sexta-feira, junho 02, 2006

Posse de ministros 6/feira à tarde, Conselho Defesa uma hora depois
Díli, 01 Jun (Lusa) - Três novos ministros do governo timorense, incluindo José Ramos Horta na pasta da Defesa, tomam posse sexta-feira à tarde, reunindo-se uma hora depois o Conselho Superior de Defesa e Segurança, disse à Lusa fonte da presidência.
Além do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, que passa a acumular também a Defesa, são empossados Alcino Baris, no Interior, e Arcanjo da Silva, no Desenvolvimento, cargo que ocupava a título interino desde 08 de Maio.
Arcanjo da Silva, que era vice-ministro do Desenvolvimento, subiu interinamente a ministro após a demissão do anterior titular da pasta, Abel Ximenes, por discordância com as orientações políticas do governo liderado por Mari Alkatiri.
José Ramos Horta e Alcino Baris substituem, respectivamente, Roque Rodrigues e Rogério Lobato, que hoje apresentaram a demissão durante uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros.
A demissão foi comunicada pelo primeiro-ministro ao Presidente Xanana Gusmão, que a pedira na terça-feira por considerar que aqueles ministérios deviam ter "novas caras" para lidar com a crise em Timor- Leste.
Segundo a fonte da presidência, com a posse dos novos ministros da Defesa e do Interior ficam criadas as condições para a convocação da reunião do Conselho Superior de Defesa e Segurança (CSD), órgão consultivo do chefe de Estado.
"A reunião do CSDS realizar-se-á uma hora depois da posse dos novos membros do governo", precisou a fonte.
O Conselho de Superior de Defesa e Segurança chegou a ter reunião marcada na passada segunda-feira, tendo sido depois adiada para o dia seguinte devido ao prolongamento da reunião do Conselho de Estado, outro órgão consultivo do Presidente, mas não se realizou.
No final da reunião de dois dias do Conselho de Estado, Xanana Gusmão, em comunicação ao país, anunciou ter assumido a "responsabilidade principal" pelas áreas de defesa e segurança, bem como "medidas de emergência" para pôr termo à violência no país, não afastando a hipótese de decretar o estado de sítio se a situação o exigisse.
Segundo a fonte da presidência timorense, Xanana Gusmão vai apresentar na reunião do Conselho Superior de Defesa e Segurança "o plano de acção para executar as medidas de emergência, de acordo com a declaração lida pelo Presidente no dia 30 de Maio, para corresponder adequadamente às necessidades da população e da crise em geral".
Entre as medidas de emergência anunciadas por Xanana Gusmão, que vigorarão por 30 dias, está incluída a apreensão de armas, munições e explosivos.
EL.
Lusa/fim

1 comentário:

Jonas disse...

PELAS NOSSAS DIFERENÇAS...

Acredito que o primeiro-ministro, em consciência ou por inevitabilidade, tenha tomado as posições mais consensuais para que não se verifique uma escalada de violência. Mas não posso deixar de acreditar que as clivagens atempadas resultam em danos muito menores e as pequenas intervenções cirúrgicas impedem a progressão de uma doença que se verifica ser cada vez mais contagiosa e fatal.
Um membro do governo que se considera acima do próprio primeiro-ministro ou da orientação do governo que integra – numerosos relatos de declarações que por ele foram proferidas a órgãos de comunicação social estrangeiros e que foram publicados na imprensa internacional o comprovam –, nesta reestruturação, sai reforçado acumulando pastas de sectores muito delicados. Escusado é dizer que me refiro ao espero que sem futuro Ramos Horta, que para além de defender os grupos internacionais vinculados à mais caceteira e troglodita política americana que tem uma expressão significativa nas forças vivas do poder em vigor na Austrália, continua impunemente a trabalhar contra o interesse nacional. Sim, será esse indivíduo que filtrará a comunicação com as actuais forças invasoras, que até agora têm mostrado que estão em Timor apenas para assegurar que o país é ingovernável, e que o regresso à guerrilha e à ocupação já estão em curso.
E, é este indivíduo e os seus companheiros como o folclórico Primeiro-ministro, que são oriundos da “classe média” timorense, falo dos que tiveram acesso à escola através das estruturas da igreja católica – esta desempenhou um papel primário e dúbio na formação de uma chamada identidade nacional que não representa a maioria do povo timorense, mas que foi considerada politicamente inevitável, útil e teve uma expressão inequivocamente progressista com o Bispo Ximenes Belo – e é este grupo, considerado pela opinião pública dominante, defensor da democracia, que desbarata o trabalho sério, intransigente e honesto dos defensores do povo de Timor que tem direito à autodeterminação, à soberania, aos seus recursos naturais e à sua diversidade. E, é por isso, que peço ao Mari Alkatiri, de origem muçulmana e educado nas escolas públicas portuguesas, que consubstancia a variedade étnica, a cultura e o rigor timorense, que legitimamente ocupa o cargo de primeiro-ministro, que seja o mais intransigente que lhe for possível e que ganhe mais uma “impossível” batalha.
Tempos mais difíceis se avizinham!
Com amizade,
J.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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