quinta-feira, julho 06, 2006

Demissão foi "conspiração orquestrada" devido a petróleo -Alkatiri

Sydney, Austrália, 06 Jul (Lusa) - Mari Alkatiri afirmou hoje que a sua demissão do cargo de primeiro-ministro foi "uma conspiração orquestrada" e acus ou os "media" e alguns políticos australianos de "não gostarem" dele devido às n egociações sobre o petróleo do Mar de Timor.

"Não tenho dúvidas de que o conjunto dos 'media' australianos tentou de monizar-me - a realidade é essa. Porquê? Não tenho dúvidas de que alguns ministr os e responsáveis australianos não gostam de mim porque me conhecem como um nego ciador exigente", disse o ex-primeiro-ministro timorense numa entrevista publica da hoje pelos jornais australianos Sydney Morning Herald e The Age.

Para Alkatiri, contudo, tanto Timor-Leste como a Austrália perdem com a sua demissão, porque o Governo estava a preparar a apresentação de uma proposta de lei para a ratificação de um acordo com a Austrália sobre a exploração do ca mpo de gás e de petróleo Greater Sunrise, no valor de 41 mil milhões de dólares australianos (cerca de 23,9 mil milhões de euros).

"Agora volta tudo à mesa das negociações", disse.

Depois da independência de Timor-Leste, Mari Alkatiri chefiou as negoci ações com a Austrália sobre os recursos petrolíferos do Mar de Timor, processo q ue lhe granjeou a reputação de negociador forte e intransigente na defesa dos in teresses do seu país.

Na entrevista publicada hoje, Mari Alkatiri descreve a sua demissão com o "uma conspiração orquestrada", mas escusa-se a avançar com responsáveis concre tos, adiantando que ainda tem de fazer alguma investigação para acusar alguém.

"Tenho a certeza de que, um dia, tudo se vai saber", disse.

Sobre o seu futuro político, Mari Alkatiri afirma que se vai manter no cargo de secretário-geral da FRETILIN e dirigir o partido maioritário até às ele ições previstas para o início do próximo ano.

"Vencer as eleições é a minha principal tarefa neste momento", disse.

"Mas vai ser muito mais difícil devido à situação de insegurança. Os me mbros da FRETILIN, particularmente os da parte ocidental do país, continuam a se r intimidados por homens armados", acrescentou, explicando que se a situação de segurança não melhorar "pode ser difícil organizar as eleições".

Questionado sobre se pode voltar a ser nomeado primeiro-ministro em cas o de vitória eleitoral, Alkatiri remete qualquer decisão para a FRETILIN e admit e que pode ser benéfico escolher outra pessoa.

"Essa será uma decisão do partido... Espero que o partido não mo imponh a. Talvez seja melhor ter outros [nomes] para o cargo de primeiro-ministro. Se c alhar o que temos de fazer é não pensar no passado e olhar para a frente", disse .

Alkatiri escusou-se, por outro lado, a comentar a possibilidade de ser sucedido no cargo de primeiro-ministro pelo actual ministro da Defesa e dos Negó cios Estrangeiros, José Ramos Horta, que foi fundador da FRETILIN mas abandonou o partido durante a ocupação indonésia de Timor-Leste.

"A FRETILIN apresentou três soluções... três nomes diferentes (...) O q ue o país precisa agora é de uma reconciliação até às eleições", disse.

Segunda-feira passada, o porta-voz da FRETILIN disse à Agência Lusa em Díli que o partido apresentará ao Presidente da República, Xanana Gusmão, três n omes para sucederem a Alkatiri: José Ramos Horta, independente, Estanislau da Si lva, membro do comité central do partido e ministro da Agricultura, e Rui Araújo , também independente e ministro da Saúde.

Mari Alkatiri, secretário-geral da FRETILIN desde 2001, demitiu-se da c hefia do Governo a 26 de Junho, cedendo à exigência de Xanana Gusmão, que ameaço u resignar se o líder do partido maioritário não se demitisse.

Nas últimas eleições, realizadas em Agosto de 2001, a FRETILIN elegeu 5 5 dos 88 deputados à Assembleia Constituinte, posteriormente transformada em Par lamento Nacional.

MDR.

Timor-Online ultrapassa as 40.000 visitas

Desde dia 16 de Maio.

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Dos leitores.

O que parece é que Xanana e os seus seguidores estão tão inebriados com a certeza do seu próprio poder de decidir à margem da lei que deixaram expirar o prazo para apresentar em Tribunal a pretensão de ilegalidade da eleição dos orgãos directivos da FRETILIN.

A isto se chama cegueira de quem julga deter o poder.

Dos leitores

Todas as discussões sobre a interpretação da lei são inúteis quanto a eventuais resultados práticos.

A postura do Presidente da República é a de violação da separação de poderes e o não reconhecimento das competências e independência dos Tribunais.

Só os Tribunais têm competência para decidir se foi ou não violada a lei.

Tão simples quanto isto.

E Xanana Gusmão com a permanente atitude de ingerência em áreas que não estão na área da sua competência apenas revela as suas fortes tendências para a concentração de poderes na sua pessoa e então Timor- Leste terá que deixar de ser um Estado de Direito democrático e terá que se assumir como uma ditadura presidencial.

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Só falta dizer que foi por encomenda do próprio...

ABC
Last Update: Thursday, July 6, 2006. 7:00pm (AEST)
Fretilin leaders launch court action (correcção: não são líderes da Fretilin)

A group of Fretilin leaders who attempted to topple East Timor's prime minister Mari Alkatiri in May has begun court action to force the party to hold a new congress.

They claim the vote by a show of hands was in contravention of electoral laws and Fretilin's own rules.

President Xanana Gusmao, who has to name the new prime minister, has already made it clear that he agrees that the Fretilin leadership was illegally elected.

Former foreign minister Jose Ramos Horta is currently heading a council of ministers.
The Fretilin reform group's spokesman, Vicente Maubucy, says that situation should remain in place for the time being.

He says (comentário: novo porta-voz do PR?) Mr Gusmao is waiting for Fretilin's decision before forming a new congress and this is likely to delay the appointment of the new government by two or three weeks.

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Legitimidade da direcção eleita por votação de braço no ar

De um leitor:

Eu acho que quando a lei diz que o voto 'directo e secreto' se aplica apenas a votacao por todos os filiados. Veja-se:

E normal existir voto nao secreto - publico- de todos os filiados? Nunca vi.

E normal existir voto directo de assembleia representativa dos filiados?

A propria votacao por assembleia representativa dos filiados e a negacao do voto directo porque se trata de uma votacao indirecta; os delegados votam em representacao dos filiados.

