quarta-feira, novembro 22, 2006

De um leitor

Comentário no post "Xanana volta à carga contra direcção da Fretilin":

Ao contrário do que diz o Presidente da República o problema de Timor-Leste não é o Comité Central da Fretilin.

Ontem morreu mais um timorense, pertencente à comissão de reconciliação comunitária e um cidadão Brasileiro.

O problema de Timor Leste é que a violência não pára. É que há muita gente que não respeita nem a vida das pessoas, nem a autoridade do Estado e das suas instituições. Já não respeitam sequer a autoridade do Presidente Xanana. Quantos apelos já fez ele à paz? E a paz veio?
Cada vez o que ele diz conta menos, e o facto de agora se ter tornado em Presidente Jornalista que assina crónicas periódicas nos jornais só serve para que o que diga conte cada vez menos.Banalisa o que diz e assim enfraquece o que diz. Um presidente a sério deve falar pouco mas a sua palavra deve ser efectiva.

Qualquer senhor doutor que o presidente Xanana desdenha lhe teria dito isso se ele os quisesse ouvir. Porque vem nos manuais de ciência política.

E o facto de a palavra do Presidente não contar é um problema, porque sem autoridade não há ordem, e sem ordem e disciplina não há paz e sem esta não é possivel o desenvolvimento económico.E o povo sofre!

O povo sofre!

E isto é o que a FRETILIN tem dito desde o inicio. É preciso respeitar a ordem instituída. É preciso respeitar a autoridade do Estado.

A mudança se vier tem de ter lugar com eleições livres e justas.

É uma indignidade que enquanto morrem cidadão timorenses e agora estrangeiros (cooperantes que sairam dos seus países para ajudar Timor Leste)nas ruas de Dili, o Presidente ocupe o seu tempo a escrever artigos e a inflamar os ânimos contra um partido político!

O presidente Xanana não percebeu o quanto o cargo de presidente da República num sistema constitucional semi-presidencial, como o timorense, é exigente. Politicamente exigente. O presidente tem de fazer política sem entrar no jogo político partidário. Em nome dos interesses do Estado, e das suas instituições, acima dos interesses político partidários.

O Presidente tinha legitimidade para, atenta a crise criada, procurar outra solução governativa com outro primeiro ministro, mas não podendo dissolver o parlamento e convocar eleições antecipadas (por inexistência de leis eleitorais e condições lotísticas para a sua realização) tinha de se ter entendido com o partido maioritário. Pelo menos perante a opinião pública. E não entrar, como entrou, em guerra (pelo menos) verbal com a sua direcção. É aí que o presidente perde. E com ele Timor Leste.

O presidente com tão extensos artigos nos jornais mostra nervosismo e fraqueza. Porque se escreve tanto quer dizer que não pode ou não sabe fazer mais nada. Só se descredibilisa. E com ele o Estado timores ( ou o que resta dele.

Se a coisa assim continua não tarda que surjam (se é que já não surgiram) os saudosos da ocupação Indonésia.
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1 comentário:

Anónimo disse...

Quando os artigos do presidente sao feitos por encomenda ...
Ja agora a Ana Gomes nao lhe manda um SMS a pedir para ele se calar e nao assinar artigos escritos por outros/as?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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