quinta-feira, julho 27, 2006

Ministério Público já começou a ouvir major Alfredo Reinado

Díli, 26 Jul (Lusa) - A audição do major Alfredo Reinado surpreendido terça-feira com material de guerra ilegal, iniciou-se hoje à tarde em Díli, mas foi suspensa em virtude do arguido ter solicitado a presença de advogados, disse à Agência Lusa fonte judicial.

O major Alfredo Reinado encontra-se detido no Centro de Detenção das forças militares e policiais internacionais, no bairro de Caicoli, depois de elementos da Guarda Nacional Republicana terem encontrado em três habitações, pistolas, milhares de munições de espingardas automáticas e pistolas, granadas, rádios e diverso equipamento militar.

A fonte judicial contactada pela Lusa, que pediu para não ser identificada, acrescentou que o major Alfredo Reinado e os cerca de 20 homens do seu grupo, detidos na mesma ocasião, pediram para continuar a ser ouvidos na quinta-feira.

Neste momento, um grupo de oito advogados está a preparar a defesa do oficial rebelde, que no início de Maio abandonou a cadeia de comando das forças armadas timorenses.

A audição será feita no Centro de Detenção, por razões de segurança, precisou a fonte contactada pela Lusa.

O arsenal foi encontrado em três casas, uma delas alegadamente atribuída a Reinado pelo Presidente da República, Xanana Gusmão, e as restantes duas ocupadas pelo major rebelde e o seu grupo, todas elas situadas a cerca de 10 metros do Quartel-General das forças militares australianas.

A detenção foi feita ao abrigo do Protocolo bilateral entre Timor-Leste e a Austrália, no âmbito das medidas de emergência enunciadas no passado dia 30 de Maio por Xanana Gusmão.

Hoje, o comandante operacional da GNR, capitão Gonçalo Carvalho, apresentou à imprensa a totalidade do arsenal que estava ilegalmente na posse do major Reinado, e de que constam nove pistolas, quatro de calibre 0,45 Auto e cinco de calibre 9, mais de 4 mil munições para espingarda automática e pistola, granadas, cinco rádios de transmissões, dois bastões extensíveis, cinco punhais, três catanas e equipamento militar diverso, entre o qual coletes à prova de bala e cinturões.

O major Alfredo Reinado abandonou no início de Maio a cadeia de comando das forças armadas timorenses e foi um dos principais intervenientes na crise político-militar que levou as autoridades de Timor-Leste a pedir ajuda externa - à Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal - para tentar ultrapassar a situação de instabilidade e violência no país, que levou à demissão do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Aquele militar foi o primeiro a devolver as armas no âmbito de um processo de desarmamento entre as partes beligerantes na crise timorense e, agora, foi também o primeiro apanhado com armamento depois de ter expirado o prazo para a sua entrega, que terminou às 14 horas da passada segunda-feira.

A GNR e as tropas australianas, bem como polícias e militares da Nova Zelândia e Malásia, encontram-se em Timor-Leste a pedido das autoridades timorenses para garantirem a manutenção da ordem pública, na sequência da crise político-militar desencadeada em finais de Abril.

EL.

Nota:

Apostamos que quem dizia que Mari Alkatiri tinha muitos advogados, agora fica calado e não repara neste 8 advogados de Reinado.

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14 comentários:

Anónimo disse...

Já reparámos no número de advogados e ficámos surpreendidos.

Serão também voluntários???

he he he he!!!

Anónimo disse...

O tempo dira se sao voluntarios, australianos ou timorenses. tambem o reinado tem direito a advogados, nao acham?

Anónimo disse...

