sábado, junho 17, 2006

É meia-noite e dezassete e tudo parece bem.

Até amanhã.

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8 comentários:

Anónimo disse...

Tradução:

Discurso de H.E. Dr. José Ramos-Horta

No Conselho de Segurança, New York, Terça-feira, 13 Junho 2006

Sr. Presidente,

Apresento as minhas sinceras desculpas a si e aos membros do Conselho de Segurança pela minha ausência, mas os pedidos para a minha presença em Timor-Leste nesta altura são extensivos. H.E. Embaixador José Luís Guterres, o Representante Permanente de Timor-Leste nas Nações Unidas, pronunciará o meu discurso.

Enquanto se reúnem eu estou a visitar áreas rurais do país, cobrindo o Leste e o Oeste, continuando a levar o Estado ao povo. Estou também a ouvir as suas necessidades e a comunicá-las ao nosso Presidente e ao nosso Governo. Também me dirigi ao nosso Parlamento Nacional, respondendo ao convite do Presidente do Parlamento.

Agradeço-lhe Sr. Presidente e aos Membros pela sua continuada preocupação pelo povo Timor-Leste e pela vossa resolução, (SC/8728) de 24 Maio 2006, que deu legitimidade internacional ao destacamento das forças multi-nacionais da Austrália, Malásia, e Nova Zelândia

Em nome de todos os Timorenses, agradeço profusamente à força conjunta (Joint Task Force JFT 631), que foram capazes de responder prontamente e eficientemente para sufocar a violência. Contudo as forças não foram capazes de prevenir as pilhagens extensivas e as queimas e deslocamento de dezenas de milhares de Timorenses, quando a lei e a ordem caíram em certos quarteirões, com a desintegração anterior da Policia Nacional de Timor-Leste (PNTL) em Dili.

Ofereço também profusos agradecimentos a Portugal, que duma grande distância, não mostrou hesitação em deslocar a sua força de polícia de elite, a GNR. A experiência dos Timorenses na GNR no tempo da UNTAET foi positiva e a presença da GNR tem sido solicitada por todos os sectores da sociedade Timorense. É nosso desejo que numa nova Missão da ONU, a GNR jogue um papel vital na lei e na ordem. Estamos igualmente gratos que a Malásia tenha tornado disponível uma Força de Polícia de Reacção Rápida similar.

A situação humanitária tem sido orientada muito bem pelo nosso Ministro do Trabalho e da Reinserção Comunitária, H.E. Arsenio Bano que coordena o Grupo de Trabalho de Coordenação Inter-Agencias Humanitárias que inclui outros Ministros do Governo e Agências, a Equipa de países da ONU IOM, INGOs, NGOs e líderes de grupos de trabalho de sectores específicos. Em muito pouco tempo, ao lado do Ministro Bano, foram capazes de mobilizar e providenciaram serviços a um grande número de deslocados (IDPs). Agradeço à OCHA pela sua assistência à coordenação e para o lançamento ontem em Dili, New York e Geneva do Flash Appeal. Faz-se uma especial referência aos impressivos esforços da nossa Igreja que tem providenciado abrigo e cuidados a dezenas de milhares de pessoas.

Médicos e enfermeiras Timorenses e estrangeiros, incluindo Cubanos e Chineses têm desenvolvido e continuam as suas tarefas admiráveis. Estamos gratos a todos.

Anotamos com profundo apreço a assistência dos nossos amigos, incluindo o nosso vizinho mais próximo a Indonésia, que no seu próprio tempo de sofrimento causado por desastres naturais, ajudaram Timor-Leste, com a entrega de muito necessária ajuda humanitária.

As forças internacionais no terreno continuam os seus esforços para juntar as armas dos indivíduos. Por via de entregas voluntárias ou por confisco forçado perto de 1,000 armas variadas já foram reunidas.

Seguindo uma decisão do Conselho Superior de Defesa e Segurança, na Sexta-feira 9 de Junho, as nossas próprias Forças de Defesa, as F-FDTL, participaram e assistiram no começo da ‘Operação de Inspecção e Inventário de Armamento’, empreendida com uma equipa de observação internacional que inclui Pessoal Militar da Austrália, Malásia, Nova Zelândia, Portugal, Estados Unidos e UNOTIL. O relatório preliminar que recebi indica o seu sucesso.

