domingo, agosto 20, 2006

Jovens enlouquecidos queimam casas na capital inquieta de Timor-Leste

Tradução da Margarida.

Canada.com

Canadian Press
Publicado: Sábado, Agosto 19, 2006

DILI, East Timor (AP) – Jovens enlouquecidos deitaram fogo a casas na capital de Timor-Leste no Sábado, uma lembrança de que a estabilidade ainda não regressou à mais jovem nação da Ásia no seguimento de meses de violência, disseram testemunhas.

"Vi dúzias de homens não identificados a queimarem cinco casas até aos alicerces," disse Maria Da Silva, que tem vivido num campo de deslocados em Dili com centenas de outros desde que os confrontos rebentaram entre forças de segurança rivais em Maio.

Essa violência – desencadeada quanto o então Primeiro-Ministro Mari Alkatiri despediu cerca de 600 soldados – mais tarde derramou em guerra de gangs, pilhagens e fogo posto que deixou 30 pessoas mortas e pôs perto de 150,000 pessoas a fugir das suas casas.

Um novo governo foi nomeado no mês passado como parte dos esforços para aliviar tensões.

Da Silva disse que o motivo do ataque de Sábado não era claro, mas isto mostra que a situação da segurança está ainda frágil apesar da presença de tropas estrangeiras que chegaram a pedido do governo para ajudar a restaurar a ordem.

Mais cedo nesta semana, atacantes não identificados atiraram pedras e cocktails molotov a campos de deslocados perto do aeroporto de Dili, aterrorizando os residentes mas não causando danos.

© The Canadian Press 2006
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Continuam os incidentes violentos em Timor-Leste apesar das tropas estrangeiras

Tradução da Margarida.


Monsters
Agosto 19, 2006, 15:00 GMT

Sydney – Queimaram casas em Dily apesar da presença de tropas internacionais na capital de Timor-Leste, disseram relatos de notícias no Sábado.

A ABC Radio da Austrália relatou que várias casas foram queimadas até aos alicerces e dois jovens detidos.

Ao mesmo tempo que as batalhas entre grupos de jovens do leste e do oeste da pequena nação acalmaram, há ainda milhares de pessoas a viverem em campos de deslocados improvisados.
Timor-Leste, que se tornou independente da Indonésia em 2002, tem estado inquieto desde Março quando soldados entraram em greve queixando-se de discriminação étnica nas suas fileiras.

A desordem espelha o levantamento que se seguiu ao referendo pela independência em 1999, supervisionado pela ONU que acabou 24 anos de ocupação Indonésia. Timor-Leste foi uma colónia Portuguesa durante 400 anos antes de Jakarta a tomar em 1975.

A violência em Dili atraiu tropas estrangeiras. A Austrália tem cerca de 2,000 tropas e polícias em Timor-Leste, que são apoiadas por contingentes mais pequenos da Malásia, Nova Zelândia e Portugal.

© 2006 dpa - Deutsche Presse-Agentur
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Divergências sobre militares obrigam ONU a adiar votação

DN
19.08.06


Armando Rafael

Divergências sobre a componente militar da força que a ONU vai enviar para Timor-Leste obrigaram ontem o Conselho de Segurança a adiar a votação sobre as recomendações do secretário-geral por uma semana.

Em causa está a recomendação de Kofi Annan que aponta para o envio de 350 militares, proposta contestada pelos Estados Unidos, Reino Unido e Japão, que apostam na continuidade do contingente australiano, sublinhando não haver necessidade de mais tropas no terreno. Sobretudo quando Camberra se opõe ao envio de mais militares para território timorense, onde o seu dispositivo ronda, neste momento, os 3000 efectivos.

Isto pressupõe, em termos práticos, que a Austrália poderia reduzir o seu contingente de forma substancial, como é, aliás, intenção de Camberra, e ainda assim preencher os requisitos de segurança exigidos pela ONU. Com a vantagem de que as Nações Unidas ficariam isentas de despesas, argumento a que os EUA são sensíveis, mas que não parecem ter convencido, no entanto, a maioria dos 15 membros do Conselho de Segurança. Estes concordam com a recomendação do secretário-geral, para quem a nova missão da organização em território timorense deve abranger uma componente militar que apoie o contingente formado por 1608 polícias.

