segunda-feira, outubro 23, 2006

Notícias - Tradução da Margarida

Tradução da Margarida.

UNMIT – Revista dos Media Diários
Sábado 21 & Segunda-feira 23 Outubro 2006

Reportagens dos Media Nacionais
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste


A Fretilin não está satisfeita com o relatório

O Comité Central da Fretilin não está satisfeita com os resultados do relatório da COI, o qual fiz falhou em não ter identificado as causas do problema, falhou em não ter dado factos concretos em relação aos líderes ou à interferência deles nos problemas, falhou em não ter mencionado os encontros que se realizaram em vários locais, e falhou em não ter questionado a legalidade ou a ilegalidade de (acções) de alguns partidos políticos que contribuíram para a conspiração ou golpe de Estado. Estas foram as declarações feitas pelo Vice-Secretário-Geral da Fretilin José Reis e Manuel Fernandes, Secretário do Estado para a juventude e Desportos durante uma conferência de imprensa realizada na Sexta-feira. Reis disse que a Fretilin gostaria de apressar o processo de inquérito de acordo com a Constituição da RDTL. Rejeitou o pedido de um Congresso Extraordinário da Fretilin Mudança dizendo que não há evidência suficiente para se estabelecer um processo judicial contra Mari Alkatiri e Rogério Lobato. O Vice-Secretário-Geral da Fretilin disse que o seu partido não realizará outro congresso e está aberto ao diálogo com toda a gente incluindo o Grupo para mudanças.

O antigo Primeiro-Ministro Alkatiri disse aos media na Sexta-feira que apesar o relatório da COI não estar completo é uma maneira de se avançar com o trabalho, acrescentando que os Comissionários podem não ter tido tempo suficiente para fazer o seu trabalho e sublinhando que o relatório só se foca nos factos e não analisa nem aponta as causas principais que levaram à crise. Alkatiri disse que o relatório reflecte o contexto geral das instituições em Timor-Leste dizendo que elas ainda são fracas. Acrescentou que o documento foca a história prévia do conflito entre 1974-1975 no país mas omite alguns eventos entre Janeiro, Abril ou Maio deste ano. Apela ao Estado, ao Presidente da República, ao Parlamento Nacional, Governo e o Tribunal para mais investigações, visto que o relatório não está completo. Alkatiri sublinhou que como antigo Primeiro-Ministro é responsável mas defender-se-á em tribunal.

O Procurador-Geral Adjunto, Ivo Valente disse que os procuradores Timorenses não se envolveriam na investigação conforme recomendações do relatório da COI de modo a dar credibilidade ao sistema judicial e evitar serem acusados de tomar partido com A, B ou C. Valente disse que estas medidas são um passo para melhorar o sector judicial e trazer uma imagem de confiança ao sistema em Timor-Leste. (TP, STL)

A Recente violência é resultado de trauma colectivo

Falando durante um seminário para comemorar a entrega do Nobelda Paz a dois filhos de Timor -Leste, o Primeiro-Ministro Ramos-Horta disse que o recente conflito é o resultado de 24 anos de guerra descrevendo-a como um trauma colectivo em vez do resultado de mais pobreza. Ramos-Horta disse que alguns peritos argumentam que o alto desemprego e a pobreza levam ao conflito mas ele classifica (este) como uma construção de trauma após muitos anos em que as pessoas tiveram que viver em guerra. Também reconheceu que instituições governamentais fracas são factores que contribuíram para a violência recente, acrescentando que é necessário o diálogo para ultrapassar o problema. Disse que o governo realiza o programa ‘simu malu’ nos bairros, elogiou o trabalho da sociedade civil em trazer a paz às comunidades, e pediu aos que estão no poder para não politizarem ou usarem instituições do Estado para os seus interesses políticos. (TP, STL)

A cultura de Timor é de violência não é de paz

O Bispo Belo, um dos oradores principais do Seminário sobre o Prémio Nobel da Paz no Sábado disse que fez um estudo sobre conflitos e paz em Timor-Leste desde o século 17. E a conclusão é que Timor não tem uma cultura de paz mas de conflito. O Bispo disse que ainda não escreveu um livro mas que o resultado das suas análises é que desde o século 17 Timor não teve paz, o país tem estado em guerra constante do leste para o oeste, entre famílias, contra a Holanda, Portugal, Austrália e Japão. Sublinhou que o povo de Timor-Leste deve trabalhar no duro para substituir a violência com uma cultura de tolerância, paz e respeito mútuo e que a Declaração Universal dos Direitos do Homem devem ser multiplicadas e distribuídas à juventude para a estudar de modo a terem a coragem para a pôr na prática. Depois da sua chegada a Dili na semana passada, o Bispo Belo visitou os campos de deslocados em Comoro e Tibar. (TP, STL)

A paz deve ser reconhecida: SRSG Reske-Nielsen

O SRSG em exercício Finn Reske-Nielsen disse que cada pessoa em Timor-Leste deve reconhecer a paz dentre de si mesmo, no seu bairro e em toda a sociedade de modo a não perder o valor da independência alcançada depois duma longa luta. O SRSG em exercício proferiu estas palavras durante o seminário com o tema, “Paz nos nossos Corações, Paz no nosso País e Paz no Mundo,” no Sábado no Hotel Timor, Dili. Disse que apesar dos Timorenses terem adquirido a sua independência, as pessoas de Dili ainda não experimentam a sua liberdade e paz nas suas vidas hoje. Disse ainda que a ONU quer ajudar os Timorenses a avançarem, sublinhando que há muito trabalho que precisa de ser feito como as eleições em 2007. O SRSG em exercício também disse que está contente por os líderes terem recebido o relatório da COI com serenidade. (STL, TP)