Alem disso, a lei dos partidos politicos diz que o Tribunal de Recurso tem a competencia para julgar das questoes relacionadas com os partidos politicos, O TRIBUNAL DE RECURSO. Nao sei alguem pediu a impugnacao das eleicoes para os orgaos dirigentes da Fretilin. Era bom que o Trib. de Recurso se pronunciasse.

Mas para alem da lei dos partidos em Timor existe tambem o Codigo de Processo Civil que determina que o prazo geral para a interposicao de accoes sao 10 DIAS A CONTAR DA PRATICA DO FACTO ou do respectivo conhecimento e POR QUEM TENHA LEGITIMADADE.

Isto aconteceu?

Porque que nao solicitam ao Tribunal de Recurso que informe se existe algum pedido de impugnacao das eleicoes em vez de andarem com guerras de interpretacoes que so servem para inflamar em vez de apaziguar, que e o que Timor agora precisa.

Timor precisa de paz, precisa de andar pra frente depois de estar parado (ou ter regredido) nos ultimos 2 meses.

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Primeiro-Ministro demissionário e Ministro Coordenador recebem o Enviado Especial do Presidente da Comissão Europeia

À semelhança do Presidente do Parlamento Nacional, Mari Alkatiri e José Ramos-Horta receberam Miguel Amado como Enviado Especial do Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

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Herança da UNTAET sobre Orçamento de Estado tem dias contados

Eduardo Lobão, da Agência Lusa Díli, 06 Jul (Lusa) - Timor-Leste poderá em breve deixar de ter o ano fiscal fixado à semelhança do que se passa na maior parte do mundo anglo-saxónico , passando aquele período a coincidir com o ano civil, disseram hoje à Lusa várias fontes.
O objectivo é fazer com que o ano fiscal deixe de passar a vigorar entre 01 de Julho e 30 de Junho, "contornando as dificuldades por que passa, por exemplo, a execução de concursos públicos" e acabando com "resquícios do tempo da U NTAET" (Administração Transitória da ONU), disseram à Lusa fontes governamental e parlamentar, que preferiram não ser identificadas.
O exemplo dos concursos públicos foi justificado com o facto de que qua ndo se lança um determinado projecto, por exemplo em Junho, os resultados serem publicados e, no caso de obras públicas, adjudicadas, somente em Outubro, quando já foi ultrapassado o prazo das contestações.
Esta situação conduz, retomando o exemplo das obras públicas, a que a execução do projecto seja protelada devido à época das chuvas, que vigora entre Novembro e Maio.
"Se o ano fiscal coincidir com o ano civil, este problema fica ultrapassado", explicou uma das fontes contactadas pela Lusa.
A questão coloca-se agora também porque, pela primeira vez, um governo constitucional demitiu-se sem que o Orçamento de Estado - que deveria ter entrado em vigor no passado dia 01 -, fosse aprovado pelo Parlamento Nacional.
Segundo o Regulamento 2001/13, da UNTAET, a solução para estes casos é a que é seguida em quase todas as economias mundiais: o orçamento do ano fiscal anterior é automaticamente aplicado através do sistema de duodécimos.
Essa vai também ser a solução a seguir em Timor-Leste, cujo Presidente da República, Xanana Gusmão, procede a contactos para a formação de um novo executivo, depois da demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri, líder da FRETILIN, a 26 de Junho.
Mesmo que o Parlamento actual venha a ser dissolvido pelo Presidente da República, como o país não pode deixar de funcionar sem um orçamento, executar-se-á o do ano fiscal 2005/2006, no valor 87,7 milhões de dólares, que dizem respeito às despesas correntes, isto é, as despesas previstas com o pagamento de salários e serviços.
Para acabar com os resquícios do tempo da UNTAET, importa legislar de molde a substituir o artigo 25 daquele regulamento, que fixa que "todas as dotações orçamentais para um ano fiscal caducarão após 30 de Junho desse ano fiscal".
Essa capacidade legislativa compete aos deputados, pelo que a título individual ou por intermédio de uma ou mais bancadas poderá ser proposta a alteração para fazer coincidir o ano civil e o ano fiscal, além de se ter que proceder igualmente à alteração da Lei do Orçamento em vigor.
Todavia, e porque importa assegurar que o regime de duodécimos seja aplicado, já se está a trabalhar na elaboração de dois orçamentos.
Um para vigorar até ao final do ano e outro para o ano fiscal que começará a 01 de Janeiro, caso se cumpram as intenções de alterar o articulado nessa matéria previsto no regulamento da UNTAET, e que colhe cada vez mais partidários em todos os órgãos de soberania, disseram as fontes contactadas pela Lusa.
"As condições técnicas não são as melhores. É até um pouco difícil, mas não é impossível", disse a fonte governamental.
A mesma fonte precisou que serão necessários "pelo menos três meses" para concluir as avaliações e revisão dos programas financeiros de cada departamento governamental, ou seja, separar as despesas correntes das despesas de capital e investimento.
A necessidade de um novo orçamento foi hoje defendida pelo ministro da Saúde, Rui Araújo, que alertou para a possibilidade de falência do Serviço Nacional de Saúde.

Sobre a Lei dos partidos políticos e o método de eleição em congresso





(digitalização da Lei publicada no jornal da Repúbica, para que não haja nenhuma dúvida quanto à existência de vírgulas)

Relembramos a discussão neste blog sobre a Lei dos partidos políticos e o método de eleição em Congresso e qual a nossa posição (para que não nos digam que é manipulação, já agora).

Nosso post inicial:

Relativamente à lei dos partidos políticos:

Lei n.º 3/2004, sobre partidos políticos
Art. 18.º
A organização interna dos partidos políticos deve obedecer a regras democráticas básicas, designadamente às que se seguem:

a)...
b)...
c) Os titulares dos órgãos de direcção só podem ser eleitos, por voto directo e secreto de todos os filiados ou assembleia deles representativa.


O que decorre da lei é que os FILIADOS podem pronunciar-se, SEMPRE POR VOTO SECRETO E DIRECTO, de duas maneiras, para elegerem os orgãos de direcção do seu partido.

Ou por eleições directas ou por eleições indirectas, elegendo os seus representantes.

A forma como os seus representantes (delegados), em assembleia (congresso), votam para elegerem os orgãos directivos, só cabe à mesma decidir.

Assim, quer seja para elegerem os delegados ao congresso, quer para elegerem directamente os orgãos de direcção, têm de se exprimir por voto secreto.

Se o processo adoptado for o processo indirecto, em congresso, serão os delegados desse congresso a adoptar a forma de eleição que considerem mais adequada.

Não há nenhuma disposição legal imperativa que imponha a adopção de um determinado processo aos delegados de um congresso, sendo esta soberana para tal. A lei não prevê o processo de eleição dos delegados em congresso.

