sexta-feira, novembro 10, 2006

Entrevista com o Secretário-Geral da Fretilin, Mari Alkatiri

em Dili no Domingo, Novembro 6 2006
Por John Loizou

É possível quantificar quanto terá custado o golpe quanto ao desenvolvimento económico de Timor-Leste?

É muito, muito difícil fazer isso agora. Atrasará a execução do orçamento corrente – o orçamento deste ano fiscal – e o orçamento do último ano fiscal. Mas acima de tudo destruiu algumas instituições e suspendeu outras. O resultado é que o maior problema de Timor-Leste agora é a falta de liderança e de autoridade do Estado. Como muito facilmente pode ver, agora não há autoridade do Estado em Timor-Leste; a liderança torna-se cada vez mais fraca e há uma necessidade urgente de recuperar da crise. Isso somente acontecerá através dum esforço conjunto da liderança.

O que quer dizer quando fala em liderança?

A liderança real nacional neste país não totaliza mais de cinco pessoas. O presidente, Xanana Gusmão, o corrente primeiro-ministro, José Ramos Horta, o presidente do parlamento, o comandante das forças armadas … e eu, obviamente. É muito difícil eu dizer isto mas é uma realidade que como secretário-geral do maior partido político do nosso país, eu tenho ainda um papel a desempenhar.

Mas está isto a acontecer? Tem havido um esforço para criar um esforço concertado entre estes cinco?

Ainda não.
Há muitos esforços por muita gente – Timorense e não -Timorense para tornar isso possível – para fazer isso acontecer mas até agora sem resultado.

Qual é o impedimento maior?

Ainda não sei. Mas penso que está ligado a uma falta de capacidade de alguns para reconhecerem os seus erros duma maneira concreta e objectiva e não como uma declaração geral e também uma falta de capacidade para reconhecer que o nosso maior erro como líderes foi começar-se a lutar uns contra os outros como resultante de muita manipulação promovida por outros.

Quem são esses ‘outros’?

Esta crise foi o resultado de uma conspiração. Não tenho qualquer dúvida sobre isso.

Por quem ou de quem?

Não posso realmente identificar indivíduos mas dos factos conclui-se que foi uma conspiração. Começou há muito tempo. Começou em 2001, 2002 e tem estado em curso em todos os anos contra o governo.

No ano passado, como sabe, a Igreja Católica organizou pessoas para manifestações durante três semanas e falharam. Desde então estiveram sempre a tentar obter o apoio de instituições e indivíduos dentro do país. Sempre com o mesmo propósito: forçar o governo a sair.

Está a dizer que a Igreja fez isto?

A Igreja Católica. Mas a Igreja Católica não esteve sozinha. Não digo que foi “toda” a Igreja Católica. Mas foi a hierarquia. E a ela juntaram-se outros grupos. Gente dos partidos da oposição e grupos ilegais do país.

Quer dizer milícias ou grupos de artes marciais?

Não realmente de artes marciais mas organizações irregulares que no tempo da resistência até tiveram um papel no interior do movimento da resistência.

Eram do interior da resistência ou faziam parte da resistência?

Sim.

Mas porque é que estavam tão desafeiçoados para começar a criar problemas ao governo?

Houve alguns grupos que se juntaram à resistência por propósitos deles próprios. Não foi deles o objectivo claro de lutar pela independência. O que queriam era correr com os Indonésios para ocuparem o lugar deles.

Quer dizer que eles queriam os the Indonésios fora e depois herdar a situação?

Sim.

Disse que podia ter havido uma guerra civil se não tivesse resignado?

Não tenho dúvida disso.

Mas quem é que teria lutado (numa) guerra civil e qual seria o resultado?

Eu sabia que se tivesse decidido resistir à pressão para sair, teria tido o apoio da maioria dos membros da Fretilin. Isso significava que ou teriam vindo para Dili para resistir ou que o fariam nos outros distritos. Mas fariam isso e realmente teríamos tido derramamento de sangue e uma guerra civil. Esta é uma das razões porque decidi desistir – para evitar a guerra civil e o derramamento de sangue. E tenho a certeza que se isso acontecesse a Fretilin venceria. Mas este não é o tempo para ganhar poder através do derramamento de sangue e da guerra civil. Nunca aceitaria ficar como primeiro-ministro no governo se isso significasse uma guerra civil.

