domingo, novembro 05, 2006

Notícias - traduzidas pela Margarida

Há metade dos deslocados em Timor – Ministro optimista
Por Lucia Salinas-Briones em Dili

A pequena nova nação em Timor-Leste atingida por uma crise em Abril de 2006 quando um plano coordenado para desestabilizar o país foi activado por forças anti-democráticas foi activado por forças anti-democráticas que continuam hoje a empurrar a sua estratégia.

Cerca de 150,000 pessoas na capital, Dili, foram forçadas a fugir das suas casas por causa destas acções irresponsáveis contra um governo eleito democraticamente.

Muitos destes “deslocados” viram as suas casas a serem queimadas e todos os seus bens destruídos mesmo em frente deles. Muitos foram sériamente brutalizados e ameaçados do pior se não saíssem.

Uma grande maioria dos deslocados são simpatizantes da FRETILIN, que foi eleita democraticamente para o governo com 57.3% dos votos em Agosto de 2001.

(A FRETILIN é a Frente Revolucionária para Timor-Leste Independente, formada em 1974.)

Aos 32 anos de idade, Arsénio Bano é o ministro mais jovem no governo de Timor-Leste e tem uma mensagem inspiradora. Está a trabalhar no duro para resolver a realidade mais dura que a crise trouxe a este país – cuidar de cerca de 150,000 deslocados e fazê-los regressar a casa.

Nos últimos seis meses o seu Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária foi responsável pela protecção e segurança em campos de deslocados, bem como em abastecê-los com as necessidades básicas como água, alimentação, comida, cuidados sanitários e de saúde.

“Há seis meses tínhamos 150,000 deslocados, hoje temos 70,000,” diz o Ministro Bano. “Trabalhámos no duro para criar as condições para regressarem onde pertencem e sentirem-se seguros”.

O Estágio um da crise dos deslocados foi dar abrigo e as necessidades básicas às 150,000 pessoas que saíram das suas casas por meios de terror. O Estágio dois – a situação de hoje – é levá-las de regresso a casa (se ainda têm uma) ou dar-lhes uma casa nova. Até agora o número de deslocados reduziu-se em metade. O Ministro Bano pensa que o Estágio dois pode levar uns outros seis meses.

“Este é o nosso país e é nossa responsabilidade garantir que temos capacidade para lidar com os nossos problemas,” diz. Apesar deles receberem uma ajuda significativa de agências de ajuda internacional e de dadores, é o ministro Arsénio quem coordena toda a assistência e tem tido sucesso em evitar uma crise humanitária. O trabalho é ainda feito em coordenação com outros ministérios – tais como o da Saúde, Educação, Interior, Justiça, Secretariado do Estado para a Juventude e Desportos. O ministro tem um plano de contingência para lidar com a próxima estação das chuvas para que ninguém fique sem protecção.

As mulheres e as crianças são ambos grupos muito vulneráveis, de acordo com o Ministro. “Estamos a trabalhar com o Ministro da Educação, a UNICEF e outras agências internacionais, que estão a dar educação não-formal a crianças em centros. As mulheres estão muito vulneráveis por isso há um projecto importante para evitar o assédio sexual. Várias construções que serão locais seguros para mulheresnos centros devem estar concluídas em meados de Novembro”.

Noutro projecto, o ministério de Bano está a trabalhar com o Programa Mundial da Alimentação para fornecer comida suplementar para grávidas e recém-nascidos. A crise levou à partida de algumas ONG’s que desenvolviam programas para mulheres, e muitos dos sus centros foram destruídos.

O Ministro Bano acredita que há uma grande necessidade para lidar com algumas questões a nível comunitário e promove-os com entusiasmo. “Precisamos de pôr as pessoas a falarem umas com as outras, precisamos de ser capazes de curar o impacto da crise”.

Programas de aceitação mútua estão a ser implementados.

Programas de protecção – que implica confiar uns nos outros como comunidade e resolver os problemas sem violência – também estão em curso correntemente. Cartazes, boletins, programas de rádio, actividades de desporto e culturais estão a encorajar os deslocados a olhar os lados humanos e sociais do problema e a falarem uns com os outros.

