segunda-feira, dezembro 11, 2006

U.N. interpreter dies of stab wounds in East Timor's capital

Herald Tribune


The Associated Press
Monday, December 11, 2006
DILI, East Timor

A U.N. staff member in East Timor died of stab wounds Monday in the violence-wracked capital after being attacked outside the prime's office minister a day earlier, officials said.

Antonio Fernandes, 23, was an interpreter for the U.N. police force in Dili and was off duty Sunday night when the incident took place, said Edio Gueterres of the U.N.'s political affairs office.

Fernandes, the nephew of East Timor's deputy house speaker, was repeatedly stabbed in the back and stomach, and died in a hospital, said hospital supervisor Zony Santos. Emergency surgery failed to stop the internal bleeding, Santos said.

It was unclear if the stabbing was politically motivated or related to gang violence which has killed at least a dozen people and injured 75 in recent weeks.

Police detained several suspects shortly after the stabbing, Gueterres said.

East Timor, a former Portuguese colony, voted to break away from occupier Indonesia in 1999, a vote which prompted the massacres of around 1,500 people by Indonesian troops and anti-independence militias.

It was plunged into crisis again early this year when then-Prime Minister Mari Alkatiri fired a third of the armed forces.

The dismissal sparked gun battles between police and army factions that later spilled into gang warfare, looting and arson, and led to Alkatiri's resignation in June. At least 37 people were killed and 155,000 were driven from their homes.

Calm largely returned with the arrival of more than 2,500 foreign peacekeepers and the installation of a new government.
.

De um leitor

Comentário sobre a sua postagem "PM Ramos-Horta critica falta de empenhamento da UNPOL nos incidente":

1.As criticas de Ramos Horta à UNPOL são no mínimo caricatas. Em primeiro lugar porque o responsável primeiro pela solução encontrada de entrega dos poderes de soberania relativos à polícia, às Naços Unidas é Ramos Horta. Em segundo lugar porque ele é que aceitou ser primeiro ministro de um governo que não tutela a polícia! De um Governo que não manda na polícia e portanto é incapaz de assegurar a ordem pública.

Em terceiro lugar porque com as declarações que proferiu expondo a sua impotência só fragiliza mais a sua situação como primeiro ministro e a do Governo perante os arruaceiros.
Em quarto lugar porque não é sério dizer que a culpa da desordem é de terceiros que não os próprios Timorenses.´

O problema policial é de facto um problema central na encruzilhada em que Timor Leste se encontra Porque se a UNTAET criou e treinou a polícia timorense e o resultado foi, como se viu em Junho, muito mau, porque havemos nós população civil de acreditar que desta vez o processo de reestruturação da polícia pelas Nações Unidas vai correr melhor? O que é preciso é simples: é criar um comando da polícia timorense que tenha autoridade para com os agentes policiais e que seja obediente ao poder político. Não vejo que seja a amálgama de nacionalidades dos polícias das Naços Unidas que consigam fazer isso. Se não forem os timorenses o problema não se resolve...É preciso nacionalizar a polícia!

Mas claro que isso tem de ficar para depois das eleições.

2. A cerimónia com os liurais foi, desculpem-me a franqueza, uma palhaçada. Não por causa dos liuruais, que estão de boa fé, mas a ser instrumentalizados pelos titulares dos órgãos de soberania.Xanana, Ramos Horta e Lu-Olo têm de facto uma coisa em comum com os liurais: mandam pouco, e quase nada em Timor Leste. É esse o problema do país aliás: falta de autoridade do Estado e de liderança.

E o folclore não nos descansa. Só aumenta as preocupações com o futuro...

3. Alguém acredita no abraço entre Xanana e Alkatiri? O Presidente escreveu quatro artigos (4!) dizendo cobras e lagartos do Comité Central da Fretilin, e agora abraça dois dos seus mais ilustres membros: Lu-Olo e Mari. Timor-Leste esteve ocupado 24 anos por Javaneses. Sabemos todos bem o que significa o abraço do javanês!

Pena é que os timorenses não se tenham libertado e livrado desse pesadelo indonésio, e não consigam com franqueza e lealdade, e sem cinismos entender-se (e não são precisos abraços onde eles não fazem falta)para resolver os problemas da nação.