Esta posição é subscrita por Portugal e pela Malásia, dois dos quatro Estados que, a par da Austrália e da Nova Zelândia, responderam ao apelo de Díli, enviando para Timor--Leste forças militares e policiais que ajudaram a pôr termo à crise que se vivia no país.

Só que, a avaliar pelo teor do debate que decorreu em Nova Iorque, é de admitir que a formação e a restruturação da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), que nos termos da recomendação de Kofi Annan deveria caber à ONU, possa estar também a dar origem a novas divergências. Quanto mais não seja porque a Austrália entende que essa tarefa devia ser atribuída a um único Estado, tese que é também apoiada pela Nova Zelândia.


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Obrigado, Margarida.

A Margarida merece mais uma vez um enorme obrigado de todos nós, que continuamos sem a conhecer.

OBRIGADO!

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PR e PM analisam 2/feira necessidade manter medidas emergência

Díli, 19 Ago (Lusa) - O presidente e o primeiro-ministro timorenses vão analisar segunda-feira a necessidade de prorrogar as medidas de emergência decretadas em Maio para tentar travar a violência no país, disse hoje à Lusa fonte oficial em Díli.

De acordo com a mesma fonte, a análise da situação prende-se com o facto do Conselho de Estado ter dado um mandato ao Presidente da República, Xanana Gusmão, para manter as medidas de emergência até 20 de Agosto (domingo).

A necessidade de rever as medidas decretadas por Xanana Gusmão decorre da decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, tomada sexta-feira, de adiar por uma semana a votação da resolução sobre a nova missão da ONU em Timor-Leste, devido a divergências sobre a respectiva componente militar, que a Austrália pretende comandar.

Face ao prosseguimento das negociações, o Conselho de Segurança decidiu prolongar até sexta-feira (25 de Agosto) o mandato da actual missão da ONU em Timor-Leste (UNOTIL), cujo mandato terminava domingo (20 de Agosto), precisamente no dia em que cessavam as medidas de emergência decretadas por Xanana Gusmão.

"Inicialmente tudo foi enquadrado na perspectiva de uma nova missão da ONU a partir do dia 21 de Agosto", disse a fonte contactada pela Lusa em Díli.

A mesma fonte, que solicitou o anonimato, acrescentou, no entanto, que hoje Timor-Leste "tem um Governo a funcionar no pleno das suas capacidades e pode chegar-se à conclusão que não se justificam as medidas decretadas pelo presidente".

As medidas de emergência foram decretadas inicialmente a 30 de Maio, na sequência da grave crise político-militar em Timor-leste, marcada pela desintegração da polícia nacional, divisões nas forças armadas e confrontos entre grupos civis rivais, que provacaram três dezenas de mortos e mais de 150 mil deslocados.

A aplicação das medidas de emergência foi feita com a ajuda de uma força militar e policial enviada pela Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, chamada pelas autoridades timorenses para restaurar a lei e a ordem.

As medidas de emergência prevêem o desarmamento de civis, identificação de pessoas e a garantia da segurança de edifícios públicos e entidades.

JCS/PNG.

Rampaging youths burn down houses in East Timor's troubled capital

Canada.com

Canadian Press
Published: Saturday, August 19, 2006
DILI, East Timor (AP) - Rampaging youths set houses on fire in East Timor's capital on Saturday, a reminder that stability has not yet returned to Asia's newest nation following months of violence, witnesses said.

"I saw dozens of unidentified men burn five houses to the ground," said Maria Da Silva, who has been living in a refugee camp in Dili with hundred of others since clashes broke out between rival security forces in May.

That violence - sparked by then-Prime Minister Mari Alkatiri's dismissal of about 600 soldiers - later spilled into gang warfare, looting and arson that left 30 people dead and sent nearly 150,000 people fleeing from their homes.

A new government was put in place last month as part of efforts to ease tensions.

Da Silva said the motive of Saturday's attack was not clear, but it showed that the security situation was still fragile despite the presence of foreign peacekeepers who arrived at the request of the government to help restore order.

Earlier this week, unidentified attackers threw stones and molotov cocktails at refugee camp near Dili's airport, terrifying residents but causing no injuries.

© The Canadian Press 2006

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Violent incidents in East Timor continue despite foreign troops

Monsters
Aug 19, 2006, 15:00 GMT

Sydney - Houses have been burned in Dily despite the presence of international troops in the East Timor capital, news reports said Saturday.

Australia's ABC Radio reported that several houses have been burned to the ground and two youths detained.

