sábado, agosto 19, 2006

Conselho Segurança da ONU adia votação sobre nova missão

Nações Unidas, Nova Iorque, 18 Ago (Lusa) - O Conselho de Segurança das Nações Unidas adiou, por uma semana, a votação da resolução sobre a nova missão da ONU em Timor-Leste, que estava prevista para hoje, disse à Lusa fonte diplomática.

Segundo a fonte próxima das negociações que estão a decorrer na ONU, continua a não haver entendimento sobre a composição e atribuições das forças internacionais em Timor-Leste.

A Austrália, que tem o apoio dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Japão, quer continuar a liderar as operações militares.

Segundo o embaixador australiano nas Nações Unidas, Robert Hill, a ONU deve apenas concentrar-se "nos papéis que pode desempenhar eficientemente" e deixar a parte militar entregue às actuais forças no terreno, lideradas pela Austrália.

Os australianos gostariam de ver a sua missão enquadrada nos termos do Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que permite o uso da força para a manutenção da paz.

A maioria do Conselho de Segurança apoia, contudo, a proposta feita no relatório do secretário-geral, Kofi Annan, recomendando a constituição de uma força militar das Nações Unidas, de apoio a um maior contingente policial internacional.

Segundo Annan, um contingente limitado a 350 militares apoiaria uma força policial de 1.608 elementos.

O embaixador britânico junto da ONU, Emyr Jones Parry, defendeu que a constituição de uma nova força seria uma desnecessária perda de tempo, dada a presença militar australiana já existente.

Rosemary Banks, embaixadora na ONU da Nova Zelândia (outro dos países que têm tropas em Timor-Leste), alinha com a Austrália contra a internacionalização do contingente, alegando que a formação da nova polícia timorense deve ser entregue a um único país.

Portugal e a Malásia gostariam de ver as forças que presentemente estão em Timor-Leste substituídas por um contingente das Nações Unidas.

O mandato da actual missão da ONU em Timor-Leste, a UNOTIL, estabelecido no ano passado, deveria terminar domingo, 20 de Agosto, devendo ser prorrogado por mais uma semana, até à adopção da nova resolução.

MRF.

9 comentários:

Anónimo disse...

Detidos por tres dias e absurdo
Diz Ramos Horta, o homem sabido
Que o que diz caia em ouvido surdo
pois este palhaco nao faz sentido

Anónimo disse...

Julgo que todos devem apoiar a posicao de SG da ONU, particularmente os timorenses.

As actuais forças que presentemente estão em Timor-Leste devem ser substituídas por um contingente das Nações Unidas.

Por que razao a Australia quer liderar as Forcas? O que tem feito para acabar com situacao de inseguranca em Timor-Leste?

Anónimo disse...

Que um contingente militar de 350 efectivos esteja sob o comando das nacoes unidas ou de um pais como a Australia e irrelevante a nao ser que seja de esperar que a situacao no pais se agrave de tal forma a ser mesmo necessario o uso da forca militar. Nao penso que sera esse o caso.

O mais importante e que a forca policial esteja firmemente sob o comando das Nacoes Unidas.
Tambem concordo que a formacao da policia timorense seja entregue a um so pais. A ineficacia associada a formacao feita por varios paises e hoje mais que evidente. Gostaria no entanto de ver essa responsabilidade atribuida a Portugal.

Anónimo disse...

Anónimo das 12:30:19

Apesar de todo o respeito e consideração pela sua opinião, sinto-me contudo sob obrigação de repensar alguns pontos e colocar uma certa dose de dúvida em relação a algumas questões. Se olharmos para a parte numérica da força militar constituída por 350 elementos e da polícia internacional constituída por 1600 elementos, parece-nos assim, à primeira vista, a sua opinião bastante lógica. Mas, recorrendo à metafora, como não há bela sem senão, ficou igualmente suspensa interrogação e dúvida relacionada precisamente com a ligação entre a força númerica e a disputa sobre o comando e a estrutura das forças. É intrigante o porquê da tanta disputa do comando das forças militares e a persistência no que respeita se a estrutura será sob forma de "capacetes verdes" ou de "capaecetes azuis"? Porquê 350 militares estão a causar tanto esforço militar e diplomático de um núcleo de países?

Persistindo a dúvida decidi consultar alguns conhecidos meus, peritos em matéria, só para perceber os porquês. Em suma, cheguei à conclusão que o número representa apenas um engano óptico, pois pelo que me foi explicado esse número é suficiente para se garantir a capacidade de intervenção. Paralelamente, uma força policial composta por polícias de diversos países espelhados por todo o país, sem uma estrutura de comando uniforme, e não se tratando da polícia de intervenção sem os meios adequados para o tal efeito, não teria a capacidade de intervenção.
Em situações como se têm verificado em Timor-Leste, onde o perigo no âmbito de segurança vem do interior, do próprio país, em forma de motins e tipos de ataque que se assemelham aos de "gangs", uma força militar pouco ou pouco mais que isso pode realmente fazer. Apenas uma polícia de intervenção como é a GNR, ou a título de exemplo algumas unidade dos Carabinieri, dispõe de meios adequados.

Visto a GNR agradar uma grande parte da população, mas ao mesmo tempo desagradar aquela fracção cujo interesse, qualquer que seja a razão disso, seja continuar semear o medo e o terror e igualmente algumas forças políticas e militares cujos interesses poderiam ser postos numa rouleta.
Imaginemos, sublinhando e voltando a sublinhar a palavra, que num futuro próximo, e no cenário ideal das eleições, houvesse alguma desordem grave, o que no actual contexto do país não seria nada de novo e de surpreender, em que a polícia da ONU mostrasse a incapacidade de controlar a situação, e com a GNR hipoteticamente fora do país, quem é que seria único responsável pela segurança? Não é então nada de estranhar tanto esforço e suor diplomático para se conseguir o comando militar sob chapéu de um único país.

Anónimo disse...

É ponto assente que a GNR continuará em Timor-Leste e que Portugal enviará mais algumas dezenas de polícias regulares (GNR e PSP).

A única dúvida continua a ser a força militar: Austrália ou ONU?

Howard sempre disse que as forças australianas só permaneceriam em TL enquanto fossem precisas e desejadas. Parece-me que afinal está a fazer tudo ao contrário, pois agora diz que não sai e pronto.

Para além de esta atitude arrogante ser uma afronta a TL e à ONU, não se admite que uma força que não faz nada para parar a violência queira substituir a ONU, só porque tem o apoio dos seus amigos UK e US.

Faz lembrar a Indonésia em 1999, que também dizia que se ocuparia da segurança. Viu-se...

Anónimo disse...

Se a FRETILIN quisesse que a Austrália saísse ou ficasse debaixo do "chapéu" da ONU, só teria que fazer passar uma resolução no Parlamento a sublinhar isso mesmo.
Porque não o faz?

Como se diz em australês: Put your money where your mouth is.

Anónimo disse...

E isso exactamente que o Horta, discipulo dos "Gringos" e dos "Kangurus", nao quer fazer! Faz parte do plano!

Anónimo disse...

O Horta é que controla o Parlamento?

Anónimo disse...

O Horta é que controla o Parlamento?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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