sexta-feira, agosto 25, 2006

Confrontos regressam a Timor-Leste

DN
24.08.06
Armas

Abel Coelho de Morais

Grupos de jovens atacaram de terça para quarta-feira elementos da polícia australiana e malaia em missão de patrulha no bairro de Comoro, provocando nove feridos e a destruição dos veículos em que se deslocavam as forças de segurança.

Segundo o comandante da GNR em Díli, capitão Gonçalo Carvalho, ouvido pela Lusa, os confrontos verificaram-se junto ao campo de refugiados Obrigado, na estrada do aeroporto, e envolveram jovens "alegadamente a viver no campo" e grupos rivais. Há divergência sobre o número dos envolvidos, referindo o capitão Carvalho "cerca de 30 jovens" que enfrentaram um outro grupo, de número indeterminado de elementos, enquanto os media australianos referem "cerca de 200 jovens", não indicando se se trata apenas de um grupo ou do total.

Os polícias australianos e malaios tentaram interpelar alguns dos elementos de um dos grupos, estes reagiram lançando pedras e procurando destruir os veículos; perante esta situação, foram feitos disparos de munição real e a GNR foi chamada de emergência, procedendo "ao disparo com munições de borracha para dispersar os atacantes", disse o oficial da GNR à Lusa. Segundo os media australianos, registaram-se nove feridos, sete australianos, um malaio e uma timorense ao serviço da força internacional presente em Timor.

Esta é a segunda vez, em me- nos de uma semana, que a zona de Comoro é palco de confrontos junto ao campo Obrigado, alvo de regulares ataques com cocktails Molotov e pedras. O campo, segundo The Age, de ontem, com cerca de três mil deslocados, principalmente da re- gião oriental de Timor-Leste, é apenas protegido por um muro e um destacamento sem armas da ONU.
O ministro do Interior, Alcino Barris, prestou ontem esclarecimentos no Parlamento de Díli sobre o processo de reactivação da polícia timorense, salientando que esta será formada por elementos não envolvidos nos incidentes de Abril e Maio.

Interrogado pelos deputados, o ministro reconheceu existir um grande número de armas espalhadas pelo território, mas escusou-se a revelar mais detalhes até à conclusão de um relatório sobre o assunto.

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15 comentários:

Anónimo disse...

"Interrogado pelos deputados, o ministro reconheceu existir um grande número de armas espalhadas pelo território, mas escusou-se a revelar mais detalhes até à conclusão de um relatório sobre o assunto."

Há que tempos eu ando a dizer que os deslocados não abandonam os campos porque sabem que há muitas armas espalhadas.

Ah pois é.

Anónimo disse...

So armas entao o falta de seguranca por caso de "gangs"

Anónimo disse...

Andam os Australianos há três meses a recolher armas e a fazer o tal relatório sobre as armas e três meses depois nem as armas estão recolhidas nem o relatório está feito? Aliás, parece que nem convém que se despachem pois que o Xanana e o Ramos-Horta os querem por cá pelo menos mais quatro meses e por isso convém-lhes haver deslocados para terem pretextos para a continuação da estadia dos "amigos". Ou se os Australianos não estivessem em TL tinha o Xanana conseguido substituir o Alkatiri pelo Ramos Horta?

Anónimo disse...

Enquanto os líderes da FRETILIN não esclarecerem quantas e a quem as entregaram, não vai ser fácil encontrá-las.

Não sei se sem forças internacionais Alkatiri se teria demitido tão depressa, mas que Timor já estaria em guerra civil total, não tenho dúvidas.

Anónimo disse...

Só cá faltava a teoria da prevenção, anónimo das 7:06:43 PM, mas nem reparou ainda que os únicos presos por posse de armas ilegais e por assassinato são todos xananistas confessos. E ainda andam uns tantos à solta.

Anónimo disse...

Tem razão. Os que assassinaram em Taci-Tolu e no QG da PNTL (18 das 21 mortes) ainda andam a monte.
E como os deslocados até sabem disso, não largam os campos.
A Margarida desta vez tem razão, o lapso foi meu.
Mea culpa, por não me ter lembrado desses.
Mas ao mesmo tempo dá-me razão. Sem as forças internacionais, esses que andam a monte, talvez continuassem na senda do assassínio. E a escalada da violência resultaria em guerra civil.

Anónimo disse...

Tem razão. Os que assassinaram em Taci-Tolu e no QG da PNTL (18 das 21 mortes) ainda andam a monte.
E como os deslocados até sabem disso, não largam os campos.
A Margarida desta vez tem razão, o lapso foi meu.
Mea culpa, por não me ter lembrado desses.
Mas ao mesmo tempo dá-me razão. Sem as forças internacionais, esses que andam a monte, talvez continuassem na senda do assassínio. E a escalada da violência resultaria em guerra civil.

