria treinar estas tropas no Brasil ou em Portugal. É bom lembrar que antes do desastroso golpe militar de 1964, no Brasil, vários militares passaram pela escola de West Point, nos EUA, trazendo na bagagem aquele velho anticomunismo que só fez encher a conta bancárias de generais e empresários arrivistas. Hoje o exército brasileiro mudou muito, e para melhor.
Garantir o Estado de Direito é a certeza de dias melhores virão, não só para aqueles que estão sofrendo em Timor, mas para a opinião pública internacional que sabe que as lideranças de Timor não são oportunistas e socialmente míopes. Esta postura rende credibilidade e esperança.
Vou almoçar!
Um bom sono para todos.
Alfredo
Brasil

Manuel Leiria de Almeida disse...

Caro Alfredo,
Há um equívoco no seu 'post': o exército timorense não foi treinado na Austrália mas em Timor (em Metinaro, a cerca de 40 kms a oriente de Dili; no caminho havia um letreiro numa casa que anunciava "Vendem-se pintos" que fazia as delícias dos brazucas... Vá-se lá saber porquê... :-) ) ainda que treinados por militares australianos e portugueses.
Espero que tenha almoçado feijão tropeiro...

Anónimo disse...

Com todas estas duvidas nesta fase da crise...quem tem competencias para quê!
Perguntassem ao Jorge Miranda ou ao Bacelar V. que esles são especialistas! Ou será que as duvidas constitucionais são só cortina de fumo?

Anónimo disse...

Pois é... verdadeiramente o que que se está a assistir em Timor, por ventura, terá origem, não nas lutas tribais como alguns querem fazer crer,mas sim em resultado da evolução da própria luta armada pela libertação a partir do exterior e com reflexos, como não poderia deixar de ser no interior do território...qual foi o comportamento do actual ministro da Administração interna, enquanto exilado em Angola ? quem o colocou a trabalhar com o famigerado comandante da policia,refugiado e apoiado pelos Australianos?.. como é possível o Roque Rodrigues ser Ministro da Defesa quando ele é verdadeiramente um filósofo..é verdade ou não que hà muitos anos que tem existido grandes divergencias de caris religioso, com oposição ao Mary Alcatiri,em resultado das suas origens ? porque é que a igreja se mantem calada nestes acontecimentos quando ainda hà ponco tempo promoveu uma "guerra" contra o 1º ministro? o fruto está a ser muito apetecido e existem muitos gulosos quer dentro quer fora do territorio e, meus amigos,a parte mais fraca é quem,pura e simplesmente é diferente e receio que o Mary Alcatiri, seja o bode expiatório de grandes interesses exteriores com o apoio de alguns que parecem muito patriotas mas que no fundo só estão a servir,como quase sempre fizeram interesses estrangeiros.

Manuel Leiria de Almeida disse...

Vão-se os dedos (RR e RL) e fiquem os anéis (a gestão da componente civil do governo do país, onde a própria comunidade internacional reconhece alguma competência ao Governo actual)

Anónimo disse...

È verdade que a situação piorou? é o que faz crer esta notícia da Lusa:
Díli, 29 Mai (Lusa) - O agravamento das condições de segurança impede que chegue a ajuda a cerca de 50.000 pessoas refugiadas em 35 acampamentos na cidade de Díli, anunciou hoje a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

Perto de 20.000 dessas pessoas vivem nesses acampamentos desde os distúrbios de 28 de Abril em Timor-Leste e o grupo de ajuda humanitária, apesar de dispor dos bens de primeira necessidade para distribuir, não consegue colocá-los ao alcance dos que mais precisam, refere a organização.

Segundo a UNICEF, timorenses residentes em Díli abandonaram as suas casas e abrigaram-se em edifícios sobrelotados da capital e arredores, estando as crianças particularmente expostas a traumas físicos e psicológicos e a condições de vida muito precárias nos acampamentos, alguns dos quais albergam quase 2.000 pessoas quando não têm capacidade para mais de 300.

A UNICEF alerta que, apesar de estar a recolher bens de primeira necessidade, "se as condições de segurança não melhorarem, é possível que a crise humanitária se degrade significativamente".

