quarta-feira, outubro 25, 2006

Heavy hand of Australian police in Dili

By Lucia Salinas-Briones

Dili, October 22, 2006: I had been in Dili just five days, it was one of those warm Dili nights and I was pleased when my Timorese friend Ana suggested going to a better spot to admire a magnificent full moon. It was 7.30pm on October 11. We entered the seaside road, a mix of beautiful large old-style Portuguese houses - all embassies - and a few empty sites with impressive development plans on display.

We were probably going at 60 kms per hour when we passed a car parked on the side of the road, its lights off. As we passed it, a hand popped out from the passenger window, indicating authoritatively for us to stop. Immediately five men surrounded our car - we were confronted by Australian police on duty.

One asked Ana for her driving license in English. Assuming he was being understood he asked again in English if Ana didn't know that the speed limit in the streets of Dili was 45 kms per hour. A concerned Ana tells me to translate that there is no speed limit in Dili – “tell him that I live here and we don’t have a speed limit”. Ignoring my translation, he shouted back, asking whether that was Ana’s car.

I told him he was not been very kind and asked him to show me where the speed limit sign was as I could not see it. His answer was embarrassing: - “I am telling you that you can only drive at 45 kms per hour. You act as if we didn't have much to do here. On top of everything now we have to educate these people. They don't even know how to drive! Now tell your friend that she will go to court, she might end up in jail. C'mon, tell her!”

Ana’s reply was very clear - they can take her to court! She was Timorese and knew very well that there is no speed limit in the streets of Timor Leste. Actually there is an official limit of 45 kms per hour, but there are no signs and few people are aware of it.

Perhaps common sense kicked in because he then let us go. By then Ana was very angry and wondered what was the real reason for all the abuse we were exposed to.

I was furious for the patronizing attitude of these police, and wondered if all Australian police in Timor behave like that. Why are they so aggressive to locals? Will this escalate to equal the way American soldiers behave in Iraq ? Is Australia sending troops into Timor Leste to help with the process or to abuse Timorese people? What’s ‘the job’ here? They couldn’t stop the accused and convicted when they escaped from prison right under their noses. Instead, they go around controlling speed limits in a country where speed limits don’t really exist.

My shock continued when a Portuguese friend told me that he has been stopped twice by the Australian Army and they were so rude and aggressive to him that he had put in a formal complaint.

This morning Isidoro, another Timorese friend, told me that as he was coming to meet me he saw a big fight in the street between two gangs at Comoro. They were hitting and stoning each other while the Australian police and Army stood there and watched. Why didn't they do anything to stop the violence, he asked? After Isidoro left it was reported that this fight – provoked by the discovery of two headless bodies - was eventually broken up and many were arrested.

October 22, 2006



SEARCH Foundation
.

3 comentários:

Anónimo disse...

Tradução:
Mão pesada da polícia Australiana em Dili
Por Lucia Salinas-Briones

Dili, Outubro 22, 2006: Só estou em Dili há cinco dias, era uma destas noites quentes de Dili e fiquei contente quando a minha amiga Timorense Ana sugeriu irmos a um sítio melhor para apreciarmos uma magnífica lua cheia. Eram 7.30pm em 11 de Outubro. Entrámos na Estrada da praia, uma mistura de casas lindas e grandes ao velho estilo português – todas embaixadas – e alguns sítios vazios com planos de desenvolvimento impressionantes à mostra.

Íamos talvez a uns 60 kms por hora quando passámos por um carro estacionado à beira da estrada, com as luzes apagadas. Quando passávamos, saiu uma mão da janela do passageiro, a indicar-nos autoritariamente para pararmos. Imediatamente cinco homens cercaram o nosso carro – fomos confrontadas com polícias Australianos em serviço.

Um pediu em Ínglês a carta de condução à Ana. Assumindo que estava a ser entendido voltou a perguntar-lhe em Inglês se a Ana não sabia que o limite de velocidade nas ruas de Dili era de 45 kms por hora. Uma Ana preocupada pede-me para traduzir que não há limite de velocidade em Dili – “diz-lhe que eu vivo aqui e não temos limites de velocidade”. Ignorando a minha tradução, ele berrou de volta, perguntando se aquele carro era da Ana.

Disse-lhe que não estava a ser muito simpático e pedi-lhe para me mostrar onde é que estava o sinal de limite de velocidade porque eu não via nenhum. A sua resposta foi embaraçada: - “Estou a dizer-lhes que só podem guiar a 45 kms por hora. Estão a agir como se não tivessem muito para fazer por aqui. Além do mais agora temos que educar esta gente. Nem sequer sabem guiar! Agora diga à sua amiga que vai ter que ir a tribunal, pode acabar na prisão. Vá lá, diga-lhe!”

A resposta de Ana foi muito clara – podiam levá-la a tribunal! Ela é Timorense e sabe muito bem que não há limite de velocidade nas ruas de Timor-Leste. De facto oficialmente há um limite de 45 kms por hora, mas não há sinais e pouca gente sabe disso.

Talvez tenha entrado algum senso comum e deixou-nos seguir. Nessa altura a Ana estava muito zangada e perguntava-se qual a verdadeira razão para todo o abuso a que estivéramos sujeitas.

