sábado, março 31, 2007

Mais do mesmo. E a imparcialidade da UN. Consequências? Nenhumas...

(Tradução da Margarida)

O porta-voz ‘neutro’ da ONU em Timor-LesteUm funcionário de topo da ONU em Timor-Leste está secretamente a organizar o apoio de José Ramos Horta na corrida para as eleições presidenciais.

A porta-voz da UNMIT foi escutada num restaurante em Darwin a encorajar o antigo funcionários para os media de Horta, Julian Swinstead, a regressar a Dili para “ajudar na campanha do José”.

Swinstead disse aos seus colegas Australianos que o salário não era suficientemente bom para ele voltar a Dili.

A conversa ocorreu na manhã de Sábado, 24 de Março, no Bar Roma na rua Cavenagh.

A indiscrição de Cooper levanta questões acerca da suposta neutralidade de algum do pessoal da UNMIT em Timor-Leste e das suas relações com a clique dos operacionais Australianos que se ligaram ao campo de Horta.

Cooper é uma antiga jornalista de Darwin e Swinstead é um antigo editor chefe do Northern Territory News de Darwin. Foi mais tarde nomeado funcionário de relações públicas do Partido Liberal, da ala direita do Território do Norte do país.

O presidente do Partido Liberal Australiano, Shane Stone, um confidente do Primeiro-Ministro John Howard, recrutou Swinstead para a causa de Horta.

Foi um sócio de negócios Australiano de Horta, Wayne Thomas, quem pediu a Stone para encontrar um funcionário para os media para Horta. Thomas e Horta conjuntamente, são donos de um barco a motor que agora está ancorado em Dili e Thomas é dono de um refúgio de turismo em Lospalos.

O salário de Swinstead motivou uma discussão no ano passado entre a embaixadora Australiana em Timor-Leste e antiga funcionária dos serviços de informações, Margaret Twomey, e o escritório em Dili da Ausaid, o instrumento do governo Australiano para ajuda no estrangeiro.

Pessoas locais da Ausaid estavam iradas pelos esforços tenazes de Twomey de ser a Ausaid a pagar a factura (do salário) de Swinstead como parte do esforço da ‘ajuda’ da Austrália em Timor-Leste.

Comunicado de Imprensa - A FRETILIN condena Ramos-Horta por utilizar símbolo da FRETILIN


FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

Comunicado de Imprensa
30 de Março de 2007

A FRETILIN condena Ramos-Horta por utilizar símbolo da FRETILIN

A FRETILIN, partido no governo em Timor-Leste, pediu a Comissão Nacional de Eleições para que tomem medidas para previnir a utilização fraudulenta da bandeira da FRETILIN, pelo candidato presidencial José Ramos-Horta.


José Manuel Fernandes, Secretário Geral Adjunto da FRETILIN, disse hoje em Conferência de Imprensa em Dili que, o uso de camisetes com a bandeira da FRETILIN imprimida nelas, e com o slogan em Tetum ``Fretilin Mudança – Vota ba Ramos Horta`` (``Fretilin Mudança – Vota para Ramos Horta``) provocou ontem lutas entre apoiantes de candidatos rivais, na cidade de Lospalos.

Fernandes, reprentando o Candidato da FRETILIN a Presidente da República, Francisco Guterres “Lu Olo”, disse que a FRETILIN apresentou ontem o pedido à comissão de eleições para investigar e agir. “A campanha de Ramos Horta está a utilizar a bandeira da FRETILIN, que é também o símbolo escolhido pelo nosso partido, de forma enganadora para que possa enganar o eleitorado, “ disse Fernandes, que mostrou uma das camisetes durante a conferencia.

“A FRETILIN lamenta que Ramos-Horta, um Prémio Nóbel da Paz, esteja a permitir que os símbolos da FRETILIN estejam a ser utlizados na sua campanha, sabendo que ele não é membro do nosso partido,” disse. “A utlização de símbolos da FRETILIN por candidatos não apoiados pelo partido, é contra a lei e os regulamentos sobre os partidos politicos e as eleições.

“Se Ramos-Horta está preparado para empregar estas tácticas para que possa ser eleito, como é que usaria o seu poder como chefe de estado?”