Nem sequer se pode tirar da lei uma qualquer indicação de preferência, por quanto ao melhor dos métodos a adoptar pelos delegados, para a eleição dos orgãos directivos.

# posted by Malai Azul : 00:12 (Sábado, Maio 20, 2006)


Dos leitores:

"Esta interpretação é de um jurista? E foi feita antes ou depois da eleição? É que não me parece que seja isso que lá está escrito... Isto deve ser lido como na matemática dos conjuntos:

1 -(por voto directo de todos os filiados) ou (por assembleia deles representativa); neste caso a Assembleia é soberana. Mas não é isso que lá está escrito: o que está é (penso eu de que...)

2 - "por voto directo e secreto [(de todos os filiados) ou (de assembleia deles representativa)]. Neste caso a forma de votar abrange os dois grupos votantes: todos os filiados ou apenas os seus representantes reunidos em assembleia e que, por isso, está obrigada a seguir o método da votação secreta..




"Pois é. Sendo a lei tão clara, não há margem para uma interpretação tão "criativa" como a deste post.

A lei diz que os titulares dos órgãos de direcção só podem ser eleitos por voto directo e secreto de todos os filiados ou assembleia deles representativa. Faz algum sentido pretender que o voto só tem de ser secreto quando os órgãos da direcção são eleitos directamente pelos filiados?
Qual seria então a função do vocábulo "ou" ao referir-se à assembleia deles representativa? Parece claro que, quer num caso, quer no outro, as eleições têm de ser por voto secreto. É o que resulta da letra da lei. E é o que resulta também, sem margem para dúvidas, do seu espírito.
Repare-se que o corpo do art. 18.º diz que a organização interna dos partidos deve obedecer a regras democráticas básicas; essas regras seriam só para aplicação na eleição por todos os filiados, e já não serviriam para a eleição pela assembleia representativa? Num caso eram regras democráticas básicas e no outro já não?
No primeiro caso - eleição pelos filiados - a lei teria considerado necessário evitar as possibilidades de intimidação dos concorrentes e seus apoiantes e de limitação da respectiva liberdade de decisão, e no outro - eleição pela assembleia representativa - já não? No primeiro caso interessaria proteger o pluralismo e a possibilidade de escolher entre alternativas, e no 2.º já não? Ou será que se entende que a previsão do voto secreto foi um capricho ou engano do legislador, quando fez a lei dos partidos políticos? Nesse caso será melhor pensar em mudar a lei, mas isso de qualquer maneira só poderá valer para casos futuros, pois essa eventual alteração legislativa não poderá pretender resolver esta situação - o artigo 24.º, n.º 2, da Constituição impede que as leis restritivas dos direitos, liberdades e garantias possam ter efeito retroactivo.
Não vale a pena vir dizer que a assembleia é soberana.
A lei é obrigatória para todos, para todas as assembleias representativas dos filiados de qualquer partido político. E a lei foi violada neste Congresso.
Mas há mais. Se lermos com atenção o corpo do artigo 18.º, vemos que é utilizada a expressão "designadamente", ou seja, que para além das regras expressamente previstas nas alíneas do art., podem existir outras regras democráticas básicas a respeitar. Ora sendo assim, a exigência de 20% de assinaturas para a apresentação de listas poderá também ser posta em causa, dada a "generosidade" do valor em causa... "



A Lei não foi violada.

Só é preciso saber ler português!

Vejamos então o que diz a alínea c):"Os titulares dos órgãos de direcção só podem ser eleitos,(isto é uma vírgula!) por voto directo e secreto de todos os filiados ou assembleia deles representativa.

"se, na alínea c), a vírgula está colocada, como se vê, entre "eleitos" e "por" - nem sequer é preciso recorrer a argumentos juridicos: é apenas uma questão de português.

Se, pelo contrário, a vírgula estivesse inserida logo a seguir a "secreto"; e se entre a conjunção disjuntiva "ou" e o substantivo "assembleia", tivessem inserido a preposição "de", sem dúvida que o método (voto directo e secreto) deveria ser aplicado a qualquer uma das modalidades ("de todos os filiados" ou DE assembleia deles representativa).

Como se vê, de novo, mera questão gramatical! Acontece que existe uma vírgula que o comentador OMITIU! Engraçado, não é? Quanto ao resto, o comentador é vítima de dois preconceitos:

1º preconceito: o voto de braço no ar seria, sempre, uma limitação à liberdade e à democracia em todos e quaisquer casos, porque permite a manipulação. Bem,primeiro, não é uma fatalidade. Segundo, o voto directo e secreto TAMBÉM permite manipulação.

2º preconceito: o de que as "assembleias representativas" NÃO SÃO lugares de debate e de confronto cívico, de liberdade, de tolerância e de pluralismo. Mas se os delegados tivessem medo de votar porque não haveriam de ter medo de exprimir opiniões divergentes...

E então, para que serviam as "assembleias"? Juízo!




A matemática dos conjuntos não resolve o problema. Explica-o apenas de outra maneira mas leva-nos aos mesmos resultados. O problema é averiguar se a característica "voto directo e secreto" se aplica aos dois conjuntos, "de todos os filiados" e "assembleia deles representativa", ou apenas ao primeiro. É só para esse efeito que a colocação ou não da vírgula é relevante. Na lei tem a vírgula.




"Os titulares dos órgãos de direcção só podem ser eleitos [sem vírgula] por voto directo e secreto de todos os filiados ou [por voto directo e secreto de] assembleia deles representativa."

Se estivesse escrito assim, o Timor Online não tinha razão e... ponto final!

Mas não está! E com "vírgula" e sem "de", várias interpretações são igualmente plausíveis e por isso só a decisão da assembleia representativa pode resolver o problema.

Por isso, perguntem a um professor de português ou à assembleia (que decidiu ser por braço no ar)!
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Dos leitores

Desde que se cumpra os requisitos legais, toda a gente tem o direito de se manifestar. Mas tem que cumprir os requisitos legais para que alguém seja responsabilizado pelo que possa ocorrer. Há que exigir o cumprimento da lei e da ordem e não se deve permitir que alguém - seja apadrinhado pelo PR e ministro dos estrangeiros ou não - esteja dispensado de cumprir a lei ou que actue à margem.

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First, Jose Luis Guterres and his friends must prove at the courts that they have a case. But I think at this stage the law (lei dos partidos politicos) is not on their side. The political party laws give 10 days for members of the party to mount legal challenge.

Second, they will need a proportion of the CCF to agree to make an extraordinary congress. As far as I know, Jose Luis, not a member of CCF, does not have the numbers in the current CCF.

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Alkatiri lashes Australia over bias

The Age
Lindsay Murdoch, Dili
July 6, 2006

DEPOSED East Timorese prime minister Mari Alkatiri has lashed out at Australia, saying there was an attempt to demonise him in the media and that some Australian Government ministers and officials "don't like me".