4. O Presidente da República queria, ao que se sabe, que umas propostas suas fossem consagradas nas leis eleitorais agora em dabate no parlamento. É triste ver que passaram mais de quatro anos desde que o Presidente da República foi eleito e ele ainda não percebeu que de acordo com a Constituição, o Presidente da Repúlica não tem iniciativa legislativa. Os poderes do Presente no processo legislativo são de veto: político ou por razões de inconstitucionalidade/ilegalidade. Tanto assessor contratado e não houve nenhum que fosse capaz de explicar isso ao Presidente? As sugestões, Xanana tem de as entregar aos seus amigos do PD e submeta-las a votação no parlamento nacional. é assim de acordo com a Constituição de o PR jurou cumprir e fazer cumprir.É claro que sabemos que para o Presidente a Constituição vale o que vale (ou seja vale pouco ou nada)mas em termos de processo legislativo se não se segue a Constituição Timorense vai seguir-se que código o Australianao ou o Indonésio?!
.

UNMIT Daily Media Review - Saturday 09 + Monday 11 December 2006

National Media Reports
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste

Ceremony To Mark Declaration of Peace

Timor-Leste leaders have pledged to maintain unity in the country, in a ceremony held on Sunday to commemorate the 10th anniversary of the Nobel Peace Prize awarded to the present Prime Minister José Ramos-Horta and Bishop Belo in 1996. The event, part of the government’s ‘simu malu’ program was also attended by the former Prime Minister, Mari Alkatiri. According to STL, the hand shake between Alkatiri and President Gusmão was a gesture to end 7 months of hostility between them and a possibility to end the conflict which has affected the population. Following the ceremony, Alkatiri told the media he believes peace could prevail through the traditional path and that there would be great changes to the current situation as of Sunday. On behalf of the State, President Gusmão asked the population for forgiveness. He said the State has promised to make efforts to work together in the interest of the people. In addition to the Heads of the four sovereign States and former Prime Minister Alkatiri, the first President of RDTL, Francisco Xavier do Amaral, participated in the ceremony, which was witnessed by members of the Diplomatic Corps and other guests. (TP, DN, STL)

Government Plans To Support Assistance To IDPS

Prime Minister Ramos-Horta has said that the government, through the Council of Ministers, would draw up a plan to provide material and financial assistance to IDPs who have lost their homes. The financial assistance will help in buying items required for their homes. Ramos-Horta said IDPs who have lost their homes could temporarily go to the centre identified by the government until their house is rehabilitated. Minister of Labour and Community Reinsertion, Arsenio Bano, said the government has also prepared emergency centres for the evacuation of IDPs, if the camps where they are currently staying is damaged or flooded. Bano said the centres are the former Chinese Consulate, in front of the marina area, GMT, Merkado Lama, Dili textile and Heral Politeknik. The camps identified as prone to flooding and damage during the rainy season include the one opposite Obrigado Barracks, Jardim (in front of seaport), the airport and National Hospital camps. Deputy Public Works Minister, Raul Mosaco, said as of today, 50 Norwegians are working on temporary homes behind F-FDTL Headquarters in Taci Tolu. Other temporary homes would be in former Brimob compound, Unital, Carantina and Tibar. (TP)

UNPOL Were Not Notified About Protection

Speaking during a press conference last Thursday, Interim Police Commissioner Antero Lopez said UNPOL had not been notified to provide protection to Labadai, the eyewitness to the Rogerio Lobato’s case. Lopez said they have been providing protection to other eyewitnesses, noting that when Labadai went to Prosecutor’s Office he had protection. But what is not clear, the Acting Police Commissioner said is why Labadai did not just walk to the building, since in his point of view the whole place had been secured. On the rumours that Labadai had been shot, Antero Lopez said police were awaiting confirmation. (TP, STL)
.

Arrows fly in Dili football fight

Agence France-Presse - December 09, 2006 11:49am
From correspondents in Dili

PORTUGUESE police fired rubber bullets to disperse rival football fans who were shooting arrows at each other during a match in the East Timor capital today.

"We were fighting when the police came, closed the main gate then started shooting into the air," a witness from Dili's Bidau district who declined to give his name said.

"Some of them were shooting towards us. My friend's brother got hit by a rubber bullet, I saw dozens injured," he said.

There were no reports of casualties taken to the hospital.

