quinta-feira, outubro 12, 2006

Relatório ONU sobre violência deverá ser divulgado 2ª feira - PM

Camberra, 12 Out (Lusa) - O relatório da ONU sobre a violência registada em Abril e Maio em Timor-Leste deverá ser publicado segunda-feira, anunciou hoje em Camberra o primeiro-ministro timorense, manifestando-se confiante que a di vulgação do documento não provocará o caos no país.

"O relatório deverá ser divulgado segunda-feira", afirmou Ramos-Horta a jornalistas em Camberra, onde hoje se reuniu com o primeiro-ministro australiano, John Howard, no âmbito da visita de cinco dias que efectua à Austrália até se xta-feira.

Elaborado por uma comissão presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinhe iro, o relatório chegou a ter a divulgação marcada para o passado dia 07, mas a necessidade de traduzir o original em inglês para tétum e português, as línguas oficiais de Timor-Leste, e indonésio tem sistematicamente atrasado a divulgação do documento.

A comissão da ONU entregará o relatório ao Parlamento Nacional de Timor -Leste, ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em Genebra, e ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Em conferência de imprensa hoje em Díli, Finn Reske-Nielsen, representante em funções do secretário-geral da ONU, não indicou uma data precisa para a divulgação do relatório, referindo apenas que ocorrerá "dentro de dias".

No relatório, a comissão de inquérito da ONU deverá identificar os responsáveis, a todos os níveis de actuação institucional, pela violência registada em Timor-Leste em Abril e Maio, cabendo depois aos órgãos do Estado avaliar se há lugar à apresentação de queixa junto do Ministério Público, para eventual procedimento criminal.

Ramos-Horta, que salientou não ter qualquer controlo sobre a data de divulgação do relatório, garantiu que desconhece o conteúdo e manifestou-se confiante que os timorenses "reagirão com serenidade, porquanto a vasta maioria da população não quer mais violência e os líderes políticos, ao longo das últimas semanas, demonstraram responsabilidade e maturidade".

O primeiro-ministro timorense disse ainda que informou John Howard de q ue a situação na capital de Timor-Leste, Díli, melhorou significativamente no que respeita à violência.

"Disse ao primeiro-ministro que a situação está agora muito mais calma" , afirmou aos jornalistas.

"A tensão política diminuiu significativamente nas últimas duas semanas , com muito diálogo a decorrer", acrescentou Ramos-Horta.

A crise político-militar em Timor-Leste iniciou-se em Abril passado, e foi marcada por confrontos entre polícias e militares e ainda pela actuação de grupos de civis rivais, provocando, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, José Luís Guterres, cerca de 100 mortos, e cerca de 180 mil desalojados, que vivem em campos de deslocados temporários.

EL-Lusa/Fim

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UNIMIT Daily Media Review

Thursday, 12 October 2006

National Media Reports
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste

Fretilin Rejects Delay Of Report

Fretilin Central Committee has demanded the hand over of the COI report to the National Parliament to avoid growing expected incomprehension and lessening the credibility of the Commission. Speaking during a press conference in Dili on Wednesday, José Reis, Deputy Secretary General of the party stressed that a letter had been sent to the Acting SRSG of the UN in Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen asking the UN to present the English version of the report to the Parliament by 12 October. Reis said the translation of the document could be left for last, adding that delaying the report would not contribute to diminishing the current situation. He also appealed to all members of Fretilin to welcome the report regardless of the results, adding Fretilin rejects violence and wants to contribute to peace and stability of the nation. He said the result of the investigation on the recent crisis would be a lesson for Fretilin, for the nation and for the people, and if some leaders have been condemned, the people must accept it. José Reis further said those people involved in the crisis must be tried, as it would also be a lesson for the new generation.

In the meantime, Director of HAK Association, José Luis Oliveira said screening the SBS documentary film on ‘the downfall of a prime minister’ could be seen as exciting the people and as a way to make them accept the film as the truth rather than the results of the investigation of the COI. Oliveira said viewing one part of the documentary is not correct as it could confuse the population and he suggested showing the documentary by David O’Shea in order to balance the story and let each person make their own conclusion. José Reis responded that the showing of the documentary was to share information with the population, and to stop many rumours and not to cover up those involved in crimes.

In a separate article, Major Alfredo Reinado said he doubts those people involved in the crisis will abide by the results and recommendations of the COI, noting that what has been anticipated is to act on those still in government and those in possession of guns. (STL, TP, DN)

Results Of COI May Contradict PDHJ

Provedor Direitus Humanus e Justiça (Provedor for Human Rights and Justice), Sebastião Ximenes said his office is still investigating the incidents of April and May therefore it would be a while before the results of the investigation are released. Unlike the COI, Ximenes said, his office operates with very limited resources and needs time to speak to those involved including eyewitnesses noting that some have fled to the districts. He hopes the COI report would not contradict the report of PDHJ. (DN)

International Community Concern With TL’s Situation: Guterres

Minister of Foreign Affairs and Cooperation, José Luis Guterres said the international community is concerned with the situation in Timor-Leste, therefore the nation must be responsible to them. Guterres said the presentation of the credential letter from the Swedish Ambassador shows that the international community continues to be interested in the country and to follow the situation. The Swedish Ambassador presented his letter of credential to President Gusmao on Wednesday. (STL, DN)

Youth Must Stop Violence And Focus On Independence: Dr. Murphy

Dr. Dan Murphy, Director of Lanud Clinic said the conflict between neighbourhoods has increased and he appeals to the Timorese to stop violence and hatred between each other and focus on peace and strengthening independence rather than face losing it. He said the number of people seeking medical assistance has increased with doctors treating people with knife, and rama ambon (slingshots) wounds. Dr. Murphy said two people are under medical treatment following rock throwing in Comoro, and one was shot through the throat by a rama ambon and needs to be treated at the national hospital but is refusing to go there due to the situation in the hospital. (DN)

PNTL Active

About 50 PNTL officers are now on the ground working with the International Police, UNPOL, said Vice-Minister of Interior, José Agostinho Sequeira. Sequeira said a total of 75 police were supposed to be active by now but 25 are still under training and will join UNPOL next week and be part of the operations and take up the permanent posts, once more UNPOLs arrive.

He said following allegations of a threat to the spouse of the Administrator of Maubara, Liquiça sub-district, investigations will be carried out regarding the Liquiça PNTL commander to ascertain the truth and to take measures. Sequeira said the two Administrators have presented their complaints and the Interior Ministry is waiting for the PNTL commander’s report. (DN)

RTTL News Monitoring Reporting
12 – 10 – 2006

PD Party met Bishop Dili:
RTTL reported that Fernando La Sama, the president of PD and his team, met Bishop of Dili, Alberto Ricardo to present the new structure of the party following the national congress last month. La Sama told RTTL that he asked the bishop to invite Pope Benedict’s XVI to visit Timor-Leste and bless the people and the country. Bishop Alberto Ricardo urged all organs and components, particularly those actors of crisis to be responsible for the crisis. Bishop also urged the justice sector to be strong.

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De um leitor

Mal do Mundo se não houvesse quem se indignasse! Quando se está perante a mentira, as pessoas têm mesmo de a denunciar. O provérbio a que este anónimo recorre não se aplica de todo neste caso.

Acho muito bem que Mari Alkatiri tenha reagido ao Relatório se o considera baseado em falsidade e mentira.

No dia em que as pessoas se calarem perante a mentira, bem podemos desistir do Mundo!

Por outro lado, porque é que Mari Alkatiri não há-de falar? É um cidadão timorense como o são outros mais de 900 mil e com responsabilidades cívico-políticas superiores à maioria dos cidadãos.

Sem dúvida que a História o julgará, mas não receio essse momento porque só quem vive no resentimento, na ambição cega de poder e no sectarismo ideológico doentio é que tenta formular um veredicto histórico por antecipação. Infelizmente parece ter sido o caso do PR nos dois discursos que formulou em dois momentos decisivos da crise: despoletá-la de forma generalizada (Março 2006) e desferir a machadada final (Junho 2006).

Muito poucos no mundo teriam a coragem de agarrar num país como Timor-Leste na altura e circunstâncias em que Mari Alkatiri o fez. Cometeu erros? Quem não os cometeu em TL? Alguém tinha experiência de governação quando TL se tornou independente?

A diferença reside no facto de Mari Alkatiri ter tido a ombridade de recorrer ao conhecimento de peritos para agarrar todos os sectores mais sensíveis ao desenvolvimento do país, com uma visão que vai bem para além dos meros cinco anos de legislatura. Um país como Timor-Leste tem de olhar o desenvolvimento a 20, trinta anos de distância... foi o que Mari Alkatiri fez e não o jogo da demagogia populista de avançar com planos de cinco anos para assegurar re-eleições sucessivas.

Sem dúvida que a História o julgará ... mas até lá, não sejamos mais papista que o Papa!

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E.Timor Weighs Ratifying Revenue Treaty

Chron.com
Oct. 12, 2006, 3:18AM
The Associated Press

CANBERRA, Australia — East Timor's parliament will next month consider ratifying a revenue sharing treaty with Australia covering Timor Sea energy resources that would remove one of the stumbling blocks to the development of a major oil and gas project, East Timor's prime minister said Thursday.

Under an accord signed in January, Australia and East Timor will equally share revenue from the seabed Greater Sunrise oil and gas field. Australia plans to ratify the deal after it has been endorsed by East Timor's parliament.

"I have scheduled the treaty for discussion in the Cabinet, maybe next week or the week after, and definitely then it will be brought to the parliament in sometime in November for ratification," East Timor's Prime Minister Jose Ramos-Horta told reporters after meeting his Australian counterpart John Howard.

Ramos-Horta has previously said he didn't anticipate any difficulty in getting the parliament to ratify the treaty.

Australian energy company Woodside Petroleum Ltd. owns and operates 33.4 percent of Sunrise, located 93 miles south of East Timor. Its partners are ConocoPhillips with 30 percent, Royal Dutch Shell PLC with 26.6 percent and Japan's Osaka Gas Co. with 10 percent.

Greater Sunrise _ the largest known petroleum resource in the Timor Sea _ includes the Sunrise and Troubadour fields, which together hold about 8 trillion cubic feet of gas and about 300 million barrels of oil and may be worth up to $40 billion.

The Sunrise partners are yet to decide where the gas will be processed, with Woodside favoring the Australian port city of Darwin and the East Timor government pushing for it to be processed in its country.

Australia and East Timor also signed a security agreement covering the Timor Sea oil and gas fields on Thursday.

The security pact will allow each country to conduct surveillance operations and to respond _separately or cooperatively _ to any threats to offshore oil platforms and facilities in the area.

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East Timor PM downplays violence threat from report

Thu 12 Oct 2006 5:08:45 BST
By Rob Taylor

CANBERRA, Oct 12 (Reuters) - East Timor Prime Minister Jose Ramos-Horta on Thursday played down the chance of violence next week with the expected release of a U.N. report into ethnic clashes, but urged foreign forces to stay until 2007 elections.

The report, which Ramos-Horta expects on Monday, could recommend prosecutions for those responsible for the April-May violence in Dili. More than 30 people were killed and more than 150,000 displaced from their homes.

"I'm confident that we will react to it with serenity, because the vast majority of the people do not want violence," Ramos-Horta told reporters following talks in Canberra with his Australian counterpart John Howard.

