terça-feira, setembro 05, 2006

A Margarida traduziu:

Sobre as declarações da mulher do PR

De um leitor:

Esta gente é muito irresponsável. Longe de cuidarem do país e das pessoas, na actualidade ainda dividem mais o país, minando as suas instituições e tornando certo que um futuro pacífico possa nunca ser possível.

O seu marido, o primeiro senhor de Timor-Leste acusou a liderança da FRETILIN de ser ilegítima e ilegal. Depois o tribunal decidiu o contrário, mas o seu marido nunca apareceu a retirar as acusações e talvez a pedir desculpa aos líderes da FRETILIN.

Agora Kirsty está a fazer comentários similares sobre Reinado. E se o tribunal finalmente decidir que ele de facto é um criminoso? O que é que Kirsty dirá então? Que o tribunal está errado e é parcial?

E quem é que é a Kirsty? Só porque está casada com o homem que é presidente, isso não faz dela uma porta-voz de Timor-Leste. Verifiquem o passaporte dela! Ela tem um passaporte Australiano e não é uma cidadã Timorense.

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Mulher de Xanana defende Reinado (hóspede?)
The Australian
A primeira dama: As forças devem conhecer o povo
John Stapleton

04 setembro 06

Kirsty Sword Gusmão, a mulher Australiana por nascimento do Presidente Timorense, falou com compaixão das esperanças e preocupações do seu país adoptado.

O seu marido, Xanana Gusmão, saudou a presença das forças Australianas em Timor-Leste, disse, mas interrogou-se se tinham suficiente conhecimento local para pôr fim ao conflito no país.

"É difícil porque muitas dessas forces têm muito pouco conhecimento local," disse no lançamento duma caridade em Sydney.

"Não estão a ir aos locais onde vivem as pessoas."

Ms Sword Gusmão participou num baile para recolha de financiamentos da Fundação Humpty Dumpty, que compra equipamento médico para hospitais de crianças, incluindo para os de Timor-Leste.

A sua visita segue-se a uma outra explosão de violência na capital, Dili, na Sexta-feira onde gangs armadas com catanas correram pelas ruas enquanto continuavam as buscas pelo líder amotinado Alfredo Reinado e 56 outros presos que figiram da prisão da cidade na semana passada.

O Major Reinado criticou o sistema de justiça de Timor-Leste, comento de que fez eco ontem a Ms Sword Gusmão.

"As nossas necessidades são enormes: o sector da justice é uma delas," disse.

"As preocupações de Reinado sobre o sector da justiça ressoam em muita gente. Esta é uma preocupação de todos nós. Demora tempo em Timor-Leste, quando se luta com tantos problemas difíceis, como os recursos humanos. O nosso sector da justiça tem sido o sector mais fraco até à data por causa da falta de recursos humanos treinados.

"Ao expressar a sua frustração à falta de mudanças em termos do nosso sistema de justiça, é uma preocupação que muita gente tem."

Ms Sword Gusmão disse que entre os muitos problemas que Timor-Leste enfrenta – um dos países mais pobres na terra com um rendimento médio de 65c por dia e a mais alta taxa de fertilidade do mundo, com uma média de oito filhos por mulher – ela estava mais preocupada com uma próxima crise humanitária nos campos de deslocados do país, que correntemente abriga mais de 100,000 pessoas.

"Têm acesso muito limitado a água, alimentação e actividades," disse.

"Estou particularmente preocupada com a potencial crise de saúde que se aproxima quando a estação das chuvas começar daqui a dois meses. Isso preocupa-me enormemente, particularmente as consequências na saúde das mulheres e das suas crianças.

"A minha mente estremece (quando penso) como é que mulheres com filhos pequenos vão sobreviver nessas circunstâncias. A vida é uma luta diária pela sobrevivência."

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Mulher de Xanana defende Reinado (hóspede?) (2)
Timorenses preocupados com a segurança futura, diz a primeira dama.

03/09/2006. ABC News Online

A primeira dama de Timor-Leste, Kirsty Sword Gusmão, diz que há preocupações entre os Timorenses que as forces estrangeiras não tenham suficiente conhecimento local para levar a paz ao país.

Um recente aumento da violência na capital Dili chegou ao mesmo tempo que 57 presos permanecem livres depois de terem escapado duma prisão na última Quarta-feira.

Ms Sword Gusmão falava em Sydney acerca do seu trabalho de caridade com mulheres e crianças Timorenses.

Diz que há tensões crescentes nos campos de ajuda em Dili onde tantos quantos 150,000 Timorenses vivem.