Editorial TP: Independência do Tribunal

O editorial de hoje foca a independência dos tribunais, um desafio que os tribunais de Timor-Leste enfrentam. De acordo com uma avaliação da COI, os tribunais de Timor-Leste terão dificuldades em processarem os responsáveis da crise em Abril e Maio duma maneira sincera, justa e imparcial devido à falta de recursos humanos, independência ds tribunais e interferência política. Ralph Zacklin, um dos Comissários disse que o sistema é ainda fraco devido à falta de pessoal treinado. O editorial disse que há algumas fraquezas como a necessidade de mais recursos humanos e outros recursos para apoiarem o trabalho do sistema judicial, apontando o esforço que tem sido feito para recrutar procuradores e juízes internacionais para apoiar o sistema de justiça e dar treino aos Timorenses para reforçar a sua capacidade. O relatório do COI trouxe mais dúvidas sobre a independência dos tribunais para um povo á cáptico que pensa que o envolvimento de expatriados para ajudar o sector judicial tem contribuído para a sua fraqueza. Dado que os Timorenses não podem ainda ter a responsabilidade do seu desenvolvimento, o sistema judicial não tem estado a ajudar muito. Será o sistema judicial Timorense independente e livre de intervenção política e ganhará a confiança do povo? Deve-se esperar para ver. (TP)

A violência deixou uma pessoa ferida

De acordo com o Timor Post a situação na capital Dili tem estado quieta depois da saída do relatório da COI, contudo, no Domingo a situação mudou com lutas espontâneas entre grupos desconhecidos na área de Ai Mutin, Mercado Comoro, Rotunda Comoro, Bidau e Jardim Colmera. O pior impacto foi na Rotunda de Comoro onde um grupo de gente desconhecida atacou um motorista que parou para falar com eles mas enfrentou facas e catanas. Conseguiu fugir da área mas deitaram fogo à sua motorizada. De acordo com o Timor Post o grupo que atacou o motorista fugiu para o campo de deslocados de Comoro logo que os amigos do jovem ferido chegaram à vizinhança do ataque. Noutro incidente, um grupo desconhecido começou a atacar antes da missa ter acabado, gente que estava a rezar. As forças internacionais compostas de tropas Australianas e de policies da ONU chegaram e contiveram a situação com o uso de gás lacrimogéneo e tiros para o ar. De acordo com o Timor Post, os ataques em vários sítios de Dili podem ter derivado da descoberta de dois corpos mutilados, que se acredita serem de jovens de Lospalos e Baucau. (TP)

A polícia internacional não tem interesses políticos

A seguir a uma avaliação das forças internacionais, deputados do PD, ASDT, e Fretilin concordaram que a polícia internacional em Timor-Leste não está aqui para defender interesses políticos porque o seu trabalho é ajudar a nação. Concordam que apesar do volume de crimes que continuam nalguns bairros, a polícia internacional está a tentar reduzi-lo. O modo como lidaram com os recentes esfaqueamentos no Matadouro, mostra que não têm nenhum interesse político. Outros deputados, Rui Menezes (PD) e Francisco Carlos (Fretilin) reconheceram a fraqueza do sistema judicial de Timor-Leste devido ao limitado trabalho de juízes e procuradores. Menezes diz que o barómetro desta fraqueza é o trabalho continuado de expatriados visto que os Timorenses ainda estão em treinos. Francisco Carlos disse que há muitos factores por detrás da fraqueza do sistema judicial, apontando que um deles foi o curto período de treino no tempo da UNTAET para juízes e procuradores em Darwin, Austrália que ele não considera suficiente. (STL)

RTTL Títulos das notícias
23 Outubro 2006

Bispo Belo visita o antigo Primeiro-Ministro, Mari Alkatiri

Falando a um jornalista da RTTL depois de se ter encontrado com o Bispo Belo, Alkatiri disse que de facto muitos Timorenses esperavam que o Bispo Belo estivesse presente numa tal situação. A presença do Bispo Belo pode minimizar a nossa crise em curso e tem esperança que os deslocados regressem às suas casas. Em adição, em resposta ao relatório da COI, Mari Alkatiri estava contente com o relatório, contudo disse que se podem meramente usar as recomendações como base somente para mais acções; contudo, é de opinião que o relatório não está completo. Disse, “A equipa da COI analisou meramente os factos mas não analisou as causas. Puseram também mais história de 1974 & 1975 no fundo do relatório em vez dos eventos ide Janeiro e Fevereiro de 2006.

Numa ocasião diferente, Vicente da Concição, aliás Railos, declarou a sua aceitação e satisfação com o relatório. Disse “Concordo completamente com o relatório como sendo bom e justo e como estou também indicado como uma das pessoas envolvidas na crise, estou preparado para enfrentar o tribunal”. Railos também enfatizou que na realidade as pessoas têm estado à espera de justice e verdade, por isso todas as pessoas que estão recomendadas para serem processadas devem aceitar isso. Apelou a todos os Timorenses para porem um fim à violência porque (as coisas) têm que se resolver através da justiça. A justice é a única maneira para se resolverem problemas, sublinhou.