Mr Alkatiri believes he was targeted because of his tough negotiations over oil and gas reserves in the Timor Sea.

"I have no doubt that the whole of the Australian media was trying to demonise me," Mr Alkatiri told The Age in his first interview with an Australian journalist since he was forced to resign last week.

He said Australia and East Timor could both lose by his downfall because he was about to introduce a bill to ratify a $41 billion deal negotiated with Canberra to develop the Greater Sunrise oil and gas field, under which both countries would share royalties equally. "Now everything is back on the table."

Mr Alkatiri described his downfall as an "orchestrated plot", but would not name the culprits. "I'm sure that one day it will all come out," he said.

Speaking for the first time about his political intentions, Mr Alkatiri said he would remain secretary-general of ruling party Fretilin and lead it into elections scheduled for next year.

"Winning the election is my main task now. But this will be much more difficult because of the security situation. Fretilin members, particularly those in western parts of the country, are still being intimidated by armed men."

Mr Alkatiri said that unless the security situation improved, "it may be difficult to arrange the elections".

Asked whether he could be re-appointed prime minister if Fretilin wins, he said: "That will be a decision for the party … I hope the party will not force me.

"Maybe it is better to have others to be prime minister … maybe what we have to do is not think about the past and look forward."

He would not comment on widespread speculation that Nobel laureate Jose Ramos Horta would be appointed within days to replace him.

Mr Ramos Horta, the Foreign and Defence Minister, is not a member of Fretilin but is a founding member of the party.

Under East Timor's constitution, Fretilin as the majority party has the right to nominate the prime minister, but the nominee must be approved by President Xanana Gusmao. Mr Ramos Horta is a close ally of Mr Gusmao.

Mr Alkatiri declined to answer questions about allegations that he helped to form a hit squad to eliminate political rivals before the elections.

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Terrorismo

Mais uma manifestação anti-Fretilin e outra vez a ingerência do Presidente da República nos assuntos internos de um partido político.

O povo que sofre viverá aterrorizado até que cumpram o seu objectivo. Eliminar Mari Alkatiri.

Será preciso assistirmos ao último acto deste golpe, quando todas estas iniciativas saírem frustradas, e utilizarem uma bala?



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Elementos da lista de José Luís Guterres, opositora a Mari Alkatiri exigem Congresso Extraordinário da Fretilin

Em resposta à exigência de Xanana Gusmão, elementos que faziam parte da lista opositora a Mari Alkatiri no último Congresso e que desistiram de ir a votos por causa da votação ser de braço no ar, querem um Congresso Extraordinário para eleger novamente uma direcção da Fretilin, alegando que consideram a presente "ilegal".

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O Presidente do Parlamento Nacional encontra o Enviado Especial do Presidente da Comissão Europeia

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
PARLAMENTO NACIONAL
Gabinete de Relações Públicas


INFORMAÇÃO À IMPRENSA

O Presidente do Parlamento Nacional encontra o Enviado Especial do Presidente da Comissão Europeia

O Presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres “Lu-Olo”, encontrou-se esta quinta-feira, 06 de Julho, com o Enviado Especial do Presidente da Comissão Europeia (CE), Dr. Miguel Amado e a Assessora Politica do Presidente José Manuel Durão Barroso, Dra. Sónia Neto.

Neste primeiro encontro oficial foi discutida a actual situação de crise de Timor-Leste e os recentes acontecimentos no território. O diplomata sublinhou também a intenção da Comissão Europeia em reforçar a cooperação com a mais nova Democracia do mundo, reforço que passará também pela abertura de uma delegação do executivo comunitário em Díli.

O Dr. Amado, que ainda não teve a oportunidade de encontrar-se com Sua Ex.ª o Presidente da República, agradeceu o Presidente “Lu-Olo” pela disponibilidade demonstrada.

Díli, 06 de Julho de 2005

PR finalmente agenda reunião com Fretilin

Para amanhã, sexta-feira, às nove da manhã.

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Tara concentra manifestantes no Suai

Tara ameaçou fazer uma manifestação na próxima Segunda-Feira em Díli para exigir a dissolução do Parlamento Nacional.

Será nervosismo em relação aos mandatos de captura dos membros do grupo de Reinado ou serve os interesses de quem quer eleições antecipadas?

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Dos leitores

you people feel sick because President Xanana had the conviction to put a stop to the despotic practices of your parties government. Just admit it. Now gone is your dream of ruling for the next 50-100 years as your beloved Alkatiri used to boast openly.
Although everyone knows that he is utterly arrogant, such statement including "if fretilin looses there will be bloodshed" were clear demonstrations not just of arrogance but also that alkatiri and fretilin were willing to do anything, including sheding people's blood to have things go your way.

For that you should all be ashamed. The East Timorese are lucky to have Xanana as the President. And although you made all effort to draft a constitution that stripped all power from the President you could never have taken away the moral authority and the great respect that most Timorese have for Kay Rala Xanana Gusmao.

Alkatiri's government was a malignant tumour that had to be removed and was removed.

"Lulik no Matebian sira, hadér ba, hodi haré povo ida né! Ruin nebé namkari lemorai, hamrik fali ba, Ran nebé nakfakar lemorai, hamutuk fila ba, hodi haré sira nebé hakarak estraga povo, hakarak halo povo terus beibeik, hakarak halo povo mate beibeik. Hatudu imi nia-an ba, hatudu imi nia kbit ba! Imi nia oan ha’u, mak né, sadik daudauk imi, hodi tau matan ba Povo né, hodi liberta tiha Povo né husi ema hamrok-ran nia okos." (Presidente KR Xanana Gusmao)


In Response:

The dream was not for FRETILIN to rule for 50-100 years. The dream is for a peaceful East Timor.

I am a FRETILIN supporter and I will be the first one to admit that East Timor needs stronger opposition parties to challenge FRETILIN. The challenge to FRETILIN's politcal strength needs to come from the political parties, not the President. The President's actions are setting an unacceptable precedent in Timor Leste.

The problem in East Timor is that the opposition parties aren't putting any policies out there that will alleviate the poverty in the country. Point to me the strategic plan that they have outlined to improve the country, what they plan to do with oil revenues and what they plan to do with the health system. The opposition parties can't just get behind the President to hide their deficiencies.

From my observations, all the opposition parties do is spend there time criticising the government. They say they are for the people and that they understand the people, but what is exactly is their plan to bring East Timor out of poverty and maximise the use of its resources? How are they going to solve illiteracy? Seriously, please point me to a place where I can see those policies. I am keen to see what the vision of the Opposition Parties is for East Timor and how they are going to achieve it.