Também o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) alerta para a rápida deterioração da situação de segurança em Díli e nota que continua a retirada de pessoal não essencial e familiares de funcionários da ONU de Timor- Leste.

Por seu turno, várias organizações não-governamentais da Austrália continuam a tentar fazer chegar aos deslocados timorenses a ajuda de que necessitam, nomeadamente a World Vision Australia, a Emergency Management Australia e a Oxfam Australia.

RP.

Anónimo disse...

E esta? Estais a dormir, Malai Azul? Bons sonhos e que a Paz regresse...
Timor-Leste: Incêndios em Bidau obrigam professores portugueses a sair de casa


Díli, 29 Mai (Lusa) - Um número indeterminado de casas e lojas de venda arderam hoje em Bidau, na zona oriental de Díli, obrigando os cinco professores destacados pelo Instituto Camões que ali residem a sair de casa, disseram à Lusa moradores no bairro.

Os distúrbios, protagonizados por civis empunhando armas tradicionais, resultaram no incêndio de quase todas as lojas de venda de combustíveis e de produtos alimentares, numa extensão de centenas de metros, entre a marginal da capital timorense e o Hospital Nacional Guido Valadares.

Os cinco professores nunca estiveram sob ameaça dos grupos de civis responsáveis pela violência, mas a proximidade dos incêndios levou-os a refugiarem-se no bairro da Cooperação, ao lado do Hotel Timor.

Agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE), da PSP, efectuaram entretanto várias rondas junto da residência dos professores do Instituto Camões, para garantir a segurança dos bens daqueles docentes.
(...)

Anónimo disse...

Em relação a demissões parece-me que naturalmente algumas conclusões terão que ser tiradas, mas também me parece que, para além do pobre do Zé povinho, que tem que aprender a ser mais exigente com os seus dirigentes, nestas culpas não há ninguém solteiro. Desde deixar-se chegar as coisas ao ponto a que chegaram, pessoal que lutou 30 anos pelo bem estar do seu povo, passando por quem treinou um exército (e uma polícia) que se comporta da maneira como se comporta (de armas na mão), isto sem deixar de salvaguardar as excepções, que se esperam que sejam muitas, nessas duas instituições, até aos muitos e pouco claros interesses que sempre andam associados quando cheira a petróleo (o filme do Clooney, o Syriana, ajuda a perceber). Realmente os timoerenses têm significativas parecenças com os portugueses, pelo menos no que diz respeito à lentidão. Para lá de todas as razões, que estou certo são sensamente justificadas, 2 dias para tomar decisões urgentes... e nós aqui ainda à procura de um avião...

Anónimo disse...

Ó Senhor D. Basílio! Tanto que eu gosto de si! Tão pragmático, tão inteligente e diz estas coisas numa altura destas! Será que disse?
by Lusa
Timor-Leste: Crise decorre da insatisfação e frustração popular -Bispo de Baucau


Lisboa, 29 Mai (Lusa) - O actual clima "de quase guerra civil" em Timor-Leste deve-se mais à "insatisfação generalizada" e à "frustração das expectativas de mudança" do que à má gestão da crise militar, defendeu hoje o bispo de Baucau, Basílio do Nascimento.

"O problema dos militares, quando começou, era um problema pequeno. Não valia um caracol, se posso usar a expressão. Mas foi subestimado e assumiu grandes proporções", disse Basílio do Nascimento, que está em Lisboa para exames médicos, num contacto telefónico com a Agência Lusa.

No entanto, o bispo de Baucau rejeita que a actual situação se possa explicar apenas pela crise militar.

"Mesmo assim, mesmo tendo em conta alguma falta de experiência e alguma indiferença (do governo em relação ao problema), isso não justifica que se chegue a este clima de quase guerra civil", frisou.

Na sua opinião, foram "a insatisfação generalizada" da população, devida à "falta de emprego, de dinheiro e de pão para a boca", e a "frustração das expectativas de mudança em relação ao Congresso da FRETILIN" que, "aliadas à tensão", conduziram à actual situação.

O Congresso, que decorreu em Díli entre 17 e 19 de Maio, ficou marcado pela retirada da única candidatura alternativa à liderança de Alkatiri, protagonizada (...)