NOTICIAS DA ULTIMA HORA:
FONTE NAO IDENTIFICADA:

O AGORA APREENDIDO DESERTOR, REINADO DAS ARMAS ESCONDIDAS, QUE SE ESQUECEU DE ENTREGA-LAS EM MAUBISSE, NAQUELA PECA DE TEATRO BARATO, AONDE TOMARAM PARTE TAMBEM ARTISTAS AUSTRALIANOS, NOMEOU HOJE MAIS UM ADVOGADO PARA SUA DEFESA, CONTRA AS ACUSACOES A QUE FOI SUJEITO: ESTE ADVOGADO DE RENOME
MUNDIAL QUE JA REPRESENTOU EM MUITAS MULHERS PARA QUE ELAS OBTESSEM SEU DIVORCIO, NAO E MAIS NEM MENOS QUE O PROFESSOR DOUTOR, FORMADO PELA UNIVERSIDADE DE CIPINANG, NA CATEGORIA DE "ESPADA", O SENHOR HOSE AXANDRECO GUSMANINHO!

Anónimo disse...

NUNCA, MAS MESMO NUNCA TERÁ O NIVEL DE NELSON MANDELA

Anónimo disse...

Bem, que eu saiba ele lutou pela independencia nao fugiu para diaspora e cacarejar la.

Anónimo disse...

Ele lutou escondido a maior parte do tempo, la no buraco daquela casa que a gente conhece. E de certeza que usava aquela arma que a gente conhece para acertar no alvo que a gente conhece! O resultado destes tiros todos aos alvos, sao mantidos por estranhos! ah ah ah aha ah
Ze Faz Filhos

Anónimo disse...

O Alfredo teria que ser mesmo estupido para entregar todas as armas quando os seus adversarios ainda se encontram em posicao de mais uma vez pegar nas suas e fazer quem sabe la o que.

Ate porque a situacao ainda nao esta completamente resolvida. Ah pois, porque depois daquilo que aconteceu aos 10 policias desarmados e massacrados a sangue frio, a distancias de queima-roupa e sob o olhar de oficiais da ONU ja sabemos dos danos em termos de vidas que uns militares "descontrolados" sao capazes de fazer.

Talvez ate venham defender mais tarde que seja normal e possivel (como foi) que em situacoes de grande tensao alguns se descontrolem e oops... la se vao mais 21.

Foi pouco cauteloso mas estupido e que o Alfredo nao e.

Anónimo disse...

Depois de 24 anos de criacao o que tera acontecido as galinhas e coelhos la pelas bandas dos Mauputos. Ja deve haver muita galinha e muito coelho. Entao os coelhos.
Deve haver muito carcarejo la em Mocambique. Talvez os donos la voltem para averiguar.

Anónimo disse...

Anónimo das 11:28:42 PM : primeiro a morte dos polícias a 24 de Maio foi a desculpa que arranjaram para o Alfredo e sus muchachos terem desertado a 3 de Maio, agora para si já servem de desculpa para Alfredo e sus muchachos terem sido apanhados com armas em 25 de Julho. Não acha no mínimo indecente a instrumentalização que estão a fazer destas mortes? É que também, se bem se lembra foi este lamentável e dramático incidente que justificou a entrada das tropas Australianas precisamente em 25 de Maio. Até parece que estava “escrito” que algo teria que acontecer antes de 25 de Maio para que as tropas Australianas embarcadas em três navios SEMANAS antes, tivessem pretexto para desembarcar.

Anónimo disse...

A razao para o Alfredo ter desertado foi o 28 de Abril em Tasitolo sua manipuladora. O MASSACRE dos policias foi apresentado como possivel razao de o Alfredo nao ter entregue todas as armas. Eu faria o mesmo. Se as F-FDTL nao tiveram problemas nenhuns em matar 10 policias desarmados sob o olhar de oficiais portugueses da ONU fara o que fariam ao Alfredo se o apanhassem desarmado nalguma rua de Dili. Mas voce tenta manipulador as palavras dos outros mas e tao pessima nisso que so revela a sua debilidade mental.