A segunda parte da operação abrange a PNTL e realizar-se-à esta semana. Membros da PNTL começaram a entregar as suas armas e concordaram voluntariamente ficarem acantonados em Dili e entregarem as suas armas às Forças de Defesa Australiana. Pelo final desta semana o novo Ministro do Interior submeterá a H.E. Presidente Kay Rala Xanana Gusmão, uma lista completa de todas as armas do inventário oficial da PNTL. Este lista será comparada com as armas usadas pelos oficiais da PNTL ou que estão no armário.

Este nível de cooperação não teria sido possível sem o meu Presidente. A sua postura moral e influência entre todos os sectores da sociedade Timorense é alta. Ele foi pivotal em prevenir que irregulares das forças armadas, os “reservistas”, saíssem de Baucau para Dili na última semana de Maio para se juntarem aos distúrbios violentos. A liderança do meu Presidente tem sido fundamental no processo de estabilização.

A gravidade da nossa corrente crise causa-me grande tristeza; contudo, aproveito esta oportunidade para assegurar aos Membros que a situação é resgatável. O bom trabalho que as Nações Unidas e a comunidade internacional, com a liderança Timorense e o povo Timorense têm feito, criou raízes na forma de instituições estatais que têm tido a capacidade para continuar a operar, mesmo durante o pico da corrente crise.

Ministérios e agências associadas têm continuado a funcionar, ao contrário do que dizem alguns relatos dos media que nos consideram um Estado falhado. Estes incluem mas não estão limitados aos seguintes: a Presidência, Saúde, Trabalho e Reinserção Comunitária, Administração do Estado, Agricultura, Educação, Justiça (que está a trabalhar ao lado da JTF na área da detecção, investigação e acusação), Telecomunicações incluindo EDTL e Timor Telecom que mantém a electricidade, telefones e serviços de internet a funcionar, RTTL a televisão e rádio Nacional, Alfândegas, a Autoridade Portuária onde está o Quartel General Militar, serviços aéreos e os meus próprios Ministérios dos Assuntos Estrangeiros e Defesa.

O leilão inaugural da exploração de petróleo de Timor-Leste ficou completo em 22 de Maio de 2006, quando o Primeiro Ministro anunciou os vencedores do leilão com a publicação do relatório final da Comissão de Avaliação.

Muitas lojas e restaurantes estão abertos, muitos permaneceram abertos, e alguns taxis and microlets continuam a operar. O facto de o sector privado continuar ao lado do sector público é indicativo dos nossos ganhos.

O Governo continua com o processo do Orçamento para 2006-2007 e quero apresentar aos Membros alguns detalhes específicos pois isso demonstra a competência Governo nesta questão e também a sua resposta às necessidades do povo e particularmente ao desenvolvimento rural.

O Conselho de Ministros reúne amanhã para considerar uma revisão do Orçamento do Estado de 2006-07, que se espera exceda $US315m e de acordo com o nível de rendimentos sustentado do Estado. Isto é a adicionar à doação de assistência para o desenvolvimento de $US140m. $U110m serão atribuídos para Capital e Desenvolvimento e $US50 milhões para Trabalhos Públicos.

Os Projectos e as iniciativas incluem alguns dos seguintes:- Construção de torres de Transmissão –Abastecimento de Água –Novo quarrtel da polícia de Dili –Postos da Polícia de Fronteiras – Cinco Centros Juvenis – Centros de Desportos - Fundos para hospitais em Baucau, Maliana, Oe-Cusse e Suai-Reabilitação de Centros de Saúde distritais – Habitações para Veteranos – Novos Postos de Alfândega em Batugade, Atauro, Com, Bobometo, Tunu Bibi-Fundos para o novo serviço de Ferry e serviços portuários entre Dili, Atauro e Oe-Cusse- Extenção da rede eléctrica em várias áreas nos Distritos
-$3m de capital para estabelecer uma agência de crédito rural
-$US11 milhões para trabalhos de reabilitação e equipamento das escolas
-Donativos para Igrejas e NGO’s para assistência humanitária
-$US2 milhões para fundo de pensão para veteranos -50% aumentos para funcionários em áreas isoladas -$US8 milhões para o fundo de segurança alimentar -$5 milhões para subsidiar a electricidade, etc.

Devo fazer a distinção para os Membros acerca das áreas de Timor-Leste afectadas pela crise. Está primariamente limitada à capital Dili, enquanto os outros doze distritos têm continuado a funcionar com todos os serviços a operar incluindo a PNTL serviços de polícia cujas infra-estruturas básicas permanecem intactas nos distritos. Não há obviamente garantia que não possa acontecer um surto de violência nas regiões enquanto o país está num estado precário politicamente.