While pitched battles between groups of youths from the east and west of the tiny country have subsided, there are still tens of thousands of people living in makeshift refugee camps.
East Timor, which became independent of Indonesia in 2002, has been restive since March when soldiers went on strike complaining of ethnic discrimination within the ranks.

The mayhem mirrored the upheaval that followed the United Nations-supervised independence referendum in 1999 that ended 24 years of Indonesian occupation. East Timor was a Portuguese colony for 400 years before Jakarta took over in 1975.

The violence in Dili drew in foreign peacekeepers. Australia has around 2,000 troops and police in East Timor, who are backed by smaller contingents from Malaysia, New Zealand and Portugal.

© 2006 dpa - Deutsche Presse-Agentur

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Dos leitores

Tá na hora de elogiar a LUSA em Timor - Até que enfim um jornalista de qualidade em Timor não só se pode avaliar pelo conteúdo da notícia mas também pelo "bom uso" da língua portuguesa!
Parabéns à LUSA a a JCS!!

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Dos leitores

Tradução da Margarida.


Como disse, o facto de Xanana aceitar e discordar com a decisão é contraditório e ambíguo. É um outro exemplo da aproximação ambígua/contraditória do nosso Presidente a esta crise. Mostrou que o Presidente foi incapaz de ter uma posição clara na questão – i.e um sinal de fraqueza.

Quando o Presidente foi percebido ser fraco ou incapaz de ter uma posição clara, os rebeldes ganharam confiança que podiam escalar as suas exigências de terem as suas queixas respondidas a exigir uma mudança de governo/resignação de um PM, que penso concorda, não tinham o direito de o fazer. A mudança de exigência ocorreu antes de Reinado alegadamente ter atacado os soldados das F-FDTL e antes dos soldados estrangeiros serem chamados. Na minha opinião, chegou-se a este estado parcialmente (houve outros factores) por causa do Presidente ter sido ambíguo e fraco.

Em altura alguma disse alguma vez o Presidente "não podem fazer estas exigências. Peçam que as vossas queixas sejam atendidas, mas não uma mudança no governo". Quando se tem o que é um golpe armado em processo precisa-se duma figura muito forte para ajudar a guiar o país. O Presidente, infelizmente, foi tudo menos isso e é por isso que eu invoco a sua natureza contraditória.

Tem razão, no sentido em que o Presidente não podia fazer nada sobre a decisão i.e. ele não tinha poder para a reverter. Concedo-lhe esse ponto. Contudo, a posição do Presidente interessa porque ele tem autoridade moral. O facto de ter sido ambíguo é um sinal de fraqueza e, como disse, encorajou os rebeldes a escalarem as suas exigências.

Não me entenda mal, Xanana é um herói da resistência, e gosto dele por isso. Contudo, é demasiado fraco para ser o Presidente duma jovem democracia.

Quanto a Alkatiri, já disse que ele assumiu a sua responsabilidade ao resignar (repare no que escrevi às 2:23:36 PM). Contudo, não é a única pessoa responsável pela crise. A sua incapacidade de de olhar para o nosso Presidente e perceber que ele tem falhas e cometeu erros capitais é francamente bastante impressionante.

Também, quanto ao seu comentário "quanto à "video evidência" como a base para a exigência da resignação não acredita nisso, pois não?"- talvez o Governador Geral na Austrália devesse entregar um video a Howard/Downer sobre o escândalo do AWB e pedir a resignação deles? Foi simplesmente um outro exemplo de incompetência do Presidente.

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Dos leitores

Tradução da Margarida.

Como disse, o facto de Xanana aceitar e discordar com a decisão é contraditório e ambíguo. É um outro exemplo da aproximação ambígua/contraditória do nosso Presidente a esta crise. Mostrou que o Presidente foi incapaz de ter uma posição clara na questão – i.e um sinal de fraqueza.

Quando o Presidente foi percebido ser fraco ou incapaz de ter uma posição clara, os rebeldes ganharam confiança que podiam escalar as suas exigências de terem as suas queixas respondidas a exigir uma mudança de governo/resignação de um PM, que penso concorda, não tinham o direito de o fazer. A mudança de exigência ocorreu antes de Reinado alegadamente ter atacado os soldados das F-FDTL e antes dos soldados estrangeiros serem chamados. Na minha opinião, chegou-se a este estado parcialmente (houve outros factores) por causa do Presidente ter sido ambíguo e fraco.