Noutro incidente que ocorreu ontem a tarde, apoiantes de Vicente `Railós‘ da Conceição atacaram ma caravana de apoiantes da FRETILIN perto da zona de Atabae, no distrito de Maliana. Fernandes disse que cerca de 20 membros do grupo de Railós bloqueiaram a estrada e apedrejaram as camionetas da FRETILIN.

A Comissão para Investigação das Nações Unidas recomendou que `Railós` seja levado a tribunal pelo seu papel no ataque às forças armadas em Taci Tolu e pelas mortes de nove pessoas no dia 24 de Maio do ano passado.

Fernandes apelou aos líderes dos outros Partidos para que sigam o exemplo da FRETILIN e eduquem os seus apoiantes para que não ajam com violência.

Para mais informações, contacte: Jose Manuel Fernandes: (+670) 734 2170 (Dili)
Mari Alkatiri (+670) 733 2360 (Dili) Filomeno Aleixo: (+670) 7243460 (Dili) Arsenio Bano: (+670) 723 0023 (Dili)

Organizador da Campanha de Ramos-Horta viola código de conduta das eleições

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

Comunicado de Imprensa
31 de Março de 2007

O organizador máximo da campanha presidencial de Ramos-Horta infringiu o código de conduta das eleições ao ter feito declarações defendendo o ataque dos soldados australianos à civis timorenses.

A declaração, assinada por Dionísio Babo Soares, entitulada "Representantes do Partido FRETILIN estorvam Tropas Australianas" foi publicada na íntegra pela agência noticiosa Indonésia Antara, na sexta-feira, 30 de Março
(www.antara.co.id/arc/2007/3/30/ fretilin-party-representatives-hinder-Australian-troops)

Na declaração de Soares não se identifica como Representante Oficial de José Ramos-Horta para a Comissão Nacional de Eleições e Secretário-Geral Interino do "Congresso Nacional para Reconstrução Timorense", o novo partido político a ser liderado pelo actual Presidente da República, Xanana Gusmão.

A falha de Soares em identificar os seus postos políticos é infracção ao código de conduta, sob o qual todos os candidatos e seus representantes oficiais prometeram agir de forma transparente; disse hoje Filomeno Aleixo, membro da Comissão Política Nacional da FRETILIN.

"É enganador e fraudulento que um representante oficial de um candidato esconda a sua posição política e mostre-se como um repórter neutral dos acontecimentos," disse Aleixo.

Disse também que a declaração de Soares ignorou os factos do ataque sem motivo das tropas australianas ao Sr Agustino Ramos, no dia 26 de Março, e propositadamente deturpou a posição da FRETILIN em relação à presença das Forças Australiana em Timor-Leste.

"A equipe de Ramos-horta deveria procurado estabelecer os factos do incidente e defender os direitos humanos de um cidadão timorense, em vez de automaticamente arrebatar-se para a defesa das tropas australianas," disse o Sr Aleixo.

A FRETILIN já apresentou o seu protesto ao comandante das Forças Australianas em Timor-Leste, Brigadeiro Mal Berden, sobre o ataque que aconteceu quando a caravana da FRETILIN deixava Gleno, distrito de Ermera, depois de um comício pacífico de demonstração de apoio ao candidato presidencial Francisco Guterres "Lu Olo".

Um veículo das Forças de Defesa Australiana tentou infiltrar-se no meio da caravana da FRETILIN, mas a sua entrada foi recusada. Um soldado australino apontou a arma ao condutor de um dos veículos, enquanto outro soldado puxou um dos passageiros do veículo, Sr Ramos, deitou-o no chão, pisando-o e apontando a arma à sua cabeça.

Contactos:
Filomeno Aleixo (+670) 724 3460 (Dili)
Jose Manuel Fernandes (Representante Oficial para CNE de Francisco Guterres Lu-Olo) : (+670) 734 2174 (Dili)
Arsenio Bano (+670) 723 0023 (Dili)
Paulo Araujo (+61) 424 413 525 (Darwin, Australia)


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Media Release
31 March 2007

Ramos–Horta campaign organiser breaks election code

A top organiser of the Ramos-Horta presidential campaign breached the election code of conduct when he issued a statement defending the assault of an East Timorese civilian by Australian soldiers.