A zona de fronteira que Timor -Leste partilha com a Indonésia tem permanecido calma. Visitei a fronteira em três ocasiões no mês passado, a última visita teve a duração de três dias e fui acompanhado pelo H.E. Mr. Ahmed Bey Sofwan o Embaixador Indonésio em Timor-Leste. Agradeço as autoridades Indonésias por nos assistirem mantendo a nossa área de fronteira comum segura e estável.

Regressei inspirado pelo profissionalismo da Unidade de Patrulha da Fronteira da PNTL Border Patrol Unit’s (PBU), bem como pelas forças militares que operam no lado Indonésio. Estou contudo preocupado com as pobres condições de vida da nossa polícia, uma negligência incompreensível do nosso governo.

Sr. Presidente, desejo informar os Membros das nossas iniciativas em relação ao diálogo político, pois a paz política é tão necessária para a saúde democrática como é a segurança física. Estive em contacto com todas as pessoas-chave e grupos em conflito, em mais do que uma ocasião. O meu Presidente começou por se encontrar com cada um dos indivíduos e grupos directamente envolvidos no conflito, como o primeiro passo para atingir um diálogo político inclusivo de todos, com o qual todos concordaram. O diálogo inclusivo de todos começará dentro de duas semanas, com os preparativos no lugar pelo fim de semana. Será presidido pelo meu Presidente e pelos nossos dois Bispos, de Dili e Baucau.

O Presidente Xanana providenciou liderança em assegurar o acordo de todos os indivíduos-chaves e grupos, que um diálogo inclusivo de todos era a via necessária para resolver problemas políticos e também que todos os problemas políticos precisam de serem resolvidos no seio do nosso quadro constitucional. Este reconhecimento demonstra um compromisso com a cultura democrática que começou a criar raízes em Timor-Leste.

Paralelo ao diálogo inclusivo de todos, será a Comissão Especial de Inquérito que Timor-Leste solicitou, como esbocei na minha carta de 9 de Junho de 2006 para o Secretário-Geral. O Presidente, o Primeiro Ministro, o Governo, a F-FDTL, a PNTL, líderes religiosos e sociedade civil todos dão as boas vindas a um inquérito imparcial e independente, como um passo importante para chegar a um acordo suportado na regra da lei. É nosso desejo ardente que a Comissão Especial de Inquérito comece imediatamente. No intervalo, o lado Australiano através do seu Serviço Federal de Polícia e com o Gabinete do Procurador Geral tomou a seu cargo o trabalho preliminar para segurar alguns cenários de crime e preservar evidência.

Os Membros devem tomar conhecimento que eu assumi a pasta sensível da Defesa. A minha motivação em aceitar, e não posso mas digo que como um laureado do Prémio Nobel da Paz, sou um muito relutante Ministro da Defesa, é elevar a posição da F-FDTL e ajudar a curar as feridas entre a F-FDTL e a PNTL e entre ambas as forças e a comunidade.

Enquanto que a paz foi restaurada em todo o lado, a situação da segurança, da lei e da ordem permanecem precárias. É conhecido de todos que as nossas instituições do Estado e a nossa cultura democrática é frágil. É contudo, a nossa opinião, que apoio internacional sustentado sob a forma de uma Força Policial da ONU, sob comando da ONU e com a PNTL a trabalhar sob o seu auspício, como esboçado na carta para o Secretário-Geral de 11 de Junho de 2006, e nesta matéria, assinada pelo meu Presidente, Presidente do Parlamento e o meu Primeiro Ministro, precisa de ser destacada sem demora.

Sr. Presidente, antes de me voltar para as necessidades duma nova Missão da ONU, quero reiterar que nós os Timorenses estamos profundamente endividados aos países que fizeram os destacamentos, mas como a situação de emergência se aproxima do fim, é importante que viremos a nossa atenção para o assunto da transição para uma força de capacetes azuis sob o chapéu da ONU, como foi o caso da InterFET em 1999.

Acreditamos que é essencial ter uma presença internacional sob a bandeira da ONU para reduzir tensões políticas e diplomáticas; por conseguinte é nossa opinião que as forças actualmente em Timor-Leste devem na altura apropriada ser substituídas por uma força de capacetes azuis com o mandato da ONU.