A/SRSG apela aos líderes Timorenses para estudarem com atenção o relatório da COI

Numa conferência de imprensa televisionada, o A/SRSG Finn-Rieske apelou a cada líder Timorense para lerem com atenção e estudarem o relatório da COI antes de (tomarem) iniciativas. Também exprimiu contentamento sobre a distribuição do relatório que chegou a todos os distritos e sub-distritos. Na mesma ocasião, Antero Lopes, Comissário da UNPol actualizou os media sobre as posições positivas obtidas dos comandantes da PNTL de todos os distritos. Disse que além de acidentes menores comuns, não houvera incidentes significativos desde a saída do relatório. O Sr. Lopes acrescentou que o número de oficiais de policies da ONU chegará aos 932 no fim de Outubro, depois do que irão para os distritos.

Noutra ocasião, o Primeiro-Ministro, Dr. Ramos Horta declarou a prontidão do Governo para trabalhar com a ONU após a saída do relatório da COI e implementar cuidadosamente as suas recomendações. Contudo, antes disso, o Sr. Horta pediu à ONU para fortalecer os sectores da justice incluindo os Tribunais, Tribunal de Recurso, Procurador-Geral, Juízes e Defensores.

***

O primeiro-ministro de Timor-Leste parte para o Vaticano para encontro com o Papa
The Associated Press
Publicado: Outubro 23, 2006

DILI, Timor-Leste - O primeiro-ministro de Timor-Leste disse que pediria ao Papa Benedict XVI para visitar a sua pequena nação, afirmando que a presença do Papa podia ajudar a acalmar as tensões depois de meses de violência e de instabilidade política.

"Desejo discutir muitas questões com ele ... incluindo maneiras de ajudar os pobres deste país," disse José Ramos-Horta aos repórteres antes de partir para o Vaticano na Segunda-feira.

O vencedor do Nobel da paz disse que dará ao Papa uma carta do Presidente Xanana Gusmão a convidá-lo para visitar o país predominantemente Católico, que foi mergulhado na crise em Maio quando forças de segurança rivais lutaram nas ruas da capital.

A violência espalhou-se em guerras de gangs, pilhagens e fogos postos que deixou pelo menos 33 pessoas mortas e pôs 150,000 a fugir das suas casas. A calma regressou largamente com a chegada de tropas internacionais e a instalação de um novo governo, mas incidentes isolados ainda ocorrem.

"A presença do Papa em Timor-Leste podia ajudar a acalmar a crise política e a instabilidade," disse Ramos-Horta, cuja campanha não-violenta contra a governação Indonésia lhe deu a ganhar o Nobel da Paz em 1996.

Timor-Leste votou pela independência contra o seu vizinho gigante num referendo organizado pela ONU em 1999, desencadeando uma fúria mor milícias à procura de vingança que deixou 1,500 pessoas mortas.

***

Lutas de gangs em Timor-Leste deixa 2 mortos, 4 feridos
The Associated Press

Publicado: Outubro 23, 2006

DILI, Timor-Leste - Dois homens foram esfaqueados até à morte depois de orações da noite em Timor-Leste, disse um director do hospital na Segunda-feira, na última perturbação de violência na pequena nação desde que tropas estrangeiras chegaram em Maio.

Quatro outras pessoas ficaram feridas nas lutas no Domingo à noite entre gangs rivais na capital, Dili, disse António Caleres, director do Hospital Nacional de Dili, à The Associated Press.

O atirar de pedras entre dois grupos de jovens espalhou-se à Igreja Católica de Aimutin, onde partiram janelas antes de esfaquearam os homens não identificados, disseram testemunhas. Ambos foram mortos a blocos da igreja.

Timor-Leste, uma antiga colónia Portuguesa ocupada pela Indonésia até 1999, mergulhou em crise em Abril depois de quase 600 soldados terem sido demitidos por terem feito greve para protestar alegada discriminação.

A violência espalhou-se em guerra de gangs, pilhagem e fogos postos que deixaram pelo menos 33 pessoas mortas e mandaram 150,000 a fugirem das suas casas.

A calma regressou largamente com a chegada de tropas internacionais e a instalação de um novo governo, mas incidentes isolados ainda ocorrem.

.

Men killed outside Timor church during evening prayers

SMHT.com

October 23, 2006 - 7:53PM

Two men were stabbed to death outside a church during evening prayers in East Timor, a hospital official said on Monday, in the latest violence to disrupt the tiny nation since foreign peacekeepers arrived in May.

Four other people, including a Chinese citizen, were injured in the fighting on Sunday night between rival gangs in the capital, Dili, said Antonio Caleres, director of the Dili National Hospital.

Stone throwing between two groups of youths spread to the Aimutin Catholic Church where windows were smashed before two unidentified men were stabbed, witnesses said. Both were killed within blocks of the church.

The Chinese citizen was stabbed in the stomach, Caleres said. No other details were immediately available.

Antonio Transfiguracao, head of the Salesian priests in East Timor, said the violence was particularly disturbing because it occurred "near the holy place when Mass was going on .... we have lost our dignity as human beings."

Meanwhile, Bishop Carlos Filipe Ximenes Belo, whose resistance to Indonesia's bloody occupation of East Timor earned him a shared Nobel Peace Prize with Prime Minister Jose Ramos Horta in 1996, said he would meet renegade soldiers to help find a solution to ongoing political instability.