The statement signed by Dionisio Babo Soares titled “Fretilin party representatives hinder Australian troops” was published in full by Indonesia’s Antara news agency on Friday 30 March (www.antara.co.id/arc/2007/3/30/ fretilin-party-representatives-hinder-Australian-troops)

Soares’ statement fails to disclose that he is Jose Ramos Horta’s official representative to the National Electoral Commission and interim secretary general of the “National Congress of Timorese Reconstruction” the new political party to be headed by outgoing president Xanana Gusmao.

Soares’ failure to identify his political posts is a breach of the election code of conduct under which all candidates and their official representatives pledged to act in a transparent manner, Filomeno Aleixo, member of Fretilin’s National Political Commission said today.

“It is misleading and deceptive for the official representative of a candidate to disguise his political position and pose as a neutral reporter of events,” Aleixo said.

He said Soares’ statement ignored the facts of the Australian troops’ unprovoked assault on Mr Agustino Ramos on March 26 and deliberately misrepresented Fretilin’s position on the Australian military presence in East Timor

“The Ramos-Horta team should have sought to establish the facts of the incident and stood up for the human rights of an East Timor citizen rather than automatically leaping to the defence of Australian troops,” Mr Aleixo said.

Fretilin has protested to the commander of Australian forces in East Timor, Brigadier Mal Rerden over the assault which happened as a Fretilin convoy left Gleno in Ermera district after a peaceful mass rally in support of presidential candidate Francisco Guterres “Lu’Olo”.

An ADF vehicle attempted to push into the Fretilin convoy but was refused entry. An Australian soldier pointed a gun at the driver of a vehicle while another soldier pulled a passenger, Mr Ramos, from the vehicle, trod on him, and put a gun to his head.

Contact:

Filomeno Aleixo (+670) 724 3460 (Dili)
Jose Manuel Fernandes (official election representative of Francisco Guterres Lu Olo) : (+670) 734 2174 (Dili)
Arsenio Bano (+670) 723 0023 (Dili)
Sahe Da Silva (+670) 733 5060 (Dili)
Paulo Araujo (+61) 424 413 525 (Darwin, Australia)

CAMPANHA EM COVALIMA: CERCA DE 19 MIL PESSOAS

LU-OLO ba PRESIDENTE Timor-Leste

Hoje, 31 de Marco de 2007, foi realizada a campanha do Presidente Lu Olo em dois sub-distritos de Covalima: Suai e Zumalai, onde contou com a presenca de, no total, cerca de 19000 pessoas (mais de 12 mil em Suai, e cerca de 7 mil em Zumalai).

Tendo em conta o numero de presencas em todos os locais onde Presidente Lu Olo ja realizou os seus comicios desde 23 de Marco de 2007, a FRETILIN ja alcancou mais do que o numero minimo (que e 40 mil votos) para vencer as eleicoes do dia 9 de Abril de 2007. Isto sem contar com as campanhas que os militantes da FRETILIN tem estado a fazer nos seus sub-distritos.

Xanana diz que a economia não funciona

Público, 31.03.2007
Por: Paulo Moura em Díli

Ninguém pode dizer que as coisas sejam previsíveis. Nunca se pode saber quantos vão aparecer num comício. Nem quais. Uma sessão do candidato Fernando la Sama, em Manatuto.

O Presidente cessante de Timor--Leste, Xanana Gusmão, declarou ontem ao Financial Times que a elite dirigente do país apresenta um balanço que se pode comparar de forma desfavorável com o dos 24 anos de ocupação indonésia: "Matavam e mentiam, mas a economia continuava a funcionar. Agora somos independentes e ela já não funciona. Agora as estradas não são reparadas. As escolas estão reabilitadas, mas não de forma adequada. Constroem-se edifícios para os ministérios, mas o povo continua a sofrer".