É também nossa opinião que a força actualmente em Timor-Leste e a sua sucessora, bem como outras componentes duma nova Missão da ONU, devem também incluir um maior número de países da região, incluindo, eu tenho esperanças, os nossos amigos das Fiji, Singapura, Tailândia, Filipinas, e a República da Coreia e outros países que estão prontos para contribuir para tal força. Estamos muito orgulhosos que um país da ASEAN, nomeadamente a Malásia, tenho vindo até nós quando precisámos e que fosse capaz de responder tão rapidamente e com tanto profissionalismo. Estamos muito gratos à Malásia e aos outros países da ASEAN que nos informaram da sua vontade de responder

Quero aprofundar que o que digo acerca de uma nova Missão da ONU, com a realidade de que não temos sido capazes de empreender uma avaliação compreensiva das necessidades de tal missão. É nossa intenção entrarmos numa discussão detalhada com a ONU sobre esta matéria no futuro imediato. Posso adiantar alguns comentários preliminares para acrescentar ao nosso pedido duma Força Internacional de Polícia da ONU e duma Comissão Especial de Inquérito.

Primeiro, a moldura temporal tem que ser suficientemente longa para permitir que as nossas instituições estatais vão para além do período frágil, consistente com sermos um Estado criança. Em relação à UNTAET estávamos todos esperançados que o seu tempo de vida de dois anos era suficiente para ajudar a construir uma nação, e tenho que dizer que alguns no meu próprio Governo estavam desejosos que a ONU partisse, não por nenhuma outra razão de que estavam desejosos de ter independência tão cedo quanto possível.

Eu tinha favorecido uma Missão da ONU de cinco anos com um período de transição de cinco anos, o que não era uma posição popular então, mas requeiro que esta posição seja considerada no estabelecimento duma nova Missão da ONU. Como os Membros sabem, é uma tarefa hérculeana construir uma nação quase do nada e conquanto tenhamos tido sucesso, é uma nação criança que agora temos. Colectivamente fizemos um trabalho notável de construção de nação, inicialmente debaixo da direcção do falecido Sérgio Vieira De Mello..

O foco principal da nova Missão da ONU será a manutenção dum ambiente seguro, que envolva entre outros, uma presença multinacional militar, uma força de polícia da ONU, eleições presidenciais e parlamentares organizadas, administradas e conduzidas pela ONU e posições chaves de conselheiros civis com alguns imbebidos na administração do governo e ao lado de posições com capacidade de construção, para que as nossas instituições estatais possam ser fortalecidas ao lado da nossa sociedade civil.

Desejo deixar publicamente um agradecimento sincero ao SRSG H.E. Sukehiro Hasegawa, pelo seu bom trabalho na crise corrente. Mr. Hasegawa também serviu o povo de Timor-Leste de modo exemplar e desinteressado e tem um lugar especial nos nossos corações, como têm os nossos amigos do Japão, o país natal de Mr. Hasegawa, que deu um grande contributo ao nosso país.

Também quero agradecer à Polícia da ONU pelos seus esforços maravilhosos em tentarem mediar uma resolução pacífica numa situação muito crítica em 25 de Maio, e desejo enviar-lhes os nossos profundos agradecimentos. Temos uma grande empatia convosco, mas dizem que actuaram com profissionalismo e desinteressadamente e na melhor tradição dos funcionários civis da ONU. As nossas saudações.

A decisão está nas vossas mãos Sr. Presidente. Requeremos o seu engajamento sustentado e nós, o povo de Timor-Leste esperamos a sua consideração.

Que Deus os abençõe.

Anónimo disse...

Embora a imprensa internacional insista em tratá-lo por Reinado, esquecendo-se do «l» do apelido, os seus conterrâneos conhecem-no por major Alfredo. É o primeiro e único dissidente militar até agora a ter morto oficialmente colegas das FDTL, as Forças de Defesa de Timor-Leste, a 23 de Maio, quando confrontou em Fatuai, a leste de Díli, uma coluna de quatro camiões que iam do centro de treino de Metinaro para Becóra, um dos bairros mais tensos da capital e onde na véspera tinham irrompido nas ruas os primeiros desacatos entre civis loromonos e lorosaes. Supostamente, e segundo o major, o Exército preparava-se para atacar jovens loromonos indefesos.
in Expresso online

Anónimo disse...

Acresce à informação dada pelo anónimo das 12:51, que o Sr. Hasegawa insiste em investigar todos os acontecimentos (o que é de saudar e aplaudir, obviamente), mas esquece - tão conveniente! - as mortes admitidas pelo próprio Alfredo Reinado em Fatuhai e Becora.

IC

Ângelo Ferreira disse...