Belo, now a missionary in Mozambique, is on a 10-day visit to his troubled country.

"It's time to end the violence and crisis," he told refugees today.

"It is very easy for us to kill our East Timorese brothers and sisters ... our culture is culture of war and not a culture of peace."

Belo said he will hold talks with fugitive renegade military police commander Alfredo Reinado - who escaped from prison in August with dozens of inmates - and others representing the dismissed soldiers.

Ramos Horta, speaking before boarding a flight to the Vatican, said he would ask Pope Benedict XVI to visit East Timor, since the pontiff's presence could help ease tensions.

"I look forward to discussing many issues with him ... including ways to help the poor people in this country," Ramos Horta told reporters.

East Timor, a former Portuguese colony occupied by Indonesia until 1999, plunged into crisis in April when nearly 600 soldiers were dismissed after going on strike to protest alleged discrimination.

Violence spilled into gang warfare, looting and arson that left at least 33 people dead and sent 150,000 fleeing from their homes.

Calm largely returned with the arrival of international troops and the installation of a new government, but isolated incidents still occur.

AP

.

UNMIT Daily Media Review

Saturday 21 & Monday 23 October 2006

National Media Reports
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste


Fretilin Not Pleased With Report

Fretilin’s Central Committee is not happy with the results of the COI report, which it says failed to identify the causes of the problem, failed to provide concrete facts regarding the leaders or their interference in the problem, failed to mention meetings that took place in various venues, and failed to question the legality or illegality of some political parties that contributed to the conspiracy or coup d’etat. These were the declarations made by the Vice-Secretary General of Fretilin Jose Reis and Manuel Fernandes, Secretary of State for youth and Sport during a press conference held on Friday. Reis said Fretilin would like to speed up the inquiry process in accordance with the RDTL Constitution. He rejected demands for an extraordinary congress by Fretilin for Changes saying there is not enough evidence to establish a judicial process on the accusations against Mari Alkatiri and Rogério Lobato. The Deputy Secretary-General of Fretilin said his party would not hold another congress and is open for dialogue with all people including the Group for Changes.

Former Prime Minister Alkatiri told the media Friday that although the COI report is not complete it is a way of carrying the work forward, adding that the Commissioners might have not had enough time to do their work and noting that the report only focuses on the facts and does not analyse or point out the main causes that led to the crisis. Alkatiri said the report reflects the general context of institutions in Timor-Leste saying they are still weak. He added that the document focuses on the country’s previous history of conflict between 1974-1975 but omits some events between January, April and May of this year. He appeals to the State, the President of the Republic, National Parliament, Government and the Court for further investigation, since the report is not complete. Alkatiri stressed that as former Prime Minister he is responsible but said he would defend himself in court.

Deputy Prosecutor General, Ivo Valente said the Timorese prosecutors would not be involved in the investigation as per the COI report recommendations in order to give credibility to the judicial system and to avoid being accused of siding with A, B or C. Valente said these measures were a step to better the judicial sector and bring an image of trust to the system in Timor-Leste. (TP, STL)

Recent Violence Result Of Collective Trauma

Speaking during a seminar to commemorate the awarding of the Nobel Peace Prize to two sons of Timor-Leste, Prime Minister Ramos-Horta said the recent conflict is a result of 24 years of war describing it as collective trauma rather than the result of increased poverty. Ramos-Horta said some experts argue that high unemployment and poverty led to the conflict but he classifies it as a build-up of trauma following many years in which the people had to live through war. He also acknowledges that weak government institutions are factors that contributed to the recent violence, adding that dialogue is required to overcome the problem. He said the government is conducting the ‘simu malu’ program in the neighbourhoods, he praised the work of civil society in bringing peace to the communities, and he appealed to those in power not to politicise or use state institutions for their political interest. (TP, STL)

Timor Culture of Violence, Not Peace

Bishop Belo, one of the main speakers at Saturday’s Nobel Peace Prize seminar said he has done a study on conflict and peace in Timor-Leste since the 17th century. And the conclusion is that Timor does not have a culture of peace but of conflict. The Bishop said he has not yet written a book but the result and his own analysis is that since the 17th century Timor has not had peace, the country has been in constant war from east to west, between families, against Holland, Portugal, Australia and Japan. He stressed that the people of Timor-Leste must work hard to substitute violence with a culture of tolerance, peace and mutual respect and that the Universal Declaration of Human Rights must be multiplied and distributed to the youth to study in order for them to have the courage to put it into practice. Following his arrival in Dili last week, Bishop Belo visited the IDPs camps in Comoro and Tibar. (TP, STL)

Peace Must Be Acknowledged: SRSG Reske-Nielsen

Acting SRSG Finn Reske-Nielsen said each person in Timor-Leste must acknowledge peace within themselves, their neighbourhoods and within the whole society in order not to lose the value of the independence achieved following a long struggle. The Acting SRSG delivered these words during the seminar with the theme, “Peace in our Heart, Peace in Our Country and Peace in the World,” on Saturday in Hotel Timor, Dili. He said although the Timorese people have achieved their independence, the people in Dili are still not experiencing their freedom and peace in their lives today. He further said that the United Nations wants to help the Timorese people to move forward, stressing there is a lot of work that needs to be done like the elections in 2007. The Acting SRSG also said he is happy the leaders have received the COI report with serenity. (STL, TP)