A segurança é uma questão maior. É provavelmente a razão principal para os deslocados não quererem regressar a casa.

Perderam toda a confiança e não deve ser somente a força internacional correntemente em Timor-Leste quem deve providenciá-la. “Penso que isso deve vir dos nossos próprios Timorenses. É um processo que estamos a desenvolver com o diálogo, a discussão, e que demorará algum tempo.

Há uma falta de confiança nas forças internacionais, elas não conhecem o povo!”

O Ministro está realista sobre o que aconteceu e optimista sobre o futuro. “Timor-Leste experimentou uma crise que ensinou uma dura lição ao povo e isto atingiu todos os níveis da nossa sociedade.

A crise teve um impacto em todo o país e temos ainda instituições fracas, e é por isso que precisamos de assistência. Também aprendemos que precisamos de estar preparados no futuro para que estas coisas não aconteçam outra vez.

“A crise corrente será resolvidas. Penso que se tivermos mais vontade política – não somente do governo mas de todos na sociedade civil, outras instituições importantes como o Parlamento e o sistema judicial, o presidente, toda a gente – não deixaremos que o país se desmorone. Isso poria fim a um compromisso que começou há 24 anos quando decidimos alcançar a independência”.

O Ministro Arsénio Bano é um apoiante do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri. “a contribuição de Mari Alkatiri para Timor-Leste tem sido tremenda,” diz.

“Mari Alkatiri liderou uma transformação muito forte com uma visão de 20 anos. Nos últimos quatro anos conseguiu, entre muitas outras coisas, estabelecer um total sistema escolar para as crianças de Timor-Leste. Conseguiu pôr de regresso à escola 350,000 crianças. O nosso desafio agora é melhorar a qualidade da nossa educação.

“Também estabelecemos um sistema de saúde, quase de lado a lado no país. Trabalhámos no duro para isso e temos agora médicos em quase todos os distritos.

“Nos últimos quatro anos garantimos o financiamento para as gerações vindouras. E o mais importe, conseguimos alcançar tudo isto sem pedir um cêntimo emprestado. Nos passados quatro anos tornámo-nos financeiramente independentes”.

O Ministro Arsénio Bano é enfático. “O Fundo de Petróleo, que é de onde vem o corrente orçamento de Timor-Leste, não é uma proposta do corrente governo. Mais do que triplicámos o nosso orçamento graças a Mari Alkatiri. A sua contribuição para Timor-Leste tem sido tremenda”.

O Ministro Bano juntou-se à FRETILIN não há muito tempo e está com muito orgulho disso. “Tenho muito orgulho em dizer que sou da FRETILIN. A FRETILIN trouxe-nos a independência. A visão da FRETILIN é tirar-nos da pobreza. A FRETILIN também acredita numa identidade nacional, não somente de modo cultural mas também de modo prático”.

O Ministro Bano diz que alguém que pense que a FRETILIN é um partido com orientação marxista é ignorante. “Se a FRETILIN fosse marxista não teríamos outros partidos aqui, não teríamos companhias estrangeiras a investir aqui. Temos um tipo de economia liberal aqui. Não proibimos de ninguém de vir a este país. Os nossos parceiros e adversários são da Austrália, Noruega, USA, e Portugal, não da China ou da Rússia”.

O Ministro Arsénio Bano está casado com uma Australiana e tem dois filhos. O mais jovem ministro do governo de Timor-Leste tem estado envolvido na política desde os doze anos e quer continuar a estar. “Tenho a intenção de ficar aqui, a trabalhar para o governo enquanto for preciso, esta é a ideia. Amo o meu país e quero que se torne próspero, com oportunidades para toda a gente”.

O Ministro Arsénio Bano estará em Sydney em 22-24 Novembro. Os que querem obter uma informação real e honesta sobre Timor-Leste fariam bem em falar com ele.