Qual, se alguma, são as semelhanças do golpe da UDT de Agosto de 1975 e a guerra civil que se seguiu – lembrando especialmente as actividades do movimento anti-comunista?

Há algumas semelhanças mas num contexto diferente. Quando a UDT desencadeou o seu golpe, estávamos totalmente cientes que depois do golpe seríamos invadidos pela Indonésia. Foi por isso que lutámos contra o golpe. Estávamos também totalmente cientes que a guerra civil duraria pouco tempo. Agora a situação é completamente diferente.

Assim, por outras palavras, a guerra civil seria prolongada se acontecesse?

Sim.

Mas foi para a guerra em Agosto de 1975 sabendo que as consequências seriam a chegada dos Indonésios?

Sim.

Voltemos à Igreja. Se é a hierarquia e outros indivíduos porque é que estão a fazer isto?

Algumas pessoas tentam atribuir os seus esforços ao ‘mau’ governo. Mas não conseguem realmente sustentar este argumento porque nos nossos quatro anos de governo fomos considerados por muitos, muitos parceiros do desenvolvimento e instituições como um dos melhores exemplos no mundo. Não há argumento acerca disto. E há evidência para isto. Agora estão a tentar argumentar que foi porque o primeiro-ministro era arrogante. Mas esta não é razão suficiente para um golpe particularmente quando tal golpe ‘empurrará para trás’ o país durante anos. Dizer que a razão é que o primeiro-ministro não sorri não é razão. Não somente ‘empurraria o país para trás’ mas deixaria milhares de pessoas sem abrigo. Não há qualquer argumento para defender esta visão. Mas penso e acredito – apesar de nunca o dizerem – que a razão principal foi que o primeiro-ministro não era um católico. E todas as suas acções foram contra a Constituição.

Mas se eu disser que você disse que a campanha contra si foi montada porque você não era católico qual será a resposta da hierarquia?

Negarão isso. Tentarão dizer que o erro foi meu. Era arrogante q não havia nenhum esforço para criar empregos. Dirão muitas coisas como estas.

Mas o que é que tal alegação fará na sua base de apoio no interior do país?

Quando o governo herda um vácuo nas instituições do Estado a maior prioridade para esse governo é criar o Estado. Isso significa administração pública, outras instituições, defesa e segurança e isso significa que a maioria dos recursos que obtém dos dadores internacionais devem ir para a educação, saúde e algumas infra-estruturas. Foi só há um ano – Agosto, Setembro do ano passado – que começámos a receber dinheiro do petróleo e do gás. É por isso que o nosso orçamento deste ano é um grande orçamento. Não podíamos fazer o mesmo há dois ou há três anos atrás.

Mas o que estou a dizer é que estamos num país supostamente católico e vai estar sentado lá como secretário-geral da Fretilin e diz que a Igreja tentou derrubar-me porque eu não sou católico o que é que a Igreja vai fazer …

Não, não, tenho a certeza que este não é um problema para a gente deste país.

Sim mas qual será a sua resposta quando atacar a Igreja?

Dir-me-ão para não me preocupar com isto. És o secretário-geral da Fretilin porque és um fundador da Fretilin. Estás a trabalhar bem para as pessoas e isto não tem nada a ver com a religião. A maioria das pessoas apoiar-me-á.

Se aceitarmos este tese de que a Igreja fez o que fez …

Não consigo ver outra razão.

Diz que os seus opositores quiseram formar um governo de unidade nacional. Assim que parte gente como o presidente e o novo primeiro-ministro jogam. Foram parte disto antes de tudo ter acontecido ou foram oportunistas?

Não. Enfrentavam um problema claro com alguns grupos a espalhar violência e com o objectivo do primeiro-ministro sair e a situação era difícil de controlar pelas nossas próprias forças porque a polícia e os militarem estavam a lutar uns contra os outros e depois pensaram que era a melhor solução.

