terça-feira, fevereiro 20, 2007

Um morto em dia de muita tensão e carregada agenda política

Díli, 20 Fev (Lusa) - Um homem morreu hoje em confrontos de rua em Dilí, Timor-Leste, num dia de muita tensão que juntou o anúncio do candidato presidencial da Fretilin, o debate sobre o tratado de partilha de recursos petrolíferos entre Timor e Austrália e a distribuição de arroz.

A morte ocorreu no início do dia em Campo Baru, Comoro, junto ao aeroporto de Díli, a oeste da capital, onde a violência entre grupos rivais estalou cerca das 4 horas da manhã, com um ataque a uma residência.

A partir dessa hora, os confrontos e incidentes sucederam-se em zonas centrais da cidade, em torno de dois armazéns de arroz e em áreas onde a violência é quotidiana, como Bairro Pité, na periferia sul de Díli.

Uma viatura de uma agência humanitária internacional foi atacada num semáforo da Avenida dos Direitos Humanos, junto ao heliporto, a artéria central da cidade. Não muito longe, na mesma artéria, várias viaturas da UNPol foram apedrejadas por grupos de jovens.

Os locais e protagonistas habituais dos combates de rua foram hoje acrescentados pela tensão em torno da distribuição de arroz e pela carregada agenda política.

Uma multidão juntou-se ao princípio da tarde na área do Ministério da Agricultura, tendo o titular da pasta e o vice-primeiro-ministro, Estanislau da Silva, sido retirados, por precaução, do edifício por um oficial da GNR, juntamente com um dos vice-ministros.

Foi com som de sirenes em fundo e sucessivos alertas de segurança das forças de segurança ou de organizações humanitárias - circulando por sms - que a Fretilin anunciou oficialmente o seu candidato às eleições presidenciais, o presidente do Parlamento, Francisco Guterres "Lu'Olo".

Foi também com a cidade em grande tensão que o Parlamento debateu demoradamente a ratificação do principal tratado de partilha dos recursos petrolíferos entre Timor-Leste e a Austrália.

No mesmo complexo do Parlamento, à porta do Gabinete do primeiro-ministro, houve menos tranquilidade. Uma manifestação de jovens universitários levou, ao fim da manhã, José Ramos-Horta a encerrar o Palácio do Governo e a mandar os funcionários para casa.

"Não aceito trabalhar sob pressão de quem quer que seja", explicou o primeiro-ministro horas depois. "Fechei as portas e vou para casa. E vou fazê-lo mais vezes. Se durar um dia é um dia. Se durar uma semana é uma semana", acrescentou.

PRM Lusa/Fim

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Traduções

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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