Nov 2, 2006

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TIMOR-LESTE: DEVEMOS CULPARMO-NOS A NÓS PRÓPRIOS E NÃO AOS AUSTRALIANOS, DIZ O PM
adnki.com

Dili, 31 Oct. (AKI) – Quando o debate sobre a conduta das tropas Australianas escala, o primeiro-ministro José Ramos-Horta disse que o problema é dos Timorenses que são incapazes de resolver a sua própria crise. Numa entrevista com Adnkronos International (AKI), o líder Timorense pediu fim ao criticismo que levou a que ambos os civis e militares liderados pelos Australianos, estejam a ser visados pelos gangs de jovens.

"Peço aos Timorenses para não envenenarem as nossas boas relações com a Austrália. Os soldados Australianos são profissionais e não temos que os envergonhar agora com acusações de parcialidade," disse ao AKI.

"Em vez disso, devíamo-nos culpar a nós próprios por não sermos capazes de resolver os nossos problemas. A Austrália estará sempre no coração de cada Timorense e se alguém aqui os culpar eu sou o primeiro a culpar esses," acrescentou.

Cerca de 1,000 tropas Australianas foram destacadas para Timor-Leste depois de violência e desordens que irromperam em Maio e na qual pelo menos 37 pessoas foram mortas e 155,000 forçadas a abandonar as suas casas. Os confrontos levaram à queda do governo do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri.

As tropas Australianas foram ultimamente acusadas de parcialidade, conduta não profissional e mesmo de mortes ilegais. A situação deteriorou-se depois de um artigo de página inteira ter sido publicado no Sábado no Suara Timor-Leste, o principal jornal local, acusando soldados Australianos de matar dois Timorenses. O título do artigo era "Corpos encontrados em Bebonuk. Mortos por Soldados Australianos ". O artigo desencadeou raiva que levou ao perigo de tropas Australianas se tornarem alvos de gangs.

Contudo, um relatório recentemente encomendado pela agência de desenvolvimento da Austrália, a AusAID, concluiu que os gangs são motivados politicamente e liderados por antigos lutadores da resistência anti-Indonésia que têm lealdades e inimizades no interior de facções das forças de segurança e de partidos políticos que datam da luta da independência da Indonésia.

Em Dili, a conduta dos soldados Australianos foi também defendida pelo Brigadeiro Mal Rerden, o novo comandante dos 1000 tropas da força Australiana em Timor-Leste.

“A coisa importante a compreender é que estamos aqui para garantir a segurança de toda a gente de Timor-Leste, e fá-lo-emos com toda a imparcialidade,” Disse à AKI.

“Agora é a altura das pessoas deixarem de cometer ilegalidades; de deixarem de resolver os assuntos pelas suas mãos – se escolherem fazer isso, lidaremos de acordo e continuaremos a fazê-lo com o modo imparcial com que temos feito até agora,” acrescentou.

Contudo, a nuvem de acusações é difícil de dispersar e alguns locais juram que têm sido maltratados pelos Australianos.

De acordo com Maritz Sagadate, por exemplo, os Australianos maltrataram-no e alegou que foram responsáveis pela morte de duas pessoas.

“As tropas Australianas capturaram três de nós sem razão. Puseram-nos num carro e envenenaram-nos com qualquer coisa que cheirava a gasolina. Em breve estávamos inconscientes. Cerca da meia-noite, acordei, Não sabia onde estávamos mas encontrei os meus dois amigos mortos. Acredito que os soldados Australianos estavam a colaborar com gente do oeste [loromonu] na morte dos meus amigos,” disse à AKI.

“Odeio muito as tropas Australianas agora,” acrescentou Maritz.

Maritz não está só. Joaquim Murobo, um deslocado, disse à AKI que foi detido injustamente e que perdeu a confiança nos soldados e nos polícias Australianos.

“Soldados e polícias Australianos dizem que são profissionais mas penso que são amadores.

Autorizaram criminosos e criadores de problemas a queimar a minha casa sem nada fazerem (para o impedir) e depois prendem inocentes nos campos de deslocados,” disse.

“Já estou farto disto e não confio neles,” acrescentou.