Anónimo disse...

Anónimo das 2:25:48 AM: que há 31 anos foi lançada contra a Fretilin, nunca se esqueça que quem tem sido sempre atacada tem sido a Fretilin. É bom que repare que isto não são pormenores, tem sido a realidade e tam como em 75, também foi agora que atacaram, pilharam e queimaram casas de gente da Fretilin, que foi um ministro da Fretilin que teve a sua família morta. Não esqueça que de facto, mais uma vez foram os militantes da Fretilin que tiveram que se abrigar em campos de deslocados. É bom que às vezes nos lembremos de quem são`as vítimas e os algozes.

Anónimo disse...

Esta mania absurda que tudo em Timor é FRETILIN vai ser o vosso grande desgosto.

Os desalojados são militantes da FRETILIN?

A FRETILIN tem 180.000 militantes só na zona de Díli e arredores?

Issso gostava a FRETILIN.

Em 75 as vítimas eram militantes da FRETILIN? Bem, alguns eram de facto, mas foram mortos pela própria FRETILIN nas depurações do PREC, como está fartinha de saber. Os restantes eram adversários políticos, na maioria da UDT, como penso que não tem dúvidas.

E agora mais uma vez as vitimas foram militantes da FRETILIN? Os 21?

Eram militantes da FRETILIN os que foram mortos em Taci-Tolu?
Eram militantes da FRETILIN os polícias desarmados no QG da PNTL?

Era militante da FRETILIN o soldado que o grupo do Reinado matou?

Devolvo-lhe a expressão:

"É bom que às vezes nos lembremos de quem são as vítimas e os algozes."

Anónimo disse...

Anónimo das 12:02:29 PM: está a precisar de ir para a escola nocturna aprender a interpretar o que leu.

Anónimo disse...

Pois é. Mas as vítimas continuam a sê-lo às mãos da FRETILIN e os algozes, mais uma vez, a FRETILIN e seus sequazes.

E a esperança com a queda do muro de Berlim que estas prácticas tivessem acabado....

Mas há quem insista.....

Anónimo disse...

Anónimo das 7:30:30 PM: vê-se que você ainda está completamente imbuído pelo discurso do PR de 22 de Junho. Não é o único, mas talvez seja o mais ridiculo.

Anónimo disse...

Desde quando eh que o discurso do PR de 22 de junho foi ridiculo? So se for para voce que eh uma estrangeira que nao compreende o que os timorenses acham ser ou nao ridiculo. Os timorenses gostam de ouvir as verdades da maneira simples e directa como o PR fez. Sei sim que alguns sentiram-se humilhados pelo discurso e podemos saber bem quem eles sao, mas como se costuma dizer as verdades sempre doem a alguns. O discurso nem sequer foi um ataque a Fretilin como querem fazer acreditar. Foi sim um apelo aos militantes e membros da fretilin para abrirem os olhos `aquilo que a sua lideranca estava a fazer e pelos vistos muitos foram os que compreenderam mesmo sendo eles da fretilin.

Anónimo disse...

Anónimo das 1:59:23 AM: Eu chamei ridículo foi ao Anónimo das 7:30, o que acho do discurso é bem pior, acho que é sinistro, divisionista, provocador e inflamatório. Porque o que o PR nesse discurso de três horas à nação em directo fez foi ridicularizar e humilhar o PM, o Presidente e o Vice-Presidente do Parlamento Nacional, o antigo Ministro do Interior e o Comandante-General das F-FDTL e foi declarar guerra sem tréguas à Fretilin, bem como às F-FDTL e à PNTL. E fez isto numa altura em que tinha as costas protegidas pelos amigos Australianos. E acredite que muita gente que eu conheço ficou envergonhada por antes ter apoiado uma pessoa que afinal provou não ter o mínimo de qualidades para desempenhar as funções de Presidente.

Anónimo disse...

Essa gente só pode ter ficado envergonhada por se terem enganado no que pensaram que ia ser uma mera figura decorativa depois de terem esvaziado os seus poderes na Constituição.

Mas o PR entendeu exercer a sua magistratura de influência, com o "pêso" dos 83% dos votos expressos em urna, directamente nele.

Eles estão envergonhados consigo mesmos por terem cometido tal erro de avaliação.

Pensavam que a constituição o tinha manietado, mas a popularidade e o respeito granjeado por 20 anos de luta no mato entre a população, valem muito prestígio.

E isso faz com que Xanana seja escutado atentamente pela população toda.

Estou plenamente convencido que Alkatiri, quando viu o resultado da eleição presidencial, viu logo que não ia ter rédea solta, nem marioneta do governo no palácio das cinzas.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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