segunda-feira, julho 03, 2006

Dos leitores

Tradução da Margarida:

“No ano passado a decisão do Governo do Dr. Alkatiri de retirar do curriculo a educação religiosa provocou manifestações apoiadas pela Igreja. O clero católico pediu a sua resignação.”

A decisão não foi retirar a religião do curriculo , mas sim fazê-lo uma disciplina extra-curricular e não obrigatória nas escolas estatais. O aluno pode escolher ou não a disciplina, se querem ter religião como disciplina na escola (contudo nas escolas católicas a disciplina é ainda obrigatória, é compreensível).

Só para corrigir.

7 comentários:

Anónimo disse...

A coisa não é só para corrigir... mas admita-se que bem mais outra burrice por parte do Governo.

Sabendo como deveria saber que tem uma população quase totalmente católica, repare-se afinal como o inteligente partido maioritário experimenta tomar tal medida. Ao abrigo de se ver que afinal a Igreja está a ser retrógada ao ter agido como o fez?!

Hum?! Está complicado?

Anónimo disse...

Anónimo das 4:41:57 AM: e eu a pensar que ia elogiar uma medida que já está na tão gabada constituição dos USA há mais de 250 anos e que tão propagandeada tem sido por todos os defensores da democracia, liberdade e separação da Igreja e do Estado, mas afinal, diz-me que é tão somente mais uma "burrice do Governo"! Ah!

Anónimo disse...

ESCLARECIMENTO

A Constituição timorense diz:

Art-2º
O Estado subordina-se à Constituição e às leis.

Art-45º
A toda a pessoa é assegurada a liberdade de consciência, de religião e de culto, encontrando-se as confissões religiosas separadas do Estado.

O Governo ao considerar a disciplina de Religião e Moral facultativa apenas deu cumprimento ao queé estabelecido na Constituição.
Se assim não fosse a lei seria inconstitucional.

Neste caso dito polémico a Igreja ou é ignorante ou quis parecer e não passou de mais uma manobra populista tão utilizada em Timor.

Quem conhece a Igreja de Timor sabe que não é ignorante.

Anónimo disse...

Em qualquer país democrático não se pode beneficiar uma religião só porque é maioritária.

Então o governo teria que considerar obrigatórias as disciplinas de cada uma das religiões existentes em Timor.

Anónimo disse...

2005-04-23

Igreja quer Estado Confessional em Timor Leste

D. Ximenes Belo, Bispo de Dili ( hoje, às 22h, na RTP 2) a propósito das manifestações que a Igreja em Timor organiza há dois meses contra o Governo - aconselhava, numa tentativa conciliatória, uma de duas medidas para resolver a grave situação criada no país pelo clero local.
Uma - O Governo recuava e anulava a decisão (passar de obrigatória a facultativa a disciplina de Religião no ensino público) que está na origem desta última movimentação da Igreja contra o Governo.
Outra - o Governo dividia a disciplina em duas: Educação Moral ou Ética e Religião. Mantinha obrigatótória a primeira e "optativa" a segunda.
Com a primeira o Bispo Ximenes Belo punha-se ao lado da Igreja, contrariando a Constituição que prevê a separação entre o Estado e as religiões e derrotava o Governo democraticamente eleito. Com a segunda o prémio Nobel fazia o contrário. Punha-se do lado do Estado de Direito e derrotava a conspiração do clero.

Porque, na realidade a Igreja em Timor Leste não quer saber de uma qualquer disciplina de Moral ou Ética, quer é o ensino da religião católica obrigatória na escola pública que lhe permita manter e aumentar o controle espiritual (e com ele o temporal) da população.

A Igreja Católica tenta há dois meses vergar ou se possível derrubar com manifestações na rua o Governo eleito nas urnas.

Anónimo disse...

PORQUE ESTARIA A IGREJA DESCONTENTE?

Timor-Leste quer assinar Concordata com Vaticano
Governo de Timor-Leste pretende regular e alargar as relações com a Santa Sé.

O governo timorense está interessado em assinar uma Concordata com o Vaticano para regular as relações entre os dois Estados, disse hoje à agência Lusa o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros.
Olímpio Branco, que falava no final da cerimónia de apresentação de credenciais do novo Núncio Apostólico, salientou ainda o interesse das autoridades timorenses em que a igreja católica alargue ao ensino universitário, com a criação da Universidade Católica, a intervenção que mantém já nos restantes níveis de ensino.

Agência Ecclesia , 20-12-2004

Anónimo disse...

Como republicano apóio a separação entre Estado e Igreja; aparentemente é racional... justo. Talvez a Igreja veja em TL uma oportunidade de construir uma sociedade distante do "materialismo científico" de Marx, e do capitalismo ateu à americana.
Meus amigos,
Deixar o aluno ou a família optar pelo estudo da religião em um mundo onde se prega o tempo todo um consumismo desregrado, onde no lugar de Deus se coloca o dinheiro é de grande ingenuidade. Tudo leva a crer que este aluno deixe de lado a religião até para ter mais tempo para jogar bola, namorar, ver TV, etc.
Deixem a Igreja oferecer o seu projeto social!
Se tem coisa falhada neste mundo é esta sociedade capitalista em que vivemos. Talvez a Igreja tenha outra proposta. Vamos ouví-la!
Alfredo
Brasil

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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