O homem que já há duas semanas dissera à Lusa e à RTP que "o Estado não esteve à altura dos problemas que foram surgindo" afirmou agora que o país jamais irá recuperar se a actual direcção da Fretilin (partido do qual se afastou na década de 1980) continuar a ter poder. E também argumentou que a missão das Nações Unidas constituída depois dos incidentes de 2006 poderá não ser necessária para além de meados de 2008 se os timorenses conseguirem resolver as suas divergências. Mas, dias antes, o candidato presidencial independente José Ramos-Horta (primeiro-ministro com as funções suspensas) defendera que a ONU continuasse por mais cinco anos, tal como as tropas australianas que se encontram destacadas em Timor-Leste.

O mês passado, o chefe do Governo dissera ao PÚBLICO que a Indonésia, a Austrália, a Alemanha e os Estados Unidos, entre outros países "amigos", o haviam encorajado a candidatar-se às presidenciais, para ser o sucessor de Xanana Gusmão, que é casado com a australiana Kirsty Sword.

Na estrada sinuosa e magnífica, cruzam-se os camiões das várias campanhas. Apoiantes de candidatos rivais gritam para este e para oeste, pendurados às centenas nas caixas abertas de veículos de carga. De Díli a Baucau, e em sentido inverso, o rodopio eufórico dos manifestantes parece retesar a estrada, torná-la ainda mais estreita.

Dois camiões com apoiantes da Fretilin, um outro atafulhado de adeptos de Fernando La Sama de Araújo, líder do Partido Democrático e candidato às eleições presidenciais de 9 de Abril. Cada magote humano grita o mais alto que pode, durante a tangente impossível, mas não passa disso. Há notícias de confrontos entre as várias forças políticas, um pouco por todo o país. Aqui não. Estão demasiado próximos. Estão muito juntos, a estrada é perigosa, uma distracção poderia ser fatal. E a paisagem é demasiado bela. Limitam-se, por isso, a gritar a plenos pulmões. É a atitude mais sensata em Timor-Leste.

O caminho segue junto ao mar. Enrola-se nas montanhas, atira-se sobre o horizonte, plana, imponente, entre o azul e o verde, como num sonho louco e feliz. De Díli até Manatuto, onde vai decorrer o comício de La Sama, os camiões vão-se juntando, vindos de várias regiões, desde as povoações vizinhas a cidades longínquas. Pontuais no atraso, despejam mil manifestantes no campo de futebol de Manatuto.
Junto ao palco, o candidato é precedido por um enorme poster de si próprio, pintado a cores irrealisticamente vivas. À volta do rosto, tem mesmo um degradé muito claro, destacando-o do fundo, como se fosse uma aura.

Quando, após alguns discursos laudatórios, Fernando La Sama chega ao púlpito, a multidão está ganha. Aplaude com entusiasmo cada frase curta, em tétum. La Sama, que se gaba de ter o apoio dos jovens, está de camisa bem engomada e colar de flores ao pescoço. Critica o Governo, ataca as elites, fala dos direitos do povo e da língua tétum. Atrás, tem uma fila de activistas, com t-shirts a dizer "Vota candidato número 8", dois deles em cadeira de rodas. À sua frente, ergue-se a igreja, de um lado o mar, do outro as montanhas.

"Ele lutou, esteve preso, mas nunca quis o poder", diz um homem com idade para ter vivido toda a História de Timor-Leste. "Eu acredito nele para acabar com essa elite que está a destruir o nosso país." É um velho rodeado por jovens que não falam português. Grupos de raparigas de saias sujas e pés descalços. Rapazes com t-shirts rotas. Numa delas, lê-se, nas costas: "Total Kaos".

Empoleirados no arco em ruínas do que foi outrora um palácio, rapazes de fita no cabelo e tronco nu gritam vivas e assobiam, entre cada frase do candidato. Calam--se quando ele fala, quase sempre. Vê-se que estão impacientes, têm dificuldade em estar quietos.
De súbito, lá atrás, ouve-se o roncar de motos com motores muito velhos e pouco potentes, como uma praga de moscas. Um grupo de adolescentes corre para o meio do comício. Todos se voltam, visivelmente desconfortáveis: os jovens têm as caras, os cabelos e os troncos pintados, de azul, vermelho, verde, com símbolos, listas, letras, bandeiras. Lançam gritos de apoio, não nos intervalos das frases, mas no meio delas. Estão com o candidato, mas não o deixam falar.