Editorial TP: Independence Of Tribunal

Today’s editorial focuses on the independence of the court, a challenge faced by Timor-Leste’s court. According to an evaluation by the COI, the court of Timor-Leste would have difficulties to process those responsible for the crisis in April and May in a sincere, just and impartial manner due to the lack of human resources, independence of the court, and political interference. Ralph Zacklin, one of the Commissioners, said the system is still weak due to the lack of trained staff. The editorial said there are some weaknesses like the need for more human resources and other resources to support the work in the judicial system, pointing out that effort have been made to recruit international prosecutors and judges to support the justice system and to provide training for the Timorese to heighten their capacity. The COI report has brought more doubts about the independence of the courts for an already skeptical people who think that the involvement ex-patriots to help the judicial sector has contributed to its weakness. Since the Timorese still cannot be in charge of their development, the judiciary is not helping much. Will the Timorese judiciary system be independent and free from political intervention and gain the trust of the people? One must wait and see. (TP)

Violence Left One Person Injured

According to Timor Post the situation in the capital Dili has been quiet following the release of the COI report, however, on Sunday there was a different situation with spontaneous fighting between unknown groups in the area of Ai Mutin, Mercado Comoro, Comoro roundabout, Bidau and Jardim Colmera. The worst impact was at the Comoro roundabout where a group of unknown people attacked a motorist who stopped to speak to them but was faced with knives and a machete. He managed to flee the area but his motorcycle was set on fire. According to Timor Post the group of people who attacked the motorist fled into Comoro refugee camps as soon as the friends of the injured youth arrived in the vicinity of the attack. In another incident, some unknown group started attacking Sunday worshipers before the mass was concluded. The International forces composed of Australian forces and the UN police arrived and contained the situation with the use of tear gas and shots fired in the air. According to Timor Post, the attacks in various part of Dili might have been derived from the discovery of two mutilated bodies, believed to be youths from Lospalos and Baucau. (TP)

International Police Does Not Have Political Interest

Following an evaluation of the international forces, MPs from PD, ASDT, and Fretilin have agreed that the international police in Timor-Leste are not here to defend political interests because their task is to help the nation. They agree that despite the volume of crimes that continues in some neighbourhoods, the international police are trying to reduce it. The way they dealt with the recent stabbing in Matadouro, shows that they do not have any political interest. Other MPs, Rui Menezes (PD) and Francisco Carlos (Fretilin) have acknowledged the weakness of Timor-Leste’s judicial system due to the limited work of judges and prosecutors. Menezes says the barometer of this weakness is the continuing work of the ex-patriots as Timorese are still under training. Francisco Carlos said there are many factors behind the weakness in the judicial system, pointing out that one of them is short term training during the UNTAET period for the judges and prosecutors in Darwin, Australia which he considers is not sufficient. (STL)

RTTL news headlines
23 October 2006

Bishop Belo visits former Prime Minister, Mari Alkatiri

Speaking to the RTTL journalist after meeting with Bishop Belo, Alkatiri reportedly said that in fact many of East Timorese people expected Bishop Belo to be present in such a situation. Bishop Belo’s presence can minimize our on-going crisis and hopefully IDPs can return home soon. In addition, in response to the COI report, Mari Alkatiri was reportedly happy with the report however, he said that we can merely use the recommendations as a basis only for further actions; however, he is of the opinion that the report is not completed. He said, “The COI team merely analyzed the facts but did not analyze the causes. They also put more history of 1974 & 1975 in the report’s background instead of the events of January and February of 2006.

On a different occasion, Vicente da Concição, aka Railos, has reportedly stated his acceptance and happiness with the report. He said “I fully agree with the report as it is good and just and as I am also indicated in the report as one of the persons involved in the crisis, I am prepared to face the court”. Railos has also reportedly emphasized that in reality people have been waiting for justice and truth, hence everyone who was recommended in the report to be prosecuted must accept it. He then called upon every East Timorese to put an end the violence as it has to be resolved through justice. Justice is the only way to sort out our problem, he stressed.


A/SRSG calls all East Timorese leaders to thoroughly study the COI report

At a televised-pressed conference, the A/SRSG Finn-Rieske called for every East Timorese leader to thoroughly read and study the COI report before any follow-up activities. He also reportedly expressed his happiness on the distribution of the report which reached every district and sub-district. On the same occasion, Antero Lopes, UNPol Commissioner reportedly updated the media on the positive reactions obtained from the district PNTL commanders of every district. He said that apart from common and minor accidents, there was no significant incident since the report release. Mr. Lopes added that the number of UN Police officers will reach 932 by the end of October, after which they will be deployed to every district.

On a separate occasion, Prime Minister, Dr. Ramos Horta has reportedly declared the readiness of the Government to work with the United Nations to follow up the COI report and carefully implement its recommendations. However, prior to that, Mr. Horta called for the UN to strength the justice sectors including the quality of the Courts, Court of Appeal, Prosecutor General, Judges, and Defenders.

.

Mais 20 agentes da PSP e dois militares da GNR chegaram hoje a Díli

Díli, 23 Out (Lusa) - Mais 20 agentes da PSP e dois militares da GNR chegaram hoje a Díli, elevando-se agora a 186 o número de portugueses que prestam serviço na Missão Integrada da ONU em Timor- Leste.

Em Janeiro de 2007, quando estiverem em Timor-Leste todos os 1.608 efectivos policiais previstos na resolução 1704 do Conselho de Segurança da ONU, de 25 de Agosto, os agentes da PSP e militares da GNR totalizarão 251.

