quinta-feira, julho 06, 2006

Perdemos, mas...

Portugal unites East Timor - AAP



Fractured East Timor will be united for 90 minutes before dawn on Thursday. Not by politics, but by football when Portugal takes on France in the World Cup semi-finals.

Australians may feel they have built a special relationship with East Timor by sending in peacekeepers to end bloodshed and chaos in 1999 and now.

But there was no Socceroos effect.

If anything spans Timor's warring ethnic divide these days, it is fanatical support for the football warriors of Portugal - the distant and often neglectful colonial master that ruled the half-island nation for hundreds of years and then abandoned it to Indonesian aggression in the mid-1970s.

Any doubts about the Timor's lingering cultural and emotional ties with Portugal were put to rest last weekend when its team knocked out England.

Car horns and belting drums echoed across Dili.

Football-mad fans paraded before the portside base of international peacekeepers. Others danced in a makeshift refugee camp set up in a park across from the upmarket Hotel Timor, owned by Portuguese money.

A few kilometres away, hundreds of Lisbon's elite paramilitary police donned their nation's maroon-and-green jersey to watch the game at their hotel barracks, waving flags along with the handful of locals allowed into the crush to celebrate until morning.

Many bit into Catholic crosses in prayer as the 3-1 penalty shootout unfolded.

Portugal and East Timor have had a love-and-hate affair for more than three centuries.

Although Portuguese diplomats for decades led the fight in the UN and European Union against Indonesian occupation in East Timor, Lisbon was hardly a model ruler.

Its colonial dictatorship raped the country of resources, but put back little in return.

Portugal abandoned the territory in 1975 following the Carnation Revolution at home, which overthrew the right-wing Salazar dictatorship and forced Lisbon's gaze onto African colonies closer to home.

Within months of the pullout, East Timor was invaded by Indonesia before a brief declaration of independence could be internationally recognised, opening another period of brutal occupation.

Escaping Indonesian rule, many East Timorese headed for the safety of new lives in Lisbon.

Among them Jose Ramos Horta - now prime ministerial contender - who led the independence struggle in exile from both Portugal and the United States.

When the genial Ramos Horta won the Nobel Peace Prize in 1996 along with the bishop of Dili, Carlos Belo, some of the loudest cheering was in Portugal.

Since Timor broke away from Indonesia in 1999, Lisbon has poured money into its former colony.

It has funded Portuguese teachers who educate Timorese children from the remotest village to the capital.

Regardless, many East Timorese still dislike any reminder of colonial times and taxi drivers rail against use of the Portuguese, now the official language despite the fact less than 10 per cent of the population can speak it.

But if it is a truism that sport can overcome politics, in East Timor that is even truer of football.

It has even managed to supplant even loathing for the riot-trained Portuguese GNR paramilitaries.

When now President Xanana Gusmao spent years behind the walls of a Jakarta prison for waging guerrilla war against Indonesian troops, he kept fit by captaining the jail's football team.

He is a fanatical follower of Lisbon's Benfica club.

Many of his countrymen, though, support rival Sporting, which has a clubhouse cafe named it its honour on Dili's waterfront.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:

Portugal une Timor-Leste
AAP

Timor-Leste dividido estará unido durante 90 minutos antes do nascer do sol na quinta-feira. Não pele política, mas pelo football quando Portugal joga com a França na semi-final do campeonato mundial.

Os Australianos podem sentir que construíram uma relação especial com Timor-Leste por terem enviado tropas para acabar com o derramamento de sangue e o caos em 1999 e agora.

Mas não houve efeito do football.

Se alguma coisa une as divisões étnicas em guerra que nestes dias dividem Timor, é o apoio fanático aos combatentes do football de Portugal – uma distante e tantas vezes negligente mestre colonial que dominou a nação da meia ilha durante centenas de anos e depois a abandonou na agressão indonésia no meio de 1970s.

Quaisquer dúvidas sobre os laços emocionais e culturais que ligam Timor com Portugal foram deixadas em descanso no fim-de-semana passada quando a sua equipa venceu a Inglaterra.

Buzinas de automóveis e tambores ouviram por todo o lado em Dili.

Fãs de footbal fizeram caravanas em frente da base das forças internacionais perto do porto. Outros dançaram no campo de deslocados improvisado no parque em frente do Hotel Timor, propriedade de Portugueses.

Uns tantos quilómetros mais longe, centenas de polícias de elite de Lisboa vestiram as suas camisolas vermelhas e verdes para verem o jogo no seu quartel no hotel, desfraldando bandeiras ao lado duma mão cheia de locais autorizados para celebrarem até de manhã.

Muitos morderam em cruzes Católicas em rezas enquanto se desenrolava a série de 3-1 penaltys.

Portugal e Timor-Leste têm tido uma relação de amor-ódio desde há mais de três séculos.

Apesar dos diplomatas Portugueses terem liderado durante décadas a luta na ONU e na União Europeia contra a ocupação Indonésia em Timor-Leste, Lisboa não foi um governante modelo.

A sua ditadura colonial pilhou os recursos do país e devolveu pouco de volta.

Portugal abandonou o território em 1975 no seguimemnto da revolução dos cravos em casa, que derrubou a ditadura de extrema-direita de Salazar e forçou Lisboa a olhar para as suas colónias africanas mais perto de casa.

Poucos meses depois de sair, Timor-Leste foi invadida pela Indonésia antes que uma breve declaração de independência pudesse ser reconhecida internacionalmente, abrindo um outro período de brutal ocupação.

Escapando ao domínio Indonésio, muitos Timorenses fugiram para a segurança duma nova vida em Lisboa.

Entre estes José Ramos Horta – agora o principal concorrente ao cargo de primeiro-ministro – que liderou a luta pela independência no exílio de Portugal e dos USA.

Quando o genial Ramos Horta ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1996 juntamente com o bispo de Dili, Carlos Belo, algum do mais alto aplauso veio de Portugal.

Desde que Timor se separou da Indonésia em 1999, Lisboa tem enviado dinheiro para a sua antiga colónia.

Tem financiado professores de Portugueses que educam crianças Timorenses tanto em aldeias remotas como na.

Apesar disso, muitos Timorenses ainda detestam qualquer lembrança dos tempos coloniais e os condutores de taxi drivers pronunciam-se contra o uso do Português, agora a língua oficial apesar do facto de somente menos de 10 por cento da população o saber falar.

Mas se é uma verdade que o desporto pode vencer a política, em Timor-Leste isso é inda mais verdade com o football.

Tem mesmo conseguido suplantar o desprezo contra a GNR.

Quando o agora Presidente Xanana Gusmão passou anos atrás dos muros duma prisão de Jakarta por promover guerra de guerrilha contra as tropas Indonésias, ele manteve-se em forma capitaneando a equipa de football da prisão.

Ele é um fanático apoiante do clube de Lisboa, Benfica.

Muitos dos seus concidadãos, contudo, apoiam o rival Sporting, que tem um café com o seu nome em sua honra na frente do mar de Dili.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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