Também disse que o Primeiro-Ministro Timorense, José Ramos Horta, tem um período limitado de tempo para cumprir com as suas promessas.

"Penso que faz um trabalho notável, suspeito que achará isso difícil, dado o muito limitado período de tempo que tem para cumprir com as promessas que faz," disse.

"Mas acredito que faz essas promessas com a melhor das intenções e com base no conhecimento sólido sobre quais são as necessidades imediatas dos Timorenses."

Também, a Ms Sword Gusmão diz que os media Australianos têm caracterizado incorrectamente o alegado instigador do desassossego em Timor-Leste, o Major Alfredo Reinado, como um amotinado.

Diz que tem esperanças que o Major Reinado pense nas consequências que as suas acções possam ter nos esforços para regressar a paz a Dili no seguimento da recente escalada de violência.

"Tem sido caracterizado de certa forma incorrectamente pelos media Australianos como sendo um renegado, um amotinado," disse.

"Penso que é importante lembrar que quando ele desertou da polícia militar, foi uma acção de protesto contra o que viu como violações terríveis cometidas pelas nossas forças armadas."

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Timor-Leste organiza cimeira de segurança com a Austrália e a Indonásia
Boomberg.com
Por Ed Johnson

Set. 4 (Bloomberg) – Timor-Leste, Austrália e Indonésia discutirão o reforço da segurança, quando a fuga da prisão do líder amotinado Major Alfredo Reinado ameaça desestabilizar a recuperação da nação do Sul do do desassossego civil.

``Obviamente que estamos muito preocupados ainda com a situação em Timor-Leste,'' disse ontem o Ministro dos Estrangeiros Australiano Alexander Downer antes de voar para a capital, Dili. ``Preocupa-nos que, a não ser que essa gente seja apanhada, que isto possa contribuir para a instabilidade em Timor-Leste.''

A cimeira, que vai ter a presença do Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos-Horta e do Ministro dos Estrangeiros Indonésio Hassan Wirajuda, focará a segurança interna quando o país se prepara para eleições no ano que vem, disse o governo de Timor-Leste numa declaração. As tropas lideradas pelos Australianos foram destacadas em Maio para restaurar a calma em Timor-Leste depois do governo ter despedido um terço das forças armadas do país por terem desertado.

A ONU, que tem operado em Timor-Leste desde 1999, disse que estava preocupada com uma recente escalada da violência no país.

Feridas por tiros

``Queimas e apedrejamentos a casas na capital tem aumentado nos dias recentes,'' contou aos repórteres Ron Redmond, porta-voz do Alto Comissário da ONU para os Refugiados em Geneva em 1 de Setembro.

Cinco pessoas sofreram feridas por armas num campo em Dili em 1 de Setembro e uma outra pessoa foi ferida num ataque com catana, relatou a Australian Broadcasting Corp., citando a Polícia Federal Australiana, que está a ajudar nos esforços das tropas.

Há uma ``clara necessidade duma presença de segurança internacional robusta e continuada até as instituições nacionais se poderem reconstruir'' disse Redmond, de acordo com a ONU. No mês passado o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade uma nova missão de manutenção da paz de 1,608 polícias para Timor-Leste.

Reinado, um antigo comandante da polícia militar treinado pelos Australianos, pode estar escondido nas montanhas nos subúrbios de Dili, disse a ABC, citando oficiais de polícia não identificados. Foi preso em Julho com acusações de posse de armas depois do seu grupo ter prometido entregar todas as armas.

A fuga da prisão levou a Indonésia a aumentar a segurança na fronteira, relatou a ABC.

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Os fugitivos de Dili vão regressar: Funcionário da ONU
Smht.com.au
Setembro 4, 2006 - 6:59AM

Alguns dos fugitivas que saíram da principal prisão de Timor-Leste na semana passada regressarão e breve, previu o comissário da polícia da ONU para a nação inquieta.

"Acredito que cedo começaremos a assistir ao regresso de alguns desses fugitivos à prisão ou eventualmente à sua captura," contou Antero Lopes à ABC Radio.

O Sr Lopes disse que a mais larga comunidade Timorense não saudará os fugitivos.

"A maioria deles (os fugitivos) são criminosos condenados e não são bem vindos na comunidade," disse.

A fuga em massa aconteceu na Quarta-feira, quando as visitas na cadeia alegadamente criaram uma diversão, permitindo que o milícia Major Alfredo Reinado e 56 outros presos saírem do portão da frente da Prisão de Becora de Dili.

O Major Reinado emitiu uma declaração do seu local de refúgio mas o Sr Lopes disse que os investigadores não sabiam onde é que se realizou a entrevista.