Daquele total fazem parte os actuais 140 militares da GNR, que constituem o sub-agrupamento Bravo - inicialmente formado por 127 elementos -, mais 48 efectivos da mesma corporação e 63 agentes da PSP.

Os 1.608 efectivos da UNPOL, fornecidos por 20 países, são comandados pelo comissário português Antero Lopes, da PSP.

Fora da UNMIT, e para garantir a protecção da comunidade portuguesa residente no país e da representação diplomática de Portugal, encontram-se actualmente oito agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP.

No pico da crise político-militar timorense, desencadeada em Abril, Portugal chegou a manter 18 agentes dos GOE em Díli.

EL-Lusa/Fim

.

Há suspeitas da violência ter motivação politica - PM Ramos-Horta

Díli, 23 Out (Lusa) - Os recentes casos de violência em Díli, que provocaram este fim-de-semana pelo menos dois mortos e um ferido, poderão ter motivações políticas, considerou hoje o primeiro-ministro José Ramos-Horta.

O chefe do governo, que falava à Agência Lusa à partida para o Vaticano, onde será recebido esta semana em audiência pelo Papa Bento XVI, salientou que "muito brevemente poderemos desvendar este mistério".

"A polícia está a levar isto a sério e acredito que muito brevemente poderemos desvendar este mistério. Estarão pessoas deliberadamente a fomentar a instabilidade, a violência com fins políticos, ou na realidade (a violência) continua a ter apenas dimensão criminal, tratando-se de rivalidades de grupos de artes marciais", disse.

José Ramos-Horta adiantou existirem informações que apontam para que os actos de violência façam parte de uma agenda política.

"Há informações, não confirmadas, de que há elementos organizados nalguns campos (de deslocados), nalguns bairros, conluiados com certos elementos da ex-Polícia Nacional de Timor-Leste, com grupos de artes marciais, envolvidos na violência", frisou.

"Fala-se também de dinheiro que recebem. Quando há dinheiro a circular para instigar a violência, isso poderá significar já uma agenda política de alguém, de alguns sectores", declarou, sem adiantar pormenores.

"Não temos elementos. Há indícios. Há pessoas que dizem, que falam. A polícia internacional está a fazer uma investigação aturada, mas não temos ainda nada de concreto", reconheceu.

Segundo fonte hospitalar contactada pela Lusa, no sábado e domingo pelo menos duas pessoas morreram e uma ficou ferida, em consequência da violência registada em vários pontos da capital timorense.

Alguns órgãos de comunicação social estrangeiros aludiram à existência de mais dois mortos, mas a Missão Integrada da ONU em Timor- Leste (UNMIT) e o Hospital Nacional não confirmaram à Lusa a existência de mais vítimas mortais.

Durante a estada no Vaticano, o chefe do governo timorense vai ainda reunir-se com o secretário de Estado do Vaticano, com quem debaterá o início do processo de discussão da Concordata.

"Trata-se da primeira visita oficial de um primeiro-ministro de Timor-Leste ao Vaticano", destacou.

O regresso a Díli está marcado para o próximo dia 30.

EL-Lusa/Fim

.

Gang fighting in East Timor leaves 2 dead, 4 injured

The Associated Press

Published: October 23, 2006


DILI, East Timor Two men were stabbed to death after evening prayers in East Timor, a hospital director said Monday, in the latest violence to disrupt the tiny nation since foreign peacekeepers arrived in May.

Four other people were injured in the fighting Sunday night between rival gangs in the capital, Dili, Antonio Caleres, director of the Dili National Hospital, told The Associated Press.

Stone throwing between two groups of youths spread to the Aimutin Catholic Church, where windows were smashed before the unidentified men were stabbed, witnesses said. Both were killed within blocks of the church.

East Timor, a former Portuguese colony occupied by Indonesia until 1999, plunged into crisis in April after nearly 600 soldiers were dismissed for going on strike to protest alleged discrimination.

Violence spilled into gang warfare, looting and arson that left at least 33 people dead and sent 150,000 fleeing from their homes.

Calm largely returned with the arrival of international troops and the installation of a new government, but isolated incidents still occur.

DILI, East Timor Two men were stabbed to death after evening prayers in East Timor, a hospital director said Monday, in the latest violence to disrupt the tiny nation since foreign peacekeepers arrived in May.

Four other people were injured in the fighting Sunday night between rival gangs in the capital, Dili, Antonio Caleres, director of the Dili National Hospital, told The Associated Press.

Stone throwing between two groups of youths spread to the Aimutin Catholic Church, where windows were smashed before the unidentified men were stabbed, witnesses said. Both were killed within blocks of the church.

East Timor, a former Portuguese colony occupied by Indonesia until 1999, plunged into crisis in April after nearly 600 soldiers were dismissed for going on strike to protest alleged discrimination.

Violence spilled into gang warfare, looting and arson that left at least 33 people dead and sent 150,000 fleeing from their homes.

Calm largely returned with the arrival of international troops and the installation of a new government, but isolated incidents still occur.

.

East Timor's prime minister departs for Vatican for meeting with the Pope

The Associated Press
Published: October 23, 2006


DILI, East Timor East Timor's prime minister said he would ask Pope Benedict XVI to visit his tiny nation, claiming the pontiff's presence could help ease tensions following months of violence and political instability.

