sábado, agosto 19, 2006

"FRETILIN mudança" quer afastar Alkatiri da liderança do partido

Díli, 19 Ago (Lusa) - A oposição interna na FRETILIN exigiu hoje a realização de um congresso extraordinário, justificando que o partido não pode ter um secretário-geral e potencial primeiro-ministro que está a ser investigado pela Justiça e é contestado pela população timorense.

A exigência de um congresso extraordinário para destituir Mari Alkatiri da liderança da formação política maioritária em Timor-Leste foi feita numa reunião, em Díli, promovida pelo grupo "FRETILIN mudança", ou "FRETILIN renovador", em que participaram mais de duas centenas de militantes do partido.

Em declarações à Agência Lusa, um dos dinamizadores dos contestatários, Vicente Ximenes "Maubosi", garantiu que Mari Alkatiri "não irá permanecer muito tempo na liderança do partido" porque o grupo renovador "tem os apoios necessários para a realização de um congresso extraordinário".

"Se não respeitarem os estatutos do partido - pontos 3 e 4 do artigo 56º - que impedem que o presidente ou o secretário-geral se mantenham nos cargos se forem alvo de investigações criminais, então vamos utilizar outras formas de obrigar à realização do congresso", disse Vicente Ximenes.

Segundo Vicente Ximenes, o congresso extraordinário pode ser também convocado com um pedido formal de dois terços dos comités distritais ou com base na vontade de dois terços dos delegados ao último congresso, meios que, garante, "estão garantidos pela FRETILIN renovador".

"Nós temos garantidos todos os meios legais e estatutários para convocar o congresso extraordinário e vamos fazê-lo porque aqui está em causa a figura do secretário-geral que deveria ser o primeiro- ministro, mas cujo governo já caiu e deve abandonar o lugar que tem no partido para que a FRETILIN tenha um líder credível", disse Vicente Ximenes.

"A FRETILIN tem de ter um líder isento da punição e que não esteja a ser investigado por crimes contra a humanidade", concluiu, numa alusão à investigação judicial de que Mari Alkatiri está a ser alvo por alegado envolvimento numa distribuição de armas a civis.

O grupo auto-intitulado "FRETILIN mudança" ou "FRETILIN renovador" surgiu pelo descontentamento de alguns militantes que, primeiro contestaram em Tribunal a votação por braço no ar decidida no congresso realizado em Maio e, perdida a batalha judicial para convocar o congresso extraordinário por alegadas irregularidades, pretendem agora usar os meios estatutários para afastar Mari Alkatiri da liderança.

Na sexta-feira, numa antecipação à reunião de hoje, a Comissão Política Nacional da FRETILIN apelou, em comunicado, para que o órgão de jurisdição do partido dê o "tratamento adequado" aos "actos de indisciplina" do grupo liderado por Vicente Ximenes "Maubosi" e Vítor da Costa, alegando que estes não estão a cumprir os estatutos ao convidarem para reuniões quadros da FRETILIN à margem dos órgãos oficiais da estrutura política.

No congresso de Maio, Mari Alkatiri foi reeleito secretário- geral da FRETILIN por 93,7 por cento dos delegados, numa votação por braço no ar, depois de José Luís Guterres, actual ministro dos Negócios Estrangeiros, ter desistido de se apresentar à corrida à liderança do partido por a eleição não se realizar por voto secreto.

Na sequência da crise que afecta Timor-Leste desde o final de Abril, e que resultou mesmo na demissão de Alkatiri do cargo de primeiro-ministro, o presidente timorense, Xanana Gusmão, acusou a liderança da FRETILIN de ser ilegítima, por ter sido eleita por braço no ar.

O Tribunal de Recurso timorense, que apreciou uma queixa de militantes da FRETILIN sobre o congresso de Maio, considerou, no entanto, que a eleição por braço no ar não constituiu uma violação da Lei dos Partidos Políticos e dos estatutos do partido.

JCS.

7 comentários:

Anónimo disse...

There is only an unique frtilin.
leader by F. Lu olo and Mari Alkatiri...nothing more!!

Anónimo disse...

A barra esta pesada!

Anónimo disse...

Vicente Maubosi é natural de Baucau (Lorosae). Esteve no mato durante três anos. Rendeu-se aos indonésios em 1979. Cedo engraçou-se com os ocupantes a quem prestou serviços. Meteu-se com uma senhora casada a quem desfez o casamento. Juntou-se posteriormente a uma outra senhora, viúva de um combatente a quem deu um filho. Valendo-se das suas ligações com os militares indonésios, vendeu bens da senhora incluindo terrenos. Forçou a prisão de um dos filhos do primeiro casamento da senhora. Na posse do dinheiro da venda fugiu para a Indonésia, onde viveu durante algum tempo. Na primeira metade dos anos 90 viajou até a Austrália e adquiriu o estatuto de ’refugiado’. Uma vez em Darwin, ingressou no Comité local da Fretilin, tendo criado vários problemas a muitos militantes e provocado a desmobilização de outros.
Após o Referendum de 99 regressou a Dili. Em 2001, ainda antes da constituição do Governo provisório, viajava por vários Estados da Austrália e por alguns países da região, apresentando-se como ministro de turismo ‘in waiting’. Nessa altura andava sempre colado ao Mari Alkatiri. Quando se deu conta que o nome dele não constava na lista dos candidatos a deputados e dos ministeriáveis, começaram desde então os problemas com Alkatiri. Entretando o vai-vém a Austrália continuava ainda por algum tempo. Desde há um ano para cá tem-se dedicado a uma fabriqueta para a produção de óleo de coco com apoio do Ministério da Agricultura Timorense. Ultimamente tem problemas com Bancos australianos por falta de pagamento das prestações do empréstimo que contraíu.
Conclusão: Sendo embora de lorosae, o Maubosi não vai a Lorosae porque tem medo dos lorosae a quem vigarizou; tem medo dos loromonu porque é de lorosae; não vai a Austrália porque anda fugido dos Bancos. Oh Maubosi volta a Indonésia!! Para ver se te safas!

Anónimo disse...

Tá na hora de elogiar a LUSA em Timor - Até que enfim um jornalista de qualidade em Timor não só se pode avaliar pelo conteúdo da notícia mas também pelo "bom uso" da língua portuguesa!
Parabéns à LUSA a a JCS!!

Anónimo disse...

O Vicente Mau Bosi de acordo com o que esta escrito acima, tem todas as credenciais para se juntar ao partido do Exmo. Senhor Engenheiro e Artista, Joao Carrascalao!

Anónimo disse...

Mas o certo é que quer continuar na FRETILIN onde aprendeu tudo o que sabe. E pelos vistos vistos sabe coisas muito jeitosas.

Anónimo disse...

Nao se esqueca do irmao do Mari.
Foi chefe do grupo GADAPAKSI, um grupo que andava a fazer "kidnaping" aos nossos jovens activistas, incluindo os da FRETELIN. Muitos Jovens incluindo os membros actual da CCF sabem desse irmao do Mari. Presentemente eh membro da CCF.

Queria apenas dizer que nao atacamos a personalidade duma pessoa como maubossy, carrascalao incluindo Xanana, RH, Mari, mas sim o programa politico.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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