Portuguese paramilitary GNR police arrived at the football ground where fighting broke after rival supporters started throwing stones and shooting arrows at each other.

"We won the game, but the Virgo-kuluhan (rival team) were not happy and started to attack us," another witness said.

"Then the stone fight began and the two sides start shooting arrows and fought with blades," he said.

The police left after the fighting crowd dispersed.

UN police have arrested 26 people this week on suspicion of involvement in deadly clashes between martial arts gangs that have left two people dead and six badly wounded.

International peacekeepers and UN police were deployed to restore order after the tiny nation was rocked by violence which left 37 dead earlier this year.
.

UN SECURITY UPDATE 0800 hrs 09 December 2006 Timor-Leste (Phase II)

General Observations/Summary:

In the past 24 hours there were eighteen incidents in Dili and none reported from the regions to SOC.

0832 hrs in Motael IVO Sacred Heart HQ (Zone-3, North Central Dili) UNPol NOC reported that a member of the Marital Art Group was seen carrying a Machete. UNPol attended the area.

0910 hrs in Bebonuk area (Zone-8, North West Dili) an international NGO staff from Ministry of Agriculture reported that locals were fighting. UNPol NOC was informed and Police attended the area.

1013 hrs in Bebonuk area (Zone-8, North West Dili) UNPol NOC reported that a hand gun was found in that area. Police investigating.

1121 hrs in Markado Lama (Zone-4, South Central Dili) a UNICEF national staff member reported that when their team was in the area assessing for a possible future IDP compound about 10-15 locals protested. UNPol attended the area.

1235 in Comoro IVO Police academy (Zone-10, North West Dili) an International Security officer reported that locals were fighting. UNPol attended the area.

1655 hrs in Bebonuk area (Zone-8, North West Dili) it was reported on UNPol channel that two group of locals were fighting. UNPOL Patrol attended the scene.

1709 hrs in Pentai Kelapa IVO Pertamina fuel station (Zone-7, North West Dili) it was reported on UNPol channel that locals were fighting.UNpol Patrol attended the scene.

1725 hrs in Colmera IVO Colmera Plaza (Zone-3, North Central Dili) it was reported on UNPol channel that locals were fighting.UNpol Patrol attended the scene.

1745 hrs in Bebonuk (Zone-8, North West Dili) it was reported on UNPol channel that a hand grenade exploded in that area. International forces attended the scene.

1800 hrs in Beto Timur IVO Indonesian Museum (Zone-10, North West Dili) it was reported on UNPol channel that locals were fighting.UNpol Patrol attended the scene.

2020 hrs, in Fomento (Zone 3, North Central Dili) Dili Police Station informed that the Guards of the contractor company at WFP Ware house have abandon the site because of unconfirmed threat to burn the Ware house. Police was on the scene. The Seprosetil security contractor was informed who restored the guards back with additional support.

2025 hrs, in Colmera IVO Timor Hotel ( Zone- 3, North Central Dili) an international UN staff member reported of traffic accident when driving his car local plate # 14663 with another local car. UNPOL were on the spot. a passenger none UN staff was slightly injured.

2045 hrs, in Balide IVO High school # 2 (Zone -4 , South Central Dili) a national UN staff member reported of domestic fighting where the husband assaulted his wife. The wife was injured and was taken to Dili Hospital. NOC DO informed.

2130 hrs, in Caicoli IVO Dili Watch House ( Zone -4 , South Central Dili) UNPOL officer reported that UN vehicle #210 was broken on the road . UN Duty mechanic was informed , the car was repaired and back on service.

2220 hrs, in Bidau Lecidere. ( Zone- 1, North East Dili) UNpol reported that explosion heard. Patrol dispatched to the area,but nothing found.

2255 hrs, late report in Balide ( Zone -4 , South Central Dili) an international UN staff member reported that at about 1830 hrs, while driving his car with local licence number about 5 young Timorese were on the main road throwing rocks with Sling Shots and threaten to block the road. There was no injury or damage to property. UNpol DO informed.

0005 hrs, in Bairo don Grilhos , IVO National Parliament (Zone – 1 North East Dili) UNpol reported of traffic accident between local car and a Motor Cycle. The driver of the motor cycle had light bruises. Police attended the scene.