(Fsc/Gui/Aki)

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Instabilidade no Pacífico ' criando um vácuo de poder '
AAP - Novembro 03, 2006 07:47pm
Por Vincent Morello

A instabilidade no Pacífico está a ameaçar as relações da Austrália na região, diz o porta-voz dos negócios estrangeiros da oposição Kevin Rudd.

Mr Rudd disse que o governo Federal tinha actuado com sensibilidade ao enviar dois navios de guerra para as Fiji para assistir à evacuação possível de milhares de Australianos na eventualidade de um golpe militar.

Mas disse que as relações da Austrália com outros países na região já estavam tensas por causa do desassossego civil em Timor-Leste e das continuadas tensões nas relações diplomáticas com a Papua Nova Guiné e as Ilhas Salomão.

"Estou preocupado com a direcção estratégica a longo prazo na nossa região, para longe dos interesses da Austrália, está a formar-se um vácuo estratégico e estou preocupado com outros países a encaminharem-se para lá," disse Mr Rudd.

Exortou o Ministro dos Estrangeiros Alexander Downer a acomodar um encontro entre todos os ministros dos estrangeiros das nações das Ilhas do Pacífico.

Disse que o Fórum das Ilhas do Pacífico em 2000 estabeleceu tal medida "na eventualidade duma crise política doméstica que esteja a sair fora de controlo nalgumas das ilhas Estados ".

Disse que estava encorajado por Mr Downer parecer estar a favor da convocação desta reunião.

O líder militar das Fiji Frank Bainimarama tem feito ameaças continuadas desde o mês passado ao derrube do governo se o primeiro-ministro das Fiji Laisenia Qarase avançar com legislação para amnistiar o organizador do golpe de 2000 nas Fiji.

O Comodore Bainimarama ameaçou que se Mr Qarase continuar a recusar sair "haverá derramamento de sangue ".

Mas também indicou hoje através do seu Vice que os militares não têm a intenção de montar um golpe para derrubar Mr Qarase.

"Declarações sobre derramamento de sangue são simplesmente irresponsáveis," disse Mr Rudd.

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Centro da juventude ajud a espalhar mensagens de paz em Dili, Timor-Leste
UNICEF
Numa vista de olhos: Timor-Leste

DILI, Timor-Leste, 2 November 2006 – Elio Da Costa, 14 anos, deu alguns passos atrás para examinar o seu trabalho manual e depois avançou e acrescentou uns toques finais. Estava ocupado a pintar mensagens de paz e de não-violência nas paredes do Seminário menor de S. José, aqui na capital de Timor-Leste.

A parede fica perto do campo onde Élio tem vivido com a sua família nos últimos seis meses. A família é uma das milhares de Dili cujas casas foram danificadas durante a crise recente.

A maioria das escolas em Dili re-abriram para as aulas em Setembro, mas Élio tem estado demasiado assustado para voltar. As tensões e as guerras de gangs na cidade – ainda a sentirem o efeito do desassossego civil que irrompeu em Abril e Maio – diminuíram o seu sentimento de segurança, forçando ele e outras crianças a ficarem longe da escola.

Sem actividades escolares para o ocuparem, Élio deu por ele a deambular pelo Forum Comunicações Juventude (FCJ), uma ONG financiada pela UNICEF.

Chegar até às crianças de rua

Localizada perto de um campo de deslocados, onde vive Élio, o FCJ dá abrigo, brincadeiras e educação não-formal, bem como serviços de reunificação a famílias para crianças que vivem e trabalham nas ruas de Dili.

Desde que começou a crise corrente, a importância do centro tem sido enfatizadas pela sua localização perto do cemitério de Santa Cruz onde jovens hostis se confrontam muitas vezes. Usam muitas vezes os terrenos do centro como local para se esconderem e descansarem durante ou depois duma luta.

Desde 2001, a UNICEF tem apoiado muitas vezes o programa de chegar até às crianças do FCJ, que convida crianças da rua a visitar o centro. O programa visa protegê-las de possível violência, abuso, negligência e exploração – objectivos que são mesmo mais cruciais agora que muitos jovens têm sido manipulados para participarem em lutas nas ruas.

