sexta-feira, junho 02, 2006

Leitores

"Já leram isto no blog do jornal "Público" (tem fotos que provam):

Reinado, as belas montanhas de Maubisse e os soldados australianos

Alfredo Reinado, ex-major e ex-comandante da Componente Naval das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), abandonou as forças armadas a 4 de Maio, acompanhado de mais 15 efectivos da Polícia Militar, na sequência crise em Timor-Leste que começou com o protesto de cerca de 600 militares que denunciaram discriminação étnica no seio das forças armadas.

Desde essa altura, Reinado e os seus homens já participaram em diversos confrontos que causaram vários mortos. Reinado, um dos líderes revoltosos que está a colocar em causa o Estado de direito do país, tem dado conferências de imprensa e entrevistas quase todos os dias. Hoje, em mais uma série de entrevistas, assumiu-se como o comandante de todas as forças militares timorenses nas montanhas e, entre outras coisas, afirma que não sairá das montanhas enquanto o primeiro-ministro Mari Alkatiri não se demitir.

Toda a gente sabe onde Reinado se encontra “aquartelado”: o revoltoso ocupou a pousada Maubisse (ver mapa), um antigo edifício colonial português, entretanto restaurado. Uma espécie de paraíso nas montanhas timorenses a cerca de 70 quilómetros de Díli. Ontem, Reinado deu-se ao luxo de posar para as câmaras dos repórteres fotográficos, com a bela vegetação das montanhas como cenário, numa foto igual as que habitualmente os turistas tiram durante as suas férias.

Mas as fotos mais extraordinárias são as em que se vê Reinado com dois soldados australianos por perto.E aqui é que surgem todas as dúvidas. Se este homem é uma ameaça ao Estado timorense e líder de uma revolta armada que já causou a morte de pessoas porque é que ninguém o prende e julga?

O que estão a fazer militares australianos no “aquartalemento” do revoltoso? Os australianos estão em Timor para apoiar o Estado ou a revolta?

Alguém me sabe responder a tudo isto? "

9 comentários:

Anónimo disse...

"O que estão a fazer militares australianos no “aquartalemento” do revoltoso? Os australianos estão em Timor para apoiar o Estado ou a revolta?

Alguém me sabe responder a tudo isto? "

Bravo!!! Parabéns!!! é uma belìssima pergunta!!! Contudo, solicito-lhe que dirija a sua pergunta aos "mate-bian" inocentes (todos os que morreram inocentemente) que tombaram durante este tempo de crise. E daì obterà respostas (nao uma so resposta) que pode clarificar a sua duvida.

Anónimo disse...

Se os australianos ali não estivessem quem controlaria os revoltosos? Quem os controlou antes? Ainda bem que há tropas a controlá-los porque soluções preventivas não foram tomadas... pelo contrário está visto que as decisões tomadas não resolveram nadinha, agravaram a já de si instabilidade dentro dos próprios aparelhos em causa - não é isso mais evidente? Morreu gente inocente, instalou-se a destruição mais uma vez. Perguntar o que estão ali a fazer é caricato. Que irá estar a fazer a GNR quando chegar? Perguntas podem sempre e devem fazer-se. Ainda bem que lá estão, ainda bem que irão continuar a chegar a ver se a normalidade se instala! Não acredito que ninguém deseje outra coisa.

Anónimo disse...

Mas os revoltosos não estão na pousada a 80 km daí? E não são apaparicados e visitados todos os dias pelos media e pelo boss aussie? É esta a "normalidade" que o Anónimo das 9:07:20 PM quer para Timor-Leste, terem por aí as tropas aussies a fazerem de baby-sitter a golpistas criminosos? Shame on you, Anónimo!

Anónimo disse...

Talvez fosse melhor perguntar a quem manda nas forças internacionais?

Volta Matan Ruak com a tua inteligência superior e o amor a Timor e põe ordem nessa gente que anda a brincar à politica ignorando o desespero do povo.

Anónimo disse...

Fijiblues: o problema é que os australianos não sabem o que o governo deles está a fazer em Timor-Leste. Nem podem saber e com os media a "fazerem-lhes" a cabeça, como podem os australianos sequer indignarem-se? É que, segundo relatou a jornalista Australiana Maryann Keady num artigo áqui em baixo, “a imprensa Australiana está cheias dos “nossos rapazes” que nos orgulham”, isto é o mesmo estilo das reportagens patrioteiras que há anos vemos nas CNN, nas BCC ou nas Sky, deste mundo. Terá que ser gente como nós, nos blogues ou por todos os meios ao nosso alcance a esclarecer.

Anónimo disse...

Outra "ajuda" dos aussies: bloqueiam o porto de Dili com um navio enorme que impede que outros navios possam atracar, nomeadamente o que traz o equipamento das tropas malaias ou uma carga de alimentos encomendados pelo governo de Timor-Leste.

Anónimo disse...

Nota: passei hoje no início da tarde pelo porto e o navio malaio lá estava...

Anónimo disse...

Outra “ajuda” dos aussies, como relata o DN: “O gabinete das Nações Unidas em Timor Leste (Unotil) tem os seus dois helicópteros parados em terra há dois dias, impedidos de voar por falta de combustível.

O "desagrado é enorme", disse ao DN uma fonte da Unotil, adiantando que, desta forma, as Nações Unidas estão impedidas de "prestar apoio humanitário célere, além disto poder afectar eventuais casos de retirada de elementos da ONU que se encontrem em actividade fora da capital ou até de feridos para outros países, sem estar dependente dos aparelhos australianos".

Tudo porque os MI8 da Unotil, de fabrico russo, dispõem de filtros especiais que requerem um combustível distinto daquele que é utilizado pela maior parte do helicópteros australianos, como os Black Hawk que as forças de Camberra estão a utilizar, neste momento, em Timor-Leste.

O que poderia resolver parte do problema da Unotil, que se encontra sem combustível. "Por razões que desconhecemos, a empresa fornecedora australiana ainda não nos conseguiu fazer chegar o fuel, que normalmente vem de Darwin", explicou a mesma fonte. (…)
http://dn.sapo.pt/2006/06/03/internacional/helicopteros_onu_estao_combustivel.html

Anónimo disse...

Coincidências...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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