domingo, agosto 06, 2006

GNR fez detenções em novos confrontos entre grupos rivais

Díli, 06 Ago (Lusa) - Confrontos entre grupos rivais no bairro de Bebonuk, em Díli, envolvendo dezenas de pessoas, forçaram hoje de manhã a intervenção da GNR, que efectuou duas detenções, disse à Lusa fonte militar.

Segundo o comandante operacional da GNR, capitão Gonçalo Carvalho, os confrontos, envolvendo entre 60 e 70 pessoas, foram referenciados à passagem de uma patrulha dos militares portugueses.

"Ao chegar ao local, uma das viaturas foi apedrejada. Um dos grupos (envolvidos nos confrontos) manteve a sua posição, com barricadas e pneus a arder e tentou resistir à nossa actuação. O que fizemos foi montar a operação de cerco e avançar em direcção ao grupo e fomos passando barricada a barricada até limpar toda a zona, e fizemos duas detenções", disse.

O comandante operacional da GNR reconhece que a capital timorense continua a ser palco de tensão entre grupos rivais.

"Neste momento vive-se alguma tensão ainda entre as duas partes, leste/oeste. Este era o caso de um grupo do bairro, pertencente ao oeste, que se estava a defender do grupo de leste. É mais uma vez a luta entre duas facções que está na origem deste problema", acrescentou.

Em resultado dos confrontos foram queimadas três casas e as duas comunidades religiosas católicas que vivem e trabalham no bairro, Carmelitas e do Sagrado Coração de Jesus, voltaram a receber refugiados nas suas instalações.

A responsável pelas Carmelitas, Irmã Arlyn, disse à Lusa que 50 pessoas, crianças e mulheres na maioria, se encontram deslocadas nas suas instalações, enquanto outras 20 se acolheram sob a protecção das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus.

Embora a situação de segurança tenha melhorado significativamente em Díli, casos pontuais de violência opondo grupos da parte oeste ("loromonu") contra os da parte leste ("lorosae") têm- se vindo a registar com alguma regularidade em vários pontos de Díli.

Devido à manutenção desse clima de ansiedade, o número de timorenses deslocados, que vivem em campos de acolhimento espalhados por Díli e no interior do país, aumentou, fixando-se agora em 152 mil.

Em declarações à Lusa na passada sexta-feira, Finn Reske- Nielsen, coordenador da ajuda humanitária das Nações Unidas, disse que em Díli estão registados 72 mil deslocados e os restantes 80 mil em campos situados fora da capital.

Para Reske-Nielsen, continua a ser difícil convencer os deslocados a regressar às suas casas.

"Esperamos que o problema possa ser resolvido, mas é difícil, porque as pessoas ainda têm medo. Mesmo com a melhoria da situação em Díli, as pessoas ainda estão assustadas e os problemas fundamentais ainda não estão resolvidos", acrescentou.

Reske-Nielsen considerou que persistem os problemas políticos que estão na base da crise político-militar desencadeada em finais de Abril.

"A divisão leste/oeste ainda é um grande problema", vincou.

A crise timorense iniciou-se com a violência registada no final de uma manifestação patrocinada em finais de Abril por ex- militares, maioritariamente provenientes dos distritos ocidentais do país e que alegaram ser perseguidos no seio da instituição por razões de ordem étnica.

A desintegração da Polícia Nacional e as divisões no seio das forças armadas, além da actividade de grupos de civis armados no saque e destruição de bens públicos e privados, contribuiu para o acentuar da crise, entretanto significativamente ultrapassada com a vinda de cerca de três mil militares e polícias enviados pela Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, a partir de 25 de Maio, a pedido das autoridades timorenses.

EL.

12 comentários:

Anónimo disse...

O Presidente da República insistiu que só a demissão do então PM Mari Alkatiri poderia levar à resolução da crise.

Após a demissão do PM o Presidente da República anunciou vitória.

Foi nomeado PM Ramos-Horta que reuniu o consenso interno, dos Estados Unidos e da Austrália.

A pergunta é:

Porque é que a crise ainda não está resolvida?!!!

Anónimo disse...

Mas quem será que continua a "alimentar" estes gangs?!

Serão os mesmos que caluniam a GNR portuguesa?!

Onde está o lider carismático - Xanana Gusmão - que tem o poder máximo sobre o povo?!

Porque não sobe de novo ao palco e apela ao fim da violência?!

Sobre o silêncio do Presidente só se pode concluir pela sua cumplicidade tácita com a violência.

Para o mundo foi e é chocante o conhecimento de um "novo" Xanana.

Para Timor-Leste adivinha-se mais uns anos de sofrimento e violações dos direitos humanos.

Anónimo disse...

Quem estas linhas escreve sempre foi contra a demissao de Mari pois sabia que nada resolveria esta demissao. Mas se a situaco conrinua nao se deve cingir a responsabilidade nem a Xanana Gusmao, nem ao Ramos. A responsabilidade cabe tambem aqueles lideres politicos que estiveram por detras das manobras todas e lancaram lorosae contra loromonu.

Anónimo disse...

Xanana esta pago pelos australianos e americanos para alimentar estes tipos de accoes...

Anónimo disse...

Nao acuse ninguem sem provas. Por causa de pessoas como voce e que o nosso Timor esta assim. Tem provas?!...

Meta o Xanana no Tribunal.

Nao tem?!...

Cale-se!...

Anónimo disse...

No tribunal nao, meta-o no Kings Cross em Sydney!

Anónimo disse...

Sim, Xanana devia estar sentado no banco dos réus por violação grave dos deveres de um Presidente da República.

Infelizmente Timor-Leste não tem pessoas à altura para o fazerem.

Anónimo disse...

Tanta violência, tantos jovens com o excesso de energia!!!! Por acaso não há nada para construir, nenhum trabalho a favor da comunidade em que poderiam gastar as sobras de energia e hormonas?

Anónimo disse...

Aninimo das 6:35:49 AM.

Pergunte ao antigo governo o que e que fizeram durante 4 anos sobre a questao do emprego. Agora amanham-se!

Anónimo disse...

Não sendo timorense, nem sou a favor nem contra antigo Governo.
Mas, uma coisa é certa:
ROMA E PAVIA NÃO SE FIZERAM NUM DIA!
Por outras palavras, um império leva muito tempo a construir e não se faz de um dia para outro, quer que o partido no governo fosse Fretilin, UDT..., Verdes, Alegres, Positivamente Loucos, Tristes, Camisolas Molhadas ou seja quem for.

Anónimo disse...

IMPERIO?
Os Timorenses nao querem IMPERIO.
Querem um pais, uma casa e um trabalhinho com a remuneracao do Mari para poder sonhar......

Anónimo disse...

Os timorenses ja tem um pais! Para ter casa e preciso trabalhar! E para trabalhar e necessario que eles sejam inovativos, ambicosos e acima de tudo ter vontade de fazer isso mesmo: trabalhar. Se em Dili nao ha trabalho, sugiro que os sem trabalho vao para a montanha, cultivar, criar gado, etc etc. Com isto vira a remuneracao e depois a casa!
Nao podemos ter um exercito so de generais, e o problema em Timor e que todos querem ser generais, mesmo que sejam analfabetos! Nao me digam que os Indonesios que estiveram la durante 24 anos deram trabalho a todos! Uma OVA!
TRABALHAR E HONRA

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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