quarta-feira, maio 31, 2006

Leitores

"Leu o editorial do Jornal Público de há alguns dias?

Ninguém está a "destruir Xanana", como diz. Mal de Timor-Leste se ele fosse vulnerável ao ponto de ser destruido por comentários num Blog!

A única 'novidade' que existe relativamente à opinião pública em relação a Xanana Gusmão é que, até esta situação ter atingido estas proporções, a sua figura é mítica, o herói impoluto. No caso específico de Portugal, as pessoas estão a 'ver' em Xanana algo de novo que desconheciam até à data. É assim mesmo. Quem ocupa cargos de liderança/poder, fica inevitavelmente exposto e mais visível ao olhar público.

Xanana Gusmão revela aspectos até agora desconhecidos da maioria.

Já foi a algumas aldeias de Comoro ou de Becora nestes últimos dias? Vá, se puder. Encontrará alguns velhos a chorar perguntando porque é que Xanana estar a actuar de uma forma que não reconhecem nele. O silêncio até ontem, etc ... Não é só em Portugal que, pela primeira vez, as pessoas começam a expressar e a escrever palavras que, também pela primeira vez, criticam Xanana Gusmão.

Por que não? Se as pessoas não concordam com decisões, ou actos dele, porque obstaculizar o direito de criticar?

Se acha que este Blog é uma correia de transmissão (parece-me uma expressão portuguesa muito conotada com sectores bem identificáveis em Portugal - desculpe ter perguntado se foi a Comoro ou Becora - obviamente nem está em Timor-Leste) porque é que o está a ler e a perder o seu tempo?"

3 comentários:

Anónimo disse...

"Há forças externas a desestabilizar"

Este é o título de uma entrevista (sem link) com Moisés Silva Fernandes do Instituto de Ciências Sociais (ICS) que tem, entre as suas áreas de investigação, o tema TIMOR
Para este investigador, a crise timorense era visível desde as eleições de 2001. E porquê? A "força motriz " da crise está no petróleo. As expectativas da Austrália sairam um tanto quanto goradas. Os australianos não poupam a Alkatiri as excelentes contrapartidas que obteve para Timor no que respeita ao petróleo.

Segundo este investigador, Alkatiri "é um nacionalista do ponto de vista económico. O que ele quer é que os recursos rendam o máximo para Timor".
Este ponto de vista é idêntico a muitos outros especialistas da área dos petróleos nacionais e internacionais. Ainda há dias num comentário na SIC um especialista português da área dos petróleos dizia exactamente o mesmo: "Mari Alkatiri foi o melhor negociador para Timor".

Mas a questão da crise timorense não é apresentada desta forma. A comunicação social mais generalista fala de conflitos étnicos, da luta pelo poder entre o presidente e o primeiro-ministro, mas não fala da igreja de Timor no desencadear deste processo, na eventual falta de tacto de Alkatiri nas relações com a Igreja, do papel de Xanana e designadamente de sua mulher, dos "jogos" de Ramos Horta, etc. As análises são ligeiras e pouco objectivas.
Todos estes problemas existem. São reais. Todos eles desde há muito que iam contribuindo para o desencadear de uma crise. Mais difícil é a questão de deslindar os laços entre eles e as benesses que muita gente "alimentou" poder vir a usufruir e até onde vai "a manobra" dos interesses petrolíferos.

Um país, sem Estado construído, frágil, sem quadros, sem forças de segurança, com o petróleo como a riqueza do curto prazo, ensina-nos a história, raramente "corre" pelo caminho certo.
Se até o Chile caiu!! Os tempos eram outros mas o Estado Chileno de então também não era o timorense. E agora até se pode cair de forma mais branda....



# posted by Joao Abel de Freitas

Anónimo disse...

Talvez fosse melhor começar a apagar comentários, não? Agora entrou-se na zona de montar puzzles. Fazedores de opinião de serviço... era muito mais democrático que fossem imparciais, assim provavelmente não havia tanta revolta, não?
Xanana Gusmão está errado? Processem-no! Esperemos que consiga dizer "sigam o julgamento até ao fim"... e que tenha ainda a coragem de bater com a porta. Ele serve o povo... a Fretilin serve o Governo, é natural mas há alguma distância.
Se o PR tivesse reagido mais cedo (para mim a reacção agora é condicionada pela asneira de outros... desculpe), e em coerência com o que ele achava justo, provavelmente este Governo não estaria já em funções. Acontece, como mutio bem se diz, que a Constituição respeita-se e ponto. Pois, respeite-se a Constituição! Está-se atentar contra a vida de civis e por incrível que pudesse parecer, não havia ninguém para defender esses civis! A Constituição não os salvou! Foram mortos, desalojados, estão como estão! Que miséria de políticos. Lamento não conseguir ver isto de outro modo.

Anónimo disse...

Não ousem falar de Xanana, seus ingratos! Não culpem o vazio. Façam, como eu fiz: construam um novo Timor-Leste de baixo para cima, da educação para a estabilidade, do micro para o macro cosmos "maubere". Dêem o vosso pequeno contributo no grande dia-a-dia!
DEIXEM-SE DE ACUSAÇÕES À MODA DE PARLAMENTO PORTUGUÊS!

Ass.,
Anónimo interessado.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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