(...), o bispo de Díli, Ricardo da Silva, afirmou: "É evidente que o povo não gosta dele (Alkatiri)".

Questionado sobre esta afirmação, Basílio do Nascimento afirmou:

"D. Ricardo tem uma certa razão. E não é só ele que o diz, são todos os timorenses e toda a gente de bom senso".

Que mau...

Ângelo Ferreira disse...

Por isso fazem-se já aposta na queda de Alkatiri. Isto não está fácil.

Anónimo disse...

Timor-Leste: Crise decorre da insatisfação e frustração popular -Bispo de Baucau


Lisboa, 29 Mai (Lusa) - O actual clima "de quase guerra civil" em Timor-Leste deve-se mais à "insatisfação generalizada" e à "frustração das expectativas de mudança" do que à má gestão da crise militar, defendeu hoje o bispo de Baucau, Basílio do Nascimento.

"O problema dos militares, quando começou, era um problema pequeno. Não valia um caracol, se posso usar a expressão. Mas foi subestimado e assumiu grandes proporções", disse Basílio do Nascimento, que está em Lisboa para exames médicos, num contacto telefónico com a Agência Lusa.

No entanto, o bispo de Baucau rejeita que a actual situação se possa explicar apenas pela crise militar.

"Mesmo assim, mesmo tendo em conta alguma falta de experiência e alguma indiferença (do governo em relação ao problema), isso não justifica que se chegue a este clima de quase guerra civil", frisou.

Na sua opinião, foram "a insatisfação generalizada" da população, devida à "falta de emprego, de dinheiro e de pão para a boca", e a "frustração das expectativas de mudança em relação ao Congresso da FRETILIN" que, "aliadas à tensão", conduziram à actual situação.

O Congresso, que decorreu em Díli entre 17 e 19 de Maio, ficou marcado pela retirada da única candidatura alternativa à liderança de Alkatiri, protagonizada por José Luís Guterres, depois de aprovada uma moção para a eleição dos órgãos nacionais do partido através de votação de braço no ar.

O governo timorense, em especial o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, tem sido acusado de não ter sabido gerir a crise desencadeada por cerca de 600 militares que em Fevereiro abandonaram os quartéis em protesto pelas alegadas discriminações pela hierarquia das forças armadas.

Estas acusações voltaram hoje à ordem do dia quando, a propósito de uma manifestação exigindo a demissão de Alkatiri, o bispo de Díli, Ricardo da Silva, afirmou: "É evidente que o povo não gosta dele (Alkatiri)".

Questionado sobre esta afirmação, Basílio do Nascimento afirmou:

"D. Ricardo tem uma certa razão. E não é só ele que o diz, são todos os timorenses e toda a gente de bom senso".

Sobre o regresso a Timor-Leste de forças estrangeiras, o bispo de Baucau disse não querer fazer comentários, sobretudo por não estar no país para avaliar a situação em primeira mão, mas considerou que a grandeza da força australiana lhe parece excessiva.

"Só Díli é que está numa situação de caos (Ó) Cinco navios, 1.300 homensÓ Não sei se não é um bocado desproporcional", afirmou.

Basílio do Nascimento recusou, no entanto, fazer quaisquer comentários às análises que apontam os interesses petrolíferos australianos como centrais no envio de uma tão grande força, limitando-se a observar: "Gostaria que fosse apenas um gesto de ajuda".

Confessando-se "muito triste, preocupado e apreensivo com o rumo que as coisas estão a tomar" em Timor-Leste, o bispo de Baucau considera que o papel da Igreja Católica neste momento assenta sobretudo em "pequenos gestos" que entrem na "conjugação de esforços" destinados a permitir que "Timor possa viver em paz".

"Neste momento, o que a Igreja pode fazer é evitar protagonismos, apoiar os que tomam decisões e inculcar bom senso nas pessoas. Claro que isto nem sempre é possível (Ó) é um trabalho de convicção e de persuasão", disse.

Sobre Baucau, segunda cidade timorense a cerca de 120 quilómetros de Díli, Basílio do Nascimento diz que, segundo informações que lhe são transmitidas pelos seus colaboradores, a violência na capital provocou "um crescimento populacional inesperado".