La Sama termina o discurso com vivas a Timor e começa a música. Uma banda ataca um ritmo fanhoso e acelerado, a partir das traseiras do palco e, da audiência, um grupo salta imediatamente para a frente e começa a dançar. Abre-se uma clareira, junta-se mais gente, forma--se uma roda. As pessoas dão as mãos, entrelaçam os braços, mas eis que, entre a massa humana, fura o grupo dos caras-pintadas. Uns têm cabeças rapadas, outros longas cabeleiras negras, empoeiradas de tinta azul e vermelha. Gritam como loucos e instalam-se no meio da roda, também a dançar, mas à sua maneira. Dão encontrões uns aos outros, correm em círculos, numa forma muito específica de mosh de Manatuto.

No ar fica uma poeira que se enfia nas narinas, a nuvem colorida da tinta argilosa e seca que se solta dos seus cabelos e corpos.
Rapidamente, a roda desfaz-se, as pessoas recuam. É impossível dançar com a tribo dos caras--pintadas. A música pára. Um militante vem ao microfone dar vivas ao "candidato número 8", Fernando La Sama de Araújo. Depois, manda todos embora, para Baucau, ou para a estrada, ou para os arredores de Manatuto. E no momento em que a ordem foi dada, em três segundos, não mais, a multidão correu para os camiões. O recinto ficou vazio num piscar de olhos. Os caras-pintadas montaram nas suas motos e seguiram-nos. Pela estrada irresistível, labirinto de sonhos. Dois ou três em cada moto, aos gritos e gargalhadas, as raparigas no lugar do passageiro, cabelos azuis soltos, ao vento.

Mais do mesmo. E a imparcialidade da UN. Consequências? Nenhumas...

The UN’s ‘neutral’ mouthpiece in East Timor

A prominent United Nations functionary in Timor Leste is covertly organising support for Jose Ramos Horta in the run-up to the presidential election.

UNMIT spokesperson Alison Cooper was overheard in a Darwin restaurant encouraging Horta’s former media officer Julian Swinstead to return to Dili to “help with Jose’s campaign”.

Swinstead told his fellow Australian that the pay wasn’t good enough to get him back to Dili.

The conversation occurred on Saturday morning 24 March at the Roma Bar in Cavenagh St.

Cooper’s indiscretion raises questions about the supposed neutrality of some UNMIT staff in Timor Leste and their relationship to the clique of Australian operatives who have attached themselves to the Horta camp.

Cooper is a former Darwin journalist and Swinstead is a former managing editor of Darwin’s Northern Territory News. He was later appointed public relations officer for the Territory’s right-wing Country Liberal Party.

Australian Liberal Party president Shane Stone, a confidant of Prime Minister John Howard, recruited Swinstead to the Horta cause.

It was an Australian business associate of Horta’s, Wayne Thomas, who asked Stone to find a media officer for Horta. Thomas and Horta jointly own a motor boat now beached in Dili and Thomas owns a tourist resort in Lospalos.

Swinstead’s pay packet was the subject of a row last year between Australian Ambassador to Timor Leste and former intelligence officer, Margaret Twomey, and the Dili office of Ausaid, the Australian government’s overseas aid arm.

Local Ausaid people were incensed by Twomey’s strenuous efforts to have Ausaid foot the bill for Swinstead as part of Australia’s ‘aid’ effort in Timor Leste.

(fonte Timor-Online)

Dos leitores

Comentário na sua mensagem "A VISION FOR OUR BELOVED COUNTRY":

Não sei se repararam, mas na "visão" de Ramos Horta, não há uma única referência a Portugal, nem à CPLP...Afinal estamos aqui a fazer o quê?

É melhor mesmo aderirem à commonwealth, assim como assim eles já tomaram conta disto...

Já agora, não há 10 milhões para mim?...