Eu estava furiosa pela atitude “condescendente” destes polícias, e perguntava-me se todos os polícias Australianos em Timor se comportam assim. Porque é que são tão agressivos com os locais? Vai isto escalar de modo igual ao comportamento dos soldados Americanos no Iraque? Está a Austrália a enviar tropes para Timor-Leste para ajudar ao processo ou para abusar Timorenses? Qual é o “trabalho” aqui? Não conseguiram parar os acusados e os condenados quando fugiram da prisão mesmo debaixo dos seus narizes. Em vez disso, andam à volta a controlar os limites de velocidade num país onde na realidade não há limites de velocidade.

O meu choque continuou quando um amigo Português me contou me disse que já tinha sido mandado parar duas vezes pelas tropas Australianas e que eles tinham sido tão brutos e agressivos com ele que ele teve que apresentar uma queixa formal.

Esta manhã Isidoro, um outro amigo Timorense, disse-me que quando estava a vir ter comigo que viu uma grande luta na rua entre dois gangs em Comoro. Batiam-se e atiravam pedras uns aos outros enquanto as tropas e policies Australianas estavam nas calmas a ver. Porque é que não fizeram nada para parar a violência, perguntou? Depois de Isidoro partir foi relatado que esta luta – provocada pela descoberta de dois corpos sem cabeças – eventualmente foi parada e que muitos foram presos.

Outubro, 22, 2006



SEARCH Foundation

Anónimo disse...

Continua na ordem do dia a discussao sobre os Rai Nains e os Malai Oans.

Varios comentaristas insurgiram-se contra os "puristas" que segundo eles desconhecem a historia de Timor e do seu povoamento a partir de varias ondas migratorias provenientes do sudeste asiatico rumo ao pacifico e que fizeram de Timor o seu ponto de paragem ou placa giratoria.
Dai a existencia de dezenas de grupos etno-linguisticos.

Para esses comentaristas nao ha "puros" habitantes de Timor mas sim racas amesticadas formadas ao longo dos tempos.
E verdade que mesmo entre esses grupos havia os casamentos exogamicos que contibuiram tambem para a grande mistura racica.

Mas nao convem esquecer que tudo isso se processou em grande escala, no minimo, ha mais de mil anos no contexto das grandes transmigracoes da Asia do Sudeste.

Nao se pode confundir com a minoria, menos de uma centena de mesticos surgidos no seculo XX que cujos descendentes sao hoje : RH, Xanana, Carrascalhoes, Pessoas, etc…

E que o termo malai, etimologicamente proveniente da palavra MALAIO, na sua evolucao semantica passou a significar o estrangeiro branco na maioria das vezes quando se queria dizer Malai Mutin ( deskulpa Malai Azul- nao apaga mais eh).

Por isso e que convem entao definir quem sao os Rai Nains, porque Timor Oan somos todos.


Timor oan RAI NAIN – Sao os que tem Uma Lisan, Uma Lulik, Adat, moris iha fetosan umane nia laran, iha Knua, Uma ho Ahi, Fatuk ho Rai.

Linguisticamente Makasae , Galole, Oemua, Tetun terik, Mambae, Tokodede, Bunak, Kemak, Baikeno entre outros, sao tracos que nao existem noutros lugares do mundo.

Os nomes Maubere, Ruak, LuOlo, Falur, Lere sao originarios de Timor que e completamente diferente de Mario Carrascalao ou de Mari Alkatiri.

Anónimo disse...

Continua na ordem do dia a discussao sobre os Rai Nains e os Malai Oans.

Varios comentaristas insurgiram-se contra os "puristas" que segundo eles desconhecem a historia de Timor e do seu povoamento a partir de varias ondas migratorias provenientes do sudeste asiatico rumo ao pacifico e que fizeram de Timor o seu ponto de paragem ou placa giratoria.
Dai a existencia de dezenas de grupos etno-linguisticos.

Para esses comentaristas nao ha "puros" habitantes de Timor mas sim racas amesticadas formadas ao longo dos tempos.
E verdade que mesmo entre esses grupos havia os casamentos exogamicos que contibuiram tambem para a grande mistura racica.

Mas nao convem esquecer que tudo isso se processou em grande escala, no minimo, ha mais de mil anos no contexto das grandes transmigracoes da Asia do Sudeste.

Nao se pode confundir com a minoria, menos de uma centena de mesticos surgidos no seculo XX que cujos descendentes sao hoje : RH, Xanana, Carrascalhoes, Pessoas, etc…

E que o termo malai, etimologicamente proveniente da palavra MALAIO, na sua evolucao semantica passou a significar o estrangeiro branco na maioria das vezes quando se queria dizer Malai Mutin ( deskulpa Malai Azul- nao apaga mais eh).

Por isso e que convem entao definir quem sao os Rai Nains, porque Timor Oan somos todos.


Timor oan RAI NAIN – Sao os que tem Uma Lisan, Uma Lulik, Adat, moris iha fetosan umane nia laran, iha Knua, Uma ho Ahi, Fatuk ho Rai.

Linguisticamente Makasae , Galole, Oemua, Tetun terik, Mambae, Tokodede, Bunak, Kemak, Baikeno entre outros, sao tracos que nao existem noutros lugares do mundo.

Os nomes Maubere, Ruak, LuOlo, Falur, Lere sao originarios de Timor que e completamente diferente de Mario Carrascalao ou de Mari Alkatiri.

Kuda Reno ou Kuda Burro Timor Oan Rai Nain precisa de sair do colonialismo e caminhar adiante com o inquebrantavel desejo de Ukun Racik Aan , Kaer Racik Kuda Talin.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.