"The political leaders (in) the last few weeks have shown responsibility and maturity, so I am more confident than some observers," he said.

Security analysts expect the report, prepared by the U.N.-appointed Independent Special Commission of Inquiry, to name as many as 100 police and senior officials, although dumped Prime Minister Mari Alkatiri was expected to be cleared.

"Everyone is waiting to see who is going to be held responsible," the International Crisis Group's (ICG) Sidney Jones told Australian Broadcasting Corp. radio.

East Timor's majority Fretilin Party called for the immediate release of the report on Thursday and warned delays were fuelling rumours of unrest and violence.

"The delays in releasing the final report only endanger the most vulnerable in East Timor," spokesman Sahe da Silva said in a statement released in Australia.

Ramos-Horta said the government would not interfere if the report called for prosecutions because "the country demands to know the truth".

"But primarily for us it is an important report so that we do some soul-searching, look at the weaknesses of the institutions, the responsibility of individuals, so that we learn and this type of situation does not happen again," he said.

Australia in May led a force of 3,200 foreign peacekeepers, to end the fighting, which pitted ethnic gangs and East Timor's fledgling police and military against one another.

Ramos-Horta said the security situation had calmed, while political tensions were significantly lower in recent weeks.

But Howard said around 950 Australian peacekeepers would remain in the country at least until elections due in May 2007 at Ramos-Horta's request.
The Brussels-based ICG has called for Alkatiri and popular President Xanana Gusmao not to run again to help lower tensions, but Ramos-Horta said no East Timorese wanted Gusmao to quit politics.

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Ramos Horta backs regional security assistance

ABC News Online
Thursday, October 12, 2006. 3:05pm (AEST)

East Timor's Prime Minister has called for more regional help on security matters rather than an automatic reliance on the United Nations.

Jose Ramos Horta says the UN is over stretched with conflicts in Lebanon and Afghanistan and countries should not call for a UN peacekeeping force for the sake of it.

Dr Ramos Horta says the assistance provided by Australia and other countries following unrest in East Timor earlier this year shows how well regional assistance programs can work.

"Maybe it sets a positive precedent elsewhere that, when you have regional countries individually willing to work with the United Nation's blessing that would assist in stabilising a particular conflict then, why not?," Dr Ramos Horta said.

A United Nations report into the violence that flared up in East Timor earlier this year is set to be released next week.

There is speculation the report will name those responsible for the violence that left thousands of people homeless.

Dr Ramos Horta says he is confident it will not lead to further unrest.

"Primarily for us it is an important report so that we do some soul searching and look at the weaknesses of the institutions, the responsibility of individuals, so that we learn and do not allow this type of situation happen again."

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De um leitor

…sabem, por acaso, quantas escolas foram construídas e reabilitadas, quantos centros de saúde foram também construídos e reabilitados, quantas crianças todos os dias iam `a escola durante a governação de Mari Alkatiri?

Sabem quantas crianças já recebiam uma refeição quente, por dia, nas escolas? Sabem que os alunos da escola primária `a secundaria, de todo o pais, já não pagam a caixa escolar?

Sabem também os comentaristas quantos médicos hoje prestam serviços de assistência medica a população de Timor-Leste e quantos neste momento estão a estudar fora do pais para serem médicos dentro de 6 ou 7 anos?

Sabem quantas mães recebem assistência pré-natal e quantas crianças de 0 a 5 anos recebem assistência nutricional?

Sabem quantos sistemas de irrigação agrícola foram construídos e quantos sistemas de fornecimento de agua potável e de geração de energia foram colocados `a disposição das populações? Quantas pontes foram construídas e quantos kms de estradas foram reabilitados? Sabem por acaso que hoje em todas as sedes dos Distritos e alguns sub-distritos e grande parte do país, qualquer cidadão com o telefone móvel pode contactar qualquer parte do mundo?

Sabem por acaso qual foi o papel de Mari Alkatiri nas negociações no mar de Timor e no trabalho de pesquisa das potencialidades em recursos naturais de Timor-Leste ao longo da sua governação?

Sabem também os comentadores algo sobre o pai do Fundo de Petróleo considerado como a melhor instituição de gestão das receitas de petróleo e gás em todo o mundo, repito, em todo o mundo? Sabem por acaso também sobre a politica encetada por Mari Alkatiri para o desenvolvimento do pais reflectido no orçamento do Estado de 2006/2007, agora em vigor?

Sabem também por acaso que foi na governação de Mari Alkatiri que se definiram as politicas nacionais de agua, electricidade e outras mais?

Sabem, que Mari Alkatiri deixou o pais sem divida externa e com superavit financeira orçamental? (Os 3 comentaristas sabem o que e' um Superavit financeiro e o que e' uma divida externa?)

Sabem ainda que com o programa e plano traçado para o ano fiscal 2006/2007 pelo governo de Mari Alkatiri, Timor-Leste iria experimentar um crescimento económico entre 6% a 7%?

Sabem por acaso que o Fundo de Petróleo hoje em dia acumula já 850 milhões de dolares e com perspectiva de vir a ter 1.5 mil milhoes no fim do corrente ano fiscal?

Tudo isso e' resultado da governação de Mari Alkatiri.

Por causa disso foi vitima de uma conspiração que o obrigou a demitir-se. Fê-lo como um estadista para evitar um banho de sangue.

Os comentaristas têm mentalidade de quiosqueiros. Falam da pintura da residência oficial de Mari Alkatiri mas esquecem-se de que a sua casa privada foi queimada e ate hoje ainda de ninguém exigiu responsabilidade. Não falam do esforço que o próprio Alkatiri desenvolveu para construir uma residência condigna para o Chefe de Estado em Lahane e um Palácio igualmente condigno para o mesmo.

Não sejam ridículos porque qualquer titular de órgão de soberania, porque representa o Povo e o Estado, merece algo digno. E uma das formas de visualizar esta dignidade e' ter uma residência onde possa receber seus hospedes e visitantes sem envergonhar o seu Povo.

Os comentaristas só mostram ser mesquinhos e que se encontram numa situação de desespero.

E' melhor que se preparem psicológica e moralmente para receber o relatório da Comissão Internacional de Inquérito.

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Seja feita a vontade australiana...

East Timor turns down UN peacekeepers
Agence France-Presse - October 12, 2006

East Timor has rejected an offer of a UN military peacekeeping force to cope with civil unrest, visiting Prime Minister Jose Ramos-Horta said here.

The troubled nation will instead rely on the Australian-led regional force deployed after an outbreak of violence in May, Ramos-Horta said on a visit to Australia.

The East Timorese leader said the regional force had worked "very effectively".

"Because the UN is overstretched in so many other important conflicts like Lebanon and Afghanistan, we on the Timorese side should not push too much for a UN peacekeeping (force) for the sake of it," he told a joint news conference with Australian Prime Minister John Howard after talks in the capital Canberra.

"I believe the UN itself and the powers that have shouldered a lot of the burden of peacekeeping around the world will be grateful to you for assisting us, thus relieving the UN from a huge burden," he told Howard at the press conference.

More than 3,200 international peacekeepers from Australia, New Zealand, Malaysia and Portugal were deployed to East Timor after civil unrest hit the tiny and impoverished nation in May.

More than 30 people were killed when the government's dismissal of over a third of its armed forces sparked protests that degenerated into battles between rival factions of the military and police and rival street gangs.

International police deployed along with troops last month formally handed over their authority to the United Nations under a new mission set up by the Security Council in August.

But the military component of the UN mission had not been finalised, with Australia making it known that it wanted to retain control of the force.

"The Australian forces together with New Zealand, Malaysia and Portugal have done a remarkable mission in accomplishing what we all set out to do, and that is to end the violence," Ramos-Horta said.

"I told the prime minister the situation has very much calmed down."

Howard said Australia would keep its peacekeepers in East Timor at least until elections due in May next year, although the numbers might be reduced.

"We have about 950 there at the moment. What is appropriate will vary from time to time...but we're obviously going to keep a substantial presence through to the election and we will then take advice and make a decision," he said.

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“Resolving Timor-Leste´s Crisis” - Uma Resposta Breve de Mari Alkatiri

Diário de Notícias - Quinta, 12 de Outubro de 2006
Mari Alkatiri

Tive acesso ainda hoje ao relatório publicado em nome do ICG. Digo em nome porque a sua autora simplesmente fez uso do nome de uma instituição credível para fazer passar uma mensagem claramente pouco objectiva, trazendo uma retrospectiva histórica rica de imprecisões. A autora esconde-se na credibilidade da ICG para dar opiniões e recomendações com base em interpretações pessoais de pretensos factos, de rumores e boatos e não de factos comprovados através de uma investigação séria e objectiva.

Para ser credível, a autora deste relatório deveria ter tido o interesse de entrevistar todos aqueles cujos nomes foram mencionados. Como eu, mais outros Líderes visados neste trabalho não foram considerados no rol das audiências da “investigadora” de rua que a autora revelou ser.

Por outro lado, a autora do relatório analisa factos sem o mínimo de objectividade . Vou referir-me só a alguns.

Quando afirma que a razão porque Roque Rodrigues partilhou durante anos a mesma residência que Taur Matan Ruak foi para, ao serviço do PM Alkatiri, influenciar o Brigadeiro General e, entenda-se, como consequência, as Forças de Defesa, parte já de uma base preconceituosa sem o minimo sentido de busca de verdade. Não tendo encontrado mais nada, a autora junta pedrinhas soltas procurando construir castelos no vazio e daí avançar com um quadro rico em labirintos de conspirações ao velho estilo de romances policiais da grande Agatha. Contudo, porque tratamos com pessoas reais, em última análise, a autora invade a privacidade das pessoas e, sendo defensor ou defensora dos direitos individuais, acaba por violar os direitos mais elementares dos cidadãos Roque Rodrigues e Taur Matan Ruak e suas respectivas famílias. Em última análise, ao tentar compreender tudo num quadro conspirativo ao velho estilo de histórias policiais, acaba por cair no ridículo de viciar todo o relatório.

Ainda sobre este assunto, o mais grave é que a senhora Sidney Jones teve uma entrevista com o General Taur Matan Ruak. Se quisesse ser objectiva na busca da verdade dos factos, deveria ter, ao menos, questionado o General sobre o facto de estar a partilhar a residência com Roque Rodrigues, as origens desta escolha e da amizade entre ambos. Preferiu não fazê-lo de modo a poder dar rédeas largas à sua imaginação fértil de “tramas” e de “conspirações”, enriquecidas, cada dia, por rumores e boatos nas ruas de Dili. Mergulhada no clima de rumores, boatos e difamações, a senhora Sydney Jones preferiu basear toda a sua informação nos mesmos e, sem o mínimo de escrúpulos, acaba por ofender pessoas honestas e de bem.

No tocante à FRETILIN e o seu Congresso, também a senhora retira conclusões sem nunca se ter preocupado em falar com os principais actores do processo. Fê-lo, certamente, com base em opiniões de pessoas hostis à organização. Deveria ter tido maior respeito pelos cerca de seiscentos delegados ao Congresso e procurar ouvir dezenas deles para saber da verdade. Quando atribui toda a mudança das regras de jogo a mim, acaba por aceitar como verdadeiro a maior mentira de sempre propalada pelos meus opositores. Se quisesse ser mais objectiva, também aqui teria procurado o Presidente ou o Secretário Geral da FRETILIN para obter a sua versão dos factos. Mas, esperar isso da Senhora Sydney Jones talvez seja demais já que tudo indica que o objectivo do relatório nunca foi a busca da verdade.