Em altura alguma disse alguma vez o Presidente "não podem fazer estas exigências. Peçam que as vossas queixas sejam atendidas, mas não uma mudança no governo". Quando se tem o que é um golpe armado em processo precisa-se duma figura muito forte para ajudar a guiar o país. O Presidente, infelizmente, foi tudo menos isso e é por isso que eu invoco a sua natureza contraditória.

Tem razão, no sentido em que o Presidente não podia fazer nada sobre a decisão i.e. ele não tinha poder para a reverter. Concedo-lhe esse ponto. Contudo, a posição do Presidente interessa porque ele tem autoridade moral. O facto de ter sido ambíguo é um sinal de fraqueza e, como disse, encorajou os rebeldes a escalarem as suas exigências.

Não me entenda mal, Xanana é um herói da resistência, e gosto dele por isso. Contudo, é demasiado fraco para ser o Presidente duma jovem democracia.

Quanto a Alkatiri, já disse que ele assumiu a sua responsabilidade ao resignar (repare no que escrevi às 2:23:36 PM). Contudo, não é a única pessoa responsável pela crise. A sua incapacidade de de olhar para o nosso Presidente e perceber que ele tem falhas e cometeu erros capitais é francamente bastante impressionante.

Também, quanto ao seu comentário "quanto à "video evidência" como a base para a exigência da resignação não acredita nisso, pois não?"- talvez o Governador Geral na Austrália devesse entregar um video a Howard/Downer sobre o escândalo do AWB e pedir a resignação deles? Foi simplesmente um outro exemplo de incompetência do Presidente.

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AFP defende a condução do desassossego em Timor-Leste

Tradução da Margarida.

ABCNewsOnline
Última Actualização: Sábado, Agosto 19, 2006. 8:36pm (AEST)

A polícia Australiana a servir em Timor-Leste disse hoje que o desassossego na capital, em que jovens queimaram várias casas até aos alicerces, foi difícil de antecipar.

Um residente de Timor-Leste diz que cerca de 1,000 pessoas queimaram cerca de 50 casas mas um polícia Português diz que somente uma mão cheia de casas foram incendiadas.

Pelo menos duas pessoas foram presas por causa da violência.

Centenas de casas de Dili têm estado desocupadas desde Maio, quando 150,000 pessoas fugiram para campos de deslocados para escapar à violência que destruiu a cidade.

Um porta-voz do contingente da polícia Australiana, Tim Dodd, diz que a polícia não pode guardar cada casa.

O desassossego veio um dia depois das Nações Unidas avisar de uma irrupção de violência nos campos de deslocados, causando milhares de deslocados a fugirem para abrigos temporários em semanas recentes.

Mas o oficial da Polícia Federal Australiana (AFP) defendeu a decisão das forças internacionais de não colocar tropas em cada um dos campos de deslocados.

"Não é parte do plano, nunca foi o caso de se posicionar polícias e militares nos campos," disse.

A ONU disse que estava alarmada pelo número de recentes incidentes violentos nos campos.

Lutas entre facções militares e na polícia desencadearam a violência em Maio que matou pelo menos 21 pessoas.

Degenerou em lutas étnicas nas ruas, levando ao destacamento de cerca de 3,200 tropas internacionais, lideradas pela Austrália.

A Austrália tem 1,300 tropas em Timor-Leste.

A violência étnica lançou jovens dos distritos do leste de Timor-Leste contra os do oeste.

As Nações Unidas esperam enviar cerca de 1,600 polícias internacionais para manter a segurança em Timor-Leste.

- AFP

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Jovens de Timor enlouquecem outra vez

Tradução da Margarida.


News.au.com
De correspondentes em Dili
Agosto 19, 2006 08:25pm
Artigo de: Agence France-Press


Jovens queimaram várias casas até aos alicerces na capital Timorense hoje no último ataque de desassossego que atingiu o destroçado país, disseram testemunhas e tropas internacionais.

"Houve cerca de 50 casas queimadas. Havia cerca de 1000 pessoas que vieram da área do mercado de Comoro e de Lurumata," disse Marito, um residente de 46 anos do bairro de Comoro onde houve batalhas de gangs mais cedo este ano.