Alternativas positivas

É por isso que os funcionários do FCJ tiveram recentemente a ideia de pintar mensagens de paz e de não-violência nas paredes do centro – as mesmas paredes por detrás das quais se escondem os jovens enquanto atiram pedras uns aos outros.

A ideia era engajar as crianças de rua numa actividade positiva e ajudá-las a compreender que o FCJ é ul lugar de paz e de reconciliação, não-violência e divisão. Era também uma oportunidade para garantir que crianças como Élio não se juntariam aos grupos envolvidos na violência à volta de Dili.

Em Outubro, o centro forneceu tintas e pincéis aos jovens, e convidou os do campo próximo e da vizinhança para participarem. Num único dia, as paredes ficaram transformadas com uma colagem de mensagens como e ‘Parem a Violência’ e ‘A cultura de Timor é de paz e não de guerra’.

“Tenho esperança que as pessoas vejam estas mensagens e parem as lutas,” disse Élio.

“Pouco a pouco temos de engajar estes jovens e dar-lhes alternativas de não violência, e a pouco e pouco podemos construir confiança e paz,” acrescentou o Sr. Oliveira. “Depois podem convencer os seus amigos e virem ao nosso centro para actividades pacíficas.”

Bridgette See também contribuiu para esta história.

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Gangs de jovens de Timor atiram pedras no dia de todos os santos
Radio Australia - 03/11/2006, 04:39:57

Na capital de Timor-Leste Dili teve um feriado maior católico com cenas de jovens a atirarem pedras uns aos outros.

O incidente perto do cemitério principal de Dili, o cemitério de Santa Cruz viu dúzias de jovens a atirarem pedras.

Mas não houve vítimas e a polícia da ONU acalmou rapidamente a situação.

O Comissário da polícia da ONU Antero Lopes tinha avisado esta semana que o dia de todos os santos tinha o potencial para desencadear mais desassossego entre grupos rivais depois do ressurgir da violência nas duas últimas semanas que deixou pelo menos oito mortos.

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Feriado Timorense passou pacificamente

Milhares de pessoas juntaram-se nas campas da capital de Timor-Leste para comemorarem pacificamente um feriado católico maior, apesar de receios de violência de rua entre gangs.

Residentes locais disseram que as celebrações deste ano não foram tão festivas como as anteriores por causa das preocupações.

"Algumas pessoas tiveram medo de visitar as campas por causa de rumores de bombas colocadas nos cemitérios que rebentariam durante as celebrações," disse Cristiandion Perreira, um voluntário de segurança da diocese de Dili.

O Comissário da polícia da ONU, Antero Lopes, avisou esta semana que o dia de todos os santos tinha o potencial de desencadear violência entre gangs rivais depois do ressurgir de ataques ter deixado cinco pessoas mortas nas duas últimas semanas.

O dia de todos os santos tem sido comemorado desde que os missionários Portugueses vieram para Timor-Leste há séculos e tem sido um dos feriados nacionais da jovem nação desde a sua independência em 2002.

A maioria católica da nação comemora o dia com missas nos cemitérios.

No cemitério Santa Cruz de Dili, onde mais de 200 pessoas foram mortas por tropas Indonésias em 1991, apareceram multidões para pôr flores nas campas e participar numas das muitas missas.

Quitéria da Costa, uma deputada, disse que estava a seguir uma tradição que estava há gerações na sua família.

"Esta é uma tradição para lembrar os espírito ao pôr flores, acender velas e rezar por perdão pelas suas almas," disse.

Tropas Internacionais patrulharam perto de todos os cemitérios da cidade, que se manteve calma com a maioria das lojas fechadas.

A violência irrompeu na nação da meia ilha em Maio entre facções das forças de segurança, bem como lutas de gangs, deixando cerca de 37 pessoas mortas nos dois meses de violência e forçando o destacamento de cerca de 3,200 tropas lideradas pelos Australianos.