Quando alude que o conflito tem as suas raízes nas contradições entre o Comité Central da FRETILIN e Xanana Gusmão que já datam dos anos oitenta, a autora mais uma vez demonstra superficialidade no tratamento de uma questão tão importante na vida do país. Certamente a autora desconhece que, se problemas houve nos anos oitenta, nunca foram entre Xanana Gusmão e Mari Alkatiri. Houve entre nós diferenças na abordagem de alguns assuntos. Mas conflito, nos anos oitenta, certamente que não houve. Ver tudo pelo prisma de conflito entre Xanana e Mari para justificar a crise é ter uma visão reducionista, diria mesmo, tendenciosa e intelectualmente desonesta da realidade timorense. Pois, outros actores, cada um com o seu peso, internos e externos, contribuíram para conduzir Timor-Leste para a situação em que se encontra.

A senhora Sydney Jones olha o mundo como se ele fosse palco de velhos filmes de “Cow Boy” onde o herói individual actua sózinho e decide criar as suas forças sem ter que se sujeitar às decisões de nenhuma instituição. Quando fala da Polícia, da criação de unidades especiais a atribui isso ao Ministro do Interior, mais uma vez mostra o seu desconhecimento da história da criação destas Unidades e do funcionamento das instituições em Timor-Leste. Tirando a URP (Unidade da Reserva da Polícia) que nasceu como resposta aos ataques sangrentos de homens armados às zonas de Hatolia, Atsabe e Atabae em Janeiro e Fevereiro 2003 (recorde-se que até Maio 2004 as Nações Unidas ainda eram responsáveis pela Defesa e Segurança Interna em Timor-Leste) todas as outras unidades foram criadas pela UNTAET. Por outro lado, a autora ignora certamente que as unidades especiais sempre se subordinaram ao Comando Geral da PNTL. Foi a opção que fizemos de modo a conservar a unicidade de Comando. Até nisso, a recomendação que faz é, no mínimo, extemporânea.

Não julgo ser necessário continuar a esforçar-me mais para demonstrar que o relatório da Senhora Sydney Jones carece de objectividade e de honestidade intelectual. Parte de posições preconceituosas. O que lamento é o facto da mesma ter utilizado o nome de uma instituição normalmente credível para fazer passar uma mensagem que em nada ajuda a defender a credibilidade da ICG. Sinceramente, lamento imenso.

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Relatório da ONU "dentro de dias"

Público - Quinta, 12 de Outubro de 2006
Adelino Gomes

O aguardado relatório da ONU sobre os confrontos sangrentos de Abril e Maio passados, em Timor-Leste, deverá ser divulgado "dentro de dias", disse uma fonte da organização em Díli, por entre especulações de que mais de cem nomes, entre eles os de altas personalidades do Estado, poderão ser apontados como responsáveis directos.

Enquanto isto, a objectividade e seriedade do relatório do International Crisis Group (ICG), ontem divulgado, era posta em causa pelo antigo primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e por Paula Pinto, mulher do ex-ministro timorense da Defesa Roque Rodrigues.

Alkatiri acusa os autores do documento de falta de "honestidade intelectual" (ver entrevista). Paula Pinto, portuguesa que participou na formação do gabinete de Xanana Gusmão, exige a correcção de referências "erradas e distorcidas" a uma alegada relação de favorecimento com fins políticos por parte de Alkatiri com o general Taur Matan Ruak e com a mulher, Isabel Ferreira.

A competência, internacionalmente reconhecida, de Isabel Ferreira (erroneamente identificada por Isabel Pereira no documento) para exercer o cargo de provedora dos Direitos Humanos e da Justiça é posta em causa pelo relatório, alega Paula Pinto, que viveu com o marido em casa de Ruak e mulher, durante a sua permanência em Timor-Leste, até 2004. Esta situação de carácter pessoal foi utilizada pelos investigadores com fins políticos, facto que Paula Pinto considera "inaceitável".

Antes da publicação do relatório da ONU, segundo fontes não oficiais, poderia ocorrer a entrega do major Alfredo Reinado, que fugiu da prisão de Becora em fins de Agosto, sem que até agora as forças internacionais o tenham capturado.

Inicialmente prevista para o passado dia 7, a publicação do relatório tem vindo a ser adiada. Devido a um alegado atraso na tradução da versão original, em inglês, para as duas línguas oficiais de Timor - tétum e português.

A principal razão pode estar, contudo, na coincidência da rotação de efectivos policiais com a data, diminuindo as condições de segurança em Díli. Em recentes declarações ao PÚBLICO, o ministro português de Estado e da Administração Interna, António Costa, disse que os efectivos da GNR em Díli iriam estender a sua permanência até 26 de Novembro, por se esperar "um período de potencial conflitualidade associada à divulgação do relatório da Comissão [da ONU]".

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Em Timor-Leste houve uma conspiração com elementos internos e externos

Público, 12/10/06

Entrevista feita por Adelino Gomes a Mari Alkatiri

Público – No relatório do International Crisis Group (ICG, divulgado terça-feira) o seu nome surge apontado com um dos responsáveis da crise timorense, de Abril e Maio. Concorda com as conclusões do documento?

Mari Alkatiri – O relatório carece de objectividade, seriedade e honestidade intelectual no tratamento dos assuntos.

Público – Exemplos concretos?

Mari Alkatiri – Quando fala de Roque Rodrigues (ex-ministro da Defesa) viver na mesma casa do general Matan Ruak e tira conclusões de que eu me servi dessa situação para influenciar o general, São ilações sem qualquer base séria. Estiveram com Roque Rodrigues e não o questionaram sobre esta matéria.

Mais grave ainda é dizer que esta crise surgiu de um diferendo entre Xanana Gusmão e eu próprio. É uma forma simplista e bastante redutora de compreender o que se passou em Timor-Leste. A retrospectiva histórica que é feita assenta também em bases falsas. Querem atribuir a razão dos problemas de hoje a crises mal solucionadas verificadas durante a luta.

Público – O relatório aponta mais seis nomes, além dos vossos, como sendo as figuras-chave da crise.

Mari Alkatiri – Com quantas dessas pessoas os investigadores falaram?

Público – Como vê o facto de este relatório ser divulgado poucos dias antes da publicação do relatório da Comissão especial da ONU?

Mari Alkatiri – Não é simples coincidência. Mas o relatório da ONU não será influenciado, pois é profissional.

Público – Se as conclusões desse relatório lhe atribuírem culpas na crise, aceita?

Mari Alkatiri – Não fugirei às minhas responsabilidades. Não quero é que se reduza o conflito a duas pessoas – Xanana Gusmão e eu próprio. E muito menos que se veja a situação de hoje como o resultado de velhos conflitos.

Público – Poderá, em duas palavras, definir as causas do conflito?

Mari Alkatiri – Trata-se de uma conspiração em que participaram elementos internos e externos.

Público – O relatório não encontrou evidências de conspiração externa (Apesar de acusações anteriores de Alkatiri de que figuras da Igreja e dos partidos timorenses, juntamente com duas personalidades de “língua inglesa”, abordaram os militares para um golpe de Estado).

Mari Alkatiri – Sim. Não viram nada. Nem sequer responsabilizam as Nações Unidas no que respeita às unidades especiais da polícia. Dizem que foi (o ministro do Interior) Rogério Lobato. Independentemente de outras responsabilidades dele, todas as unidades foram criadas pela ONU.

Público – Assinou Há dias um comunicado da Fretilin apelando à calma. Receia mais violência quando for divulgado o relatório da ONU?

Mari Alkatiri – Reafirmo que, da parte da Fretilin, não partirá nenhuma acção de rua. Talvez isso possa acontecer do lado de grupos que se sintam defraudados com o relatório. Mas as Forças de Segurança, se quiserem, têm capacidade para controlar a situação.

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A brief response by Mari Alkatiri

“Resolving Timor-Leste´s Crisis”
11 October 2006

I had access today to the report published on behalf on ICG. I must stress ‘on behalf of’ because the author simply made use of the name of a credible organization to convey a hardly objective message, drawing on a historical retrospective seriously lacking precision.

The author hides behind ICG’s credibility to convey opinions and recommendations based on personal interpretation of make-belief facts, rumours and gossip instead of proven facts established by sound objective research.

For the sake of her own credibility, the author of this report ought to have shown interest in interviewing all those whose names were referred to. Just like me, other leaders mentioned in this report were not included in the list of meetings held by the gossip “researcher” which the author turns out to be.

In addition the author of the report analyses facts with no objectivity whatsoever. I will make reference to but a few of them.

When the author states that Roque Rodrigues shared the same house for years with Taur Matan Ruak with the aim of influencing, on behalf of Prime-Minister Alkatiri, the Brigadier-General – and, consequently, the Defence Force, the author is basing her argument on a preconceived premise thus showing no sense of truth-seeking whatsoever.

As the author could find nothing else, she simply tries to combine loose pieces in an attempt to assemble a non-existing puzzle, depicting a picture rich in conspiracy labyrinths typical of great Agatha Christie.

At the end of the day, however, the author is actually dealing with real human beings and disrespecting individual privacy. Although she claims to be a defender of individual rights, she violates the basic rights of Roque Rodrigues and Taur Matan Ruak and their families. While trying to understand events by reading them in the light of a conspiracy framework, typical of mystery novels, the author ultimately taints the whole report.

But the fact is that Ms. Sydney Jones actually interviewed General Taur Matan Ruak, which makes things even worse. If her intent was to be objective in the search for truth she at least ought to have asked the General why he shared a home with Roque Rodrigues, what was the reason for such choice and what were the roots of their friendship.

She preferred not, rather letting her imagination made of “plots” and “conspiracy” be fed by rumours and gossip roaming the streets of Dili everyday. Overwhelmed by this atmosphere of rumour, gossip and defamation, Ms. Sydney Jones chose to use them as key sources of information and offended honest decent human beings, without scruple.

As regards Fretilin and their Congress, Ms Jones also draws her conclusions without having cared to speak to the main actors in the process. She certainly did this based on opinions hostile to the organization. She ought to have shown greater respect for the nearly six hundred delegates present at the Congress and try to seek the truth by listening to some of them.

When the author states that I totally changed the rules of the game, she is accepting a complete lie disseminated by my opponents as true. Were Ms. Jones interested in being more objective, she would have tried to contact the President or the Secretary-General of Fretilin and listen to their version of the facts. This however means expecting too much from Ms. Sydney Jones, as this report was seemingly never interested in seeking the truth.

When the author states that the contradictions between Fretilin’s Central Committee and Xanana Gusmão, dating back from the 1980’s, are at the root of the conflict, she again shows a shallow approach to an issue that is so important to us. The author certainly ignores that any problems that may have existed in the 1980’s did not involve Xanana Gusmão and Mari Alkatiri.

We had differences in our approach to specific issues. But there was certainly no conflict between us in the 1980’s.

Explaining the existing crisis based only on a conflict between Xanana and Mari is to evidence a limited – not to say biased and intellectually dishonest – point of view on East-Timorese reality.