Notícias - traduzidas pela Margarida

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA - Quinta-feira, 29 Março 2007

Relatos dos Media Nacionais

Candidatos Presidenciais começam a insultar-se

Silveiro Pinto, o Assistante do Director do Provedor dos Direitos Humanos disse que alguns candidatos presidenciais tendem a insultar os outros ao divulgarem os seus programas, relatou o PDHJ.
Disse ainda que os insultos não educam os eleitores mas mostram a sua incapacidade.
“Já nos encontrámos com o presidente da CNE para explicar a questão’,” disse Pinto. (TP)

Governo transfere US$ 20,000 para os candidatos

O Primeiro-Ministro Interino, Estanislao da Silva, afirmou na Conferência de Imprensa no seu gabinete (Quarta-feira) no Fomento, que o governo transferiu US$ 20,000.00 para cada candidato por transferência bancária. Afirmou também que foram entregues outros fundos à CNE para pagar aos seus funcionários.

Acrescentou que a assistência dada pela UNDP é de US $80 milhões e que já fora transferida. Em adição, o plano do governo é que a CNE tenha 15 veículos para facilitar as suas actividades durante o período eleitoral. (TP)

Xanana esté pronto para ser primeiro-ministro

O antigo comandante das Falintil e recente presidente de Timor-Leste, Kayrala Xanana Gusmão disse aos jornalistas na Quarta-feira (28/3) na Biblioteca Xanana em Lecidere que está pronto para se candidatar para Primeiro-Ministro se a CNRT for vitoriosa nas eleições legislativas. (DN)

Thomas Cabral: STAE mantém-se imparcial

Respondendo à declaração do padre Martinho, o porta-voz da CNE acerca da imparcialidade do STAE, Thomas Cabral, Director do STAE, disse na Quarta-feira (28/2) que o STAE se mantém imparcial e transparente. (DN)

Boletins de voto serão impressos em Dili

O Director e Secretário do STAE, Thomas Cabral, disse no Gabinete do STAE na Quarta-feira (28/03) que os boletins de voto serão impressos em Dili e que a ISF fará a segurança máxima (a este processo).
(DN)

Avelino em Vemasse: “Não usar violência para resolver problemas”

O candidato presidencial, Avelino Coelho do PST enfrentou provocações por grupos não identificados no seu quinto dia de campanha no Sub-distrito Vemasse, Baucau na Quarta-feira (28/03).

Em resposta à provocação, Avelino disse que as pessoas têm o direito de ouvir os programas dos outros candidatos presidenciais porque as pessoas querem exercer o seu direito fundamental de eleger um bom presidente para servir e governar este país. (DN)

Tilman em Ermera: “reconstruirei a PNTL e as F-FDTL”

O candidato presidencial do KOTA, Manuel Tilman no seu sexto dia de campanha em Gleno, Distrito de Ermera na Quarta-feira (28/03) disse que se for eleito reconstruirá as instituições da PNTL e das F-FDTL profissionalmente para lidar com qualquer tipo de violência no país. (DN)

Horta em Viqueque: “darei atenção aos Veteranos”

O candidato presidencial José Ramos Horta no seu sexto dia de campanha em Viqueque Distrito na Quarta-feira 28/03 apresentou um dos seus (pontos) do programa, nomeadamente que dará atenção a todos os veteranos que resistiram 24 anos durante o período da ocupação. (DN)

CNE aprovou símbolos a usar nos boletins de voto

Na conferência de imprensa realizada no gabinete da CNE em Quintal Boot, Dili (Quarta-feira 28/3) o porta-voz da CNE, padre Martinho Gusmão, disse que a CNE aprovou os símbolas que vão ser usados pelos candidatos presidenciais nos boletins de voto. (DN)

Joaquim: “CNE é competente para lidar com o processo eleitoral”

Respondendo à declaração do porta-voz da CNE, padre Martinho Gusmão, que disse que a CNE não tem competência para falar com o Governo sobre ajuda financeira, o deputado do PN e membro do Comité A, Joaquim dos Santos, na Quarta-feira no Parlamento Nacional afirmou que a CNE tem o direito e toda a competência para fazer o que for necessário para o sucesso da eleição conforme está na descrição das suas tarefas, incluindo coordenar questões financeiras com o governo. (DN)

Uma semana na campanha Presidencial, a situação na capital mantém-se calma

As campanhas dos candidatos presidenciais decorrem há uma semana em Dili e nos distritos e sub-distritos. A situação na capital mantém-se calma, e não ocorreram conflitos ou incidentes significativos. (DN)

Antigo bispo Belo apela à reconciliação em Timor-Leste

O antigo bispo Belo apelou na Comissão Verdade e Amizade da República da Indonésia (RI) e Timor-Leste em Jacarta na Segunda-feira 26/03 à reconciliação em Timor-Leste para criar a paz no país.

