sábado, junho 10, 2006

Militares australianos tomam assalto casa médicos cubanos em Díli

Díli, 10 Jun (Lusa) - Uma patrulha militar australiana tomou de assalto uma casa em Díli onde vivem médicos cubanos em serviço em Timor-Leste, actuando com base em informação de que alegadamente haveria armas no local, disse hoje à Lusa fonte governamental.

Segundo o ministro da Saúde timorense, Rui Araújo, sexta-feira à noite, uma patrulha australiana cercou um edifício na zona de Delta Comoro (zona ocidental da capital) alugado a alguns dos cerca de 220 médicos e enfermeiros cubanos em Timor-Leste, que estavam na altura a prestar apoio a deslocados nos campos de acolhimento em Díli.

"Eles chegaram ao local, falaram com os jovens que estavam a guardar a casa, que lhes disseram que os médicos não estavam, mas que podiam ir buscar as chaves", disse Araújo.

"Mas alguém da patrulha e a pessoa que o acompanhava insistiram que no local haveria armas e os soldados rebentaram as portas e entraram", afirmou.

Rui Araújo disse que o incidente foi de imediato comunicado ao ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa timorense, José Ramos- Horta, que terá visitado o local ainda durante a noite de sexta-feira.

"Esta não é a melhor forma de tratar cidadãos em Timor-Leste, estrangeiros ou timorenses. Se realmente tiverem informação, e em casos como estes, falam a bem e não é preciso arrombar as portas todas", afirmou o governante.

Rui Araújo disse ainda que os jovens no local "ofereceram-se para ir buscar as chaves e explicaram que a casa era de médicos, mas eles não quiseram saber e arrombaram as portas".

Residentes no local disseram à Lusa que os militares australianos não encontraram armas na residência, nem procederam a detenções.

Um porta-voz de José Ramos-Horta escusou-se a avançar com pormenores sobre o caso, limitando-se a explicar que o governante timorense "falou com todo o pessoal necessário".

O porta-voz das forças australianas em Timor-Leste, major James Baker, disse à Lusa não dispor de pormenores sobre o incidente sobre o qual referiu que se irá proceder a indagações.

ASP.
Lusa/Fim

3 comentários:

Anónimo disse...

São estes "métodos" que incluem arrombamento de portas e entrada forçada em casas particulares, SEM autorização judicial, que os aussies querem banalizar e por isso NÃO lhes servem as leis de Timor-Leste...

Anónimo disse...

Estavam os australianos procurando uma foice e um martelo?
AC
Br

Anónimo disse...

Ou um estetocópio?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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