Contudo, um polícia Português que declinou identificar-se disse que somente uma mão cheia de casas tinham sido queimadas, dizendo: "Só quatro ou cinco casas foram queimadas esta manhã, talvez tenha havido 10 casas queimadas desde ontem."
Centenas de casas em Dili têm estado desocupadas desde Maio quando 150,000 pessoas fugiram para campos de deslocados para escapar à violência que destruiu a capital Timorense.

Lutas entre facções dos militares e da polícia detonaram a violência, que matou pelo menos 21 pessoas e degenerou em lutas étnicas nas ruas, levando ao destacamento de cerca de 3,200 tropas internacionais.

a violência étnica levantou jovens dos distritos do leste de Timor-Leste contra os do oeste.

Contudo, Marito disse que não estava claro hoje se os ataques incendiários visavam um grupo étnico particular.

Cerca de 70 forças Malaias, Australianas e Portuguesas patrulharam o bairro, à procura dos jovens armados.

Um oficial da polícia Malaio disse que pelo menos dois jovens, um carregando uma catana tradicional tinham sido detidos.

"Duas pessoas foram detidas – um homem acabado de ser detido por nós, e outro acabou de ser detido pela polícia Australiana," disse o Sargento Redzuan.

A polícia Australiana disse que era difícil antecipar tais ataques.

"A Polícia não pode guardar cada casa," disse à AFP Tim Dodd, um porta-voz do contingente de polícia Australiano, AFP.

O desassossego de hoje veio um dia depois da ONU ter avisado do ressurgir da violência nos campos de deslocados, que levaram milhares de pessoas a fugir dos abrigos temporários em semanas recentes.

Contudo a polícia internacional defendeu a sua posição de não colocar tropas em cada um dos campos de deslocados.

”Não faz parte do plano, nunca foi o caso de a polícia e os militares estarem nos campos'', disse Dodd.

A ONU disse que estava alarmada pelo número de incidentes violentos recentes nos campos.

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Dos leitores

Tradução da Margarida.

Dr. José Ramos-Horta : O Primeiro-Ministro

Ironicamente o líder de Timor-Leste internacionalmente reconhecido passou mais tempo da sua vida exilado da sua pátria.
Educado numa missão católica em Soibada, Ramos-Horta treinou e trabalhou como jornalista.

Quando a Indonésia invadiu Timor-Leste em 1975, Ramos-Horta estava a caminho do Conselho de Segurança da ONU, pedindo-lhes que tomassem acção face ao ataque militar Indonésio que matou um terço da população Timorense.
Apesar do seu exílio, em 1991 Ramos-Horta foi eleito Vice-Presidente do Conselho Nacional de Resistência Maubere (CNRM), uma organização abrangente de movimentos pró-independència do interior e exterior de Timor-Leste.
Em 1998, foi outra vez eleito Vice Presidente da organização que sucedeu ao CNRM – o CNRT.

Em Dezembro 1996, o Dr. José Ramos-Horta partilhou o Prémio Nobel da Paz com o Bispo Carlos Filipe Ximenes Belo.
O Comité escolheu honorar os dos laureados pelos seu "esforços sustentados para encontrar uma solução diplomática ao conflito de Timor-Leste com base no direito do povo à auto-determinação.
O Comité considerou o Dr. José Ramos-Horta o porta-voz líder internacional da causa de Timor-Leste desde 1975.

Informação Pessoal
Data e local de nascimento: 26.12.1949, Dili -Timor-Leste
Estatuto Marital: Divorciado
Filhos: Um filho
Residência Normal: Dili e Sydney

Posições Correntes

Ministro de topo, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Timor-Leste Professor convidado, Faculdade de Direito, Universidade de New South Wales, Sydney (1996-até à data )
Distinto Professor convidado, Universidade de Victoria, Melbourne (2000-até à data )

Outras posições activas

Presidente, Uma Fukun, East Timor Cultural Centre, Dili
Membro do Conselho de Honra, Universidade da Paz, Costa Rica
Membro da Comissão de Controlo de Armas do Nobel da Paz
Co-Presidente, Fórum Estado do Mundo, San Francisco, Califórnia
Fundador, conferencista e membro do Conselho de Directores, Diplomacia e Direitos Humanos
Programa, Faculdade de Direito, Universidade de New South Wales, Sydney
Fundador e principal benfeitor, "JRH Programa de Micro-Crédito para os Pobres "
Presidente de Honra, Timor Aid, Dili, Timor-Leste

Principais conferências internacionais que atendeu
No decurso de muitos anos, atendeu e participou activamente em numerosas conferências temáticas internacionais sobre auto-determinação e descolonização, direitos humanos, lei do mar, tribunal criminal internacional, armas pequenas e desarmamento, etc.