0145 hrs, in Balide UNHCR compound ( Zone- 4, South Central Dili) a national security officer on duty reported an electrical short circuit where an electrical cable had a contact with a tree . Fire Brigade were contacted and they responded immediately. NOC UNpol informed. No damage to property or injury reported.


Regions:
NSTR

Others:
Phase Two is in effect. You should maintain a high level of personal security awareness and avoid any minor disputes or other incidents that may occur as they have the potential to escalate. Banging of poles, shops shutting quickly and the sudden disappearance of street vendors can be indications that trouble is imminent. In some areas makeshift barricades
have been used to block access, you should avoid these areas. The SOP is to turn around at the roadblocks, find an alternative route and report it to NOC and SOC.

Avoid demonstrations, street rallies, and public gatherings. Such events could become catalysts for violence and civil disorder. Demonstrations can occur at or near symbols and institutions of the Government of East Timor, including the Palacio do Governo (Government Buildings), the Courts, the Presidential Palace and the National Parliament. Avoid unnecessary travel at night.

Some gangs in Dili have attacked cars with stones and potentially lethal darts fired from slingshots. This occurs particularly in the early evening and at night. Avoid the Comoro market and Beach Road market after hours. Vehicle windows are to be up at all times and doors locked, staff are advised to refuel in daylight hours.

Districts - violent disturbances have also occurred in the districts.

Avoid large groups of people and be aware that unauthorized road blocks may also be experienced in the Districts.

Closely monitor your radio, monitor media and other local sources for information about security risks. Seek advice from the SOC. UN Staff are reminded to report any security incident/information to SOC immediately.

New Staff are advised that they are required to attend the Security Briefing on Tuesday or Thursday afternoon at 1430 hrs in the SOC briefing Room.

Travel off main roads should be avoided. Report all incidents to SOC via radio or telephone. SOC is "Sierra Base" on Ch 11, 13, 37, 38, and tel #5454 / 723-0635. The use of MOPs is mandatory for all staff.

VHF handset and cell-phone should be carried at all times with batteries charged and emergency contact numbers loaded. UN ID cards must also be carried.

ENDS.

.

Notícias - traduzidas pela Margarida

Líderes políticos de Timor-Leste prometem trabalhar para a paz
AFP – Domingo, Dezembro 10, 1:23 AM ET

DILI – Os líderes políticos de Timor-Leste atormentado pelo desassossego prometeram trabalhar juntos para o retorno da paz e da ordem na jovem nação.

Numa cerimónia tradicional em frente do palácio do governo à beira-mar, o Presidente Xanana Gusmão, o Primeiro-Ministro José Ramos Horta, o Presidente do Parlamento Nacional Francisco "Lu Olo" Guterres e membros do gabinete juntaram-se a líderes tribais de 13 distritos do país.

"Nós representantes dos órgãos de soberania do Estado, líderes políticos e anciãos, juramos solenemente trabalhar juntos e abrir os nossos corações à paz e à ordem," disseram os líderes repetindo uma promessa lida alto na língua local Tétum por um chefe tribal vestido em roupas nativas coloridas.

Presente esteve também o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri e o antigo presidente Francisco Xavier Amaral.

Os líderes acrescentaram que trabalharão pela paz, amor e compreensão para as próximas gerações "não falarem mal uns dos outros de modo a podermos apoiar e a cuidar do nosso povo em paz e estabilidade."

Disseram que os espíritos dos heróis mortos actuarão como testemunhas, e que serão amaldiçoados se voltarem atrás nas suas palavras.

Falando depois de participar na promessa, Gusmão disse que o desassossego no país foi um "erro colectivo " do governo.

"Porque nos distanciámos mutuamente uns dos outros, nos recusamos a ouvir uns aos outros, deixamos as pessoas a sofrer durante a crise," disse Gusmão.

Como parte da cerimónia, que foi atendida por cerca de 500 pessoas, os líderes tribais aspergiram um grande mastro de bandeira em frente do gabinete com uma mistura de água de coco e de sangue tirado de um golpe feito numa orelha de um porco.

Ramos-Horta disse que a cerimónia, guardada da perto por membros da UNpol, era para marcar o 10º aniversário da entrega do prémio Nobel da Paz ao então Bispo de Dili Carlos Belo e a ele próprio, então ministro do estrangeiro do movimento de resistência.