The truth is that other actors, both national and foreign, each with a different relative weight, have contributed to plunge Timor-Leste into the situation currently faced by our country.

Ms. Sydney Jones looks at the World as if it were an old-time Western on a screen, featuring an individual hero acting independently and deploying forces on his own, without ever being accountable to any institution.

When the author refers to the Police Force, the creation of special units and names the Minister of the Interior responsible for this, once again she evidences her limited knowledge concerning the way in which these Units were set up and the functioning of East Timorese institutions.

Besides the URP (Police Reserve Unit), established to respond to bloody attacks perpetrated in January and February 2003 by armed individuals operating in Hatolia, Atsabe and Atabae (bear in mind that, as of May 2004, the UN was still in charge of Internal Security and Defence in Timor-Leste) every other existing special Police Units were established by UNTAET.

On the other hand, the author certainly ignores that these special Units were accountable to the General Command of the National Police. This was an option we made, to ensure a sole Command. On this issue, the recommendation the author draws is, to say the least, out of context.

I need to make no more efforts to prove that the Report drafted by Ms. Sydney Jones lacks objectivity and intellectual honesty. It is founded on prejudiced premises. I regret that the author used the name of a usually credible institution to convey a message which in no way contributes to ICG’s credibility. I sincerely regret it.

Mari Alkatiri.

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Alkatiri denuncia "falta de objectividade" de relatório do ICG

Díli, 12 Out (Lusa) - O ex-primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri denunciou hoje a "falta de objectividade" e a "seriedade intelectual" do relatório divulgado terça-feira pelo International Crisis Group (ICG), intitulado "Resolver a Crise em Timor-Leste", que acusou basear-se em "pressupostos preconceituosos".

Na sua reacção, distribuída pelo Departamento de Informação e Mobilização da FRETILIN, partido maioritário timorense, que lidera, Mari Alkatiri refere que o relatório é da autoria de Sydney Jones, lamentando que "use o nome de uma organização respeitável para transmitir uma mensagem muito pouco objectiva".

"A autora esconde-se atrás da credibilidade do ICG para transmitir opiniões e recomendações baseadas em interpretações pessoais e factos falsos, rumores e boatos em vez de apresentar factos a partir de uma pesquisa séria e objectiva", acrescentou Mari Alkatiri.

O relatório foi divulgado terça-feira, e ao longo de 32 páginas, o ICG analisa a crise iniciada no início do ano com a petição de um grupo de militares que se queixava de discriminação e a violência que se seguiu, até à entrada em cena de forças internacionais e à aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma nova missão alargada para Timor-Leste.

Nas conclusões do texto, o ICG salienta que o Presidente Xanana Gusmão e Mari Alkatiri devem abster-se de participar nas eleições previstas para 2007 em Timor-Leste, caso contrário a situação pode voltar a degenerar em violência.

"Xanana Gusmão e Mari Alkatiri devem pensar no impensável - esquecer qualquer papel nas eleições para que novos líderes possam emergir", lê-se nas conclusões.

Mari Alkatiri acusa designadamente a autora do relatório de "combinar peças perdidas numa tentativa de montar um quebra-cabeças inexistente, descrevendo um quadro rico em labirintos conspirativos dignos de Agatha Christie".

O International Crisis Group é uma organização independente, não governamental e sem fins lucrativos, que através da análise dos acontecimentos e do recurso a especialistas tem por objectivo prevenir e resolver conflitos.

Actualmente, o ICG é co-presidido pelo ex-comissário europeu para as Relações Externas Chris Patten e pelo ex-embaixador norte-americano Thomas Pickering, tendo o antigo chefe da diplomacia australiana Gareth Evans como presidente e o ex-chefe de Estado moçambicano Joaquim Chissano entre os membros do conselho de administração.

EL/MDR-Lusa/Fim

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East Timor leader says UN inquiry into Dili violence could be released by Monday

The Associated Press
Published: October 11, 2006


CANBERRA, Australia A U.N. inquiry into recent violence that crippled the East Timorese capital could be released by early next week and is unlikely to rekindle the chaos, the country's prime minister said Thursday.

Armed factions clashed in the streets of Dili in April and May, killing more than 30 people and sending 150,000 others fleeing from their homes.

A report of a U.N. Independent Special Commission of Inquiry, which will name individuals it deems responsible, was supposed to be released last week, but publication has been delayed amid fears it could spark more violence.

"The report might be released by Monday," Prime Minister Jose Ramos-Horta told reporters in Canberra, adding that he had no control over the timing of the release and was not aware of its contents.

Ramos-Horta said he did not agree with observers who predicted the report would stir more violence.

"I'm confident that we will react to it with serenity because the vast majority of the people don't want violence and the political leaders in the last few weeks have shown responsibility and maturity," the Nobel Peace Prize laureate said.

"So I'm more confident than some observers who have expressed ... some concern about the possibility of violence," he added.

Fretilin, the ruling party of ousted Prime Minister Mari Alkatiri, demanded Wednesday that the report be presented to Parliament within 24 hours so the truth behind the recent unrest would be known.

U.N. spokeswoman Donna Cusumano in Dili said Wednesday the report, with translations in local Tetum, Portuguese and Bahasa Indonesia, is due to be released within days.

East Timor's recent violence was sparked by Alkatiri's decision in March to fire 600 soldiers, about a third of the army, who had accused the military leadership of discrimination. But it goes back much further to allegiances formed when East Timor was under Indonesian rule.

Calm returned shortly after the arrival of foreign peacekeepers led by Australia in May.

Ramos-Horta, who was selected interim leader to break a political stalemate created by the crisis, told Australian Prime Minister John Howard that the capital was now free of major violence.

"I told the prime minister that situation has very much calmed down," Ramos-Horta said at a joint news conference with Howard at Parliament House.

"Political tensions (are) significantly lower in the last two weeks with a lot of dialogue taking place," he added.

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Dos leitores

Apelo à Nação - Presidência da República

Presidência da República

Gabinete do Presidente

APELO À NAÇÃO

Proferido por Sua Excelência o Presidente da República, Também em nome de Sua Excelência o Presidente do Parlamento Nacional e de Sua Excelência o Primeiro-Ministro

Palácio das Cinzas, 5 de Outubro de 2006

Estamos a chegar à hora da Comissão Especial de Inquérito Independente emitir o seu Relatório. Desde que as Nações Unidas nos transferiram o poder para nos tornarmos um Estado independente no passado dia 20 de Maio de 2002, esta foi a primeira vez que o nosso Estado, com total franqueza e abertura, pediu às Nações Unidas para criar uma comissão a fim de investigar a situação no nosso país. As Nações Unidas acederam ao pedido dos órgãos de soberania Timorenses e criaram uma comissão, denominada Comissão Especial de Inquérito Independente.

O mandato que as Nações Unidas atribuíram à Comissão Especial de Inquérito Independente foi:

• Estabelecer os factos e as circunstâncias relativas aos incidentes de 28 – 29 de Abril e de 23 a 25 de Maio e outros eventos e assuntos relevantes que contribuíram para a crise, incluindo as questões relacionadas ao funcionamento do sector de segurança;

• Clarificar as devidas responsabilidades relativas aos acontecimentos acima mencionados;

• Recomendar medidas que garantam responsabilidades por crimes e violações sérias de direitos humanos, alegadamente cometidas no período acima mencionado, sob a responsabilidade do actual sistema judicial de Timor-Leste;

Timor-Leste fez chegar este seu pedido para a criação de uma Comissão em 8 de Junho passado, quando o Dr. Ramos-Horta, na sua qualidade de Ministro de Negócios Estrangeiros e Cooperação, solicitou a Sua Excelência o Secretário-Geral da ONU, Dr. Kofi Annan, para criar uma Comissão de Inquérito Especial Independente. A carta que Dr. Ramos-Horta enviou, fê-lo em nome de Timor-Leste, com o compromisso de que o Governo de Timor-Leste, e de todos nós, havemos de garantir que o resultado deste inquérito, reforce o sector de segurança e a responsabilidade pelas violações criminais e pelas violações contra os direitos humanos cometidos durante a crise.

Caros Compatriotas

Povo de Timor-Leste

Chegou a hora de todos nós recebermos o resultado do trabalho da Comissão e todas as suas recomendações, para nos ajudar a desenvolver o sector de segurança e de respeito pelos direitos humanos, pôr termo à violência política, para que esta crise nunca mais se repita no nosso país.

É para ajudar o Estado, e não para ajudar uma pessoa ou um líder ou outro. É para ajudar o Estado a florescer, de acordo com as vias democráticas e de Estado de Direito.

Enquanto órgãos de soberania, o Presidente da República, o Presidente do Parlamento Nacional e o Primeiro-Ministro, hoje, nós, aqui juntos nesta conferência, temos uma só voz.

Nós ainda não vimos o relatório que a Comissão Especial de Inquérito Independente vai publicar. Só sabemos que a Comissão irá emitir o seu relatório com as suas recomendações dentro de dias.

Sabemos também que o Relatório e as recomendações que a Comissão irá emitir, poderão ser duros para muitas pessoas, duros para os líderes, duros para os cidadãos, para os civis, para as forças militares e policiais. Mas este será um peso a acarretar pelo próprio Estado.

Por isso mesmo, hoje, o Primeiro-Ministro, o Presidente do Parlamento Nacional e o Presidente da República, estão aqui reunidos, no Palácio das Cinzas, para vos fazer chegar o seguinte apelo:

Todos nós devemos receber bem o relatório e as recomendações que a Comissão Especial de Inquérito Independente irá emitir para a nossa jovem nação.

Todos nós devemos receber o relatório com serenidade e com a devida responsabilidade, porque esta foi a grande caracterísitica já demonstrada por todo o nosso povo durante os vinte e quatro anos em que o povo alicercou a resistência nacional para conquistar o direito a auto-determinação e independência.

Todos nós devemos receber, com a devida dignidade, com hombridade e coragem, tal como o nosso Povo já demostrou, em 30 de Agosto de 1999, sete anos atrás, quando o povo marchou para as estações de voto espalhados por todo o território, para registar o seu voto, para pôr fim à ocupação ilegal do nosso país, e conquistar a independência.

Estes passos históricos do nosso país, foram também dados com o apoio das Nações Unidas, dentro do quadro legal da ONU, de acordo com o direito internacional.

Compatriotas

Povo de Timor-Leste

Mais uma vez, com o apoio da ONU, todo o nosso Povo vai receber as recomendações da Comissão que a própria ONU instituiu, a Comissão que fomos nós próprios que solicitámos à ONU para constituir, para nos ajudar a compreender exactamente a razão porque esta crise aconteceu no nosso país.

Quando, dentro de dias, a Comissão Especial de Inquérito Independente, emitir o seu relatório de investigação, de acordo com o que foi mandatada, todos nós, enquanto uma nação e um povo, todos os líderes e todos os cidadãos, num espírito de diálogo e reconciliação, num espírito de justiça e unidade nacional, com coragem e serenidade, todos nós, vamos receber este relatório e todas as suas recomendações e transformá-los num relatório que é nosso, para o bem da nossa Nação!

De nós os três para todos vós, vão as nossas saudações calorosas e os nossos votos de boa saúde!