Portanto pensa que actuaram de boa fé?

Não de boa fé. A melhor solução teria sido reforçar as instituições em solidariedade. Não forçar o primeiro-ministro a sair porque outros queriam que ele saísse. Deviam ter apoiado a Constituição.

Mas porque é que não o fizeram?

Na minha opinião, por falta de coragem.

Tem argumentado que apesar da força internacional ter estabilizado a situação, eles na realidade não compreendem o que aconteceu. Porquê?

Porque eles ainda pensam que a crise aqui foi uma luta pelo poder entre o primeiro-ministro, o antigo primeiro-ministro e o presidente. Mas eu rejeito totalmente, este argumento.

Portanto eles ainda aderem a esta teoria?

Sim.

Eles conhecem a identidade desses membros dos artistas marciais e das milícias que estão a promover a violência?

Estão a tornar-se mais familiares com a situação mas pensam ainda que a razão inicial pela crise total veio duma luta pelo poder.

Pensa que o ignorar da Constituição torna a Constituição inoperativa?

Não. Está operativa porque sendo nós o partido maior decidimos continuar a defender a Constituição e tentamos ter gente a trabalhar outra vez dentro da moldura da Constituição. Agora estamos a trabalhar dentro da moldura desta Constituição. Aceitámos a situação e o que estamos a fazer é defender a Constituição.

Diz que a liderança nacional – os cinco que mencionou – cometeram erros e que têm que reconhecer esses erros. Então quais pensa que foram os seus erros?

Nunca pensei que pudesse ser possível que grupos menores tivessem sucesso em forçar o primeiro-ministro de um partido maior a sair.

Então subestimou os seus opositores?

Sim, subestimei-os. Mas devia ter também prestado maior atenção às forças armadas e à polícia. E devia ter prestado maior atenção às organizações de base do partido. Devíamos também ter trabalhado melhor com os media para informar a opinião pública. Fizemos muitas coisas e as pessoas não sabiam o que tínhamos feito.

Timor-Leste estava a começar a aumentar a sua produção anual de arroz. Agora voltou para trás. Quanto tempo vai demorar a recuperar?

Não menos de três ou quatro anos.

Se a liderança se reunificasse e o Estado fosse re-estabelecido qual seriam as prioridades?

A prioridade é reconstruir todas as instituições do Estado outra vez.

Mas quais são as prioridades económicas?

Se não se tem uma administração pública eficiente e se se começa a investir dinheiro na economia tem-se corrupção. Portanto temos de tentar e reforçar os sectores sub-nacionais da administração pública. Distritos e sub-distritos. Reforçá-los. E obviamente precisamos de investir.

Infra-estruturas. Desenvolvimento humano. Desenvolvimento comunitário. Todos estão incluídos no plano corrente de acção. Mas agora com esta crise penso que precisamos de investir, precisamos de arranjar empregos. Precisamos de preparar gente com conhecimentos profissionais para os empregos. Mas acima de tudo precisamos de reforçar as instituições do Estado. Tudo isto levará pelo menos três ou quatro anos.

E que tal a fronteira marítima com a Austrália?

A nossa prioridade é tornar o país independente economicamente e evitar empréstimos de outros. Foi por isso que decidimos negociar com a Austrália como uma prioridade a exploração e utilização conjunta dos recursos naturais e foi uma negociação com sucesso com bons resultados para Timor. Noventa por cento da (autoridade conjunta) 50 por cento da Sunrise e estávamos a pensar empurrar o pipeline da Sunrise para Timor-Leste. Agora será mais difícil mas continuaremos a empurrar. Mas estamos agora numa situação financeira muito confortável. Temos os nossos próprios recursos. Temos recursos suficientes para começar a desenvolver o país. Mas do que precisamos agora é de descobrir como refinar a sociedade entre o estado e a sociedade civil e re-definir a sociedade entre Timor-Leste e investidores estrangeiros e países que têm estado a assistirnos durante os últimos cinco ou seis anos.

Então pensa que o parlamento ainda ratificará o acordo?

Penso que sim. Talvez com algumas reservas mas penso que o ratificará.

Quando é que pensa que isso vai acontecer?

