quarta-feira, novembro 08, 2006

Justifica-se o Expresso fazer esta notícia como manchete?

Expresso Online
Missão em Timor
Coronel da GNR embriagado ao volante

Valentina Marcelino e Carlos Abreu

A polícia australiana interceptou uma viatura da ONU conduzida por um oficial da GNR que confessou ter ingerido "várias bebidas alcoólicas".

quarta-feira , 08 NOV 06

Um coronel da GNR foi surpreendido a conduzir embriagado em Dili, sábado passado, cerca das duas horas da manhã. Seguia ao volante de uma viatura da ONU na estrada da praia, junto ao Cemitério de Santana.

Segundo o relatório da polícia australiana ao qual o EXPRESSO teve acesso, “o condutor do veículo falava de forma atabalhoada, mal se sustinha de pé e o seu hálito exalava um intenso cheiro a álcool”.

“O condutor [prossegue o relatório] admitiu ter ingerido várias bebidas alcoólicas num clube nocturno antes de conduzir o veículo.”

Contactada pelo EXPRESSO, a GNR disse não ter de momento ninguém disponível para comentar a notícia. No entanto, ao longo da tarde, o EXPRESSO continuará a tentar obter uma reacção do comando-geral da GNR.

Em Timor-leste está, desde o início de Junho, uma companhia da Guarda, constituída por 120 militares, cuja missão é o apoio ao restabelecimento da ordem pública. Em Agosto seguiram mais 60 militares com o objectivo principal de dar formação à polícia timorense.

...

NOTA:

Este artigo está cheio de imprecisões e omissões.

1. Este oficial da GNR não pertence ao Sub-agrupamento Bravo em Missão em Timor-Leste, constituído por 140 militares e não por 120, como diz o artigo e integrado na UNPOL. O Sub-Agrupamento Bravo da GNR e o RMP da Malásia estão integrados na UNPOL como duas unidades constituídas (FPUs).

O oficial em causa nem sequer pertence à UNPOL. Ocupa as funções de Conselheiro para a Área de Segurança do Primeiro-Ministro, desde o Governo de Mari Alkatiri. É um posto financiado pela ONU.

O oficial concorreu individualmente a um lugar das Nações Unidas, obteve autorização do seu comando, e assumiu funções a título individual. O lugar não foi atribuído institucionalmente à GNR.

Este oficial é Tenente-Coronel e não Coronel.

2. A jornalista afirma que o oficial estava embriagado. Desde quando se prova que alguém estava embriagado sem ser sujeito a um teste com um aparelho de medição de álcool no sangue, ou realizada uma análise em laboratório?!

3. Os polícias australianos são polícias da UNPOL. A UNPOL é constituída por polícias de diversas nacionalidades, incluindo a portuguesa.

Testemunhamos que no auto-stop onde ocorreu o incidente, encontravam-se polícias de várias nacionalidades, incluindo um polícia timorense da PNTL.

A jornalista dizer que o relatório da UNPOL é da polícia australiana, mais parece uma manipulação da mesma para levar a crer que a sua fonte é a polícia australiana.

Esperamos que a UNPOL investigue quem entregou o relatório ao Expresso e porquê…

4. Em Agosto, não chegaram 60 militares da GNR para ocuparem os postos da UNPOL, mas apenas 3.

Os restantes não são militares, mas sim elementos da PSP.

Curiosamente, a ONU, em Nova Iorque, apenas seleccionou até à data 3 militares da GNR e 37 da PSP, dos lugares que foram destinados para as forças de segurança portuguesas.

Parte das entrevistas aos candidatos foram realizadas por um elemento da UNPOL, português e que pertence à PSP.

O número dois do Departamento da Unidade de Polícia da PKO, da ONU em Nova Iorque é Antero Lopes, da PSP, a exercer funções, temporariamente, como responsável máximo da UNPOL.

5. O artigo apenas refere as acusações dos polícias e não qual a versão do oficial da GNR, retirando frases isoladas do relatório.

6. Conhecemos o oficial em causa há muitos anos. Nessa noite, já tarde, não o vimos embriagado, nem a falar de forma atabalhoada, nem vimos que mal se sustinha de pé...

7. Ao prestar um mau serviço de informação, a jornalista confunde um indivíduo com a instituição e tenta denegrir a imagem da GNR.

A jornalista em causa tem publicado nas últimas semanas vários artigos contra a GNR. A maior parte deles com tantas imprecisões como este.

Faz pensar a quem serve esta manchete para denegrir a GNR e por consequência o seu General Comandante, que por acaso é um forte candidato ao lugar de Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, cuja nomeação está para breve…



O profissionalismo e a conduta exemplar dos militares da GNR do sub-agrupamento Bravo em Timor-Leste, reconhecidos pela população e por todos os órgãos de soberania, não merecem que o Expresso faça manchete com esta notícia.

Principalmente, quando o Expresso não fez manchete com determinadas notícias, ou nem sequer as deu, sobre recentes acontecimentos muito mais importantes em Timor-Leste.

A GNR é um dos maiores garantes da ordem pública em Timor-Leste. Provou estar, melhor que ninguém, bem equipada e preparada para esta função, reconhecido por todas as autoridade locais, nacionais ou internacionais, e pelos seus pares.

Esperamos que não se venha a descobrir, que na base desta notícia estejam interesses corporativistas…

Senão, mais uma vez, Portugal no seu pior...

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3 comentários:

Anónimo disse...

Mais grave que "os copitos a mais", se é que foi o caso, é algum "colega" da UNPOL ter enviado para o Expresso o tal do relatório.

Não há dúvida que quem o enviou tinha a intenção de prejudicar a GNR e que sabia que a tal jornalista era a pessoa indicada. Não é?

Mais do mesmo.

Viva a GNR! Vivam os Bravos!

Anónimo disse...

Vamos lá amigos. Vamos lá aturar aquela do costume e vamos ver de onde tudo isto vem.
É natural que...
Direi mais que...
Se um GNR incomoda muita gente... dois GNRs incomodam muito mais.
Uma coisa é certa. Não somos amigos de Xanana! Somos, e sempre fomos... continuaremos a ser AMIGOS DO POVO DE TIMOR-LESTE!
Percebemos que não dá para misturar o sofrimento com o oportunismo!
Como é comum apercebermo-nos: o senhor Gusmão é uma desilusão.
Se o é por incapacidade, que fosse honesto e nãp nos enganasse... ou será que nem ele sabia que era assim?
O senhor Xanana é uma desilusão que nos dói!

Anónimo disse...

Quero exprimir toda a minha solidariedade aos elementos da GNR que integram a UNPOL. A sua actuação tem sido exemplar e nenhuma atoarda poderá manchar essa reputação imaculada. Deverão, pois, continuar o excelente trabalho que só honra o seu país, Portugal, e o país anfitrião, Timor-Leste.

O resto já sabemos: pasquins a mando de interesses diversos ou de certas unidades monetárias, que escrevinham ódio e mentira para tentar atingir cobardemente aqueles que são úteis, honestos e competentes. Chama-se a isso dor de cotovelo. Só é pena partir de portugueses... não é só Timor que precisa de "simu malu".

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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