Paula Pinto responde ao relatório do ICG

On the Asia Report N°120 released on 10 October 2006

To Ms. Sydney Jones
ICG South East Asia Project Director
Jakarta, Indonesia
sjones@crisisgroup.org

CC: Robert Templer
ICG Director of Asia Program
New York NY, U.S.
rtempler@icg.org

Dear Ms Jones,

My name is Paula Pinto and we spoke a number of times on the phone, back in 1999, when I was working for Xanana Gusmao in the Jakarta and, later, in the Darwin and the Dili CNRT Offices. Our conversations then were mostly on some of the cases of disappeared resistance members which you were investigating at the time, namely Mau Hodu.

The reason for my writing to you lies in the misinterpretations and erroneous information given in the ICG report (Resolving Timor-Leste’s Crisis, Asia Report N°120, 10 October 2006), namely on two specific issues which regard my private life.

I have just read the report and was flabbergasted to read some of the comments made to argue maneuvering by former Prime Minister Mari Alkatiri and Fretilin (quote) to make its influence felt within F-FDTL (end of quote) namely, as mentioned in footnote # 36, (quote) that Alkatiri was trying to plant a close associate nearby to get Matan Ruak on his side (end of quote) referring to the fact that (quote) Roque Rodrigues, lived at Taur’s house for two years (end of quote).

I have no idea of who the sources of the 'Crisis Group interviews in Dili, September 2006' (source quoted in footnote #36) may be. However, since I am married to Roque Rodrigues and lived in Taur Matan Ruak's house too, I have the duty to clarify, bring out the truth on something which is being used as an argument in the Report, which is utterly and shockingly untrue and request that it be corrected.

In late 1999, UNTAET decided to allocate a house in Dili for then CNRT President Xanana Gusmao - at the time living in a house in Lecidere, almost next door to Turismo Hotel. The President decided to hand over the house to Taur Matan Ruak. At the time, Taur Matan Ruak was single and felt the house was far too big for him to live there alone and it would be most unfair to occupy such a house as a single person.

He asked me if Roque and I would like to move in and share the house with him. I would like to draw your attention to the fact that, at the time of this conversation between Taur Matan Ruak and myself , Roque Rodrigues, Mari Alkatiri and Ramos-Horta were not even in the country yet!

We moved into the house in November 2000 (it took a while to refurbish the destroyed facilities) and stayed there until the 24 of May this year, when the house was attacked. So, it was not for 2 years as mentioned in the report (but rather almost 6 years!) in an attempt to raise the impression that our moving in to share the house was a planned political move by former Prime Minister Mari Alkatiri.

This is utter nonsense as is the usage of a purely personal relationship to argue political manoeuvring and an attack on a third party, as the one you made in this case, on former Prime Minister Mari Alkatiri.

The second issue regards Isabel Ferreira (not 'Pereira' as mentioned in the report) and, following the above-mentioned erroneous rationale, (quote) Then Alkatiri made an unsuccessful bid to get Matan Ruak’s wife, Isabel Pereira, appointed as provador (ombudsman) (end of quote).

Yes, it is true that former Prime Minister Mari Alkatiri fully backed and supported Isabel Ferreira's appointment and election by Parliament to be the Human Rights and Justice Provedor.

I must argue, however, that Ms. Ferreira's competence and skills in carrying out her work as a Human Rights activist for well over a decade and as the Prime Minister's Human Rights Advisor have been widely recognized and acknowledged by counterparts throughout the world and by the international community in Dili. During the Constituent Assembly, Ms Isabel Ferreira was an elected member who focused her tenure on drafting the Constitutional articles on
Human Rights.

If ICG were to ask former UNTAET staff and UNMISET Human Rights Unit staff on who was the person who focused the most in Timor-Leste and worked for the country to become Party State to the Humanitarian Law instruments Timor-Leste undersigned on 10 December 2002 the name that would permanently come up would be that of Ms Isabel Ferreira. Her experience covers many other areas as you know well, namely reconciliation work with Indonesia.

The way the Report refers to this choice as candidate to the post of Provedor is belittleing her capacity, skills and competence in such a long-standing and steadfast work during Indonesian occupation, during the transition and, later, in independent Timor-Leste.

Ms Isabel Ferreira has a long experience of her own and long before she was married to Taur Matan Ruak.

She stands on her own merit and capacity, not because she is married to A, B, or C.

The idea of resorting to a name to make a point to attack former Prime Minister Mari Alkatiri as intended in the usage of Ms Isabel Ferreira's name in the Report is a dishonest form of arguing and a disgusting way of trying to give credibility to the argument in the Report.

Ms Isabel Ferreira deserves much more that the petty belittle reference made in this Report.

When an argument or rationale is based on erroneous and distorted facts as these are is one wonders whether other thesis and arguing in the Report are truly based on confirmed and thoroughly methodical researched 'facts'.

Other mistakes are clearly detected throughout the text, namely on specific events and dates. However, as reported events do not regard me directly, I will refrain from further comments.

Although the Report has already been released, as a credible world known organization ICG should make a correction as the two above references are made based on incorrect and distorted information exclusively aimed at developing a malicious and dishonest rationale.

Yours sincerely,

Paula Pinto

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De um leitor

Tradução da Margarida.

Meus Caros

Parem um pouco com estes disparates e vejam este naco de prosa """independente""" retirado do relatório do ICG:

...

Portugal

Portugal, o governante de Timor-Leste durante 450 anos antes da invasão Indonésia de 1975 afirma orgulhosamente que é o maior dador de Timor-Leste. O seu interesse é esmagadoramente cultural, focado em particular nas escolas para instrução da língua Portuguesa, e nos tribunais, onde a sus influência está de forma constante a corroer a herança Indonésia. Se a Austrália foi vista como anti-Alkatiri, Portugal foi visto como o seu defensor, em parte por causa do entusiástico apoio do grupo de Maputo para fazer da língua Portuguesa a língua nacional e outros passos para “lusificação” de Timor-Leste.
Em resposta à crise, chegaram a Dili em Junho 120 polícias da GNR. A relação Portuguesa-Australiana está de certo modo fria, visto que Portugal, ao contrário da Malásia e da Nova Zelândia recusou aceitar o comando Australiano. No Conselho de Segurança, os Portugueses sublinharam formalmente a necessidade do comando da ONU de qualquer força futura, uma farpa direccionada aos Australianos.
..

Dá para perceber porque há tantos inimigos à língua portuguesa em Timor-Leste, esquecendo-se que essa língua sempre foi pelos Timorenses utilizada quer na resistência interna (ver os documentos emanados na montanha durante mais de 20 anos...) quer na diáspora, e que foi formalmente adoptada como uma das línguas nacionais no congresso do CNRT (entenda-se pelos representantes de todos os Timorenses) de 30.agosto.2000...

ST.

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De um leitor

A nostalgia e as saudades de Timor Leste fizeram de mim um visitante diario deste blog. E a melhor e mais actualizada fonte de noticias para quem longe da terra querida procura saber e perceber o que la se passa. Quando o tempo o permite tambem leio os comentarios as noticias que me prendem a atencao.
Ha um fossso enorme em qualidade e dignidade, apesar da diversidade de tendencias, entre os "posts" do blog e alguns comentarios de linguagem tao baixa que quase retiram todo o merito e valor ao esforco que estao fazendo os responsaveis do blog.
Porque mais do que qualquer outro evento no espaco lusofono os Jogos sao o acontecimento de maior impacto, visto em todo o meundo por mais de quatrocentos milhoes de pessoas conforme declarou o presidente Manuel Silverio na Assembleia Geral da ACOLOP, fiz uma autentica colagem a organizacao e aos seus principais intervenientes.Nestes dias tenho conversado longamente com todos os presidentes e outos dirigentes dos comites olimpicos, assim como troquei impressoes com o Secretario Geral do OCA e o seu Director Geral, respectivamente o Sr Singh e o sR Hussein. Invariavelmente a conversa centra-se em Timor Leste. Estou por isso a vontade para escrever sobre o que ouvi da boca dos proprios e sobre o que tenho visto.
O Dr. Silverio foi mandatado pelo Olympic Council of Asia (OCA) para visitar Timor e inspeccionar as actividades do Comite Olimpico Nacional de Timor Leste,o que fez durante quatro dias em pleno periodo da crise que ainda dura. Segundo ele proprio, no minucioso relatorio que apresentou ao Conselho Olimpico da Asia,da conta do que viu e ouviu dos mais variados quadrantes, desde membros do Governo, Responsaveis pelas Federacoes, entidades religiosas, atletas e elementos indiscriminados do publico em geral. Disse ainda que deu recentemente uma entrevista a um jornal de Hongkong onde cita Timor Leste como um exemplo a seguir por Comites Olimpicos de paises sem recursos e em situacao instavel.
Como Timorense de alma e coracao, sinto-me orgulhoso por ouvir destes altos dirigentes referencias tao elogiosas ao nosso Comite Olimpico e ao seu presidente Joao Carrascalao. Mais orgulhoso ainda me sinto quando vejo a alegria que demonstram quando o vem e a forma respeitosa como o ouvem, desde Angola a Mocambique, passando por Portugal, Guine Bissau, Cabo Verde, Sao Tome e ate os orgulhosos Brasileiros. Noto que Joao carrascalao goza de simpatia e respeito geral e por isso o elegeram para Presidente do Orgao Fiscalizador de toda a ACOLOP. De conceituados jornalistas da Bola e do Macau Post ouvi comentarios de que o
Carrascalao e sempre sereno, calmo e lucido nos seus comentarios e procura mesmo suavizar as duras criticas que fazem ao seu pais e aos governantes. De admirar que trouxe na sua delegacao um Secretario de Estado e o Embaixador de Timor-Leste em Pequim que como sabem sao da Fretilin. A isto chamo eu ter o Carrascalao verdadeiro sentido de Estado Sao totalmente injustas e ate infundadas as criticas que alguns comentaristas fazem a Joao Carrascalao, pelo menos nesta materia dos Olimpicos. Falei com ele sobre as criticas que lhe fazem e nem sequer se mostrou magoado. Atribui apenas ao facto de nao estarem a par da situacao. Disse-me, e Manuel Silverio confirmou-o na Assembleia Geral, que a organizacao apenas lhe concedeu cerca de trinta e cinco por cento das despesas da deslocacao e algum equipamento desportivo. Joao Carrascalao disse-me que para alem disto, apenas uma outra organizacao lhe deu cinco mil dolares o que corresponde a dois e meio por cento. Total, cerca de setenta mil dolares, deixando um deficit muito consideravel. Mas trouxe uma delegacao de cerca de cem pessoas com todas as despesas de viagem pagas, e todos os atletas apresentaram-se em campo devidamente equipados de acordo com as rigorosas exigencias das Federacoes internacionais. Nao sei onde os comentaristas foram descobrir essa dos duzentos mil dolares, de que nem Joao Carrascalao nem Manuel Silverio sabem. Porque nao escrevem a OCA e a COJOL a perguntar, antes de fazerem declaracoes infundadas? Por curiosidade tambem falei com o Presidente da Federacao de Tenis de Mesa Sr. Julio da Silva que aqui se encontra com a sua equipe. Disse-me que tem tido todo o apoio do Comite Olimpico e ainda no mes passado uma equipa de cinco elementos de Tenis de Mesa fez um estagio de 18 dias no estrangeiro pago pelo Comite Olimpico. Um comentarista fez alusao a uma ida a Australia e hoje o Sr. da Silva explicou-me que so nao foram porque uma Associacao de timorenses na Australia nao enviou um documento assinado a confirmar o alojamento que tinham prometido e sem esse documento a Embaixada Australiana nao deu o visto. Era uma actividade da federacao de Tenis de Mesa mas o Comite Olimpico pagaria as despesas de viagem.
Outro comentarista refere-se a apresentacao de contas. Quanto a mim so pode exigir a apresentacao de contas quem paga, isto e quem da o dinheiro. Neste caso seria a Organizacao dos Jogos e o Conselho Olimpico da Asia. Tanto o Sr. Singh como o Sr. Hussein me disseram que elas tem sido apresentadas anualmente e estao satisfeitos. Em relacao aos Jogos, ainda nao terminaram e por isso naturalmente ainda nao devem ter sido apresentadas. Uma coisa e certa e que e do conhecimento de quem esta minimamente envolvido nestas questoes, o Carrascalao so tem que dar contas e so depende do Comite Olimpico Internacional em Lausane e do Conselho Olimpico da Asia em Kuweit. Nem o governo, nem as Federacoes tem qualquer poder sobre os Comites Olimpicos Nacionais. Basta recordar o recente caso de Portugal onde a Federacao Internacional de Futebol ia suspender toda a participacao de clubes portugueses e da Seleccao Nacional de Portugal em torneios internacionais porque estavam a resolver o caso de um jogador e de uns clubes desportivos em tribunal portugies e nao no tribunal da FIFA.
Por ultimo, alguem referiu que os atletas marcharam de chinelos e de jeans. Mas eu vejo-os todos os dias vestidos com bonitos fatos do Comite Olimpico de Timor Leste, jaquetas e calcas. O chefe de Missao, Sr. Madeira disse-me que so um entrou de chinelos e foi porque ninguem deu conta disso. Ele anda sempre de sapatos e tem sapatilhas de Jogo. Nao teve tempo para os calcar e para nao perder o transporte foi mesmo de chinelos. A organizacao nao deu conta, caso contrario nao o teria deixado entrar no campo. E este atleta e cunhado do Presidente do Parlamento de Timor e tem familia aqui em Macau, segundo o Sr. Madeira.
Por tudo o que disse e pelo que vi nestes dias, considero injustas as criticas que fazem ao Joao Carrascalao e que eu proprio constatei serem sem fundamento. Termino por afirmar que a delegacao de Timor esta a portar-se com muita dignidade e a elevar o nome de Timor-Leste. E um orgulho para nos Timorenses em Macau ver os nossos conterraneos comportarem-se com dignidade e respeito e o prestigio que o Carrascalao goza no meio Olimpico.Ao menos quatrocentos milhoes no mundo vem todos os dias atletas timorenses a competir e nao apenas as cenas de violencia, tiroteio, golpes e casas queimadas. Bem haja Joao Carrascalao. Ja nao es o garoto que conheci. Es um Homem com letra grande e continua a trabalhar por Timor como tens feito sempre.
Como parece ser norma neste blog, tambem eu vou anonimo.