Dos leitores

what is happening in timor-leste is that everyone is bypassing the judicial branch of the state and president xanana seems to see no problems with it..... well xanana was the first to undermine this organ anyway..... today everyone thinks xanana is the judge and jury. anything xanana says doesnt deserve scrutiny and is taken as fact. with a president like this who needs a legal system or a judicial branch? and president xanana and ramos-horta seem happy enough for this to go on. someone needs to call their attention on this because this is not healthy for the future of a democratic timor-leste. the last person to have exercised this type of role was president suharto.

What is really happening in Timor? Forum July 6

Thursday, 6 July 2006, 8:08 am
Press Release: AID Watch
Media Release: July 6, 2006
What is really happening in Timor?
Public Forum Thursday July 6

Recent events in Timor have been unsettling and traumatic for the newly independent nation. The national police force has dissolved, houses and offices have been burnt and looted, thousands of people have been displaced and the government is in the process of replacing the former Prime Minister Mari Alkatiri after allegations were made that he helped arm civilians.

Australian observers witnessing the tumultuous events of the last two months have raised a number of questions: Why has this happened? What role has Australia and the rest of the international community played? How does East Timor move forward from here? What is the best way to help East Timor and its people in the wake of such confusing and traumatic events?

Union Aid Abroad – APHEDA, AID/WATCH and Unions NSW will be presenting a public forum on East Timor, Thursday July 6 at the Sydney Trades Hall Auditorium from 12:00pm - 2:00pm. The forum, titled “What Happened? Why? Where to Next?” will be an opportunity to shed light on some of these issues.

“East Timor has been in a state of uncertainty since March this year. It’s been very difficult to understand what is actually going on,” Thushara Dibley from Union Aid Abroad – APHEDA. “The forum is an opportunity for people to listen to speakers actively engaged in East Timor and to participate in open dialogue over the future implications of these complex events .”


Speakers at the Forum:

Elisabeth Lino de Araujo – Union Aid Abroad – APHEDA East Timor
Dr Tim Anderson - long time observer of East Timor from AID/WATCH,
Peter Jennings - Executive Officer from Union Aid Abroad – APHEDA,
Diana Lobo – member of the East Timorese community in Sydney and
Tim Brunero - Union Activist and supporter of East Timor.

“TIMOR - What Happened, Why and Where to Next?”
12 – 2pm, Thursday July 6
Sydney Trades Hall Auditorium,
4 Goulburn Street, Haymarket (Chinatown)

Secretário de Estado Cravinho foi recebido pelo PR na manhã da sua partida

Em resposta a um leitor.

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Cenário de eleições antecipadas

Segundo fontes próximas, Ramos-Horta não concorda com a intenção do Presidente Xanana Gusmão de marcar eleições até Dezembro de 2006.

Lembramos que Ian Martin afirmou não existirem condições para se realizarem eleições democráticas e livres até ao fim do ano.

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The situation in Timor is alarming to say the least.

De um leitor atento:

Although Democracy in Timor is being tested, I believe Timor will overcome this traumatic episode of political crisis. Ironically elections and democracy will be the only real solution to the issue.

If allegations against Mari do not turn into a conviction then there are a number of individuals in Timor Leste who will be under scrutiny. Maybe he will again be Prime Minister one day should FRETILIN places confidence in him again.

Xanana and Horta have taken some obscure and politically risky decisions. Rather than focusing on the disarmament and containment of rebel soldiers and confining the FFDTL to their barracks, they focused on the removal of a legitimate Prime Minister. It was though that with the removal of the Prime Minister the IDP’s would return home, and rebuild but this has not happened because the security situation is in doubt as there are still many weapons unaccounted for.

Rather than resolving the security crisis Xanana and Horta have through their brash decisions created a complex Political Crisis which looks like only an election will resolve.

Unless Xanana and Horta can quickly resolve the Security crisis then a solution is far from over. Improvements are being made with the handover of weapons by “rebel forces” but if all the weapons are unaccounted for or there is no confidence that all weapons have been handed over then the climate of fear being felt by the IDP’s in Dili will continue and we will see many people remain in camps for some time.

The creation of an interim government before the eventual elections in 2007 is paramount for the development of Timor Leste. Any reason or attempts to withdraw promises of elections in 2007 will cast greater doubt on the capacity of the President to establish security, this is potentially damaging as one of the criticism of the previous Government under the leadership of the Mari was its inability to provide security.

In terms of criticism of the Government and reflecting on the forced resignation of Alkatiri, there are countless inconsistencies and allegations.

Allegation 1: Government failed in its duty to provide security = call for the resignation of the Prime Minister

Allegation 2: Prime Minister called for the intervention of the FFDTL in 28 April without consultation with the President (resulted in the death of 5 protesters) = (i) Unconstitutional Prime Minister should be removed, Government should be removed (ii) Alfredo’s insistence that Prime Minister “Criminal” should because of 5 deaths (Alfredo claims that Prime Minister gave explicit orders to TC Lere of the FFDTL to put down any forms of insurgency, that resulted in killing of five protesters at Tasi Tolu).

Allegation 3: FFDTL killed 60 people, claimed by Tara and Salsinha, unsubstantiated = Prime Minister should resign or be removed to face court.

Allegation 4: The Prime Minister ordered the arming of civilians = Prime Minister should resign

Allegation 5: The Prime Minister failed to stop his former interior minister, Rogerio Lobato, from arming and directing a secret hit squad designed to enforce "security" ahead of a national congress: Paulo Martins and Rai Los alleged and Horta seconded = Mari Alkatiri is probably guilty of crimes against the state but any sentence would be commuted by parliament, according to Jose Ramos Horta.

All the allegations and subsequent requests included threats to dismiss the Government and dissolve Parliament by the President.
Xanana and Horta have not worked effectively to avert the crisis. Before the clashes at Fatu Ahi and Dili Xanana and Horta met with Alfredo where they it was understood that Alfredo was to continue to provide security at Aileu. It was also publicly proclaimed by Xanana that he was in constant contact with Salsinha and Alfredo, later all the rebels were to call Xanana their “Supreme Commander”, not adhering to Taur Matan Ruak or the Government.

Xanana’s speeches were also controversial. In one speech the President made clearly inflammatory connotations about the acts of the Timorese from the Eastern district and Western District during the struggle against occupation which resulted in the burning of Taibessi market.

Xanana then sent a video tape of a four corners report and a letter requesting for the Prime Minister’s resignation which he did not get. In a later meeting again the President did not get the Prime Minister’s resignation, a request which had not legal base apart from the video tape. At the end of this sorry episode for the President maybe out of frustration made a speech on the 22nd June 2006 attacking FRETILIN, its leadership and out of context to the current crisis. It appeared that the request for removal was more personal rather than in the interest of the country. The President bluntly said to the Prime Minister if you don’t resign the I will. The “people” including Major Tara and Railos, Fernando Lasama and PD with their 7 seat majority in parliament and a few thousand youthful looking protestors rallied behind the President demanding the immediate removal of the Prime Minister as this will be the solution to the security crisis.