"Ele não veio para Dili, acredito, para dar essa entrevista," disse o Sr Lopes.

Apesar dói desespero dos investigadores para fazerem regressar os homens à prisão, o Sr Lopes disse que não tinha informação sobre se o Major Reinado era uma ameaça genuína à estabilidade.

"Não tenho nenhuma informação que me leve a concluir que ele (Major Reinado) será uma ameaça para o governo.

"Acredito que ele faz declarações sobre o que acredita ser a situação política, mas essas são as suas opiniões e não comento sobre os aspectos políticos," disse o Sr Lopes.

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Propaganda australiana a favor de Reinado
The Australian
Um Che Guevara para a juventude zangada de Timor
Mark Dodd

04 setembro 06

O fugitive nº 1 de Timor-Leste, o amotinado das forças armadas e treinado pelos Australianos Major Alfredo Reinado, está a assumir rapidamente o estatuto de herói de seita entre muitos dos jovens zangados desta nação inquieta.

Desde a sua espectacular fuga da prisão com 56 outros presos há quatro dias, o Major Reinado tem feito diariamente os cabeçalhos dos jornais.

Um antigo comandante da polícia militar de Timor-Leste, enfrentava acusações de tentativa de homicídio e de posse ilegal de armas antes de caminhar para a liberdade pela entrada da frente da prisão de Becora.

Um antigo carregador contratado das forças armadas Indonésias, o Major Reinado fugiu de barco de Timor-Leste para a Austrália em 1995 com a ajuda de um padre local. Depois de regressar à sua pátria, por pouco tempo comandou a armada de dois barcos de patrulha do país e treinou com as forças armadas Australianas. Ele tem dupla nacionalidade e tem a mulher em Perth. Mas o alegado envolvimento do Major Reinado na violência politica tem sido a sua ruína.

Desde que fugiu para as montanhas, tem havido numerosos relatos sobre o o fugitivo cujas façanhas são avidamente relatadas pelos jornais locais e pela televisão estatal.

Uma entrevista gravada contrabandeada do seu refúgio secreto há dois dias inclui palavras de conselho para os jovens em luta não beberem demasiado e um ataque zangado contra um sistema de justiça defeituoso.

"Temos de lutar juntos para alcançarmos a justice e mudarmos este Governo," foi relatado ele ter dito num artigo publicado na edição de fim-de-semana do Timor Post em tétum.

Incluiu um apelo para terminar a violência de gangs que é uma ocorrência diária nas ruas traseiras da capital arruinada. "Apelo a todos os jovens do país para fazerem a paz e pararem de se odiar uns aos outros e de se apedrejarem una aos outros," disse.

"O Governo deve assumer a responsabilidade deste problema." Acrescentou que os jovens de Dili podiam também fazer pior do que do que libertarem-se dos seus hábitos de beber e começarem a aprender a arte dos computadores. Para muitos jovens Timorenses, desencantados com as promessas vazias dos seus líderes políticos, o Major Reinado tem todas as qualidades heróicas e encanto de um Che Guevara do século 21, mas para outros é pouco mais de um brigão fanfarrão.

Para os da sua geração nascidos no leste do país, é detestado por ter atraiçoado os militares e ter desertado o seu comando com 20 seguidores pesadamente armados em 4 de Maio – acções que ele diz tomou de protesto contra o esmagamento violento pelo antigo governo de um protesto militar uma semana antes.

O seu apoio é mais forte na zona do seu local de nascimento no distrito de Aileu, montanhoso e onde se cultiva o café, e em particular entre as pessoas de etnia Mambai que contam 250,000, ou cerca de um quarto da população, a maioria dos quais vive em aldeias espalhadas pelas montanhas e em cidades no oeste central.

Timor-Leste tem uma grande tradição de heróis guerreiros tal como o comandante Nicolau Lobato da guerrilha Falintil, morto quando combatia as tropas Indonésias.

O Presidente corrente, Xanana Gusmão, é ele próprio um antigo líder das guerrilhas pró-independência.

Ao mesmo tempo que o Sr Gusmão evitou declarações públicas de apoio ao Major Reinado, privadamente sabe-se que simpatiza com a luta dos soldados.

Dados aos comentários críticos do Major Reinado acerca da liderança política do país, a sua relação com o corrente Primeiro-Ministro José Ramos Horta é mais ambígua.

O Major Reinado detesta o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri a quem acusa da morte de seis manifestantes desarmados durante as manifestações de rua em 28 de Abril, acções que levaram à sua ligação com os 600 amotinados das forças armadas.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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