Um catuas em China

Notícias - Traduzidas pela Margarida

Polícia de topo da Austrália critica a polícia da ONU
Reuters - 7.45pm Quarta-feira Outubro 11, 2006
Por Rob Taylor

CANBERRA – O polícia de topo da Austrália fez uma avaliação grosseira da polícia que a ONU envia para os locais problemáticos do mundo e disse que um grupo de polícias que o Bangladesh enviou para Timor-Leste pode ser mais um empecilho do que uma ajuda.

O Comissário da Polícia Federal Australiana Mick Keelty disse que a ONU estava crescentemente a contar com polícias civis em vez de tropas para destacamentos de segurança, mas que muitas vezes eles têm treinos pobres e estão mais à vontade a policiar em casa.

"Nem é provável vermos qualquer sucesso maior de um dia para o outro com a chegada nestes últimos dias de 186 polícias do Bangladesh para servir em Timor-Leste," disse Keelty no clube nacional dos media da Austrália.

"É uma história familiar da ONU. É difícil dar polícias com capacidades comparáveis de todo o mundo, e damos connosco a tentar ajudar esses polícias que vieram ajudar."

A ONU está crescentemente a contar com polícias como consequência da guerra do Iraque, argumentando que muitas vezes estão melhor adaptados do que os soldados para deterem criminosos e acalmarem multidões em fúria.

A Austrália tem cerca de 700 polícias destacados no Sudão, Jordânia, Ilhas Salomão e Timor-Leste, para onde foram enviados em Maio deste ano a seguir a uma explosão de violência étnica alimentada por lutas no seio das forças de segurança. Pelo menos morreram 21 pessoas e mais de 150,000 foram deslocadas.

Como parte da sua reconstrução, Timor-Leste pediu à ONU pelo menos 800 polícias para ajudar a estabilizar o país por um período de cinco anos.

A Austrália liderou uma força de 3200 tropas estrangeiras para terminar as lutas em Maio, que colocou polícias e militares de Timor-Leste uns contra os outros.

Há correntemente 130 polícias Australianos na jovem nação, a ajudar a treinar e a reconstruir a força de polícia de Timor-Leste, e a assistiram a ONU a manter a segurança.

Keelty disse que o modo multinacional da ONU para treinar a polícia de Timor-Leste depois da votação para a independência do país da Indonésia tinha sido um falhanço claro.

O órgão mundial está a preparar um relatório sobre a violência de Maio e o massacre de 12 polícias desarmados por soldados no exterior da sede da ONU em Dili.

***

ICG – Urgente dar empregos a desertores de Timor-Leste
Reuters - 10 Out 2006 11:58:00 GMT
Por: Ahmad Pathoni

JAKARTA – Dar empregos a cerca de 600 militares amotinados cujo despedimento desencadeou a violência mortal em Timor-Leste este ano é crucial para resolver a crise lá, disse um relatório da International Crisis Group (ICG) na Terça-feira.

O ICG disse que a situação crítica que começou com violência alargada em Maio não tinha acabado e que a saída de um inquérito da ONU sobre a violência, prevista este mês, era potencialmente divisória e que podia levar a mais problemas.

Uma série de protestos dissolvidos em caos e violência, a maioria na capital de Timor-Leste, Dili, e à sua volta em Maio depois do então primeiro-ministro Mari Alkatiri ter despedido 600 membros amotinados das jovens forças armadas do país de 1,400 elementos. "Deixar perto de 600 soldados fora do sistema é uma bomba relógio, mesmo se a maioria está desarmada," disse o ICG, um grupo de prevenção de conflitos com base em Bruxelas.

Os líderes da violência obviamente que não devem ter autorização para regressar para as forças de segurança mas precisa-se de se encontrar empregos ou militares ou civis para outros que não estiveram envolvidos, disse o relatório.

Cerca de 100,000 pessoas foram deslocadas na violência, que levou ao destacamento duma força internacional de 2,500 antes de um certo grau de ordem ser finalmente restaurada. Mesmo depois de chegarem, têm havido explosões esporádicas de fogos postos e confrontos entre gangs de jovens.

São complexas as raízes da violência, e envolvem elementos de rivalidades políticas e regionais. O Primeiro-Ministro Alkatiri resignou sob pressão em Junho. Foi substituído por José Ramos-Horta, um vencedor do Nobel da Paz e o representante de Timor-Leste no exterior durante a sua luta para se libertar da ocupação da Indonésia que durou de 1975 a 1999. Ramos-Horta foi visto como aceitável para a comunidade internacional bem como para muitos do partido de Alkatiri, a Fretilin.

O ICG disse que o relatório da ONU que está para vir sobre a violência é esperado indicar os nomes dos responsáveis e recomendar processamentos e que será "explosivo" porque vai cobrir os casos mais sensíveis, incluindo a morte de polícias desarmados por soldados. "A ONU, o governo, as forças de segurança e os líderes comunitários todos precisam de ter respostas prontas, incluindo propostas para processamentos que garantirão julgamentos justos e razoavelmente rápidos," disse o relatório.

O carismático Presidente Xanana Gusmão e o rival antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri podem precisar de considerar abdicar de qualquer papel nas eleições de 2007 para resolver o impasse político e permitir que apareçam novos líderes, disse o ICG.

Uma colónia Portuguesa durante centenas de anos antes da ocupação pela Indonésia, Timor-Leste é um dos mais pobres países no mundo em termos de rendimentos mas tem recursos consideráveis de petróleo e de gás que estão mesmo a começar a serem explorados.

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Da boca para fora...
7News – Quarta-feira Outubro 11, 11:36 AM

O PM de Timor-Leste louva as forças Australianas

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste agradeceu às tropas Australianas pela parte que desempenharam na restauração da estabilidade na problemática jovem nação.

José Ramos Horta disse que estava impressionado com a maneira como os soldados Australianos se comportam eles próprios.

"O seu profissionalismo, a eficácia da força, o seu estrito respeito pelos Timorenses sugerem que devemos continuar," disse Horta ontem durante uma palestra em Sydney.

Horta disse ter esperança que cerca de um milhar de pessoal Australiano ficará na região durante o próximo ano enquanto Timor organiza a sua força de polícia.

O PM de Timor disse que é necessário muito trabalho para recuperar da violência deste ano e do desassossego político.

A violência rompeu em Abril em Timor-Leste depois de cerca de 600 soldados terem desertado dos seus postos queixando-se de discriminação e pondo-se ao lado do líder amotinado Alfredo Reinado.

Seguiram-se distúrbios e choques entre gangs de jovens durante u período sem lei que durou até as forças Australianas e internacionais puderem restaurar a ordem na capital de Timor, Dili.

Numa palestra em Sydney, Horta disse que a situação de segurança no seu país tinha melhorado das cenas violentas mas que há ainda muito trabalho para ser feito.

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Imaginem o que não diz a GNR, que os anda a salvar eles todos os dias...
International Herald Tribune

Polícia Australiana enganada por colegas da ONU em locais quentes, diz o chefe da polícia

The Associated Press
Publicado: Outubro 11, 2006

CANBERRA, Austrália – A polícia Australiana enviada para locais quentes no outro lado do mar está a ser crescentemente enganada pelos seus colegas da ONU pobremente treinados, disse o chefe da polícia da Austrália na Quarta-feira.

A ONU luta por atrair polícias com níveis de capacidades comparáveis de diferentes nações à volta do mundo disse o Comissário da Polícia Federal Australiana Mick Keelty.

"E damos connosco a tentar ajudar esses polícias que foram enviados para ajudar," disse Keelty aos repórteres no National Press Club, referindo-se a colegas oficiais da polícia da ONU.

Keelty usou East Timor, também conhecido pelo seu nome Português de Timor-Leste, como um exemplo de acordo mal sucedido de trabalho da polícia sob a bandeira da ONU.

Polícias de vários países ajudaram a treinar a força de polícia de Timor-Leste depois da nação se tornar independente da Indonésia em 1999.

Mas a jovem força local foi ultrapassada pelo desassossego civil na capital Dili em Maio e vários oficiais estão a ser investigados por crimes, incluindo assassínios.

