sexta-feira, agosto 25, 2006

GNR e INEM em apoio humanitário em Díli

José Costa Santos, da Agência Lusa Díli, 25 Ago (Lusa) - Militares da GNR e a equipa do INEM que acompanha o subagrupamento Bravo saíram hoje à rua para mais uma missão de apoio humanitá rio à população de Díli, o outro lado da actuação portuguesa em Timor-Leste.

Num percurso feito numa Proteto, o carro blindado da Guarda Nacional Re publicana, que a Lusa acompanhou, a médica Isabel Santos, o enfermeiro Rui Campo s e o técnico de ambulâncias Patrício Ramalho, do Instituto Nacional de Emergênc ia Médica (INEM), tinham que visitar dois campos de deslocados para darem apoio médico a quem precisasse.

A primeira paragem, dez minutos depois da saída do quartel da GNR, foi no campo da Farmácia Central, onde nas últimas semanas foram "acompanhados vário s casos de constipações e febres", como explicou Isabel Santos, que desta vez nã o tinha nenhum doente à sua espera.

As condições neste campo não serão as melhores podendo mesmo ser classi ficadas de muito precárias, face às encontradas na casa das Irmãs Canossianas, o nde 20 pessoas das mais variadas idades foram hoje atendidas pela médica, sempre com os mais pequenos à porta do "consultório" improvisado numa biblioteca à esp era que Patrício Ramalho distribuísse rebuçados.

No contraste de um campo de cimento e terra batida com pouco espaço par a os 3.000 deslocados que estão no campo da Farmácia Central, a casa das Irmãs C anossianas oferece condições excelentes e vários locais de apoio para que crianç as e adultos, também cerca de 3.000, tenham alguns divertimentos.

Salas de leitura, campos relvados amplos e outros em cimento estendem-s e por muitos metros livres e são palco das brincadeiras da pequenada, vendo-se m esmo alguns miúdos a passear em bicicletas.

Depois de cerca de duas horas em consultas e na entrega de medicamentos aos doentes, e de distribuição de rebuçados aos mais pequenos - alguns entretid os a jogar futebol nos amplos relvados do campo -, terminava mais uma tarde de t rabalho humanitário que a equipa portuguesa faz em Timor-Leste.

Num balanço feito à Lusa sobre a acção de hoje, Isabel Santos disse que a equipa do INEM não deparou com casos graves, como o que obrigou recentemente a uma deslocação num helicóptero das Nações Unidas a Maliana (oeste) para socorr er feridos graves num acidente.

"Vimos pessoas com umas feridas e outras lesões cutâneas, umas gripes, febres e outros problemas virais também derivados das condições em que vivem", e xplicou.

O trabalho da equipa de emergência não se fica apenas pelo apoio humani tário.

"Fundamentalmente, estamos em Timor-Leste para apoiar os militares da G NR e, quando nos é solicitado, sair em patrulhas de risco mais elevado para o ca so de ser necessária a nossa intervenção", disse Isabel Santos.

Sem entrar em pormenores sobre as missões de risco elevado feitas pela patrulha da GNR, a médica regista, contudo, que ainda não foi necessário, "feliz mente", intervir quando saíram para a rua como aconteceu na última madrugada.

"Por isso, e aproveitando a presença de equipas do INEM no país, dispon ibilizamo-nos ao Ministério da Saúde e estamos a trabalhar em coordenação com as necessidades que nos são apresentadas", disse.

Nos intervalos das consultas aos militares da GNR, a equipa médica do I NEM também já deu algum apoio à população portuguesa residente em Timor-Leste e formação aos militares sobre técnicas que devem ser aplicadas no caso de ser nec essário retirar alguém ferido de um conflito.

No hospital de Díli, quando estava em Timor-Leste uma outra equipa que integrava um cirurgião, o pessoal do INEM chegou mesmo a efectuar uma operação c irúrgica de um homem que tinha sido atingido por uma seta que lhe perfurou o fíg ado.

"Ninguém o queria operar e foi o nosso médico que por acaso era cirurgi ão que fez o trabalho".

Ao longo dos dias que estão em Timor-Leste os médicos do INEM têm ainda a responsabilidade de "fazer relatórios médicos sobre todas as pessoas detidas" pela força portuguesa, elementos que são enviados ao Ministério Público juntame nte com o processo de cada detido.

O Governo timorense anunciou esta semana que existem cerca de 186 mil d eslocados no país, dos quais 82 mil só em Díli, espalhados por 56 centros de aco lhimento.

A saída da população dos seus locais de residência seguiu-se à onde de violência que provocou três dezenas de mortos, ocorrida na sequência da crise po lítico-institucional que afectou o país nos últimos meses.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Olá, chamo-me joana e queria saber se me podes enviar. tenho o meu noivo em timor ele é gnr e vai fazer anos... ja m fartei de tentar saber a direcção da gnr em timor mas ta dificil e esta é mais uma tentativa. se souberes onde estao instalados podias dizer assim podia mandar-lhe o postal. apenas n queria ter de lhe perguntar que assim deixa de ser surpresa, lol. obrigado

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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