The Prime Minister did resign so that President will not resign. The President and Horta were satisfied that the security situation was going to improve. However the exigencies still continued, not happy with the Prime Minister’s head they wanted the keys to the Government offices and Parliament. Threats were made towards dissolving the Parliament within the Constitution? Certainly not.

An important dates following the removal of the Prime Minister was 27 June when FRETILIN supporters amassed at Metinaro. On Wednesday 28 June, Supporters of the President who “peacefully earlier during the week protested along side the President went on a rampage across Dili burning homes of FRETILIN militants, attacked innocent IDP’s (refugees), and tried to burn the RTTL installations. The President failed to control his own supporters. The next day the mob would leave Dili, where FRETILIN entered. In two days of Peaceful protest, there was no attacks, no burnings, no violence even when confronted by provocateurs supporting the President.

Well the protests are over, the political issues are now being resolved behind close doors.

An election is looming.

Incidente em Hera

Segundo testemunhas do campo de refugiados em Hera, um grupo destruiu uma imagem de Nossa Senhora à frente de militares militares que não reagiram.

Este grupo pretendia atribuir as culpas para os refugiados que são pro-Mari Alkatiri.

Mais uma vez, tropas internacionais não ajudam a capturar responsáveis deste tipo de actos.

Porquê?

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Portugal une Timor-Leste

Tradução da Margarida:


AAP

Timor-Leste dividido estará unido durante 90 minutos antes do nascer do sol na quinta-feira. Não pele política, mas pelo football quando Portugal joga com a França na semi-final do campeonato mundial.

Os Australianos podem sentir que construíram uma relação especial com Timor-Leste por terem enviado tropas para acabar com o derramamento de sangue e o caos em 1999 e agora.

Mas não houve efeito do football.

Se alguma coisa une as divisões étnicas em guerra que nestes dias dividem Timor, é o apoio fanático aos combatentes do football de Portugal – uma distante e tantas vezes negligente mestre colonial que dominou a nação da meia ilha durante centenas de anos e depois a abandonou na agressão indonésia no meio de 1970s.

Quaisquer dúvidas sobre os laços emocionais e culturais que ligam Timor com Portugal foram deixadas em descanso no fim-de-semana passada quando a sua equipa venceu a Inglaterra.

Buzinas de automóveis e tambores ouviram por todo o lado em Dili.

Fãs de footbal fizeram caravanas em frente da base das forças internacionais perto do porto. Outros dançaram no campo de deslocados improvisado no parque em frente do Hotel Timor, propriedade de Portugueses.

Uns tantos quilómetros mais longe, centenas de polícias de elite de Lisboa vestiram as suas camisolas vermelhas e verdes para verem o jogo no seu quartel no hotel, desfraldando bandeiras ao lado duma mão cheia de locais autorizados para celebrarem até de manhã.

Muitos morderam em cruzes Católicas em rezas enquanto se desenrolava a série de 3-1 penaltys.

Portugal e Timor-Leste têm tido uma relação de amor-ódio desde há mais de três séculos.

Apesar dos diplomatas Portugueses terem liderado durante décadas a luta na ONU e na União Europeia contra a ocupação Indonésia em Timor-Leste, Lisboa não foi um governante modelo.

A sua ditadura colonial pilhou os recursos do país e devolveu pouco de volta.

Portugal abandonou o território em 1975 no seguimemnto da revolução dos cravos em casa, que derrubou a ditadura de extrema-direita de Salazar e forçou Lisboa a olhar para as suas colónias africanas mais perto de casa.

Poucos meses depois de sair, Timor-Leste foi invadida pela Indonésia antes que uma breve declaração de independência pudesse ser reconhecida internacionalmente, abrindo um outro período de brutal ocupação.

Escapando ao domínio Indonésio, muitos Timorenses fugiram para a segurança duma nova vida em Lisboa.

Entre estes José Ramos Horta – agora o principal concorrente ao cargo de primeiro-ministro – que liderou a luta pela independência no exílio de Portugal e dos USA.

Quando o genial Ramos Horta ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1996 juntamente com o bispo de Dili, Carlos Belo, algum do mais alto aplauso veio de Portugal.

Desde que Timor se separou da Indonésia em 1999, Lisboa tem enviado dinheiro para a sua antiga colónia.

Tem financiado professores de Portugueses que educam crianças Timorenses tanto em aldeias remotas como na.

Apesar disso, muitos Timorenses ainda detestam qualquer lembrança dos tempos coloniais e os condutores de taxi drivers pronunciam-se contra o uso do Português, agora a língua oficial apesar do facto de somente menos de 10 por cento da população o saber falar.

Mas se é uma verdade que o desporto pode vencer a política, em Timor-Leste isso é inda mais verdade com o football.

Tem mesmo conseguido suplantar o desprezo contra a GNR.

Quando o agora Presidente Xanana Gusmão passou anos atrás dos muros duma prisão de Jakarta por promover guerra de guerrilha contra as tropas Indonésias, ele manteve-se em forma capitaneando a equipa de football da prisão.

Ele é um fanático apoiante do clube de Lisboa, Benfica.

Muitos dos seus concidadãos, contudo, apoiam o rival Sporting, que tem um café com o seu nome em sua honra na frente do mar de Dili.

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Timor: é só o começo

BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS
Folha de São Paulo

4Julho2006

A crise política em Timor, para além de ter colhido de surpresa a maior parte dos observadores, provoca algumas perplexidades e exige, por isso, uma análise menos trivial do que aquela que tem vindo a ser veiculada pela comunicação social internacional. Como é que um país, que ainda no final do ano passado teve eleições municipais, consideradas por todos os observadores internacionais como livres, pacíficas e justas, pode estar mergulhado numa crise de governabilidade? Como é que um país, que há três meses foi objecto de um elogioso relatório do Banco Mundial, que considerou um êxito a política económica do Governo, pode agora ser visto por alguns como um Estado falhado?

À medida que se aprofunda a crise em Timor Leste, os factores que a provocaram vão-se tornando mais evidentes. A interferência da Austrália na fabricação da crise está agora bem documentada e vem desde há vários anos. Documentos de política estratégica australiana de 2002 revelam a importância de Timor Leste para a consolidação da posição regional da Austrália e a determinação deste país em salvaguardar a todo o custo os seus interesses. Os interesses são económicos (as reservas de petróleo e gás natural estão calculadas em trinta mil milhões de dólares) e geo-militares (controlar rotas marítimas de águas profundas e travar a emergência do rival regional: a China). Desde o início da sua governação, o primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, um político lúcido, nacionalista mas não populista, centrou a sua política na defesa dos interesses de Timor, assumindo que eles não coincidiam necessariamente com os da Austrália. Isso ficou claro desde logo nas negociações sobre a partilha dos recursos do petróleo em que Alkatiri lutou por uma maior autonomia de Timor e uma mais equitativa partilha dos benefícios. O petróleo e o gás natural têm sido a desgraça dos países pobres (que o digam a Bolívia, o Iraque, a Nigéria ou Angola).

