segunda-feira, agosto 07, 2006

Overview and chronology of Timor Leste crisis in 2006 (V)

Leadership politics

A breakdown in relations between the President and Prime Minister only appeared to develop after the murder in Dili of 10 (later 12) and wounding of 27 unarmed police who had surrendered to the UN police on May 25. The President declared complete control over the security forces, and the Prime Minister disagreed, asserting his own constitutional role continued, unless parliament declared a State of Emergency. Three days of talks followed, ending in the lesser declaration on May 30 of a 30 day period of National Crisis, in which all elements of the state would work more closely to overcome the crisis. President Gusmao said all weapons had to be handed in within the 30 days. The next priority was to negotiate the issues with the rebel groups, and the third was to prepare for the 2007 elections. The Prime Minister stated that the President had never asked for his resignation.

The next day the Prime Minister told the President that Ministers Rodrigues and Lobato had resigned. Foreign Minister Horta was appointed Acting Defence Minister. The government also formally requested the UN to investigate all the incidents of violence.

There followed a more determined criticism in the media of the Prime Minister by the Foreign Minister, as well as more extreme statements by Lt Salsinha and Major Reinado against the Prime Minister. A new element emerged on June 9 with a Commander Railos alleging that on May 8 the Prime Minister and Interior Minister Lobato had given him and a group of veterans weapons and ordered them to eliminate the petitioning soldiers and opponents within FRETILIN. The next day PD President Lasama claimed he was on the Prime Minister's hit list.

Calls for the Prime Minister's resignation reached new heights. Commander Railos and his armed force were videoed by Australian TV at the villa of PSD President Mario Carrascalau, outside Dili. Railos made the curious claim that his forces came under F-FDTL fire at Tasi Tolu on May 24 and suffered casualties, and so he had changed sides.

On June 14, the President addressed the parliament to declare that he would always uphold the Constitution and the rule of law in East Timor while ever he was President, apparently putting an end to expectations that he would somehow dismiss the Prime Minister.

Next the Prime Minister and President agreed to remove the criminal defamation provision in the new penal code and ask the parliament to extend its period of discussion of the Penal Code to allow this amendment. The government also moved to amend the budget to provide increased funds for reconstruction and welfare for the internal refugees.

On June 17, some FRETILIN Central Committee members led by Minister Estanislau da Silva met with Bishop Ricardo of Dili to establish a closer dialogue to meet the serious crisis together. Afterwards they made very positive statements to the media.

Tensions were sharpened by the expose on Australian television of the Vicente Reilos armed group on June 9 and June 15. This group was allegedly organised by the now resigned Interior Minister Rogerio Lobato on May 7-8 this year as a secret FRETILIN armed force. Reilos alleged that this was on the orders of the Prime Minister. On June 20, it was announced that Lobato would be arrested for arming civilians, and he was blocked from leaving the country that morning at the airport. Foreing and Defence Minister Horta again openly claimed popular support to be the Prime Minister and said that Alkatiri was shameless for staying on after all this controversy. Horta even paraded on tv with the armed Reilos group, which soon after said it would surrender its arms. One problem for the Reilos story is that this allegedly FRETILIN group took part in the May 24 attack on F-FDTL HQ. Alkatiri continued to reject these allegations and calls for him to resign, and continued to support the international, independent investigation of all the incidents and allegations.

There are tensions between Gusmao and Horta on the one hand, and Alkatiri and FRETILIN on the other, expressed in different approaches to economic development, and unofficial support from Horta and Gusmao for the PSD since 2001. There are widespread criticisms of Alkatiri's manner in dealing with critics, a bluntness and directness which is not the cultural practice in East Timor. But these do not amount to a basis for either side to launch a coup against the other.
As this crisis and the earlier crises demonstrated, the demands of the protesters are in the end unacceptable to all the political leaders, who in fact remain broadly committed to the 1974 FRETILIN vision of a free, democratic and fair society in East Timor.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:

Observação e cronologia da crise de Timor-Leste em 2006 (V)
Lideranças politicas

Uma ruptura nas relações entre o Presidente e o Primeiro-Ministro só pareceu desenvolver-se depois do assassinato em Dili de 10 (mais tarde 12) e dos ferimentos de 27 polícias desarmados que se tinham rendido à polícia da ONU em 25 de Maio. O Presidente declarou completo controlo sobre as forças de segurança, e o Primeiro-Ministro discordou, dizendo que o seu próprio papel constitucional continuava, a não ser que o parlamento declarasse o Estado de Emergência. Seguiram-se três dias de conversações, que acabaram numa declaração menor em 30 de Maio de um período de 30 dias de Crise Nacional, no qual todos os elementos do Estado deviam trabalhar mais próximos para ultrapassar a crise. O Presidente Gusmão disse que todas as armas deviam ser entregues dentro de 30 dias. A próxima prioridade era negociar as questões com os grupos amotinados, e a terceira era a preparação das eleições de 2007. O Primeiro-Ministro declarou que o Presidente nunca tinha pedido a sua resignação.

