domingo, julho 02, 2006

Ramos-Horta confirmado chefe de Governo interino de Timor

Aguarda-se o anúncio de um novo Governo
02.07.2006 - 11h47 PÚBLICO


O prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, vai ser designado primeiro-ministro interino de Timor-Leste, enquanto se aguarda o anúncio de um novo Governo, referiu ontem um responsável político local citado pela AFP, que também alertou para os riscos de fome entre a população que se encontra deslocada.

De acordo com um responsável político, citado pela AFP, Ramos-Horta admitiu no decurso de uma reunião com diplomatas e trabalhadores humanitários que deverá presidir ao próximo conselho de ministros, agendado para terça-feira. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa precisou ainda ter obtido o apoio do ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, que se demitiu segunda-feira na sequência de pressões locais e internacionais.

Alkatiri é acusado de ter estado na origem das violências que abalaram o pequeno país em finais de Maio e que provocaram cerca de 30 mortos, e ainda de ter armado "esquadrões da morte" encarregues de liquidar opositores.

Em paralelo, o regime de coação imposto ao ex-ministro do Interior de Timor-Leste, Rogério Lobato, foi desagravado para a "obrigação de permanência na habitação", referiu ontem à Lusa o seu advogado, Paulo Remédios.

De acordo com o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, Lobato arrisca uma pena de 15 anos de prisão para os quatro crimes de que é acusado: associação criminosa, posse ilegal de armas, conspiração e tentativa de revolução. Rogério Lobato é acusado de distribuir armas a grupos de veteranos da resistência para eliminar adversários políticos do primeiro-ministro demissionário e líder da Fretilin, Mari Alkatiri.

Ainda em declarações à Lusa, o chefe do Governo demissionário assegurou que o Presidente Xanana Gusmão não deverá dissolver o Parlamento nacional de Timor-Leste, e sugeriu que as eleições deverão ocorrer na data prevista, em Abril de 2007. "Esse cenário [dissolução do Parlamento] está afastado. Há indicações muito boas de que o Presidente está disponível e que vai haver diálogo com todos os partidos, incluindo a Fretilin", asseverou Alkatiri.

3 comentários:

Anónimo disse...

O amigo Alkatiri deveria era ter tido a mesma predisposição logo no início da crise.

É um bocado a apanha do reboque.

Anónimo disse...

jose ramos horta sempre foi o numero dois no governo da fretilin, na ausencia de alkatiri seria jose horta a substituir mari alkatiri, mas como estava sempre fora era a sua ex-mulher ana pessoa que assumia a responsabilidade.

portanto se jose horta vai presidir ao consleho de ministros parace-me dentro da logica que se vinha seguindo. o governo nao caiu, continua em funçoes com um pm interino, o numero dois - assim o é também na matricula do sey jipe. nao vejo mal nenhum ao mundo.

esta esta dentro da lei, pelo menos esta.

Anónimo disse...

Anónimo das 2:05:29 AM: mas afinal tudo quanto queriam era mesmo a saída do Alkatiti, e nem podiam esperar pelas eleições de 2007? Portanto era tudo balelas a treta da discriminação dos soldados, os mais de 60 mortos em Tuci Tolo, as campas comuns, os esquadrões da morte. Tudo invenções para demonizarem o homem e justificar a entrada das tropas australianas. Não se esforce mais, já percebemos que tudo não passou de pretextos para correr com o Alkatiri, até a ameaça de resignação do Xanana e os flip-flops do Ramos Horta, sai, não sai. E até as ameaças dos partidos da oposição de abandonarem o Parlamento Nacional era a brincar não era? Era só para forçar a saída do Alkatiri? Já não vão sair, pois não? Eu sei que a vossa democracia é jovem, mas francamente tanto golpismo, tanta chantagem, tanta mentira é de revolver qualquer um! E depois admiram-se dos deslocados continuarem a sentir-se inseguros... Pudera! Com a única força em que confia, a Fretilin a ser maltratada desta maneira e com os australianos a apoiarem as maquinações dos golpistas... nem eu me manteria segura.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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