terça-feira, julho 18, 2006

Sobre a Lei da Difamação

Faz-nos pensar a resistência do Presidente Xanana em promulgar a lei da difamação que considera crime a mesma, sem falar na oposição da UN e do embaixador americano.

E só depois da Fretilin ter aceite que a pena fosse uma indemnização, em vez de cadeia, é que o PR a promulgou.

O discurso do PR e as notícias publicadas por diversos orgãos de comunicação australianos , caso se prove a inocência de Mari Alkatiri, serão considerados difamatórios.

Mas ninguém irá preso por causa disso...


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3 comentários:

Anónimo disse...

A história dos ultimos meses ainda não está totalmente escrita. O golpe de Estado está praticamente consumado, flat apenas a condenação de Mari Alkatiri.
Pese embora os esforços de Jose Ramos Horta e de Xanana Gusmao em tentarem mostrar ao mundo que a situação que se vive hoje é melhor da de ontem, ninguem acredita. E ninguém acredita pela simples razão de a orquestração de Xanana, de Jose Ramos Horta dos australianos e dos americanos não deixa margem para quaisquer equívocos. Meramente uma questão de tempo até ao apurar da verdade que ninguém, mas mesmo ninguém conseguirá alterar.

O golpe de Estado não está consumado, mas sim em vias de consumação.

A mentira de Xanana e de Horta são crueis e o futuro imediato irá dar-lhes a verdadeira dimensão de lesa pátria. Outros s seguirão que ajudaram a instrumentalizar os desertores, os rebeldes e os traitores dentro e fora da FRETILIN.

A apetência pelo poder levou a este estado de situação que se atravessa no país.

A demonstração de cumplicidade entre Xanana Gusmão e os australianos e de Horta com todos os anglosaxónicos não é de agora. Estamos no maior tabuleiro dos interesses económicos de posicionamento nos recursos de energias não renováveis e Timor-Leste está no meio dos poderosos como sempre.

Para Timor-Leste a aproximação clara e sem ambiguidades deve ser feita pela verdade da sua posição geoestratégica, está "dentro" da Indonésia - mais igual em tudo ao povo timorense - e deve aproveitar essa questão para estabelecer equilibrios pontuais mas seguros. Os anglosaxónicos são hoje parte do outro "eixo do mal" - são os promotores da conflitualidade e instabilidade mundiais ao armarem-se em patrões do mundo que alteram as ordens geográficas a seu belo prazer.

Não se trata d eum discurso contra os interesses americanos, mas sim contra os americanos na forma como conduzem os mais pobres na senda da destruição colectiva. A esta forma de agir só se aplica o termo confundir para reinar.

Timor-Leste está no meio desta questão conflituosa da nova era da guerra fria. Hoje assistimos a um desabar do tecto do mundo numa caminhada sem regresso numa avalanche de interrogações sobre quem é amigo de quem e até quando.

Timor-Leste é mais uma vez previsivel na forma como se deixa controlar, quais títeres sem vida.

A infelicidade timorense será ainda maior quando o povo perceber em definitivo as intenções de quem comanda esta guerra interna e a forma como se tirou do cargo aquele que menos convinha aos anglosaxónicos.

Mari Alkatiri provará a sua inocência, mas Timor-Leste irá perder mais consideração do que a já perdida ao tentarem inverter a lógica dos tribunais.

Contudo, deve dizer-se aqui que o que se aguarda é a reviravolta no processo. Os acusados passarão a acusadores com base na Constituição da República. Muitos são os que têm neste momento garantias que tal não sucederá e que a nova ordem vingará com um governo de Unidade Nacional ou outro que não a FRETILIN - pois Xanana e Horta, Mario Carrascalão e Fernando Lasama têm as tropas espalhadas pelo país com os seus comandantes a gozarem da protecção governamental e presidencial que agirão junto das populações na campanha eleitoral.

A história timorense está envergonhada com o contributo de Xanana Gusmão e de Jose Ramos Horta - ambos espetaram a espada bem fundo no coração da Democracia de Timor-Leste.

É pena.

Anónimo disse...

Não me parece que na eventualidade de realmente ser ilibado isso signifique que não esteve envolvido nas matérias. Seria duma total falta de responsabilidade política.

Mas é certo que com uma "equipa de luxo" de advogados não admirará que consigam os seus intentos.

Mas quanto às declarações de Xanana Gusmão, penso que jamais ele cederá. Pelo contrário, nessa área, vai intensificá-las porque realmente é preciso fazer a história inconveniente à Fretilin que ainda não se conhece. Ou melhor, que se conhece mas que não está tornada oficial...

Sendo assim, não vejo difamação alguma nas declarações que fez. E só espero que não ceda, não páre e meta tudo a nu. Ele próprio já disse que não se importa de ir parar há prisão.

Dá-lhes amigo Xanana! O povo está contigo!

Anónimo disse...

Anónimo das 11:11:02 PM :De repente até parece que afinal o “crime” do Alkatiri é ter advogados que se prontificaram para o defender. E a ele que é “acusado” de ter estado 24 anos no exílio, ainda o querem acusar de “crimes” no interior do país onde ele não estava. Esta gente nunca aprende. Principalmente não aprende que a jovem geração timorense é além de jovem, muito numerosa, e do que precisa é de educação e postos de trabalho não é de ajustes de contas à la Xanana. O tempo passa, a sociedade evolui mas ficam presos mais o seu caudilho nos fantasmas do passado.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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