Figo com salenda timorense, num claro gesto de apoio aos timorenses neste momento difícil, mais um, da sua história como PAÍS INDEPENDENTE!
http://www.fpf.pt/scriptnews/view/show.php?id=3089

Anónimo disse...

Tudo Calmo? As Casas incendiadas em Surik-Mas significa calmia?
A confusao no bairro do grilos significa paz? So se for a calmia e a paz que o exercito australiano andar a espalhar no pais.... depois dos incidentes nos vamos la "porque o exercito veio para ca nao foi para exercer as competencias policiais"............

Anónimo disse...

'Timor Leste's police are very factionalized'


Thousands of people in Dili and other areas of Timor Leste remain too traumatized by the convulsions of violence in the former Indonesian province to return to their homes. The Jakarta Post's Ati Nurbaiti spoke with Timor Leste Foreign Minister Jose Ramos-Horta, who also serves as defense minister, in Dili about the situation in the world's youngest state. The following are excerpts of the interview.

Question: The public perception here is that multinational troops are standing by when their houses are burning, that the forces are just here to check for weapons. What's their actual assignment?

Answer: What's clear is that their assignment is to end the violence in Dili, the shooting and killings. They arrived May 26 and now it's much calmer compared to two weeks ago. Many people are back on the streets. There are thousands of displaced people but we believe they will want to return in about two weeks to one month; some to their homes, others to temporary shelters built by the UN with better facilities and more space.

How will you rein in rebel military and police members?

With the military it is not very difficult. The army is very disciplined with solid command. I refer to the 800 veteran soldiers (among a total of 1,400 personnel). (Regarding charges that military recruitment favors those from the east, the origin of former guerrillas), the 600 soldiers who left (dismissed) were mostly from the east, while 200 (among the 800 veteran soldiers), including very senior members, are from western regions like Liquica.

Those who left were mostly new recruits who had served one to four years, some quite young. They didn't like life in the army, they were disillusioned, they said they suffered discrimination. This may be true but it's not the case with the vast majority. They were not involved in violence and the government is finding ways to provide them compensation so they can resume their lives, and for the young ones to go back to their studies.

And the police?

The police are very factionalized with too many weapons, and more than 3,000 police with so many areas of expertise, like the border police, the rapid response unit, the special force. I don't know how we managed to have all these different units for such a small nation. If you don't have good leadership -- and they didn't -- obviously you have problems with a police force with such different backgrounds. (Including former Indonesian police members -- ed.)

I believe under the President and the new interior minister, we can heal the wounds. Many of the police personnel are very good and highly respected. I feel sorry they became victims of poor leadership, so we have to help restore their dignity.

Would you blame the UN?

It is too simplistic and hypocritical to blame the UN. It didn't decide to buy weapons for us. They didn't say you need 3,000 police members. The UN gave training as we requested.

If the UN is blamed it would only be for leaving too soon; but many of our own people and some of the leaders were in a hurry to see the backs of the UN.

The UN was not perfect, but it was indispensable; it provided political space for institution building.

But some of us were ultranationalists instead of being pragmatic and humble. Borders are important, but I'm not so obsessed with nationalism, but with peace and justice. Others get absolutely excited about flags.

How long can you afford having the rebel groups?

We have met with all the groups to prepare an all-inclusive dialog in two weeks. It will include the rebels and representatives of the defense force and the church, to reach a political settlement.

The rebel military leaders have a simple demand, that is justice and accountability (for military and civilian casualties blamed on government forces in a number of incidents). Generally, they have been peaceful since the conflict.

How will you heal the wounds between the police and military?

The incident of May 25 (still being investigated, in which nine or 10 police personnel, unarmed and escorted by UN police, were shot dead by men in military uniforms) was an absolute tragedy. The military says police started it, the police likewise. I prefer to wait for a full investigation.

The Reinado group is being "contained" in their base by Australian troops. Are you planning to have other groups contained in their respective areas by the multinational forces?

Yes, also to have civilian groups surrender weapons

There have already been orders from the Supreme Council, as a result many police began turning in their weapons. The Australian Defense Force say they have confiscated some 1,000 weapons, including those surrendered voluntarily. What would be the motives of anyone arming civilians?

I haven't the slightest idea why with 3,000 police you need to arm civilians.

What are plans for the police force and the military?

We'll be restructuring, reorganizing the police, with a smaller force and less weapons.