Em baixo alguns destaques:
Assembleia Geral da ONU, New York (desde 1976)
Comissão dos Direitos Humanos da ONU, Geneva (desde 1979)
Conselho de Segurança (muitas vezes)
Comité Especial da Descolonização (desde 1976)
Apelo à Paz de Haia (1999)
Forum 2000, Praga o anfitrião foi o Presidente Vaclav Havel
Fórum Estado do Mundo (em San Francisco, Dublin, New York)
Fórum Económico Mundial, Davos, Suiça, Janeiro 2000.
Conferência Direitos Humanos do Segundo Mundo, Viena (1993)
Encontro de Laureados do Nobel da Paz em Charlotville, Virginia, USA (1997)

Principais Prémios Internacionais
2001 – Prémio do Festival de Filmes Humanitários Hollywood
2000 – Medalha de Ouro do Presidente da Itália
1999 – Prémio do Primeiro Apelo à Paz de Haia
1998 - Medalha de Ouro da Universidade de Coimbra
1998 –A Grande Cruz da Ordem da Liberdade, Presidente de Portugal
1997 – Medalha da Universidade de San Francisco
1996 – Prémio Nobel da Paz, Oslo
1996 – Prémio Primeiro UNPO da Liberdade, Haia
1995 – Prémio Activista Internacional da Paz, Fundação Gleitsman, CA
1993 – Prémio Direitos Humanos Professor Thorof Raf, Bergen.

Posições profissionais prévias (1969-1974)
Repórter, editor, fotojornalista
Rádio anunciante, TV correspondente

Posições e actividades políticas anteriores (1975-1990)
Secretário para os Negócios Estrangeiros e Informação, ASDT (Associação Social Democrática Timorense (1974).
Ministro das Relações Externas e Informação, RDTL (1975-78)
Representante da FRETILIN na ONU e nos USA (1976-1990).

Experiência especial de governo
1986–1988
Conselheiro de media do governo de Moçambique com base em Washington.
Nesta posição, ajudou a preparar visitas de alto nível aos USA de líderes Moçambicanos, incluindo do Presidente e Ministro dos EStrangeiros, fundou o primeiro lobby de Moçambique em Washington, desenvolveu relações com a Administração e o Congresso e com os media.

1989–1998
Representante especial do CNRM e representante pessoal do líder da Resistência, Xanana Gusmão.
Vice-Presidente, do CNRT, eleito na Convenção Nacional da fundação do CNRT, realizado em Lisboa, Abril1998, re-eleito no Primeiro Congresso Nacional realizado em Timor-Leste, Agosto 2000 (ABril 1998-Junho 2001).

Fundo Académico
Diploma, Executive Program for Leaders in Development, Harvard University (1998)
Mestre de Artes em Estudos da Paz, Antioch University, USA (1984)
Senior Fellow in International Relations, St. Antony's College, Oxford University (1987)
Cursos Post-graduate em Política Estrangeira Americana, Columbia University (1983)
Lei Publica Internacional, Academis de Direito Internacional, Haia (1984)
Lei Internacional Direitos Humanos, Instituto Internacional Direitos Humanos, Strasbourg, France (1984).
Diploma em Estudos Avançados em Relações Públicas, Centro Internacional de Marketing (1973).
Liceu e Escola elementar em Timor (1964 -1969).
Escola elementar, Escola da Missão Católical, Soibada (1957-1964).

Graus Doctor Honoris Causa
Doutor de Leis, Pontífica Universidade Católica, Campinas, São Paulo, Brazil (1996)
Doutor de Leis, Antioch University, USA (1997)
Doutor de Leis, University of New South Wales, Sydney (1998)
Doutor de Leis, Rutgers University, New Jersey (2000)
Doutor de Leis, University of Oporto (2000)
Doutor de Cartas Humanas, University of Nevada, Reno (2000).
Doutor de Leis, Sunshine Coast University (2001).

