segunda-feira, outubro 30, 2006

Notícias - traduzidas pela Margarida

ABC - Sábado, Outubro 28, 2006. 8:08pm (AEST)

Australianos acusados de incitarem à violência em Timor-Leste
Por Anne Barker

Gangs violentos em Timor-Leste começaram a virar a sua raiva contra os Australianos em Dili.

Um jornal Timorense acusou a Austrália de incitar algum do desassossego.

Lutas de gangs tornaram-se quase cenas diárias nas ruas de Dili. Pelo menos seis pessoas foram mortas em confrontos desde o último fim-de-semana. Há duas noites atrás jovens armados atiravam pedras contra o complexo residencial do pessoal da embaixada Australiana. Não ficou ninguém ferido no incidente.

Mas o comandante dos soldados Australianos em Dili, Brigadeiro Mal Rerden, diz que atirar pedras é vulgar à volta de Dili, e que não há razão para acreditar que os gangs estão a alvejar especificamente os Australianos.

Mas jornais locais acusam hoje os soldados Australianos das duas últimas mortes – acusando-os de matar dois homens encontrados numa praia.

O responsável das forças armadas de Timor-Leste também acusou a Austrália de tomar partido na crise do país.

O Brigadeiro Rerden negou as afirmações, dizendo que os seus soldados são completamente neutros e profissionais no serviço.

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The Sun-Herald/Sydney Morning Herald - Outubro 29, 2006

Dois homens esfaqueados até à morte em Timor-Leste

Dois homens foram esfaqueados até às morte por catanas em Timor-Leste, disse ontem um funcionário do hospital, quando uma onda de violência continuava na capital da nação inquieta.

Os corpos foram levados pela polícia da ONU para o Hospital Nacional de Dili, que realizou as autópsias, disse um supervisor. Não estava claro quando é que os homens morreram apesar de se julgar que foram mortos tarde na Sexta-feira ou cedo ontem.

Pelo menos morreram oito pessoas e mais de 50 ficaram feridas em confrontos entre gangs rivais em Timor-Leste desde o último fim-de-semana.

A escala do desassossego – envolvendo 200 a 300 pessoas na luta – levou funcionários da ONU a sugerirem que o derramamento de sangue pode ter sido planeado.

Timor tem sido atacado por instabilidade desde que as forças de segurança se confrontaram em Dili em Abril e Maio depois do Governo ter demitido um terço das forças armadas. Na violência foram mortas 37 pessoas e cerca de 155,000 saíram das suas casas.

Tropas estrangeiras encarregaram-se da segurança, mas lutas de gangs, pilhagens e ataques incendiários continuaram enquanto o país se mantém dividido por atitudes tomadas há mais de duas décadas da ocupação Indonésia que acabou em 1999.

O Vice Primeiro-Ministro de Timor-Leste Estanislau da Silva disse ontem numa declaração que o Governo ainda apoia o trabalho das forças Australianas e da Nova Zelândia tentando conter as últimas hostilidades.

A recente explosão começou no domingo passado, quando dois homens foram esfaqueados até à morte dias depois da saída do relatório da ONU sobre as causas do conflito mais cedo este ano.

A comissão especial da ONU acusou o governo do então primeiro-ministro Mari Alkatiri, dizendo que dois membros do seu gabinete alegadamente armaram milícias civis e recomendaram uma investigação criminal.

Os comentários do Sr Da Silva seguem-se ao pedido do comandante das forças armadas de Timor-Leste, Brigadeiro-General Taur Matan Ruak, para uma investigação ao comportamento das tropas Australianas em Dili, incluindo afirmações de que tomaram partido no conflito.

O comandante da Austrália em Dili, Brigadeiro Mal Rerden, defendeu as suas tropas, dizendo que uma campanha orquestrada nos últimos dias alvejou os Australianos para tentar forlá-los a sair do país.

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The Age - Outubro 29, 2006

Alerta em Timor para os Australianos
Lindsay Murdoch em Dili

Funcionários e pessoal da embaixada Australiana em Dili apertaram a segurança quando pessoas não identificaram espalharam rumores que parece que visam provocar ataques contra Australianos em Timor-Leste.

Mal Rerden, o comandante das tropas Australianas em Dili, descreveu ontem como "completamente infundadas” a história num jornal de Timor-Leste citando testemunhas que afirmam que tropas Australianas foram responsáveis pelas mortes de dois jovens que foram assassinados na Sexta-feira.

O título da página um no jornal Suara Timor Lorosae diz que os homens foram mortos por tropas Australianas.