The defense force will be reorganized in the future. With changing security challenges in the region we'll study whether we need a conventional military or not. We should have a modest force, in my view, a civic military with an engineering battalion to help build roads and schools, a medical battalion, etc. But we do need a strong maritime police force to protect our waters from piracy, illegal fishing and smuggling.

So you're not concerned about the current recruitment policies of the military?

At the senior level most are from the east, but the army was beginning to train officers from the west. And in five years most seniors will retire so new officers are needed from all the regions. And we need an army to be geared for peacetime. To resolve the current crisis do you agree with demands to replace Prime Minister Mari Alkatiri? Or to allow President Xanana Gusmao take over government and dissolve parliament?

Under no circumstances should we breach the constitution, whatever is decided. If I were the prime minister, and only had to suffer 10 percent of what he's suffering in terms of allegations and attacks, I would resign. But he (Mari Alkatiri) has a strong personality, and maybe believes he is truly innocent.

We're in a serious crisis. I reject blaming outside interference. Australia, Malaysia, Portugal and New Zealand came because we asked them to. And we're extremely grateful to President Susilo Bambang Yudhoyono. In every way they can, Indonesia has helped. I visited the border three times in a month, the border is peaceful, and the border police are happy with the cooperation with the Indonesians.

So would Alkatiri resigning solve the problem? Maybe not. Fretilin (Alkatiri's party) won the 2001 election and new polls are in 2007. If Dr. Mari hasn't committed any crime he is entitled to serve until 2007.

Anónimo disse...

PM Alkatiri resignation would not solve crisis, experts say
Abdul Khalik, The Jakarta Post, Jakarta

Experts and activists agree that Timor Leste needs to remain on the path to democracy rather than bringing down Prime Minister Mari Alkatiri, and must first address its past before it can move forward into the future.

Timor Leste Journalists Association head Virgilio Guterres said most media had wrongly accused Alkatiri of being the source of the current problems in Timor Leste. He pointed out that it was not the prime minister who dismissed almost half of the country's armed forces.

"It was the defense minister who fired them because the soldiers simply did not show up for over two months. And of course, the prime minister and president agreed with the decision. However, all media outlets point to Alkatiri as the one who fired them," he said Thursday during a seminar here on Timor Leste.

The country plunged into chaos after around 600 soldiers were dismissed in March. The soldiers complained of discrimination because they came from the country's west.

Twenty-one people died in May as sporadic battles between rival soldiers and between soldiers and police descended into gang clashes. Late last month the government appealed for foreign help and now more than 2,000 combat-ready foreign peacekeepers, chiefly from Australia, are deployed in Dili.

Guterres said the initial problem was not acute, as less than 200 soldiers signed a petition complaining of east-west discrimination. The other 400 soldiers had left their squads for months.

"So they were separate cases. Unfortunately, the defense minister fired them all at the same time, creating a sense of unity among them. It would be very different if they were fired separately," he said.

Guterres, rights activist Johnson Panjaitan of the Indonesian Legal Aid Center and Haryadi Wiryawan, head of the Department of International Relations at the University of Indonesia, all agreed that bringing down Alkatiri would not bring peace to Timor Leste.

Many media outlets have reported that pressure has mounted on Alkatiri, whose Fretilin party won the last election, to step down before the upcoming general election. So far, President Xanana Gusmao and parliament have refused to bow to the pressure.

"Timor Leste must first resolve its past problems, including bringing to justice people responsible for gross human rights abuses and trying criminals. Unless they deal with those problems, they won't be able to move forward as conflicts and injustice will always reemerge," Johnson said.

Johnson proposed that the United Nations should help Timor Leste improve its capacity.

"They should help bring gross human right violators and criminals to justice, and help the country build its capacity for democracy and governance. If not, then the conflict will continue to reemerge," he said.

Haryadi said that although he had no hard evidence, he believed that the current Timor Leste conflict was not an isolated case.

"It should be remembered that Australia has political and economic interests in Timor Leste. They want to have influence in the country, and don't want Indonesia to have more leverage. Alkatiri's socialist outlook is seen as not in line with what they want Timor Leste to be," he said.

Haryadi said that Australia aimed also at preventing Timor Leste from becoming too close to China, which is very aggressive in widening its influence in the Pacific.

Johnson also said that it would be naive to think that the conflict in Timor Leste arose without a grand design.

Anónimo disse...

Em Comoro, está a GNR, a situação tem melhorado? É que não tenho lido noticias a flarem de incidentes lá. Se melhorou, é começarem a estender a partulha da GNR a outras zonas da cidade.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.