sábado, novembro 18, 2006

Processo realojamento começa na próxima semana - PM Ramos-Horta

Díli, 17 Nov (Lusa) - O processo de realojamento dos cerca de 25 mil de slocados que vivem em campos espalhados por Díli começa na próxima semana, anunc iou hoje o primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta.

Em declarações à Lusa, no final da leitura de uma mensagem ao país pelo Presidente Xanana Gusmão, em nome dos órgãos de soberania, Ramos-Horta precisou que o processo será iniciado segunda-feira, com uma reunião para inventariação das necessidades logísticas de realojamento.

Na reunião participarão elementos das Falintil-Forças de Defesa de Timo r-Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), representantes das forças armadas australianas, da polícia das Nações Unidas (UNPOL), da missão da ONU em Timor-Leste (UNMIT) e agências humanitárias, especificou.

"O objectivo é decidirmos um plano prático que envolverá transportes e outras infra-estruturas para a execução do plano", referiu o chefe do Governo ti morense.

Ramos-Horta adiantou que nas últimas semanas foram realizados encontros de sensibilização, primeiro nos bairros e depois nos campos de acolhimento, par a que o regresso dos deslocados decorra sem incidentes.

"Há uma maioria [de deslocados] que quer regressar aos bairros e para i sso temos de ter material de construção pronto, equipas de trabalho, nomeadament e militares e polícias, para ajudar na construção das casas", disse.

Para os mais reticentes em regressar às anteriores áreas de residência, o Governo vai criar locais de abrigo temporário.

Relativamente aos cerca de 70 mil deslocados que se encontram registado s fora da capital, o primeiro-ministro assegurou que a assistência humanitária i rá prosseguir e adiantou que os se encontram em Díli e desejam regressar aos dis tritos receberão apoio de transporte e alimentação durante um período até seis m eses.

"Se [posteriormente] decidirem regressar a Díli estão no seu direito", vincou.

O processo de realojamento vai servir ainda para apurar o número final dos que pretendem manter-se nas anteriores áreas de residência.

"Na segunda-feira, vamos fazer o plano logístico de viaturas e de mater ial de construção e, com base no levantamento, provavelmente ainda na semana que vem, já poderemos começar com as obras de reconstrução de bairros", garantiu.

Em alternativa serão instaladas novas tendas, oferecidas pelo Alto Comi ssariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), nos bairros onde as casas estejam danificadas.

"Seria essa a solução mais simples, de imediato, colocar tendas no terr eno, nos bairros indicados, enquanto prosseguimos os trabalhos de arranjo, conse rto de casas ou construção de novos bairros. Este processo começará para a seman a", concluiu.

Além de meia centena de mortos, a violência ocorrida em Timor-Leste na sequência da crise político-militar desencadeada em Abril provocou cerca de 180 mil deslocados internos, Segundo o Governo timorense, cerca de 95 mil pessoas co ntinuam fora das áreas de residência, dos quais 70 mil nos distritos e 25 mil em Díli.

EL-Lusa/Fim
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1 comentário:

Anónimo disse...

Na próxima, ajuda?
16/11/06 - 16:32 Ponto Final

Várias campanhas de ajuda a favor de Timor Leste foram organizadas em Macau, ao longo dos anos, por várias razões. Uma das maiores de que há memória ocorreu antes da transferência de administração, quando Timor foi assolado por uma onda de violência e acabou transformado em Timor Lorosae

A campanha, Macau por Timor, “mexeu” com tudo e todos aqui. Da comunidade chinesa à portuguesa, da filipina à tailandesa. Quem a viveu dificilmente esquece a vigília nas Ruínas de São Paulo. Era uma questão de vida ou de morte. Ganhou a vida. Há mais de cinco meses que uma outra campanha foi organizada, aqui em Macau, em nome da ajuda a Timor. Por razões idênticas, infelizmente. Mas desta vez as coisas parecem bem diferentes do que ocorreu em 1999. A organização pediu comida, medicamentos, roupa - ajuda humanitária “urgente”. O material recolhido, dezenas de toneladas, foi colocado em armazéns. A organização desdobrou-se em entrevistas, acções de promoção, apelos. Era mesmo urgente! Umas semanas depois discutia-se a melhor forma de enviar o material, doado pelos que estavam preocupados com a situação em Lorosae. O processo aparentemente complicou-se, especula-se por aí, mas ninguém veio explicar nada. É uma questão de dinheiro, de logística, de interesses vários, não identificados? A única coisa certa é que ainda hoje as coisas estão em armazéns. A boa fé dos que contribuíram ainda está algures em caixotes. Durante a campanha havia responsáveis por A, por B e por C. Parece que o seu trabalho acabou... Os que ousaram interrogar e levantar questões foram considerados “maus”, estavam contra a campanha. Era uma injustiça. Que se pode dizer, hoje, aos que contribuíram para a iniciativa? Que pensam elas? Estará o arroz ainda dentro do prazo? E as águas? E o dinheiro? Espero que os doadores não desistam das boas acções numa próxima oportunidade, seria uma pena se assim for.

Autora: Joyce Pina

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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