Talvez antes do fim do ano.

O comandante das forças armadas disse que as tropas Australianas aqui devem estar sob controlo da ONU. Corcorda?

É a posição comum de muitos líderes e instituições em Timor-Leste, incluindo a minha. Mas a realidade é esta: ter as forças armadas Australianas como parte dos capacetes azuis precisa duma resolução do Conselho de Segurança da ONU e não conseguimos obtê-la sem objecções dos USA e do Reino Unido e por isso é melhor ser criativo aqui e tentar montar um comando unificado. Isso significará um acordo trilateral entre o governo de Timor-Leste, a ONU e a coligação de forças liderada pela Austrália e ter um comando unificado onde o comandante das nossas forças armadas participe.

Então quanto tempo vão ficar as forças armadas Timorenses nos quartéis?

A situação presente é insustentável. Precisamos de envolver as forças armadas e quanto mais cedo melhor. Lado-a-lado com as forças internacionais. É por isso que o comando unificado é tão importante. Não penso que seja difícil obter isso.

Quanto tempo demorará?

Duas, três ou quatro semanas, acredito.

Tem ouvido algum dos Timorenses a queixar-se do comportamento dos Australianos?

Sim e tenho dito que se houve quaisquer queixas é melhor que sejam investigadas. Em vez de resistir a abrir qualquer investigação é melhor abrir uma investigação.

Mas quem são as pessoas que se estão a queixar?

Pessoas normais. Pessoas dos campos de deslocados e do exterior. Muitas têm-se estado a queixar e muitas têm estado a espalhar rumores e é por isso que eu penso que é melhor investigar.

E quem é que deve investigar?

A ONU, a Austrália e o governo de Timor-Leste. Mas nem todas as queixas são genuínas. Algumas pessoas estão a usar a situação para criar problemas.

Mas porque é que as pessoas querem espalhar rumores e manter o descontentamento em andamento?

Porque as pessoas não estão realmente satisfeitas com a situação. Tentaram um golpe e agora não estão satisfeitas até a Fretilin desaparecer.

Como é que explica que os amotinados que fugiram da prisão ainda estão por prender?

Este sentimento de impunidade não ajuda. Já deixei claro ao governo e às forças Australianas que têm que usar a sua autoridade para levar essa gente à justiça.

Porque é que isso não está a acontecer?

Ainda não percebi se (a razão) é técnica ou política. Talvez seja uma mistura.

Mas se (é) política, é por quem?

Tem havido uma tentativa particularmente pelo presidente, mas também do primeiro-ministro, para resolver a crise através do diálogo e de apelos a essa gente. Mas não se pode governar um país através de diálogo e apelos.

Então o que está a dizer é que eles recusam tomar decisões difíceis?

Sim. Têm evitado a decisão.

Tem dito que a investigação pelos três nomeados pelo Secretário-Geral da ONU Kofi Annan não foi satisfatória porque eles não perguntaram como é que isso aconteceu. Então a que perguntas é que deviam ter tentado responder?

Primeiro que tudo, porque é que ignoraram tantos factos.

Tais como?

Reuniões no lugar do presidente com gente que estava a pressioná-lo para me forçar a sair.
Reuniões entre Ramos Horta e Reinado, Ramos Horta e Railos; Ramos Horta e Tara e outros peticionários durante a crise. Prometeram a toda a gente que não re-começariam a violência e depois re-começaram-na. As alegações da distribuição de armas. Eles (os investigadores) fizeram uma investigação completa. Porque é que no seu relatório consideraram isso um problema menor?

Quais são estas alegações de distribuição de armas?

Uma das alegações era que a Fretilin tinha importado ilegalmente dois ou três contentores de armas e que as tinha distribuído a membros da Fretilin. Mas quando investigaram esta questão chegaram à conclusão de que não tinha havido importação ilegal de armas para distribuição aos membros. No relatório simplesmente ignoraram isto. Porquê?

Então quando o agora Primeiro-Ministro Ramos Horta se reuniu com estes homens foi durante a violência?

Durante a confusão.

Então durante a confusão ele reuniu-se com eles?