"Estas histórias estão a ser manipulados por alguns elementos … estes grupos não querem claramente ter aqui uma força de segurança profissional, imparcial provavelmente porque estamos a impedi-los de fazer o que queriam," disse Brigadeiro Rerden.

Ordenou às suas tropas para investigar a fonte dos rumores, que estão a alimentar sentimentos anti-Australianos numa altura de violência em escalada em Dili que deixou 10 pessoas mortas na semana passada.

O Brigadeiro Rerden disse que se estava "a focar muito cuidadosamente " em quem estava a alimentar os rumores porque é importante "não começar a alimentá-los eles próprios ".

Mas acrescentou: "Não penso que seja a frente duma ameaça real."

Funcionários da embaixada Australiana começaram a remover pinturas e auto-colantes de veículos ou propriedades que os identificam como pertença de Australianos.

O complexo residencial frente ao mar dos diplomatas Australianos foi atacado por jovens a atirar pedras pela primeira vez na semana passada.

Alegações que forças de segurança Australianas foram responsáveis por mortes, ou que estão a tomar partido no conflito, estão a circular por mensagens SMS em Dili.

E as tropas e polícias Australianas em Dili estão a começar a sofrer ataques e abusos quando respondem à violência dos gangs que irrompe na maioria das tardes.

A violência levou os deputados a questionarem o modo como as tropas Australianas estão a operar no país.

Aprovaram uma resolução no Parlamento pedindo ao Conselho de Segurança da ONU para insistir que as tropas Australianas sejam postas sob comando da ONU. Manuel Tilman, líder de um dos maiores partidos da oposição, disse ontem que a óbvia "fricção" entre tropas Australianas e outras forças de segurança internacionais em Dili levou a um voto quase unânime a favor da resolução.

O Governo Howard em Agosto ganhou a aprovação da ONU para manter o comando da força por seis meses depois de obter o apoio dos USA, Grã-Bretanha e Japão.

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos Horta apoiou a postura da Austrália, dizendo na Sexta-feira que era "lógico e necessário aceitar a generosidade do vizinho ".

O comandante das forças armadas de Timor-Leste Tuar Matan Ruak quer que o seu governo investigue a conduta das tropas Australianas em Dili.

Disse aos jornalistas que afirmações de que os Australianos tomaram partido no conflito danificaram o prestígio das Forças de Defesa Australianas.

Carlos Belo, laureado Nobel e antigo bispo de Dili, tem descrito a situação em Timor-Leste como "desumana".

Pediu às pessoas para trabalharem pela paz.

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Radio Nova Zelândia - Domingo, Outubro 28, 2006, 6:19pm

Cresce a hostilidade contra a Austrália em Timor-Leste

O comandante das forças Australianas em Timor-Leste desvalorizou o título do jornal em Dili que os soldados Australianos estiveram envolvidos na morte de dois homens.

No título na página da frente do jornal principal de Dili Suara Timor-Leste lê-se, "Corpos encontrados em Bebonuk. Mortos pelas Forças Australianas ".

Os dois homens foram encontrados na Sexta-feira, vítimas aparentes da violência de gangs.

Aos relatos da ABC o Brigadeiro Australiano Mal Rerden diz que as alegações estão a ser espalhadas por uma minoria. Diz que os soldados não lidaram com os mortos.

Há sinais de hostilidade crescente para com os Australianos em Dili, com gangs a atirar pedras contra o complexo residencial do pessoal da embaixada Australiana.

O responsável das forças armadas de Timor-Leste pediu um inquérito às queixas de que a Austrália tomou partido na crise política do país.

Howard descarta queixas

O Primeiro-Ministro Australiano John Howard também descartou queixas de que as tropas Australianas foram responsáveis pela morta dos dois homens em Timor-Leste. E diz que ataques contra soldados Australianos ilustra a necessidade para o destacamento Australiano se manter naquele país até acabar o trabalho. Mr Howard diz que tem toda a confiança nas forças militares e na polícia Australianas e que a sua presença é calorosamente apoiada pela comunidade local.

A Austrália emitiu um novo conselho de viagens na semana passada, avisando os seus cidadãos que podem ser alvejados por gangs em lutas.

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AAP - Domingo Outubro 29, 05:03 PM

Forças vão lidar com agitadores da violência

O responsável das forças Australianas em Timor-Leste jurou aos responsáveis por incitar à violência e à hostilidade anti-Australiana na pequena nação que "tratará deles".

O Brigadeiro Mal Rerden reconheceu que muita da recente violência de gangs e de mortes sem sentido em Dili estava a ser organizada e era incitada por “elementos” desconhecidos.