"I look forward to discussing many issues with him ... including ways to help the poor people in this country," Jose Ramos-Horta told reporters before leaving for the Vatican on Monday.

The Nobel Peace Prize winner said he would give the Pope a letter from President Xanana Gusmao asking him to visit their predominantly Roman Catholic country, which was plunged into crisis in May when rival security forces battled in the streets of the capital.

The violence spilled into gang warfare, looting and arson that left at least 33 people dead and sent 150,000 fleeing from their homes. Calm largely returned with the arrival of international troops and the installation of a new government, but isolated incidents still occur.

"The Pope's presence in East Timor could help ease the political crisis and instability," said Ramos-Horta, whose nonviolent campaign against Indonesian rule won him the 1996 Nobel Peace Prize.

East Timor voted for independence from its giant neighbor in a U.N.-sponsored referendum in 1999, trigging a rampage by revenge-seeking militias that left 1,500 people dead.

DILI, East Timor East Timor's prime minister said he would ask Pope Benedict XVI to visit his tiny nation, claiming the pontiff's presence could help ease tensions following months of violence and political instability.

"I look forward to discussing many issues with him ... including ways to help the poor people in this country," Jose Ramos-Horta told reporters before leaving for the Vatican on Monday.

The Nobel Peace Prize winner said he would give the Pope a letter from President Xanana Gusmao asking him to visit their predominantly Roman Catholic country, which was plunged into crisis in May when rival security forces battled in the streets of the capital.

The violence spilled into gang warfare, looting and arson that left at least 33 people dead and sent 150,000 fleeing from their homes. Calm largely returned with the arrival of international troops and the installation of a new government, but isolated incidents still occur.

"The Pope's presence in East Timor could help ease the political crisis and instability," said Ramos-Horta, whose nonviolent campaign against Indonesian rule won him the 1996 Nobel Peace Prize.

East Timor voted for independence from its giant neighbor in a U.N.-sponsored referendum in 1999, trigging a rampage by revenge-seeking militias that left 1,500 people dead.

.

Novos tumultos em Díli apaziguados por capacetes azuis

http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=10&d=23&uid=&id=103633&sid=11450


O confronto entre jovens de dois grupos seguiu-se à descoberta macabra de dois cadáveres brutalmente mutilados

Os capacetes azuis das Nações Unidas foram ontem chamados a intervir para aclamar uma escaramuça, envolvendo jovens de dois grupos étnicos rivais, junto ao mercado de Comoro, na capital de Timor-Leste.

O tumulto, que não chegou a passar de arremesso de pedras entre os dois gangs graças à entrada em cena de cerca de 100 polícias da ONU, foi causado, segundo reportava a AFP, pela descoberta, horas antes, dos corpos mutilados de dois homens na zona leste do país - os quais se suspeita terem sido mortos num checkpoint montado na área Aimutin de Díli por um grupo oriundo do oeste. Os dois cadáveres tinham sido encontrados com os braços, pernas e cabeças decepados e enfiados em sacos.

"Não podemos aceitar que os nossos amigos tenham sido mortos como animais, como cães", insurgiu-se João da Costa, de 21 anos, membro do grupo do distrito de leste que montou barricada junto ao mercado. O tumulto acalmou depois da intervenção dos capacetes azuis, tendo um dos agentes da ONU, Emir Bilget, instado os jovens a retirarem o monte de pedras e madeira com que se tinham barricado e a confiarem na polícia para resolver o caso.

Já na véspera se registara um morto em confrontos ocorridos em Díli, segundo fonte policial da ONU citada ontem pela Lusa. Estas últimas lutas seguiram-se a uma série de incidentes retaliatórios verificados no início do mês, nos quais morreram dois jovens, um deles oriundo da zona leste e outro do oeste do país.
A confirmação dos três mortos nestes últimos dois dias sugere um novo agravamento da situação de segurança em Díli, depois de as autoridades terem assinalado quase uma semana de acentuada diminuição de crimes e detenções.

.

De um leitor

O que acontecerá ao Comandante da PNTL, Paulo Martins, que esvaziou o paiol e abandonou o seu posto quando as populações de Díli estavam a viver momentos dramáticos? Quem e o verdadeiro Paulo Martins? Que papel desempenhou durante a ocupação? Quem lhe deu ordens para esvaziar o paiol? Porque e que não reforçou a polícia no dia 28 de Abril a pedido de Alkatiri na qualidade de PM da RDTL? Onde se refugiou quando desapareceu de Díli? Não foi para Aileu mas foi para um outro sitio de protecção onde estavam albergados todos os cúmplices do golpe de estado. Quem lhes deu guarida? Foram os protagonistas do golpe de estado em TL? Deixemos de iludir-nos com os resultados das investigações da Comissão de Inquérito das NU. O relatório não me satisfaz. Lê-se entre linhas que se omite de propósito acontecimentos importantes para que os protagonistas do golpe de estado não sejam descobertos. Um dos exemplos e o caso dos contentores de armas. Alegou-se que estas armas foram distribuídas aos civis. A Comissão de Inquérito das NU fez uma investigação exaustiva sobre isso? Onde estão os resultados? Porque se omite isto?
Porque tantas omissões e tantos mistérios ? Estejamos atentos e vigilantes.


.

Dos leitores

Esta triste história, transcrita em baixo, parece confirmar o refrão "Quanto mais me bates, mais gosto de ti". Com efeito, cada vez percebo menos porque insiste Ramos Horta na continuação dos australianos em Timor-Leste.

