sábado, junho 24, 2006

Manifestantes fecharam simbolicamente Parlamento... (ACTUALIZADA)

Díli, 24 Jun (Lusa) - Centenas de manifestantes, encabeçados pela direcção da autodenominada Frente Nacional para a Justiça e Paz (FNJP), fecharam hoje simbolicamente o Parlamento Nacional, com o argumento de que "se o Parlamento representa o povo, então o povo decide fechá-lo".

O fecho simbólico foi feito com uma fita azul, a que foi dado um nó, e representa a "determinação dos manifestantes em apenas o abrirem quando houver um Parlamento novo", disse à Lusa o major Alves Augusto de Araújo "Tara", coordenador-geral da FNJP.

Os manifestantes exigem a demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri, mas como este ainda não foi ao encontro da exigência, pedem agora que o presidente Xanana Gusmão "dissolva o Parlamento e forme um governo de transição, com a incumbência de organizar eleições antecipadas".

Antes do encerramento simbólico do Parlamento, a direcção da FNJP, organização apenas hoje referenciada embora a manifestação contra o governo de Mari Alkatiri e a favor do Presidente Xanana Gusmão esteja na rua desde a tarde de quinta-feira, deu uma conferência de imprensa em que disse ter sido ultrapassado o prazo de 48 horas para que o primeiro-ministro se demitisse.

Estrategicamente, a mesa da conferência de imprensa, onde estavam o major Alves Tara (coordenador-geral), Marito Reis (vice- coordenador geral), Vital dos Santos (secretário-geral) e Augusto Júnior Trindade (porta-voz), foi colocada tendo o Palácio do Governo por trás.

"Queremos que nos filmem com o Palácio do Governo por trás, porque já não é o Palácio do Alkatiri, mas sim do povo e nós representamos o povo", disse Augusto Trindade à Lusa.

O major Alves Tara garantiu aos jornalistas que os manifestantes exigem agora que Xanana Gusmão dissolva o Parlamento e adiantou que permanecerão na rua até isso acontecer.

"A única solução é entregar todo o poder ao chefe de Estado e Comandante Supremo das forças armadas. O Presidente Xanana tem que dissolver o Parlamento e formar um governo transitório para organizar eleições antecipadas", defendeu.

"A partir de hoje, e enquanto o Presidente não declarar que já dissolveu o Parlamento e demitiu o governo continuaremos aqui (na rua) com a manifestação", acrescentou.

Em seguida, os manifestantes dirigiram-se para o edifício do Parlamento, onde a direcção da FNJP encerrou simbolicamente os portões, passando uma fita azul a que foi dado um nó, perante os seis militares australianos que se encontravam no interior.

Durante a marcha do local da conferência de imprensa até ao Parlamento, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o primeiro-ministro ("Abaixo Alkatiri") e a favor da dissolução do Parlamento ("Dissolve Parlamento").

Não se registaram incidentes.

EL.

5 comentários:

Anónimo disse...

Xanana Gusmão está a mostrar ao mundo quem é

É impressionante o que se passa por aqui.

Desertores, pessoas que cometeram, à luz da Lei crimes graves contra o Estado, passearem-se impunemente pelas ruas da cidade, darem conferências de imprensa, "fecharem" o Parlamento, ameaçarem a segurança de pessoas em cargos institucionais, e o senhor presidente da República, apenas lhes dedicar protecção, sorrisos e festinhas corporais.

É uma vergonha ao que se assiste.

Xanana Gusmão mostrou em definitivo o seu atentado à Constituição da República ao afirmar ontem aos manifestantes apoiados por si que: "Falhámos em garantir a vossa estabilidade, mas com a vossa esperteza ganhámos esta guerra".

Meus senhores, mais palavras para quê? Mais análises para quê? Mais desculpas esfarrapadas para quê?

A verdade está aos olhos do mundo!

Anónimo disse...

Que palhaçada.....

Anónimo disse...

Anonimo de Sábado, Junho 24, 2006 5:37:49 PM... pelo seu comentario da-me a entender que voce esta com dores de barriga ou de cabeça... Isto talvez é ja sintomas de "stress" e isto pode conduzir para a frustaçao... O optimo concelho que queria propor à voce é: ir depressa aos medicos cubanos (caso estiver em Dili/Timor Leste) ou ao seu medico pessoal no sitio onde se encontra... para um calmente... Sendo timorense, nao quero que voce (meu irmao ou minha irma) timorense esta vivendo uma condiçao de frustaçao ao ver esta situçao assim virada para Xanana Gusmao...como dantes no tempo da ocupaçao Indonesia... muito s doa indonesios se tornaram loucos ... e até muito s se suicidaram por causa da frustaçao, stress e medo...

Caro anonimo, imediatamente vai depressa aos doutores cubanos... cuidada pode agravar-se a sua doença de stress e frustaçao.... ja-ja---ja---

Anónimo disse...

ABSURDO!!!!!
PELO ESTADO DE DIREITO.
ALFREDO
BRASIL

Anónimo disse...

Vejam também a notícia da ABC que tomei a iniciativa de traduzir, mas podem ler o original. (link abaixo).
Nao se preocupe margarida não quero a sua posição de tradutora oficial do timor-online. Estou somente a dar-lhe uma pequena ajuda.


Tradução:

Lobato implica Alkatiri nas alegações do “esquadrão da morte”

By Anne Barker in Dili and Reuters

O antigo ministro do interior de Timor-Leste, Rogerio Lobato, implicou diretamente o Primeiro Ministro Mari Alkatiri nas alegações de que eles tinha recrutado um grupo de milicias civis.

Lobato encara quatro acusações sobre alegações de ter fornecido armas à um esquadrão de morte civil para eliminar os oponentes do Dr Alkatiri.

O líder do grupo, Coronel Railos, alegou que Lobato estivera a agir sob ordens do Primeiro Ministro e que ele e o seus homens tinham-se encontrado com o Dr. Alkatiri a 7 de Maio, altura em que foi discutido essa questão.

A ABC confirmou já que o testemunho de Lobato em tribunal confirma a história de Coronel Railos.

Ele disse aos investigadores que o Dr Alkatiri tinha total conhecimento do plano, algo que o Primeiro Ministro tem consistentemente vindo a negar.

Esta noite, o Dr Alkatiri resiste a pedidos de sua resignação apesar de uma ameaça do Presidente Xanana Gusmão de que iria demitir-se caso o Primeiro Ministro se recuse a o fazer.

O Ministro de Negócios Estrangeiros, Alexander Downer, disse não ser claro o alcance dos poderes políticos do Presidente Gusmão na constituição de Timor-Leste.

"Nesta Constituição, nenhum tem o poder especial ou esmagador," retorquiu.

"Portanto é uma Constituição de Balanço do Poder, o que faz com que uma situação destas, toda a questão, seja difícil de resolver legal e constitucionalmente."

Ele diz que a Australia não tem algum controle sobre a possibilidade de o Dr Alkatiri se resignar ou não durante as investigações sobre as alegações contra a sua pessoa.

"Quais ligações existem entre o que ele alegadamente fez e o Primeiro Ministro e quão verdadeiras são algumas dessas alegações feitas contra o Primeiro Ministro, são questões que os Timorenses irão ter que investigar,” disse.

http://www.abc.net.au/news/newsitems/200606/s1670626.htm

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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