A pequena nação, que alcançou a independência em 2002, foi atingida em Abril e Maio por confrontos entre facções das forças de segurança que degeneraram rapidamente em violência de rua envolvendo gangs juvenis.

Pelo menos morreram 37 pessoas no derramamento de sangue, que levou ao destacamento de 3,200 tropas lideradas pelos Australianos para restaurar a calma.

***

Ruddock: Improvável que a informação classificada sobre Balibo seja libertada
ABC - Domingo, Dezembro 10, 2006. 7:08am (AEDT)

O Procurador-Geral federal Philip Ruddock indicou que é improvável que seja libertado qualquer material classificado para um inquérito judicial sobre a morte de cinco jornalistas Australianos em Timor-Leste em 1975.

Um jornal de Sydney publicou ontem um extracto do que diz ser um relatório dos serviços de informações sugerindo que os homens foram executados por ordem de generais Indonésios.

Em Fevereiro, em Sydney começa um inquérito de investigação à morte dos homens em Balibo e o investigador pediu à Comunidade para libertar informações secretas.

O Sr Ruddock diz que será disponibilizado ao investigador material relevante, mas não sabe se há informação dos serviços de informações.

Diz que este tipo de informação normalmente não é tornado público.

"A informação dos serviços de informações não está no domínio público, vulgarmente não estará no domínio público," disse. "A questão de sim ou não, se está disponível, como seria dada ao investigador depende realmente das circunstâncias."

O Sr Ruddock diz que tem esperança que o inquérito judicial à morte dos cinco traga luz ao que aconteceu.

Diz que o inquérito judicial testará a evidência disponível.

"Isto aconteceu em 1975 pouco antes da invasão de Timor-Leste e temos esperança que o inquérito judicial possa trazer luz adequada no que pode ou não ter acontecido," disse. "Obviamente isto tem importância para as famílias."

***

ABC News Online
Última actualização: Sábado, Dezembro 9, 2006. 10:22am (AEDT)

Os cinco de Balibo: Shirley Shackleton acredita que houve um encobrimento por políticos Australianos. (Reuters)

Esposa quer a verdade sobre o assassinato dos cinco em Balibo

A mulher de um jornalista Australiano que foi morto em Timor-Leste há 31 anos atrás diz que não está surpreendida em ler relatos hoje que dizem que o seu marido e quatro outros foram capturados e executados por ordem de generais Indonésios.

Relatos de jornais sugerem que a nova informação vem de dois advogados do governo Australiano e que tinha sido suprimida noutros inquéritos.

É esperado que o testemunho deles seja apresentado num inquérito de investigação judicial em Sydney, que começa em Fevereiro.

Shirley Shackleton diz que acredita que tem havido um encobrimento por políticos Australianos e que tem esperança que a verdade do que aconteceu aos chamados cinco de Balibo seja agora finalmente revelada.

"Tenho estado a tremer de fúria desde há um quarto de hora," disse.

"Estou demasiadamente zangada por pensar que o nosso sofrimento foi tornado pior pelos nossos próprios”.

"Não tinha muitas esperanças pelos militares Indonésios, são bandidos e assassinos, mas pelos nossos próprios chamados políticos maravilhosos."

A Srª Shackleton diz que não está surpreendida por saber que há evidência que contradiz relatos oficiais que os cinco foram apanhados por fogo cruzado.

"Soubemos sempre que era um pacote de mentiras, era realmente bastante óbvio desde o primeiro dia que eles tinham sido assassinados e que não foram mortos em fogo cruzado," disse.

"Houve muitas testemunhas oculares que têm tentado dar evidência e sucessivos governos Australianos recusaram receber a evidência deles."

.

Morreu hoje timorense ferido nos incidentes de domingo

Díli, 11 Dez (Lusa) - O timorense que ficou ferido domingo à noite, nos incidentes registados junto ao Palácio do Governo, morreu hoje, disse à Lusa fonte policial.

O falecido, António Martins, trabalhava como intérprete junto dos agentes policiais da ONU (UNPOL), acrescentou a fonte.

Entretanto, a porta-voz da UNPOL, comissária Mónica Rodrigues, confirmou à Lusa que nunca faltou policiamento em Díli, designadamente junto ao Palácio do Governo, onde ocorreram na noite de domingo os incidentes mais graves, durante um concerto musical integrado nas cerimónias pela paz, realizadas horas antes.