Este episódio é mais um a somar ao já longo rol de afrontas à soberania timorense e à dignidade de alguns dos seus representantes, sem esquecer algumas "lembranças" também dedicadas a portugueses. Por isso, apesar da inqualificável ignomínia, tal episódio não nos surpreende (nem outros futuros), pois já sabemos como funciona a selvajaria e o primitivismo boçal da soldadesca OZ.

Xanana Gusmão, o tal "comandante supremo das Forças Armadas", está calado.

Mick Slater (que eu alcunharia de "o cagufas") já teria sido recambiado para casa em qualquer país decente do globo terrestre. Mas TL é um país das maravilhas e aqui os Reinados recebem tapinhas nas costas, enquanto que os inocentes são vítimas de todo o tipo de coacção psicológica, desde o pobre repórter timorense que foi detido em Becora até o general TMR, passando pelos médicos cubanos que ficaram com a porta arrombada ou os oficiais da PNTL obrigados a despirem-se na rua.

No entanto, estas acções "inteligentes" só são lenha que os OZ arranjam para se queimarem ainda mais. Os timorenses não são amnésicos e registrarão cada gesto que eles fizerem, cada pestanejar de olhos.

Por isso, e por mais estranho que pareça, eu estou mais preocupado com a sorte dos australianos do que com o que aconteceu a TMR.

Henrique

***

"A Comissão da ONU recomendou que se devia fazer uma investigação à informação de que Alkatiri soube acerca da distribuição de armas?"

Lembro que Alkatiri já está a ser investigado há muito tempo, pelo que esta recomendação é absolutamente redundante.
H. Correia.

***
"Em Abril e Maio, Timor-Leste viveu um período de violência que provocou mais de três dezenas de mortos.
[...]
Terça-feira passada, uma comissão de inquérito da ONU divulgou um relatório sobre a violência ocorrida naquele período"

Pelos vistos, Eduardo Lobão não teve oportunidade de ler o referido relatório, porque continua a insistir no disparate de "mais de três dezenas de mortos".

H. Correia

.

Australianos acalmam tumultos quando corpos são encontrados sem cabeça

Tradução da Margarida.


The Australian
Outubro 23, 2006 01:00am

Soldados Australianos foram trazidos para controlar um tumulto desencadeado pela descoberta de dois corpos sem cabeças nem membros embrulhados em sacos, encontrados ontem na capital de Timor-Leste, Dili.


Jovens da parte lste do pequeno país, um dos mais pobres do mundo, estavam indignados quando os corpos dos dois homens que se acredita serem dos distritos do leste Baucau e Los Palos foram encontrados com os braços, pernas e cabeças cortados.

As tropas Australianas abortaram uma tentativa para deter um dos manifestantes depois de furiosos protestos de jovens gritando: "Austrália vai-te embora, Australianos não são bons, não são neutros."

O gang do leste acredita que os dois homens assassinados foram mortos depois de se terem aproximado de um checkpoint montado por Timorenses do oeste na área Aimutin de Dili.

Os tumultos entre os dois gangs de atiradores de pedras no mercado de Comoro em Dili foi reprimido pela chegada de cerca de 100 polícias estrangeiros e por tropas Australianas, que não fizeram prisões.

A violência é uma lembrança do caos que apanhou Timor-Leste depois de uma manifestação de protesto em Dili em 28 de Abril para apoiar 600 soldados despedidos se ter transformado em violência de turbas que deixou cinco mortos e mais de 20,000 pessoas deslocadas.

Violência étnica por gangs confinada à capital Dili continuou e o número de mortos subiu a mais de 25 pela altura em que tropas lideradas pelos Australianos chegaram no fim de Maio para restaurarem a lei e a ordem.

"Simplesmente não podemos aceitar que os nossos amigos sejam mortos como animais, como cães," disse João da Costa, 21 anos, um membro do grupo do leste que montou o seu próprio checkpoint perto do mercado.

Um oficial da polícia da ONU, Emir Bilget, falando através de um intérprete, pediu aos jovens para desmantelarem a barricada de pedras e paus e que confiasse na polícia para investigar.

"Espero que acalmem," disse. "A polícia já sabe quem matou os vossos amigos e agora procuramos testemunhos de vocês para que os perpetradores possam ser levados a tribunal."

As tropas Australianas e a polícia da ONU da Nova Zelândia e da Malásia foram destacados para Timor-Leste em Maio mas têm estado a lutar para conter esporádicas erupções de violência.

Um inquérito da ONU às causas da violência mortal em Timor-Leste em Abril e Maio acusou o Presidente Xanana Gusmão de inflamar tensões no território rasgado por conflitos, e recomendou que o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri enfrente investigação criminal sobre alegadas ofensas por armas.

O relatório também implicou os antigos ministros do interior e da defesa e os comandantes da polícia e das forças armadas sobre a distribuição ilegal de armas e de armação de civis.

O líder amotinado treinado pelos Australianos Major Alfredo Reinado mantém-se ao largo depois de fugir da prisão de Becora em Dili, com outros 56 presos em 30 de Agosto.

O relatório disse que muita da violência podia ser atribuída à fraqueza do domínio da lei no país. A comissão disse que o governo de Alkatiri falhou nos procedimentos legais ao chamar as forças armadas para lidar com os tumultos causados por grupos de desertores zangados por divisões étnicas.

.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.