E o David timorense ousou resistir ao Golias australiano, subindo de 20% para 50% a parte que caberia a Timor dos rendimentos dos recursos naturais existentes, procurando transformar e comercializar o gás natural a partir de Timor e não da Austrália, concedendo direitos de exploração a uma empresa chinesa nos campos de petróleo e gás sob o controlo de Dili. Por outro lado, Alkatiri resistiu às tácticas intimidatórias e ao unilateralismo que os australianos parecem ter aprendido em tempos recentes dos seus amigos norte-americanos. O Pacífico do Sul é hoje para a Austrália o que a América Latina tem sido para os EUA há quase duzentos anos. Ousou diversificar as suas relações internacionais, conferindo um lugar especial às relações com Portugal, o que foi considerado um acto hostil por parte da Austrália, e incluindo nelas o Brasil, Cuba, Malásia e China.

Por tudo isto, Alkatiri tornou-se um alvo a abater. O facto de se tratar de um governante legitimamente eleito fez com que tal não fosse possível sem destruir a jovem democracia timorense. É isso que está em curso.

Uma interferência externa nunca tem êxito sem aliados internos que ampliem o descontentamento e fomentem a desordem. Há uma pequena elite descontente, quiçá ressentida por não lhe ter sido dado acesso aos fundos do petróleo. Há a Igreja Católica que, depois de ter tido um papel meritório na luta pela independência, não hesitou em pôr os seus interesses acima dos interesses da jovem democracia timorense ao provocar a desestabilização política com as vigílias de 2005 apenas porque o governo decidiu tornar facultativo o ensino da religião nas escolas. Toleram mal um primeiro-ministro muçulmano, mesmo laico e muito moderado, porque o ecumenismo é só para celebrar nas encíclicas.

E há, obviamente, Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz, um político de ambições desmedidas, totalmente alinhado com a Austrália e os EUA e que, por essa razão, sabe não ter hoje o apoio do resto da região para a sua candidatura a Secretário-Geral da ONU. Foi ele o responsável pela passividade chocante da CPLP (Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa) nesta crise. A tragédia de Ramos Horta é que nunca será um governante eleito pelo povo, pelos menos enquanto não afastar totalmente Mari Alkatiri. Para isso, é preciso transformar o conflito político num conflito jurídico, convertendo eventuais erros políticos em crimes e contar com o zelo de um Procurador-Geral para produzir a acusação. Daí que as organizações de direitos humanos, que tão alto ergueram a voz em defesa da democracia de Timor, tenham agora uma missão muito concreta a cumprir: conseguir bons advogados para Mari Alkatiri e financiar as despesas com a sua defesa.

E que dizer de Xanana Gusmão? Foi um bom guerrilheiro e é um mau presidente. Cada século não produz mais que um Nelson Mandela. Ao ameaçar renunciar, criou um cenário de golpe de Estado constitucional, um atentado directo à democracia por que tanto lutou. Um homem doente e mal aconselhado, corre o risco de hipotecar o crédito que ainda tem junto do povo para abrir caminho a um processo que acabará por destruí-lo.

Timor não é o Haiti dos australianos, mas, se o vier a ser, a culpa não será dos timorenses. Uma coisa parece certa, Timor é a primeira vítima da nova guerra-fria, apenas emergente, entre os EUA e a China. O sofrimento vai continuar.

UE quer "avaliação profunda da situação" - enviado de Durão Barroso

Díli, 06 Jul (Lusa) - A União Europeia vai efectuar uma "avaliação prof unda da situação" em Timor-Leste, condição prévia para uma eventual promoção do actual escritório de representação em Díli, dependente de Jacarta, para uma Delegação, disse hoje à Lusa fonte comunitária.

Nesse sentido, o diplomata português Miguel Amado, enviado especial do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, chegou hoje a Díli p ara uma visita de avaliação até 30 de Julho.

"A minha primeira missão aqui será entregar uma carta do Presidente (Jo sé Manuel Durão Barroso) ao Presidente Xanana Gusmão. Mas a minha missão tem dois objectivos imediatos: em primeiro lugar fazer uma avaliação profunda da situação e, em segundo lugar, ajudar a contribuir para um quadro mais estável e positivo" na cooperação bilateral UE/Timor-Leste, disse.

Quanto à eventual subida de nível do escritório de representação que a Comissão Europeia mantém actualmente em Díli, dirigida pelo italiano Guglielmo Colombo, Miguel Amado considerou que uma decisão nesse sentido faz parte da avaliação que vai fazer.

"Faz parte da avaliação que vou fazer. Há que ter um quadro estável e positivo, para que se possam financiar projectos e serem geridos aqui. Venho fazer uma avaliação total e ver até que ponto poderemos colocar aqui uma Delegação ou não, ou ficar uma Delegação Regional - como sucede actualmente - e ver as condições em que os projectos podem avançar", afirmou.

Miguel Amado trabalha no Departamento de Ajuda Humanitária do executivo comunitário onde é responsável pela coordenação entre a África, Caraíbas e Pací fico (ACP), um grupo de países com que os 25 têm um acordo de parceria para o de senvolvimento e do qual Timor-Leste é o mais recente membro.

Este funcionário europeu já chefiou várias delegações da Comissão, incluindo as da Guiné-Bissau e República Dominicana.
Miguel Amado será recebido sexta-feira pelo Presidente Xanana Gusmão.


ACC/EL.

Comandante alegado "esquadrão da morte" entrega armas dia 11

Díli, 05 Jul (Lusa) - O chefe do alegado "esquadrão da morte", que diss e ter recebido ordens para eliminar adversários políticos do ex-primeiro-ministr o Mari Alkatiri, afirmou hoje à Lusa que vai entregar as suas armas ao Procurado r-Geral da República no próximo dia 11.

Contactado telefonicamente pela Lusa, Vicente da Conceição "Railos" afi rmou que as armas serão entregues numa cerimónia nas montanhas, em Leutala, 50 q uilómetros a ocidente de Díli.

"Vou cumprir as ordens do Presidente Xanana Gusmão para que as armas na s mãos dos civis sejam recolhidas, mas as armas que vou entregar são provas de u m crime, são as armas que recebi para matar os adversários políticos de Mari Alk atiri", acrescentou.