"Falam-me em mais de 3.000 pessoas que chegaram nos últimos tempos. Essas pessoas estão a receber assistência mas, neste momento, já se nota a falta de alimentos e de combustível e, como não se pode ir a Díli, prevejo que a situação vai ser mais difícil", disse.

Em termos de segurança, contudo, o bispo de Baucau diz que, segundo as informações de que dispõe, "não há problemas" em toda a parte leste de Timor.

´

COMENTÁRIO: Ó D. Basílio, se o povo não grama o Mari, nas próximas eleições não votem nele! É assim que funciona esta coisa da democracia, que até ver, e por mais teorias post-colonialistas que por aí haja, parece ser o único modelo que, de alguma forma, assegura que cada pessoa tenha direito à expressão própria. Estar a «molhar a sopa» nesta altura, de crise aguda, e tentar pressionar a saída fora de um contexto eleitoral parece-me muito pouco leal, à falta de melhor expressão. Não estará Vª Senhoria a tomar os seus desejos pela realidade. Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele, ou será que o seu discurso é o exemplo acabado da busca da serenidade? Se Vª Exª ler isto, aceite as mais cordiais saudações.

Anónimo disse...

O' Sr. Bispo Basilio, li a sua entrevista e deu-me a entender que a igreja esta por detras, mais uma vez, dessas manifestacoes e desta crise....Tenho acompanhado a situacao em Timor-Leste e acho que tanto o sr.Bispo como o seu colega D.Ricardo parece-me que querem ocupar os lugares no Governo ou melhor ser dirigentes politicos. Ou outros interesses? Nao deitem areia nos olhos do povo.
Deus vos pordoe!

Anónimo disse...

Prezao Manuel
Obrigado pela informação.
o feijão tropeiro é iguaria que não posso pagar, só em dias de festa.
a tropa de brazucas que ai esteve devem ser de gaúchos (risos)! (Nós cariocas, fazemos umas troças com os amigos do Rio grande do Sul.)
Sério, de qualquer maneira ser treinado pelos Australianos é dispensável quando temos militares portugueses e brasileiros.`Para previnir é bom retirar o aviário da estrada (risos).
saudações
Alfredo

Anónimo disse...

Que Deus os perdoe e os ilumine!

Porque, apesar de apelarem à demissão do Sr. Primeiro Ministro, apesar de afirmarem que "É evidente que o povo não gosta dele (Alkatiri)" e "D. Ricardo tem uma certa razão. E não é só ele que o diz, são todos os timorenses e toda a gente de bom senso",

'esqueceram-de' de apelar à calma, à Paz, de dirigir um apelo directo aos 'jovens'/vândalos e terroristas, de apelar ao sentimento do coração de Jesus!

Que estranha forma de actuar! Lembrem-se que são Bispos. Lembrem-me dos votos que proferiram, lembrem-se de qual o papel missionário que deveriam estar a desempenhar ...

Mas como se nada disto fosse suficiente ... esqueceram-se de fazer um apelo à ajuda humanitária para todos os que já nem têm nada para comer! Sim, esses mesmos que na missa lhes confiam as poucas moedas que têm no bolso!

Surpreendente...

Ângelo Ferreira disse...

A quantidade de gente que não assina o que escreve é formidável! Isto devia levar-nos a reflectir.
Não vos critico, apenas constato. Abraço.

Anónimo disse...

Ainda não percebi esta «paixão pirómana» dos timorenses (dos indonésios). Será que isto acontece em todos os lados ou só em certos lados? É gozo de ver o fogo ou é para ter a certeza de que fica mesmo destruído. Desculpem lá, ó gentes justificadamente preocupadas, o fait-divers, mas parece uma moda de contornos sociológicos eventualmente interessantes. Uma malta que não tem onde cair morta, vai de atear o pouco que existe... Se não é conspiração, é moda, é gozo...? Há por aí alguma teoria?

Anónimo disse...

Como já alguém disse: "afinal são vários golpes!"

Anónimo disse...

Ouviram o António Vitorino? Falou sobre Timor, desviando-se da norma, isto é sem dizer diparates"
ai-manas

Manuel Leiria de Almeida disse...

Acabei de 'postar' um pequeno 'conversé' no http://tatamailau.blogspot.com a propósito das declarações do Bispo de Baucau

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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