"Um dos pontos baixos do modelo de construção de capacidade da ONU em Timor-Leste foi a orientação multinacional que tomou para treinar e desenvolver ... o que foi a mais nova força de polícia forces. Claramente não resultou," disse Keelty.

"Pelo menos o treino e desenvolvimento da Policia Nacional de Timor-Leste será agora feito numa base bilateral usando a polícia Australiana," acrescentou, referindo-se à reconstrução da força nacional da polícia.

A Austrália foi um dos poucos países que estava a desenvolver a sua polícia para papéis internacionais bem como para os domésticos, disse.

Correntemente, 700 polícias Australianos estão destacados em missões da ONU de manutenção da paz em Timor-Leste, Ilhas Salomão, Sudão, Jordânia e Chipre. Está previsto que o número aumentará para 1,200 pelo final de 2008.

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Timor-Leste: Chapéu verde, Chapéu azul

Tradução da Margarida.


New Matilda
Por: Maryann Keady
Quarta-feira 11 Outubro 2006


A ONU adiou uma decisão até 25 de Outubro sobre se Timor-Leste terá uma missão da ONU totalmente integrada com a componente militar incluída, ou uma em que a Austrália tem a liderança do papel militar, separado da missão da ONU, com a sua própria estrutura de comando nacional.

A decisão tem sido assunto de acaloradas discussões nas Nações Unidas, com os representantes dos Australianos a travarem uma campanha concertada para a última. A Austrália tem o apoio dos USA, Reino Unido e Japão, e tem conseguido trazer Timor-Leste para o seu lado, mas outros mantém-se não convencidos — com o Brasil a ir tão longe quanto a chamar ao novo papel que Austrália quer desempenhar em Timor-Leste de um ‘neo-protectorismo.’

Contudo, apesar das preocupações do Brasil, Malásia, Portugal e Nova Zelândia, parece mais do que provável que a Austrália terá sucesso em levar a água ao seu moinho.

Relatos da ONG Timorense Lao Hamutuk de que o Primeiro-Ministro Timorense José Ramos Horta recuou do seu apoio duma missão da ONU completamente integrada depois de pressão do Japão (Director do grupo central da ONU sobre Timor-Leste) contribuíram para opiniões de que a Austrália e os seus aliados estão a tentar reduzir o papel da ONU em Timor-Leste.

Um funcionário da missão Japonesa em New York declarou a posição do Japão muito claramente. Disse-me que Timor-Leste precisa de um tipo de força ‘por cima do horizonte’ — disponível somente em emergências — e que é somente lógico que seja a Austrália o jogador líder em Timor-Leste, com as suas tropas já no terreno. Porque a situação de segurança em Timor-Leste é relativamente estável, disse, não há necessidade de uma presença militar da ONU.

O Japão argumenta que os recursos de manutenção da paz são limitados, e a moda de combinar a ONU com outros actores regionais é uma muito boa estratégica — uma que reflecte o futuro das operações da ONU em todo o mundo, de acordo com o funcionário. Acrescentou que o Japão vê a Austrália, os USA e o Reino Unido como parceiros de ‘mentes iguais’. (o Japão, obviamente, não é somente um bom aliado dos USA e da Austrália, mas é também um dos que está envolvido numa luta por um lugar permanente no Conselho de Segurança — agravando o seu vizinho, a China — e é este mês o Presidente rotativo do Conselho de Segurança.)

A realidade é que Ramos Horta provavelmente não tem opção a não ser concordar com a posição Australiana/Japonesa, quanto ao futuro de Timor-Leste estar obviamente mais alinhado para acomodações com a posição Australiana do que não. É difícil argumentar contra estando as tropas Australianas a liderar os militares no país que está decididamente na nossa esfera de influência.

As políticas por detrás desta decisão reflectem mais provavelmente o braço de ferro entre as aspirações dos USA e dos Chineses na Ásia Pacifio do que qualquer desacordo real entre as outras nações membros. Muitas questões, de Darfur ao Irão, têm dividido os países membros da ONU entre os que apoiam os USA e os seus aliados e os que apoiam o poder emergente. Um perfil interessante do Embaixador de Pequim na ONU, Wang Guangya, no New York Times Magazine do mês passado detalhava a luta no seio da organização com muita candura, citando Darfur e o Líbano como apenas duas questões que viram a China a tentar e a flexionar os seus músculos.

Timor-Leste não é diferente, é simplesmente um exemplo mais pequeno da luta maior no palco diplomático do mundo. A China cultivou relações de negócios e de ajudas com Timor-Leste, como tem feito com muitos Estados do Pacífico, e pode suspeitar dum papel maior para a Austrália lá.

Mas geopolíticas e racionalidades de defesa á parte, a questão mais importante está no perigo de a Austrália ser vista a ignorar a luta dos Timorenses. A pergunta que precisa ser feita é o que é que beneficia Timor-Leste da Austrália ter tomado a posição de liderar militarmente?

A Austrália encabeçou uma missão internacional que não tem sido capaz de parar a violência num pequeno e pobre país. O líder amotinado Alfredo Reinado e a sua banda de alegres seguidores (que são mais de 50) fugiram duma prisão e as tropas Australianas não os conseguem encontrar. Há políticas cínicas em jogo quando as tropas Australianas, polícias internacionais e políticos locais não conseguem encontrar 50 criminosos fugitivos num país do tamanho de Timor-Leste — enquanto os jornalistas podem.

A presença dos Australianos e da polícia internacional pouco tem feito para garantir aos Timorenses que a sua segurança é uma prioridade. Milhares vivem ainda em campos de deslocados e têm medo de regressar a casa por causa da violência em curso. É necessário perguntar como é que o orçamento da polícia da ONU (que é para ser gasto no treino dos polícias locais) e os salários das tropas Australianas podem ser justificados quando o pessoal de segurança é visto — como pessoalmente testemunhei — sentado preguiçosamente ao mesmo tempo que pequenas bolsas de indivíduos criam mais distúrbios.

A reputação das tropas Australianas em Timor-Leste está em perigo. Se as tropas não estão lá para ‘proteger’ os Timorenses, então a desconfiança vai crescer com certeza — não entre as elites políticas de cada país, que sabem da necessidade da relação, mas entre os Timorenses comuns e os soldados Australianos. Uma questão óbvia é se este é o modelo desejado para o nosso novo relacionamento com a região.

Vários incidentes envolvendo pessoal Australiano em Timor-Leste não têm ajudado a situação no terreno. Rui Manuel, u funcionário do Banco Mundial, escreveu ao comandante Australiano Brigadeiro Mick Slater em 10 de Julho a queixar-se sobre duas ocasiões em que foi rudemente abusado — primeiro, ao tentar entregar comida a um primo no aeroporto, e depois simplesmente a guiar para sua casa uma noite. Indignaso sobre queixas doutros Timorenses escreveu:

Escrrevo-lhe para lhe expressar a minha profunda preocupação com soldados Australianos que sse comportam sem profissionalismo e que está longe do que está escrito nos panfletos distribuídos na comunidade de os Australianos serem ‘guardiãos de segurança amigáveis’ em Timor Leste … gostaria de lhe chamar a atenção … para que a Força Australiana seja capaz de ganhar o respeito do nosso povo de ser um guarda seguro no nosso país que foi humilhado e oprimido na sua dignidade durante 24 anos.

Isto aconteceu em cima de um incidente que causou muita fúria em Timor — o strip-search de um polícia Timorense por um polícia Federal Australiano uma acção que o Presidente do Parlamento de Timor-Leste Francisco Guterres chamou ‘um abuso do direito de Timor-Leste como um país independente’ Requer-se liderança em Timor-Leste que reflicta a importância de relações entre vizinhos — não atitudes coloniais remanescentes de eras anteriores.

Por outro lado, o que é que a ONU tem feito para garantir a segurança dos Timorenses comuns? O mandato da ONU ainda mantém que é a protecção da propriedade da ONU — não a protecção dos Timoreses — que é a sua preocupação principal em tempos de crises. O Rwanda mostrou quanto ineficaz a ONU é em tempos de violência dura. Em Timor-Leste, em 1999, o pessoal internacional e da ONU partiram de Dili em aviões ao mesmo tempo que os locais se abrigavam nos montes com as milícias a correrem nas ruas.

A discussão sobre se deve ser a ONU ou a Austrália a liderar a componente militar é académica: a Austrália quer claramente Timor-Leste como um parceiro militarmente e provavelmente atingirá os seus objectivos. Mas é isto uma protecção regional Australiana ou uma projecção regional Australiana? Que uma missão militar liderada pelos Australianos é do melhor interesse a longo prazo para os Timorenses é um argumento convincente e racional. Mas a retórica tem que estar fundamentada numa realidade que inspire confiança.

Para ganhar o apoio do Timorense comum, o Governo Australiano precisa de os convencer que a Austrália se preocupa muito com eles. Esta é a mensagem que as pessoas entendem, mesmo quando a geopolítica é a cama desconfortável onde são feitas muitas nações.



Sobre a autora

Maryann Keadyé uma jornalista de rádio e repórter por conta própria que tem feito a cobertura de Timor-Leste para a ABC e a SBS. Está correntemente no Weatherhead Institute da Columbia University a estudar a Política Estrangeira dos USA e da China. O seu primeiro livro de entrevistas, China Conversations,será publicado em 2007.

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De um leitor

Tradução da Margarida.


Sem qualquer sombra de dúvida, todos concordamos com o facto de Horta ter sido e ainda ser o melhor diplomata que Timor-Leste alguma vez teve; todos concordamos que a sua contribuição para a longa e difícil luta da Resistência de Timor-Leste na frente diplomática é admirável; todos concordamos e reconhecemos o facto de com a sua paixão para esta causa nobre da luta de Timor-Leste, Ramos Horta alcançou mais do que meio milhão de dólares para a sua algibeira e a honra do Prémio Nobel da Paz que ele transporta na sua testa.

O mundo observa-o (Dr. Ramos Horta) em cada um dos seus movimentos, em cada uma das suas acções para ver se ele ainda desempenha o seu papel como prémio Nobel da Paz.

Para este laureado, ser um PM ou um PR do pequeno e instável Timor-Leste é só um passo para a posição mais ambiciosa: ser um líder do mundo, ser o próximo Kofi Anaan.

É cuidadoso no seu discurso porque a FRETILIN já lhe lembrou que seja o que diga ou faça tem de estar de acordo também com a orientação da FRETILIN por isso é muito cuidadoso nas suas previsões do futuro ao jogar o jogo do " não quero, mas se ....." e ingenuamente empurra para a nova geração como fez ao longo desta crise propondo Arsénio Bano ou Rui Araújo para substituir Alkatiri e acabou por ser ele a ganhar – tornou-se o Primeiro-Ministro.

Ele conhece tão bem a filosofia de empurrar esta nova geração que pode lutar por ele para alcançar o que ele quer.

Assim, sabemos que sete meses não são suficientes para desenvolver nenhum plano para o desenvolvimento de Timor-Leste e (até) porque ele nunca teve qualquer plano para o desenvolvimento de Timor-Leste, habilmente, sabe como parar a revelação da informação de que ele não o tem.

Admiro este tipo pela habilidade de jogar o papel do lutador da paz, do guardião da paz e tornar-se o homem da paz. Observam o que está para vir nos próximos meses...