Livros e outros escritos
FUNU: The Unfinished Saga of East Timor, Red Sea Press, Trenton, NJ (1987)
TIMOR LESTE: Amanhã em Dili, Dom Quixote, Lisboa (1994). Traduzido em Francês, Alemão e Norueguês.
East Timor e Lei Internacinal (1984), MA Tese, Antioch University, USA
Artigos de opinião publicados no the International Herald Tribune, Sydney Morning Herald, The Age, The Australian, Guardian, Le Monde, Le Monde Diplomatique, Boston Globe, San Francisco Chronicle, Folha de São Paulo, etc.

Línguas
Dr. Ramos-Horta fala Português, Tétun, Inglês, Francês, e Espanhol.

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Dos leitores

Tradução da Margarida.


"A única coisa que o PR podia ter feito era fornecer a sua OPINIÃO às instituições relevantes com a responsabilidade de lidarem com a questão."

A posição do PR foi ambígua, tão simples quanto isto. Penso que precisa de entender é a sua incapacidade em criticar as suas acções. Como disse, se ele não concordava com a decisão não a devia ter aceite, e isso tanto mais porque os "rebeldes" o viam como o comandante deles. Preciso de lembrar-lhe a quantidade de vezes que Reinado, Tara e Salsinha e Cª disseram isso?

A sua posição e o respeito que tem na sociedade significam que ele tinha de ser firme adoptando uma ou outra posição. É um presidente absolutamente incomptetente.

E quanto a ele não interferir nos assuntos do governo, como explica o seguinte:

1. A sua decisão de que a Fretilin era ilegítima: uma função judicial, não uma decisão da sua competência. O Tribunal de Recurso arrumou esta questão.

2. A sua exigência que Alkatiri resignasse com base em evidência video. Ele não pode exigir a resignação forçada de um a PM.

3. A sua escolha efectiva de JRH como PM. Foram-lhe colocadas três opções para escolher um PM, mas ele não tem autoridade constitucional para fazer assim. Reconhecidamente neste caso, prevaleceu a realpolitk, mas somente por causa do comportamento do “grande capataz” Xanana Gusmão. Isto é difícil de provar, mas era bastante conhecido que XG não aceitaria mais ninguém - assim o partido no poder foi forçado a indicar JRH.

À luz destes três exemplos (e há mais provavelmente) o seu argumento que "a sua (dele) ACEITAÇÃO da decisão significa somente que reconheceu a autoridade legal do governo na questão" não cola. O Presidente não tem o mínimo entendimento de como se dirige um governo ou do funcionamento dos diferentes ramos do governo. Isto tem sido mostrado pelo facto dele agir constantemente acima dos poderes que a Constituição lhe concedeu.

Entenda isto!

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O “arco de instabilidade” do Pacífico

Tradução da Margarida.


ABC

Reportagem dos correspondentes - Domingo, 20 Agosto , 2006
Repórter: Graeme Dobell

HAMISH ROBERTSON: Virando-se agora para a nossa própria região, o Ministro da Defesa da Austrália fez recentemente uma promessa de segurança aos países que (estão) no que ele chama de "arco de instabilidade", que se estendem de Timor ao Pacífico Sul.

O Dr Brendan Nelson diz que a Austrália tem uma responsabilidade para defender os interesses e valores das nações na sua região.

Esta reportagem pelo Correspondente dos Negócios Estrangeiros da Rádio Austrália Graeme Dobell.

GRAEME DOBELL: O "arco da instabilidade" é uma ideia Australiana nascida no final dos anos 1990, quando a era Suharto acabou em chamas em Jakarta, e a Indonésia deixou Timor-Leste em cinzas.

Ao definir o arco da instabilidade, o estrategista Paul Dibb disse que é o arco que se estendia da Indonésia até à Papua Nova Guiné e até ao Pacífico Sul.

Onde a Austrália podia ter uma vez esperado ter um escudo de segurança no seu norte, disse o Professor Dibb, agora o arquipélago contém um grupo de países vulneráveis.

O Ministro de Defesa da Austrália, Brendan Nelson, adoptou o arco da instabilidade, mas mudou a sua extensão geográfica, deixando calmamente cair a Indonésia da definição que ofereceu ao Parlamento.

BRENDAN NELSON: Não nos podemos dar ao luxo de ter estados falhados na nossa região. O chamado arco da instabilidade, que basicamente vai de Timor-Leste até aos estados do Sudoeste do Pacífico, significa que a Austrália não só tem uma responsabilidade na prevenção e mesmo em assistir com alivio humanitário e de emergência, como também não nos podemos dar ar luxo de permitir que nenhum desses países se tornem santuários de crime transnacional nem mesmo santuários do terrorismo.

