sexta-feira, junho 02, 2006

Annan encoraja líderes a manterem a unidade e a assumirem erros

Lisboa, 01 Jun (Lusa) - O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, encorajou hoje os dirigentes de Timor-Leste a prosseguirem esforços para se manterem unidos e a assumirem responsabilidade pelos erros cometidos, numa mensagem ao povo timorense a difundir pela rádio e televisão nacionais.

Na mensagem, em inglês e em tétum, Annan afirma também que a actual violência no país constitui uma "profunda desilusão" e que todos - dirigentes e comunidade internacional, incluindo a ONU - devem "reflectir muito seriamente" sobre as causas da actual crise e sobre o futuro do país.

"Os dirigentes devem assumir responsabilidade pelos erros que cometeram. Falei com os vossos líderes políticos e pedi-lhes que trabalhem com as comunidades civil e religiosa para pôr fim à crise.

Se assim não for, a vossa comunidade nacional, que impressionou o mundo inteiro pela sua coragem e capacidade de recuperação, corre o risco de ser consumida por militâncias mesquinhas e interesses pessoais", afirma Annan.

O secretário-geral da ONU diz-se "animado" com "o esforço determinado" que os líderes timorenses estão a fazer "para se manterem unidos, para porem fim à crise e para adoptarem medidas que se enquadram na Constituição" e encoraja-os a "prosseguirem nesta via, pondo de lado as suas diferenças, no interesse do povo e do país".

"Peço aos membros das forças de defesa e de segurança que cumpram a sua obrigação de defender a constituição e de manter a lei e a ordem. E peço a todos que apoiem as medidas de emergência anunciadas a 30 de Maio", afirma, referindo-se à assumpção pelo Presidente da República timorense, Xanana Gusmão, dos poderes em matéria de segurança e de defesa.
O secretário-geral da ONU exorta também o povo timorense a "enfrentar aqueles que o tentam dividir" e a "não permitir que pequenas diferenças lhe roubem a paz, a democracia e a liberdade a que têm direito".

"Também a comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, deve olhar criticamente para o seu papel no passado recente e estar ao lado de Timor-Leste nesta hora", diz Annan, assegurando depois que as Nações Unidas "estão ao lado do povo timorense" e "vão continuar a estar quando retomarem a nobre tarefa de construir uma nação timorense unida e próspera".

Há dois dias, em declarações à imprensa em Nova Iorque, Kofi Annan admitiu que a retirada das forças de paz da ONU de Timor-Leste pode ter sido prematura e defendeu que, em situações de administração pós-conflito, a ONU "tem de lá estar a médio ou longo prazo".

Na mensagem, Annan afiança ainda aos timorenses que o país "tem um lugar especial no coração das Nações Unidas", razão pela qual é com "ansiedade e tristeza" que a organização assiste à actual crise.

"Não devemos desesperar. Pelo contrário, devemos agir juntos, urgentemente, para impedir que a situação se agrave ainda mais", exorta.
MDR.
Lusa/Fim

4 comentários:

Manuel Leiria de Almeida disse...

Kofi, Kofizinho!...
O que é isso de dizer que "a retirada das forças de paz da ONU de Timor-Leste pode ter sido prematura"?!... Eu não acredito que a ONU, mesmo antes de sair, não estivesse "careca" de saber que a saída ERA prematura!... E no entanto saíu! Porquê, Kofi?!..

Anónimo disse...

Manuel, o kofi já respondeu à sua pergunta?!!!

Anónimo disse...

O Koffi apela a unidade em torno de que? Ele ainda nao se apercebeu que uns dirigentes querem vender este pais? Isto esta tao claro? Nao e preciso ser um expert para entender esta situacao. Esta muito claro.................

Anónimo disse...

O Kofi está lá para servir Bush& friends, é bom que a malta se lembre que foram os USA que VETARAM o prolongamento da ONU por um ano e que só autorizaram que se prolongasse mais um mês. É isto mesmo: mesmo com a actual situação só têm ordens para mais um mês!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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