segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Ex-PM lauds his exit as a 'public service'

The Japan Times
Sunday, Feb. 25, 2007

A TOP MAN TALKS

By JEFF KINGSTON
Special to The Japan Times

The ousted prime minister welcomed me to his spacious compound where I met his son and daughter, both home from studying overseas, and his muddy, wriggling puppies that quickly Pollacked my best chinos.

Former Prime Minister Mari Alkatiri

The media image of Mari Alkatiri is of an unsmiling, severe and aloof man; this is far better than what most ordinary people say about him. In person, he is urbane, articulate and informal. He disarmingly opened our conversation by saying that I must have heard rumors about corruption, squirrelly oil deals, arming hit squads and the like. But it was not the time for a confession.

Alkatiri views his June 2006 resignation as a public service of sorts, saying his restraint in face of an "unconstitutional coup aimed at destroying Fretelin [the Revolutionary Front for an Independent East Timor] and me" averted further violence. He spoke of an Australian- orchestrated media conspiracy to discredit him and spread false allegations. He suggests that his forceful negotiating position over the division of energy revenues with Australia may have soured Canberra toward him.

Alkatiri blames the Catholic Church for fomenting protests against him, in part because he is a Muslim of Yemeni origins. He says the Church was angry about his 2005 decision to end the obligatory teaching of religion at state schools.

According to Alkatiri, his opponents are not strong enough to defeat Fretelin at the polls, so they are manipulating the Church, veterans' groups and foreign pressure while stirring up violence on the streets. He denies all the allegations against him, but blames himself for "not smiling more" -- and not more effectively countering the "disinformation."

By leaving office he feels he exposed the conspiracy and gained public sympathy. He says, "If I decided to act I would have prevailed, but it would have meant more bloodshed and everyone would have blamed me. I resigned so everyone can see for themselves who's who and what's what."

Regarding his public feud with the charismatic and popular President Xanana Gusmao, Alkatiri says that he has refrained from responding to the president's numerous attacks against Fretelin and himself, because he did not want to spark further violence.

He wonders, however, if Gusmao still thinks he made the right choice in forcing him from power by threatening to resign. In his view, the crisis has ended in defeat for the president, whose reputation has suffered. While admitting he may not have handled the military crisis well, Alkatiri points out that in any country mutineers are dealt with harshly. He says, "Xanana always favors tolerance and negotiations, but such an approach has limits."

In reflecting on the events of 2006, he spoke of "the collective failures of the leadership," and said that the "artificial crisis of east and west" has set the country back several years in developing democratic institutions, human rights and the rule of law.

Early in February, Alkatiri was cleared of allegations that he was involved in a transfer of weapons to a hit squad. Prior to that, when I asked him about his legal problems, he said, "I am fully aware I will win." Echoing the consensus view, he observed without irony, "The justice system is the weakest part of our government institutions."

In his view, the greatest threat to human rights is poverty, and addressing that should be the government's priority. The influx of energy-export revenues, and the creation of a Timor Sea Fund to earmark money for future generations, makes him optimistic about prospects in East Timor.

Regarding Japan, Alkatiri expressed thanks for their generous assistance but said, "They are not easy to work with. They have their own ideas and program and it is difficult to negotiate with them. They have been very supportive of infrastructure, power and health projects, but these are always expensive."

Looking forward, he said, "Xanana and I have to work together to create the conditions for peaceful elections. Both need to recognize our mistakes. I have kept a low profile and have not been critical of Xanana because I want to calm things down and have asked Fretelin for tolerance."

Confessing that it would be hard to resist pressures from within his party, Fretelin, to run for re-election, he signaled his readiness, "For my own dignity and vindication."

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Ex-PM enaltece a sua saída como um 'serviço público'
The Japan Times
Domingo, Fevereiro. 25, 2007

UM HOMEM DO TOPO FALA

Por JEFF KINGSTON
Especial para o The Japan Times

O primeiro-ministro removido recebeu-me no sem amplo complexo onde conheci o seu filho e filha, embos em casa dos seus estudos no estrangeiro e os seus enlameados, esquivos cachorros que rapidamente sujaram o meu melhor algodão.

Antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri

A imagem nos media de Mari Alkatiri é de um homem não sorridente, severo e distante; isto é bem melhor do que a maioria das pessoas comuns dizem dele. Em pessoa ele é educado, articulado e informal. De modo tranquilizador abriu a nossa conversa dizendo que devo ter ouvido rumores acerca da corrupção, escorregadiços negócios de petróleo, armação de esquadrões de ataque e outras semelhantes. Mas que não era altura de uma confissão.

Alkatiri vê a sua resignação em Junho de 2006 como um tipo de serviço público, dizendo que a sua contenção face a um "golpe inconstitucional que visava destruir a Fretilin e a mim" evitou mais violência. Falou de uma conspiração orquestrada pelos media Australianos para o desacreditar e espalhar alegações falsas. Sugeriu que a sua posição negociadora potente sobre a divisão dos rendimentos da energia com a Austrália pode ter azedado Canberra com ele.

Alkatiri acusa a Igreja Católica por ter fomentado protestos contra ele, em parte porque é um Muçulmano de origem Yemenita. Diz que a Igreja estava zangada com a sua decisão de 2005 de acabar com o ensino da religião em escolas do Estado.

De acordo com Alkatiri, os seus opositores não têm força suficiente para derrotar a Fretilin nas eleições, assim estão a manipular a Igreja, grupos de veteranos e a pressão estrangeira ao mesmo tempo que estimulam a violência nas ruas. Nega todas as alegações contra ele, mas acusa-se de "não sorrir mais " – e de não conter com mais eficácia a "desinformação."

Por deixar o seu cargo ele sente que expôs a conspiração e (que) ganhou a confiança da população. Diz, "se tivesse decidido actuar teria prevalecido, mas isso teria significado mais sangue derramado e toda a gente me teria acusado. Resignei e assim toda a gente pode ver por si própria quem é quem, e o que é o que é."

Em relação à sua briga pública com o carismático e popular Presidente Xanana Gusmão, Alkatiri diz que se conteve de responder aos numerosos ataques públicos contra e Fretilin e ele próprio, porque não quis desencadear mais violência pública.

Interroga-se, contudo, se Gusmão pensa ainda que fez a escolha certa em forçá-lo a sair do poder ao ameaçar resignar. Na sua opinião, a crise acabou em derrota para o presidente, cuja reputação sofreu. Ao mesmo tempo que admite que pode não ter gerido bem a crise militar, Alkatiri aponta que em qualquer país os amotinados são tratados com dureza. Disz, "Xanana favorece sempre a tolerância e as negociações, mas tal abordagem tem limites."

Reflectindo sobre os eventos de 2006, falou de "falhas colectivas da liderança," e disse que a "crise artificial do leste e oeste" fez o país regredir vários anos no desenvolvimento das instituições democráticas, direitos humanos e a aplicação da lei.

No princípio de Fevereiro, Alkatiri foi inocentado de alegações de que esteve envolvido numa transferência de armas para um esquadrão de ataque. Antes disso, quando lhe perguntei sobre os seus problemas legais, disse, "estou totalmente ciente de que vou ganhar." Ecoando a opinião consensual, observou sem ironia, "O sistema de justiça é a parte mais fraca das instituições do nosso governo."

Na sua opinião, a maior ameaça para os direitos humanos é a pobreza, e responder a isso deve ser a prioridade do governo. O influxo dos rendimentos das exportações de energia e a criação de um Fundo do Mar de Timor para guardar o dinheiro para as gerações futuras, fá-lo optimista sobre as possibilidades em Timor-Leste.

Em relação ao Japão, Alkatiri expressou agradecimentos pela sua assistência generosa mas disse, "Não é fácil trabalhar com eles. Têm as suas ideias e programas próprios e é difícil negociar com eles. Apoiam muito as infra-estruturas, projectos de electricidade e de saúde, mas estes são sempre caros."

Olhando para a frente disse, "Xanana e eu temos de trabalhar juntos para criar as condições para (haver) eleições pacíficas. Ambos precisamos de reconhecer os nossos erros. Tenho mantido um perfil baixo e não tenho criticado Xanana porque quero acalmar as coisas e pedi tolerância à Fretilin."

Confessando que será difícil resistir a pressões de dentro do seu partido, a Fretilin, para se candidatar à re-eleição, assinalou a sua disponibilidade, "pela minha própria dignidade e defesa."

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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