O seu número tem sido reduzido desde então para 1,100, reforçados pela presença de cerca de 1,000 polícias da ONU.

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Família Timorense luta para cuidar de filha doente
ABC - Sábado, 4 Novembro , 2006 08:25:00
Transcrição do programa AM

Repórter: Anne Barker

ELIZABETH JACKSON: A capital de Timor-Leste, Dili, regressou a uma paz frágil desde que irrompeu uma paz frágil lá na semana passada.

Mas a ameaça constante de violência paira sobre a cidade, aterrorizando a população e prevenindo seja o que for que lembre uma vida normal.

Uma família tem a situação mais difícil que a maioria.

Estão a lutar para cuidar da sua bébé de nove meses, que recentemente regressou a casa depois de ter sido operada ao coração em Sydney.

Anne Barker relata.

(som da bébé Maria a rir)

ANNE BARKER: A menina com problemas de coração já ganhou mais de um coração na sua vida.

A publicidade sobre a doença da bébé Maria em Abril originou uma corrente de generosidade de Australianos a quererem ajudar.

Donativos cobriram o custo da sua viagem para Sydney para uma operação de coração aberto.

E médicos no Hospital de Crianças de Sydney ofereceram tempo e perícia para reparar o orifício no seu coração, que na altura tinha o tamanho de um dedal e era tão frágil quanto um tecido de papel.

DAN MURPHY: Tinha um orifício enorme do lado esquerdo para o direito do seu coração.

ANNE BARKER: Foi um médico americano com base em Dili, Dan Murphy quem diagnosticou que a bébé Maria tinha um defeito no septo ventricular, o que significava que o seu coração estava a mandar demasiado sangue para os seus corações.

A operação é agora cirurgia de rotina na Austrália, mas em Timor-Leste, Maria dos Santos teria quase de certeza morrido.

DAN MURPHY: Primeiro era prematura. Depois tinha muitos problemas a respirar, não conseguia ganhar peso. Usava toda a energia a tentar inspirar e expirar.

Não havia maneira de poder sobreviver.

ANNE BARKER: Agora a bébé Maria está de volta a casa em Dili, ajustando-se vagarosamente à vida de família.

A família dos Santos vive numa frágil cabana de bambus num dos mais pobres subúrbios de Dili.

E a luta da sua filha não é ajudada pela ameaça constante de violência.

Lutas esporádicas nos últimos seis meses tornaram impossível aos pais encontrarem trabalhos adequados.

O pai dela, Vidal dos Santos, é obrigado a vender brinquedos baratos para sobreviver.

"É muito difícil," diz, "por causas das lutas não posso circular. É difícil arranjar dinheiro. Só quando as coisas acalmarem posso procurar outro trabalho."

Mas apesar de todos os seus problemas, a família dos Santos tem sorte relativa. A maioria dos outros bébés que têm a mesma doença cardíaca estão destinados a morrerem.

Não há simplesmente médicos ou equipamento médico em Timor-Leste para se fazer esta operação de alto risco.

Agora, o Dr Murphy está preocupado porque a bébé Maria precisará doutra viagem até à Austrália para corrigir complicações em curso.

DAN MURPHY: Ela continua a ter infecções respiratórias superiores, e ainda ouço um ruído lá. Não conseguiram reparar tudo. Mas temos que ver como vai evoluir, e a mãe sabe vir aqui todas as vezes, para se observar, e se começar a piorar, teremos de chamar a Austrália.

ELIZABETH JACKSON: Dr Dan Murphy, da clínica do do Bairo Pite em Dili, com Anne Barker.

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1 comentário:

Anónimo disse...

"A Austrália estará sempre no coração de cada Timorense..." foram as palavras do Dr. Ramos Horta.

Como é sabido este Nobel da Paz tem um coração muito grande em que cabem todos os Timorenses e todos os Australianos.
Mesmo assim, devia limitar a sua expressão de simpatia apenas para a sua própria pessoa. Ou então, fazer um inqérito geral sobre as preferências dos Timorenses antes de tomar a liberdade de falar em nome de todos!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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