Sim.

E quem foram as pessoas que tentaram pôr pressão no presidente para que você resignasse?

Pelo menos um dos bispos.

E depois disto tudo está ainda preparado para trabalhar com Gusmão e Horta?

Horta vem aqui para me ver uma vez por semana. No interesse da nação e do governo, estou preparado para trabalhar com eles mas precisamos de definir claramente uma nova moldura.

Não vai concorrer para primeiro-ministro nas eleições de 2007?

Não. Penso que é muito mais importante trabalhar para o partido. Torná-lo mais organizado.

Diz que o apoio à Fretilin tem aumentado. Porquê?

Tenho a certeza disso. Quando estamos numa democracia as pessoas – mesmo os membros da Fretilin – pensam que por causa da democracia podem escolher um outro partido. Mas quando entendem que isso também cria uma oportunidade para serem alvejados por outros, entendem que é melhor apoiar o seu próprio partido. E não se esqueça que a ligação entre a Fretilin e as pessoas vem do tempo do movimento de libertação e isso é ainda muito forte.

Então pensa que ainda apoiarão a Fretilin apesar das críticas que possam ter da Fretilin?

Sim. A única maneira de defender a real independência e a soberania do país é com a Fretilin.

A Indonésia jogou algum papel no que aconteceu?

Como governo não. Mas talvez haja ainda alguma gente a tentar fazer alguma coisa mas o que estamos a ver neste país são ex-milícias que estão por detrás desses grupos que estão a espalhar a violência em Dili e noutros lugares.

A decisão de permitir os membros das milícias de volta a Timor-Leste – foi isso um erro?

A decisão não foi um erro. O modo como foi feito, talvez. Está certo tê-los de volta. Mas pô-los em instituições como as forças armadas e a polícia foi um erro. Eles foram imediatamente admitidos pela ONU na polícia porque foi pensado que a maneira mais fácil de construir uma força da polícia era usar gente que já tinha sido polícia para os Indonésios porque já tinham algum treino. Por isso foram os primeiros admitidos para a polícia e isso foi um erro.

E agora a irritante questão da língua. Muitos – especialmente os Australianos – desdenham do uso do Português. Qual é a sua resposta às críticas deles?

Isso é um disparate. Faz parte da cultura total da nossa decisão reforçar a nossa independência e soberania. Sabemos que não é fácil tornar o Português outra vez a língua franca de Timor-Leste num prazo muito curto. Mas acreditamos que Timor-Leste precisa de ser diferente nesta região. Mas isso não significa que estamos contra os outros. Precisamos de boas relações com a Austrália e a Indonésia – com todos. Mas como Timorenses, e não como extensões de outros.

Mas não estão os jovens desapontados porque não conseguem encontrar empregos no serviço civil sem o Português?

Não é verdade. A maioria das pessoas no serviço civil está agora a falar algum Português. Mas foram admitidos no emprego sem conhecimento do Português. Não há discriminação.

Porque é que a violência não se espalhou para além de Díli?

Esta é uma boa pergunta. A maioria dos desempregados estão em Dili. É em Dili que há os gangs. Alguns organizados través das artes marciais, outros não. É a única grande cidade do país. Temos mais ou menos 200,000 pessoas em Dili – demasiadas para uma cidade muito pequena. É por isso que é fácil espalhar a confusão em Dili e espalhar violência.

Não devia ter um programa para travar os jovens de virem para Dili?

Esta é uma das nossas políticas e planos. Criar novas oportunidades no seio do interior do país e criar cinco ou seis pequenas cidades com uma qualidade de vida melhor que em Dili. Isso pode ser feito e precisa de ser feito para travar as pessoas de virem para Dili.

Então qual deveria ser a população de Dili com uma população no país de cerca de um milhão?

Não mais de 50,000. Riso.

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1 comentário:

Anónimo disse...

E é bom lembrar que a hierarquia da Igreja que o Mari Alkatiri acusa - e bem! - deve obediência a um Estado estrangeiro, o Vaticano... não se estranhe por isso que ponham os interesses desse Estado à frente dos interesses do Estado Timorense e da nação Timorense.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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