"Uma patrulha dirigiu-se para o Palácio do Governo, para localizar a origem dos incidentes e pediu reforços, face a informações de novos incidentes junto ao campo de deslocados situado frente ao Porto de Díli", e junto ao Hotel Timor, no centro da capital.

Um dos grupos de jovens envolvido nos incidentes junto ao Palácio do Governo, onde António Martins foi esfaqueado pelas costas, dirigiu-se depois em direcção ao Hotel Timor, onde foram partidos vários vidros, incluindo um da porta principal, num apedrejamento.

Pelo caminho, e junto ao Hotel Timor, número indeterminado de viaturas foram igualmente atacadas à pedrada, provocando somente estragos materiais.

Em declarações à Lusa, o primeiro-ministro timorense José Ramos-Horta acusou a UNPOL de falta de empenhamento na prevenção dos incidentes, questionando a alegada falta de efectivos junto ao local do concerto.

"É inaceitável a falta de policiamento. Em qualquer país em que se realizam manifestações culturais, como a de domingo à noite, têm polícia e a UNPOL não fez nada para prevenir distúrbios", disse Ramos-Horta à Lusa.

Os incidentes de domingo à noite ocorreram horas depois de dirigentes políticos se terem comprometido, perante líderes tradicionais e o povo, a não recorrer à violência para resolver as suas disputas.

Segundo a comissária Mónica Rodrigues, no momento do apedrejamento ao Hotel Timor, à hora do jantar, "ouviu-se um tiro do exterior e entre os agentes da PSP (integrados no contingente da UNPOL) um efectuou dois disparos de segurança para o ar, evitando mais conflitos e estabilizando a situação, colocando em fuga os autores dos apedrejamentos".

A porta-voz da UNPOL vincou que "havia policiamento em toda a cidade. Por isso a resposta foi muito rápida".

A Lusa solicitou um comentário sobre os incidentes ao Presidente Xanana Gusmão, que hoje deixou Díli para visita de trabalho à Austrália e Indonésia, sobretudo depois de terem ocorrido horas depois da cerimónia de paz realizada também defronte do Palácio do Governo.

"O processo de paz vai influenciar toda a sociedade, mas leva tempo", reconheceu.

Questionado sobre como se sentiu ao saber dos incidentes, Xanana Gusmão manifestou-se "desapontado".

"Desapontado. Há grupos absurdos. É preciso limar todas as arestas que ainda aparecem", disse.

Ao final da tarde de domingo, uma patrulha da GNR deteve um grupo de sete jovens na posse de um engenho explosivo artesanal, dezenas de munições, todas do mesmo calibre, e vários tipos de armas brancas, como facas, espadas e "rama-amb om" (setas).

A operação foi conduzida no bairro de Taibessi, instantes depois de o grupo se ter envolvido em confrontos com outro grupo rival de artes marciais, acrescentou a mesma fonte.

Esta foi a primeira detenção depois das duas cerimónias tradicionais patro cinadas pela Presidência da República e Governo, para fazer a paz, realizadas na passada sexta-feira e domingo de manhã, em Díli.

A violência que se tem registado nas últimas semanas, e que desde Abril já provocou o total de mais de 60 mortos, tem oposto grupos rivais de artes marciais, fundamentalmente elementos das organizações "Sete Sete" e do PSHT.

EL-Lusa/Fim
.

PM Ramos-Horta critica falta de empenhamento da UNPOL nos incidente

Díli, 11 Dez (Lusa) - O primeiro-ministro timorense acusou hoje a políc ia das Nações Unidas de falta de empenhamento na prevenção de incidentes como os que ocorreram em Díli domingo à noite, quando grupos de jovens apedrejaram viaturas e o principal hotel do país.

"É inaceitável a falta de policiamento. Em qualquer país em que se real izam manifestações culturais como a de domingo à noite têm polícia e a UNPOL (po lícia da ONU) não fez nada para prevenir distúrbios", disse Ramos-Horta à Lusa.

Os incidentes de domingo à noite ocorreram quando decorria um concerto musical integrado numa cerimónia tradicional, realizada horas antes, em que diri gentes políticos se comprometeram, perante os líderes tradicionais e o povo, a n ão recorrer à violência para resolver as suas disputas.

