sexta-feira, novembro 10, 2006

Ramos-Horta optimista ao fim de 100 dias de governo

Público - Sexta, 10 de Novembro de 2006

Militares e polícias timorenses voltam a juntar-se em público

Adelino Gomes

Militares e polícias, que há meses se envolveram em confrontos mortais, em Timor-Leste, vão acompanhar este fim-de-semana o primeiro-ministro, José Ramos-Horta, numa visita a campos de deslocados em Díli, "com o objectivo de os encorajar ao regresso a casa". Ramos-Horta fez esta revelação ontem, num discurso perante o Parlamento em que fez um balaço optimista dos primeiros 100 dias do seu Governo, o segundo constitucional desde a independência, em 2002.

"Os piores momentos já passaram", disse, assegurando que os conflitos "resumem-se quase só à cidade de Díli", e isto devido a distúrbios "com motivações mais criminais do que propriamente políticas".

Estão em curso acções de "diálogo intenso" entre o Presidente Xanana Gusmão e os comandos militar e policial, ao mesmo tempo que Presidência e Governo "têm trabalhado em sintonia" desde meados de Outubro, numa iniciativa de "Diálogo para a Reintegração Comunitária", que cobre os bairros de Díli. Em "futuro próximo", realizar-se-á um "encontro ao mais alto nível" que incluirá os bispos de Díli e de Baucau e "outras entidades nacionais e internacionais".

Ramos-Horta revelou ainda que já foram estabelecidas conversas entre os deslocados e jovens de várias comunidades de Díli e anunciou que vão ser construídos três novos bairros na capital.

As forças militares da Austrália e da Nova Zelândia vão continuar no país, prosseguiu. Um acordo trilateral (Timor-Leste, Austrália e ONU) irá "estabelecer um mecanismo de coordenação de alto nível em que todas as partes estejam representadas, ao mesmo tempo que estão em curso consultas "com outros países amigos" que indicaram disponibilidade para enviar forças militares para o país, revelou.

O sucessor de Mari Alkatiri não quis, entretanto, que subsistisse qualquer dúvida no que respeita à continuidade da política que tem prosseguido em relação ao partido maioritário: "Este é um governo que continua a ser o governo da Fretilin."

Em contraste evidente com críticas contundentes feitas segunda-feira por Xanana, num artigo de cuja segunda parte se continua à espera, Ramos-Horta elogiou a liderança da Fretilin, a quem creditou o mérito de ter evitado que o país resvalasse para uma guerra civil, assim como Mari Alkatiri (o seu antecessor, ontem chegado a Portugal, com a mulher e filha, para exames médicos), designando-o por "amigo", com quem trabalhou mais de 30 anos "na luta de libertação", e lembrando que foi ele quem iniciou "a maioria dos projectos" do Governo actual.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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