GRAEME DOBELL: O Doutor Nelson diz que o destacamento da Força de Defesa Australiana para as Ilhas Salomão em Abril, depois de motins, e em Timor-Leste em Maio para lidar com a ruptura politica mostra como a Austrália pode responder rapidamente a problemas de segurança no arco.

O Ministro da Defesa diz que a Austrália agirá para estabilizar governos, proteger fronteiras, contra-terrorismo, e ajudar com desastres.

BRENDAN NELSON: A Austrália tem uma responsabilidade em proteger os nossos próprios interesses e valores para apoiar a defender e a proteger os interesses e valores desses países na nossa região.

(som de deputados dizendo "ouve, ouve ")

GRAEME DOBELL: Pode parecer um arco da instabilidade para o Ministro de Defesa da Austrália, mas os países do arco não gostam do termo, nem de serem chamados "falhados" ou mesmo "frágeis".

O responsável do Centro do Pacífico de Canberra, Professor Stewart Firth, diz que o arco da instabilidade tem alguma utilidade doméstica na Austrália, mas que não impressiona a região.

STEWART FIRTH: Sempre pensei que isso era um tanto exagerado, porque deve-se observar países particulares de modo a determinar a sua situação particular.

Quero dizer, as Fiji, por exemplo, que era suposto estarem no arco da instabilidade, estão – tanto quanto se pode ver – a entrar numa fase bastante estável, e as pessoas estão bastante optimistas quanto ao futuro das Fiji.

A Ilhas Salomão têm com certeza uma Missão de Assistência Regional nas Ilhas Salomão (RAMSI), e de momento pelo menos temos uma situação estabilizada lá.

A Papua Nova Guiné, penso, sabe, há demasiados pessimistas sobre a Papua Nova Guiné.

Assim, quer dizer, falar disto como um arco da instabilidade penso que é pintar com um pincel demasiado grande.

GRAEME DOBELL: É um instrumento útil para um Ministro da Defesa Australiano usar o arco da instabilidade? É uma maneira de explicar a política de defesa aos Australianos? Quais são os aproveitamentos Australianos do termo “arco da instabilidade” "?

STEWART FIRTH: Yeah, penso que tem razão. Penso que há um aproveitamento para um Ministro da Defesa Australiano.

E pode observar isso também quando a Austrália interveio Ilhas Salomão, que tivemos a possibilidade de justificar (essa intervenção) na base da possibilidade de um Estado falhado se poder tornar um santuário para terroristas. Apesar de a maioria das pessoas que conheceram as Ilhas Salomão pensarem que esta era uma ideia bastante peregrina. Contudo, teve bastante força e elevação para o eleitor Australiano e penso que neste sentido foi um modo de abordagem justificado.

E desconfio que o mesmo se aplica à frase “arco da instabilidade” para a audiência Australiana, mas o mesmo não se aplica à região. Os ilhéus do Pacífico não gostam da ideia de serem rotulados de falhados e de certo modo isto é um rótulo.

GRAME DOBELL: Que modelo vê para a política Australiana em relação ao arco de ilhas – se observar a intervenção Australiana em Timor-Leste, a intervenção Australiana nas Ilhas Salomão nos últimos meses – qual é o modelo de abordagem da Austrália ao arco de ilhas?

STEWART FIRTH: Bem, penso que o modelo existente é realmente um modelo muito de segurança. É tudo sobre segurança, é sobre segurança regional e segurança Australiana. Estamos a intervir nesta região, e tentamos melhorar resultados de governança, e etc., nos interesses de segurança. Por isso o modelo é construído à volta duma abordagem de segurança.

Agora, algumas pessoas dirão que isso pode ser importante, mas que temos que olhar para além disso e para uma abordagem de desenvolvimento. Se pensar nas Ilhas Salomão, por exemplo, as Ilhas Salomão, sim temos a lei e a ordem de volta, mas é isso suficiente? Não, isso claramente não é suficiente, dado o facto de dentro de cinco ou seis anos a agenda estar acabada nas Ilhas Salomão. Temos de pensar no desenvolvimento económico futuro das Ilhas Salomão, e não simplesmente na situação da lei e da ordem.

HAMISH ROBERTSON: Professor Stewart Firth, responsável do Centro Pacifico da Australian National University. Esta reportagem por Graeme Dobell.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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