Quanto as tropas australianas estarem prontas antecipadamente talvez se deva ao facto de que os Australianos serem mais atentos aquilo que acontece a sua volta e de ser um pais suficientemente rico para envidar pos esforcos necessarios na altura necessaria.
Mal seria dos Timorenses se eles fossem do mesmo grau de prontidao de Portugal por muito carinho que tenha por Portugal e pelos Portugueses. Mas sabe que os Australianos tambem ja se tinham aprontado meses antes de entrarem em Timor em 1999 o que permitiu que travassem parte da destruicao causada pelos Indonesios.
Sabia voce que ate muitos dos seus soldados ja falam tetum antes de ir para Timor? Isso foi mais uma vez devido a sua sensatez em saberem estar prontos para as eventualidades quando elas vao se tornando cada vez mais possivel.

Sorte dos Timorenses foi esse grau de prontidao que os Australianos sempre souberam demonstrar senao em vez de ter sido 80% de destruicao da Timor teria sido 100% e sabe-la quantas mais mortes de inocentes.
Por muito agradecidos que os Timorenses estejam pela presenca da GNR nesta ultima crise nem quero pensar quantas mais mortes e destruicao teria acontecido em Timor se eles fossem os unicos por quem os Timorenses tivessem que esperar. Houve aquela demora de organizacao, discussoes parlamentares, avioes com problemas tecnicos, etc,etc.

Anónimo disse...

Anónimo das 3:44:45 AM: gajos esquisitos os seus amigos Australianos que se aprontaram “meses antes” em 1999, e deixaram que as milícias indonésias fizessem o que quiseram; aprontaram-se agora semanas antes e desembarcaram depois da morte dos polícias.

Afinal em 1975 não só não se aprontaram como até reconheceram a integração de Timor-Leste na Indonésia. Seria por não falarem ainda o tétum?

E quanto ao seu protegido Alfredo, e à sua preocupação de o apanharem “desarmado” em Dili (logo a ele que andava com 20 guarda-costas e um livre trânsito do Xanana na algibeira), afinal não era ele o herói da juventude rebelde de Dili? Não era como escreveu no Expresso o Micael Pereira que “é em sua homenagem que os jovens arruaceiros dos bairros loromonos de Dili atiram pedras e incendeiam casas, gritando pelo seu nome – ‘Viva Alfredo’ – e acusando o número um das Forças Armadas, o general Taur Maran Ruak: ‘Tau is no good’” Desconstrói assim sem menos a imagem do “herói” cuidadosamente construída pelos media australianos e portugueses e agora já apresenta o pobre do Alfredo como uma vítima? Como um coitado assustado? Interessante.

Anónimo disse...

Acha que os australianos ou alguém no seu perfeito juízo ia entrar em Timor em 1999 sem que os indonésios autorizassem? Com quase 50.000 militares TNI lá dentro?

Mesmo assim foi a entrada foi negociada ao milímetro.

De um lado do porto de Díli desembarcavam tropas e equipamentos australianos, do outro lado embarcavam tropas, equipamentos militares e camiões com o produto dos saques indonésios. Até está documentado em filme.

Acha que os australianos, ou outros militares quaisquer se iam suicidar por causa dos saques? Até porque já estava o trabalho quase todo feito.

Um amigo meu ficou sem a frota de autocarros. Não foram queimados. Desapareceram.
Passados meses recebeu uma mensagem de Kupang a perguntar se queria comprar os autocarros de volta. Sabe quem lhos roubou? Um tio dele. Nem foram indonésios.
Infelizmente, foi um pouco assim por todo o Timor. E continua assim.
Muito do vandalismo e queimada de casas agora nem teve razões políticas, foi saque puro e simples.

Anónimo disse...

E acrescento, este tipo de comportamentos acontecem numa sociedade desestruturada quando existe a percepção de impunidade.
E a impunidade vem da fraqueza das instituições e das forças de segurança. E a fraqueza tem muitas origens, mas a mais importante é a falta de autoridade. E esta resulta normalmente da corrupção generalizada e da contradição das hierarquias.
Nunca há uma causa só. Como é óbvio.

Anónimo disse...

Anónimo das 8:45:39 AM: a única "hierarquia" que contradisse a decisão da hierarquia castense, como sabe, foi o PR. Não era pois mais útil e educativo apontar a ele em vez de amalgamar, como faz?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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