Veterano da luta de resistência contra a ocupação indonésia, Vicente da Conceição "Railos" denunciou o ex-primeiro-ministro Alkatiri como tendo dado or dens ao ex-ministro do Interior Rogério Lobato para distribuir armas ao seu grup o, composto por 30 a 35 efectivos.

Nas declarações que fez hoje à Lusa, "Railos" confirmou ter-se deslocad o terça-feira a Díli, mas que não se encontrou com o Presidente Xanana Gusmão.
"Fui entregar um documento a dar informação que vou entregar as armas", afirmou.
Na sequência da entrega de armas, militares australianos vão ficar em L eutala para garantir protecção a "Railos" e aos seus homens, porquanto são teste munhas do processo em investigação sobre as alegadas ordens de distribuição de a rmas.

Depois de ter acusado Alkatiri e Lobato, o Ministério Público abriu um processo para inquirir eventuais responsabilidades do ex-ministro do Interior Ro gério Lobato, que aguarda em casa o desenrolar das investigações.

O Ministério Público também notificou Mari Alkatiri para ser ouvido no âmbito do mesmo processo e a audição chegou a ser marcada para sexta-feira passa da, mas foi adiada a pedido do ex-primeiro-ministro.

Mari Alkatiri tem negado repetidamente as acusações e garantiu terça-fe ira, em declarações à Lusa, que não utilizará a imunidade de que goza como deputado ao Parlamento Nacional para se "esquivar à justiça".

"Quero provar a minha inocência logo na primeira audiência. Não me vou esquivar à justiça, escudando-me no estatuto de parlamentar", disse Alkatiri, qu e será defendido pelo advogado português José António Barreiros.

Alkatiri demitiu-se do cargo de primeiro-ministro a 26 de Junho, tendo sido substituído na coordenação do governo pelo ministro dos Negócios Estrangeir os e da Defesa, José Ramos Horta.

Entretanto, o major Alves Tara, um oficial das forças armadas timorense s que abandonou em Maio a cadeia de comando, e que é o coordenador-geral da auto denominada Frente Nacional Justiça e Paz (FNJP), disse também hoje à Lusa que en tregou já as armas que dispunha a militares australianos, numa cerimónia realiza da no centro de Gleno, 40 quilómetros a sul de Díli.
Contactado também telefonicamente, o major Alves Tara afirmou que entre gou nove armas automáticas e cerca de duas mil munições, "cumprindo ordens do Co mandante Supremo das Forças Armadas, o Presidente Xanana".
"Mas não estou contente. Ainda há grupos de civis com armas, que não fo ram devolvidas", criticou.

Efectivos militares australianos vão manter-se em Gleno para garantirem protecção ao major Tara e aos seus homens.

A FNJP patrocinou as manifestações anti-governamentais realizadas na pa ssada semana em Díli.

O jogo

Publico Online

Zidane converte penalti na primeira parte
Portugal cai de novo com a França (1-0)

Portugal perdeu com a França por 1-0 nas meias-finais e está fora da final do Mundial 2006. Os franceses vão jogar o último jogo da competição com os italianos. Zinedine Zidane voltou a ser um dos homens do jogo ao apontar o único golo da partida na transformação de uma grande penalidade ainda na primeira parte, aos 33 minutos.

Portugal disputa no sábado o terceiro lugar com a Alemanha.

Fogo de artifício e fogutes em Díli

Os nossos vizinhos timorenses lançaram fogo de artifício e foguetes depois do jogo de Portugal, em que os franceses ganharam.

Disseram-nos que os tinham para celebrar a vitória de Portugal no Mundial, e que preferiam usá-los em vez de deixaram que a "useless army" os apreendesse...

Viva Timor-Leste! Viva Portugal!

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Perdemos, mas...

Portugal unites East Timor - AAP



Fractured East Timor will be united for 90 minutes before dawn on Thursday. Not by politics, but by football when Portugal takes on France in the World Cup semi-finals.

Australians may feel they have built a special relationship with East Timor by sending in peacekeepers to end bloodshed and chaos in 1999 and now.

But there was no Socceroos effect.

If anything spans Timor's warring ethnic divide these days, it is fanatical support for the football warriors of Portugal - the distant and often neglectful colonial master that ruled the half-island nation for hundreds of years and then abandoned it to Indonesian aggression in the mid-1970s.

Any doubts about the Timor's lingering cultural and emotional ties with Portugal were put to rest last weekend when its team knocked out England.

Car horns and belting drums echoed across Dili.

Football-mad fans paraded before the portside base of international peacekeepers. Others danced in a makeshift refugee camp set up in a park across from the upmarket Hotel Timor, owned by Portuguese money.

A few kilometres away, hundreds of Lisbon's elite paramilitary police donned their nation's maroon-and-green jersey to watch the game at their hotel barracks, waving flags along with the handful of locals allowed into the crush to celebrate until morning.

Many bit into Catholic crosses in prayer as the 3-1 penalty shootout unfolded.

Portugal and East Timor have had a love-and-hate affair for more than three centuries.

Although Portuguese diplomats for decades led the fight in the UN and European Union against Indonesian occupation in East Timor, Lisbon was hardly a model ruler.

Its colonial dictatorship raped the country of resources, but put back little in return.

Portugal abandoned the territory in 1975 following the Carnation Revolution at home, which overthrew the right-wing Salazar dictatorship and forced Lisbon's gaze onto African colonies closer to home.

Within months of the pullout, East Timor was invaded by Indonesia before a brief declaration of independence could be internationally recognised, opening another period of brutal occupation.

Escaping Indonesian rule, many East Timorese headed for the safety of new lives in Lisbon.

Among them Jose Ramos Horta - now prime ministerial contender - who led the independence struggle in exile from both Portugal and the United States.

When the genial Ramos Horta won the Nobel Peace Prize in 1996 along with the bishop of Dili, Carlos Belo, some of the loudest cheering was in Portugal.

Since Timor broke away from Indonesia in 1999, Lisbon has poured money into its former colony.

It has funded Portuguese teachers who educate Timorese children from the remotest village to the capital.

Regardless, many East Timorese still dislike any reminder of colonial times and taxi drivers rail against use of the Portuguese, now the official language despite the fact less than 10 per cent of the population can speak it.

But if it is a truism that sport can overcome politics, in East Timor that is even truer of football.

It has even managed to supplant even loathing for the riot-trained Portuguese GNR paramilitaries.

When now President Xanana Gusmao spent years behind the walls of a Jakarta prison for waging guerrilla war against Indonesian troops, he kept fit by captaining the jail's football team.

He is a fanatical follower of Lisbon's Benfica club.

Many of his countrymen, though, support rival Sporting, which has a clubhouse cafe named it its honour on Dili's waterfront.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.