No dia seguinte o Primeiro-Ministro disse ao Presidente que os Ministros Rodrigues e Lobato tinham resignado. O Ministro dos Estrangeiros Horta foi nomeado Ministro da Defesa interino. O governo também pediu formalmente à ONU para investigar todos os incidentes da violência.

A isso seguiu-se um criticismo ao Primeiro-Ministro mais determinado nos media pelo Ministro dos Estrangeiros, bem como uma declaração mais extrema do Tenente Salsinha e do Major Reinado contra o Primeiro-Ministro. Em 9 de Junho emergiu um novo elemento com um Comandante Railos alegando que em 8 de Maio o Primeiro-Ministro e o Ministro do Interior Lobato lhe tinham dado e a um grupo de veteranos armas e lhes tinham ordenado para eliminar os soldados peticionários e os opositores dentro da FRETILIN. No dia seguinte o Presidente Lasama do PD reclamou que estava na lista de ataque do Primeiro-Ministro.

Pedidos para a resignação do Primeiro-Ministro atingiram novas alturas. O Comandabte Railos e a sua força armada foram videofilmados por uma TV Australiana na vivenda do Presidente do PSD Mário Carrascalão, fora de Dili. Railos fez a revelação curiosa que as suas forças estiveram sob o fogo da F-FDTL em Tasi Tolu em 24 de Maio e que sofreram casualidades, e por isso ele tinha mudado de campo.

Em 14 de Junho, o Presidente dirigiu-se ao parlamento para declarar que suportaria sempre a Constituição e a regra da lei em Timor-Leste enquanto fosse Presidente, aparentemente pondo um fim nas expectativas de que de algum modo demitiria o Primeiro-Ministro.

A seguir o Primeiro-Ministro e o Presidente concordaram em remover a provisão criminal da difamação no novo código penal e pediram ao parlamento para expandir o período de discussão do Código Penal para possibilitar esta emenda. O governo também alterou o orçamento para providenciar mais fundos para a reconstrução e bem-estar dos deslocados.

Em 17 de Junho, alguns membros do Comité Central da FRETILIN liderados pelo Ministro Estanislau da Silva encontrou-se com o Bispo Ricardo de Dili para estabelecer um diálogo mais próximo para responder a esta crise séria juntos. Depois disso fizeram declarações muito positivas para os media.

As tensões foram aguçadas pela exposição na televisão Australiana do grupo armado de Vicente Reilos em 9 e 15 de Junho. Este grupo alegadamente foi organizado pelo agora resignado Ministro do Interior Rogério Lobato em 7-8 de Maio deste ano como uma força armada secreta da FRETILIN. Reilos alegou que isso foi sob ordens do Primeiro-Ministro. Em 20 de Junho, foi anunciado que Lobato seria preso por ter armado civis, e foi impedido de sair do país essa manhã no aeroporto. Outra vez, o Ministro dos Estrangeiros e da Defesa Horta reclamou ter apoio popular para ser Primeiro-Ministro e disse que Alkatiri não tinha vergonha por continuar depois de toda esta controvérsia. Horta até posou na TV com o grupo armado de Reilos, que pouco depois disse que iria entregar as suas armas. Um problema para a história de Reilos é que este alegado grupo da FRETILIN tomou parte no ataque de 24 de Maio ao Quartel-General das F-FDTL. Alkatiri continuou a rejeitar estas alegações e pedidos para resignar, e continuou a apoiar uma independente, internacional investigação de todos os incidentes e alegações.

Há tensões entre Gusmão e Horta por um lado, e com Alkatiri e a FRETILIN no outro, expressados em abordagens diferentes do desenvolvimento económico, e apoio não oficial de Horta e Gusmão para o PSD desde 2001. Há alargado criticismos ao modo de Alkatiri lidar com criticas, uma aspereza e rectidão que não é a prática cultural em Timor-Leste. Mas isto não conta para uma base para cada um dos lados lançar um golpe contra o outro.
Como esta crise e as crises anteriores demonstraram, as exigências dos manifestantes são no fim inaceitáveis para todos os líderes políticos, que de facto permanecem em geral comprometidos com a visão de 1974 da FRETILIN duma sociedade em Timor-Leste livre, democrática e justa.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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