Os incidentes foram protagonizados por grupos de jovens, que estenderam os confrontos a vários pontos da cidade, de que resultaram danos materiais, des ignadamente na porta da principal unidade hoteleira da capital, e pelo menos um ferido, esfaqueado por desconhecidos, disse fonte policial à Lusa.

Os confrontos, opondo alegadamente membros de grupos de artes marciais rivais, iniciaram-se defronte do Palácio do Governo, onde decorria um concerto i ntegrado nas cerimónias em prol da paz.

Um dos grupos de jovens agrediu alguns dos espectadores, destruiu algum as cadeiras no recinto e apedrejou carros que passavam.

Em seguida, o mesmo grupo dirigiu-se para o Hotel Timor, tendo arremess ado pedras que estilhaçaram a porta de entrada do hotel e obrigaram à intervençã o de agentes da PSP, que integram a força da ONU, efectuando disparos para o ar, em resposta a um disparo vindo do exterior, também segundo fonte policial conta ctada pela Lusa.

Nas proximidades do hotel Timor situa-se um dos vários campos que acolh e deslocados timorenses.

"Acho inaceitável a falta de policiamento. Domingo passei duas vezes pe lo local do concerto e não vi nenhum polícia na zona. Os organizadores telefonar am para a UNPOL e apareceram três polícias, que depois se foram embora. E quando abandonaram o local, começaram os incidentes, da responsabilidade de jovens que nada tinham a ver com a assistência do concerto, agredindo alguns espectadores e partindo algumas cadeiras", afirmou Ramos-Horta.

Horas antes dos incidentes, uma patrulha da GNR deteve um grupo de sete jovens na posse de um engenho explosivo artesanal, dezenas de munições, todas d o mesmo calibre, e vários tipos de armas brancas, como facas, espadas e "rama-am bom" (setas).

A operação foi conduzida no bairro de Taibessi, instantes depois de o g rupo se ter envolvido em confrontos com outro grupo rival de artes marciais, acr escentou a mesma fonte.

Esta foi a primeira detenção depois das duas cerimónias tradicionais pa trocinadas pela Presidência da República e Governo, para fazer a paz, realizadas na passada sexta-feira e domingo de manhã, em Díli.

A violência que se tem registado nas últimas semanas, e que desde Abril já provocou o total de mais de 60 mortos, tem oposto grupos rivais de artes mar ciais, fundamentalmente elementos das organizações "Sete Sete" e do PSHT.

EL-Lusa/Fim
.


Até que enfim...

Cerimónia de reconciliação em Timor-Leste

Público - 11 de Dezembro de 2006

O décimo aniversário da entrega do Prémio Nobel da Paz ao actual primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, e ao então bispo de Díli, Carlos Filipe Ximenes Belo, foi pretexto ontem para uma cerimónia em que os principais dirigentes do país prometeram trabalhar em conjunto pela reconciliação nacional.

Com base numa tradição de séculos, o Presidente Xanana Gusmão, o chefe do Parlamento, Francisco Guterres, “Lu Olo”, Ramos-Horta e o secretário-geral do partido maioritário, Fretilin, Mari Alkatiri, reuniram-se numa residência especialmente construída para o acontecimento e prometeram que a ordem deverá regressar à conturbada nação.

O abraço trocado na ocasião entre Gusmão e Alkatiri, que nos últimos nove meses se envolveram em grandes polémicas, que passaram pelo afastamento do segundo da chefia do Governo, foi o ponto alto da cerimónia efectuada nas proximidades do Palácio das Cinzas, sede do poder, à beira-mar.

Os chefes tradicionais dos 13 distritos do país juntaram-se às mais altas figuras do Estado na “promesssa solene de abrir os corações à paz e à ordem”. Presentes estiveram ainda Francisco Xavier do Amaral, que em 1975 fora escolhido pela Fretilin para Presidente da primeira, e efémera, República de Timor-Leste, a seguir invadida pela Indonésia.

Todos os participantes na jornada estabeleceram o compromisso de trabalhar “para a paz, amor e sabedoria das próximas gerações”, dizendo que os espíritos dos heróis mortos irão servir de testemunha a este grande acto de reconciliação nacional.

Entretanto, uma patrulha da GNR detinha ao fim da tarde um grupo de sete jovens que tinham em seu poder um engenho explosivo artesanal.
.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.