Ainda acredito que somente um verdadeiro amor pelo povo Maubere pode lutar pelo desenvolvimento de grandes projectos em Timor-Leste que possam ser um “factor de multiplicação” para a vida económica e social dos Timorenses.

"A palavra Maubere " costumava ser um vocábulo regular da vida de cada dia de Horta, mas agora ele já não precisa dele e é conveniente para ele não o mencionar outra vez a favor das suas políticas neo-liberais – lucros das grandes companhias.
O povo Maubere não tem tanto dinheiro como estas grandes companhias para o apoiar no seu novo posto (a posição de Kofi Anaan), como todos sabemos.

Temos que estar conscientes do facto de como resultado dos muitos erros feitos pela ONU também com a conivência de Horta, Timor-Leste está agora à beira de ser um Estado falhado e em breve será aconselhada a ser um protectorado de um país estrangeiro.

Macksander C.

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De um leitor

Quantas pessoas havia em Timor-Leste para impor aos Australianos o Acordo celebrado quanto ao gás e ao petróleo de Timor? Quantas pessoas havia com capacidade para chegar ao acordo das fronteiras marítimas nos termos em que foi celebrado? Quem conseguiria melhor em tarefa tão dificil e como se vê perigosa?

Quem foi que assegurou a independência financeira do Estado timorense?

Mari Alkatiri.

Quantos há com a preparação e experiência dele? Timor ainda precisa de Alkatiri.

São as pessoas com vinte e tal anos ou trinta e tal anos, que sem experiência de vida ou profissional vão fazer melhor?!Como!??

Quem vai saber impor-se aos poderosos autralianos?

É pura demagogia e populismo o que diz o PM. Essa gente nova quer e tem sangue na guelra, por isso chega a ser desonesto dizer o que Ramos Horta diz da forma leviana como diz!
É claro que pessoas inexperientes com vinte e tal anos a mandar nos fundos do petróleo serão facilmente manobraveis por interesses estrangeiros, e é claro que dará mais um resultado trágico...

O dinheiro que está só agora a chegar não é para gastar sem cabeça. Tem de ser para investir em tudo o que está para fazer. Educar os jovens com qualidade e exigência para que os jovens saiam da escola educados e preparados para a vida (e acabar de vez com o que a Indonésia fez que preparou mal a juventude para o futuro). E criar a autosuficiência energética em termos de energia electrica, por forma a levar luz a todas as casas. E levar água canalizada a todos os lares. E fazer casas de banho em todas as habitações. E fazer estradas boas por todo o País. E fazer hospitais, centros de saúde e maternidades...Está quase tudo por fazer. Portanto todo o dinheiro é pouco para o tanto que há para fazer.

é preciso usar a cabeça. Ser racional. PENSAR.

A Timor Leste hoje a exigência é seriedade, trabalho (muito trabalho), rigor e sentido de Estado. Se não querem depois de tanto sofrimento ser, como já é Xanana, um fantoche manobrado por estrangeiros. Um palhaço iludido e apanhado na armadilha do deslumbramento de um pouco conforto depois de tanta luta e sofrimento. Que não viu que vai perder a guerra do respeito do povo...

Lamento que seja assim.

E hoje é o homem, e espero que amanhã não seja todo o povo e o país que um dia sonhámos todos.

VIVA TIMOR LESTE independente!

Vive Timor Leste livre e não amordaçado por interesses estrangeiros!

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Só a FRETILIN se importa?

"That has angered Fretilin, the ruling party of ousted prime minister Mari Alkatiri, which demanded the report be presented to Parliament in the next 24 hours so the truth behind the unrest would be known."

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De um leitor

Vale a pena ver o que é esse "International Crisis Group" - ICG. Não é "independente" e muito menos "não-governamental" (fonte: http://www.sourcewatch.org/index.php?title=International_Crisis_Group):

FUNDING
"ICG raises funds from GOVERNMENTS, charitable foundations, COMPANIES and individual donors.

The following GOVERNMENTS currently provide FUNDING: AUSTRALIA, Austria, Canada, Denmark, Finland, France, Germany, Ireland, JAPAN, Luxembourg, The Netherlands, NEW ZEALAND, Norway, Republic of China (Taiwan), Sweden, Switzerland, Turkey, UNITED KINGDOM and UNITED STATES."

ICG BOARD

"[...] its President and Chief Executive since January 2000 has been former AUSTRALIAN Foreign Minister GARETH EVANS."

H. Correia.

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Violence could return before election, expert warns

News.com.au
By Guido Doulart
October 12, 2006 03:00am

VIOLENCE could return to East Timor before next year's general elections, a conflict-prevention group has warned.

It recommends that the country's president and former prime minister sit out the polls to help reduce the tensions.

East Timor still is in political limbo after armed factions clashed in the streets of the capital, Dili, in April and May, killing more than 30 people and sending 150,000 others fleeing from their homes.

Foreign troops were deployed to restore order and a transitional government was installed until new polls could be held in May, 2007.

No one, however, has yet been brought to justice for the bloodshed.

Much depends on an assessment by a United Nations Independent Special Commission of Inquiry, which will name individuals it deems responsible. The findings were supposed to be released last week but publication has been delayed amid fears it could spark more violence.

That has angered Fretilin, the ruling party of ousted prime minister Mari Alkatiri, which demanded the report be presented to Parliament in the next 24 hours so the truth behind the unrest would be known.

In its latest evaluation of the situation in East Timor, the International Crisis Group advised President Xanana Gusmao and Mr Alkatiri "to think the unthinkable - foregoing any role in the 2007 elections so new leaders can emerge".

Foreign efforts to help Dili create independent institutions and overcome divisions in the military and police will fail "unless the two are willing to get past mutual distrust and discuss how to overcome the security forces' polarisation," the think tank said.

The ICG report does not make any recommendations on the role of Jose Ramos-Horta, who emerged from the crisis as the head of the transitional government.

Calm returned after the arrival of foreign peacekeepers but underlying problems have not been resolved and a long-term UN peace force is the key to maintaining order.

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Justiça deve actuar se houver matéria criminal em relatório ONU -PM

Sydney, Austrália, 11 Out (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, defendeu hoje que a Justiça deve actuar "se houver matéria criminal" no relatório da comissão das Nações Unidas que investigou a violência ocorrida em Timor-Leste em Abril e Maio.

"Obviamente, se houver matéria criminal, então que a Justiça siga o seu curso", sublinhou José Ramos-Horta em declarações à Lusa em Sydney, onde se encontra no âmbito da visita que efectua à Austrália até sexta-feira.

Em comunicado divulgado hoje, o Parlamento timorense admitiu que o relatório da comissão da ONU poderá não ter consequências jurídico-penais, lembrando que "o exercício da acção penal, a instauração de inquéritos criminais e o julgamento de crimes são da competência única e exclusiva dos órgãos constitucionais do Estado de Timor-Leste".

No comunicado, o Parlamento de Díli lembra também que a comissão de inquérito da ONU "não é um tribunal nem tem poderes para acusar ou mandar abrir investigação criminal".

A pedido do governo timorense, as Nações Unidas mandataram uma comissão liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro para apurar as responsabilidades individuais e colectivas pela violência ocorrida em Timor-Leste em Abril e Maio, na sequência da crise político- institucional que afecta o país.

Recentemente, o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, José Luís Guterres, admitiu perante a Assembleia Geral da ONU que cerca de 100 pessoas foram mortas devido ao conflito iniciado em Abril, que provocou também cerca de 180 mil deslocados internos.

O relatório da comissão deveria ter sido entregue ao Parlamento de Timor-Leste sábado passado, mas a ONU adiou a sua divulgação para data ainda a definir para que o original em inglês seja traduzido para as línguas oficiais de Timor-Leste, português e tétum, e também para indonésio.

A FRETILIN, partido com maioria parlamentar, exigiu hoje que a comissão da ONU entregue cópia do relatório ao Parlamento até quinta- feira, para "evitar suspeitas por parte da população de manipulação do documento", considerando "absolutamente inaceitável" que a sua divulgação continue a ser "sistematicamente adiada".

A divulgação do relatório está a gerar expectativa em Timor- Leste e as autoridades receiam mesmo que possa reacender a violência no país, tendo o Hospital Nacional de Díli e as Nações Unidas elaborado planos de contingência, segundo disseram, terça-feira, o director daquela unidade, António Caleres Júnior, e o comissário Antero Lopes, da Polícia da ONU (UNPOL).

Num documento divulgado terça-feira, em Bruxelas, a organização independente "International Crisis Group" (ICG) alertou que, actualmente, Timor-Leste "está tenso e a sua política num limbo, à espera dos resultados" da investigação da comissão da ONU.

"O relatório [da comissão] será explosivo, seja qual for o seu conteúdo (Ó) A ONU, o Governo, as forças de segurança e os líderes comunitários têm de ter as suas respostas prontas (Ó) incluindo estratégias de divulgação da informação que evitem a distorção das conclusões e preparativos de segurança para lidarem com possíveis manifestações e protestos", recomendou a ICG.

José Ramos-Horta disse à Lusa em Sydney esperar que o povo timorense reaja com "serenidade e confiança" ao relatório da comissão da ONU, salientando que a divulgação do documento será uma oportunidade para que os líderes timorenses aprendam com os seus erros.

"Para melhorar as instituições, as nossas políticas, o nosso comportamento", acrescentou.

Em relação à divulgação pública do relatório, José Ramos-Horta enfatizou que "é o presidente do Parlamento quem vai receber" o documento, bem como a Alta Comissária dos Direitos Humanos, em Genebra, e o secretário-geral da ONU.

"Sendo um relatório, é para divulgação, e vai ser divulgado em todos os domínios possíveis, via os websites, imprensa, parlamento", garantiu.

José Ramos-Horta, que encontra na Austrália desde segunda- feira, desloca-se quinta-feira a Camberra, onde irá reunir-se com o primeiro-ministro australiano, John Howard, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Downer.

"Em agenda estarão as relações bilaterais, sobretudo a presença das forças australianas em Timor-Leste, que têm feito um trabalho excepcional no país. Esperamos que haja a possibilidade de a Austrália continuar a manter esta força militar depois de Dezembro de 2006, e espero que possam ficar até Dezembro de 2007", disse à Lusa.

Ramos-Horta referiu também esperar que o acordo sobre a exploração de petróleo no Mar de Timor, assinado entre os governos timorense e australiano em Janeiro, possa ser ratificado pelos respectivos parlamentos "ainda no mês de Novembro".

Na deslocação à Austrália, Ramos-Horta viaja acompanhado por Nélio Santos, sucessor de José Luís Guterres como embaixador de Timor- Leste junto da ONU e em Washington.

Em declarações à Lusa, salientou que Díli deseja que se mantenha o actual nível da cooperação norte-americana com Díli, mas recusou que Timor-Leste seja visto como um mero aliado dos Estados Unidos na Assembleia Geral da ONU.

"Timor-Leste tem uma política externa bastante independente.

Votou contra a resolução dos Estados Unidos, nomeadamente a favor do levantamento do bloqueio, de sanções a Cuba. Por isso, Timor-Leste não vota sempre a favor dos Estados Unidos. Dependendo da política, dependendo das situações, Timor-Leste aprecia cada caso por si", afirmou Nélio Santos.

BW/PNG-Lusa/fim

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.