Confrontos entre gangs rivais armados com armas, pedras e facas mataram até outo pessoas e feriram 50 na semana passada.

Enquanto que a violência na capital tinha acalmado em dias recentes, uma fúria de entimento anti-Australiano está a espalhar-se à volta de Dili com rumores infundados de parcialidade Australiana e assassinatos.

O principal jornal de Dili, Suara Timor Lorosae, teve uma história na primeira página dizendo que forças Australianas mataram dos Timorenses, cujos corpos foram encontrados na Sexta-feira.

O Primeiro-Ministro da Austrália John Howard e o Chefe da Força de Defesa, Air Chief Marshal Angus Houston, foram rápidos a rejeitar as afirmações, dizendo que as tropas Australianas são completamente neutras e altamente profissionais.

"Refuto inteiramente qualquer alegação que a nossa gente esteve envolvida em qualquer das mortes dos dois Timorenses na sexta-feira," disse o Marshal Houston.

O responsável da força Australiana em Timor-Leste com 1,000 elementos, o Brigadeiro Mal Rerden disse que parecia que a história estava a ser manipulada por outros "elementos". "Claramente não querem ter uma força de segurança aqui profissional, imparcial, provavelmente porque estavam a travar muitas das coisas más que queriam fazer," disse.

O Brigadeiro Rerden disse que alguma da violência da semana passada indicava "um grau de organização", e prometeu prender os responsáveis.

"Há elementos que parece estar activamente a incitar alguma da população geral a envolver-se nesses eventos de ajuntamentos," disse o Brigadeiro Rerden. Parece que estão a fazê-lo de modo controlado para os seus próprios propósitos."

As tropas Australianas tinham "alguma ideia " de quem era responsável, e faziam inquéritos em conjunto com a polícia da ONU. "Trataremos deles," disse. "Se formos capazes, e a polícia é capaz,... de encontrar evidência para sugerir que essa gente tem estado envolvida no incitamento à violência, então serão presos."

No Sábado, o primeiro-ministro de Timor-Leste José Ramos Horta foi forçado a defender a decisão de pedir às tropas Australianas para se manterem na problemática nação da meia-ilha, no meio do crescente ambiente anti-Australiano.

O Parlamento do país apelou por um comando único das forças internacionais no país, liderado pela ONU, ao mesmo tempo que o comandante das forças armadas de Timor-Leste criticou a operação Australiana por não ser capaz de parar com a violência.

Mr Howard disse que os recentes ataques contra as tropas Australianas ilustravam a necessidade da sua presença. "As nossas tropas não estariam lá se não houvessem algumas pessoas que precisassem, de modo apropriado, de tratarmos delas," disse. E o que isto sublinha é a importâncias de lá ficarmos até completarmos o nosso trabalho."

O Brigadeiro Rerden disse que as tropas não sentiam qualquer pressão das críticas recentes que descreveu como "infundado". "Não estamos preocupados com comentários porque continuamos com o nosso trabalho que temos que fazer e que é garantir que mantemos a segurança em Timor-Leste."

Disse que a situação em Timor-Leste era muito mais calma que há cinco meses, quando os locais não eram capazes de desenvolver as suas vidas. "Há picos, e há muitas alturas em que grupos de indivíduos vão para as ruas, mas estão limitados na duração e no tempo," disse. "Vimos estes (picos de violência) como estando a ser mais coordenados e menos espontâneos."

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1 comentário:

Anónimo disse...

Rai timor para atu bele hetan paz ho estabilidade ba povo timor tomak, boat ida ke povo tomak tenki halo: oho mutin sira iha rai timor laran, ne mak bele hetan paz duradeira ho estabilidade ba povo tomak iha timor lorossae.
selae sira sei estraga povo mate uituan ba uituan to tinan atus ba atu, povo timor kulik metan sei mohu tomak.
sira sei halo hanesan povu Aborizens australianu, mutin sira oho uituan ba uituan to ohin loron, rasa aborizen australia uituan deik ona iha rai australia.
Neduni povo timor tomak hahu ona no neon hamarik anti mutin sira iha ita nian rai timor laran.
Tanba mutin sira mai iha timor oho ona ita nian abo sira barak ona iha tinan atus hat nian laran, neduni ita keta beiktan ona, kaer sira oho fali.

mutin sira uluk oho ita nian abo sira ho kilak maibe ohin loron mutin sira oho ita timor oan ho droga drug. neduni timor oan kaer sira mutin oho fali para sira tauk no aprende.

duni asu mutin sira sae husi timor lorosae. rai timor la os rai mutin sira nian.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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