“Como Timorense digo que a reconciliação é o melhor e muito importante para Timor-Leste e que deve começar por dentro do próprio Timor-Leste.” (STL)

Railos: mesmo se Rogério fosse sentenciado a 50 anos, a crise não se resolveria

Mesmo se o ex-Ministro do Interior Rogério Tiago Lobato fosse sentenciado a 50 anos de prisão, a crise não se resolveria, disse Vicente da Conceicao Alias Railos aos jornalistas quando participou na Conferência Nacional do CNRT na Biblioteca de Xanana em Lecidere na Quarta-feira 28/03.

Railos acrescentou que a melhor alternativa era fazer desaparecer o grupo de Maputo (grupo de Alkatiri na Fretilin) obtendo a victória nesta eleição. (STL)

Governo enviou a URP para o posto de segurança do Porto de Dili

O Ministério do Interior, Alcino Barris disse que desde ontem a Unidade de Reserva da Polícia (URP) foi destacada para o Posto de Segurança do Porto de Dili para garantir a segurança dos bens dos comerciantes.

“Actualmente fomos mandados para aqui pelo Ministério do Interior. Dizemos a todos os importadores e exportadores para não duvidarem da segurança porque garantiremos a segurança,” disse o Comandante da URP André Martins no porto de Dili na Quarta-feira (28/03).

Acrescentou que também coordenarão com a UNPOL se ocorrerem quaisquer distúrbios no exterior do Porto de Dili e que quem pretender entrar no porto de Dili terá de trazer toda a documentação. (STL)

TVTL News
28 Março, 2007

Campanha Eleitoral

Xavier do Amaral não fez campanha em Viqueque conforme agendado devido à distância e tempo. Foi representado por Maria Valadares. Muita gente não participou no comício político devido a ameaças e intimidação. Amaral fará campanha em Lautem na Quinta-feira.

Houve algumas provocações durante a campanha do candidato Avelino Coelho em Vemasse, distrito de Baucau. Coelho disse aos participantes np seu comício que a violência não ajudará e que as pessoas que andam a criar confusão devem apresentar as razões para os seus problemas e tentar resolvê-los acrescentando que os cidadãos têm o direito de ouvir todos os candidatos antes de exercerem os seus direitos.

A TVTL repetiu a campanha de Lucia Lobato, João Carrascalão and Lu-Olo que foram emitidos na edição de Quarta-feira à noite.

Ramos-Horta disse que estava triste com o incidente em Lospalos entre a Fretilin e a Fretilin Mudansa e apelou à unidade nacional. Disse que o ataque à Fretilin Mudansa está a ser investigado pela UNPOL acrescentando que é triste que a Fretilin esteja dividida e que dá as boas vindas a quem o apoiar.

Manuel Tilman fez campanha em Betano/Same prometendo usar os rendimentos do Mar de Timor para dar assistência aos idosos notando que o país é rico mas que as pessoas não estão a beneficiar disso. Um dos populares pediu a Tilman para assistir os agricultores e ajudar à educação das suas crianças. Fará a seguir campanha no oeste.

Xavier Amaral em Manufahi focou em Dom Boaventura como símbolo nacional e disse que está pronto para continuar os esforços de Dom Boaventura. Amaral e simpatizantes viajaram pela cidade e pararam no local do mercado para o comício. Muitos observadores nacionais e internacionais estão a acompanhar a campanha.

Fernando Araújo Lasama disse aos presentes emn Aileu durante a sua campanha que o seu objectivo é focar-se nas leis da humanidade, amor e respeito mútuo e na cultura de campanha de Timor-Leste. A sua caravana viajou pelo centro de Aileu. Lasama disse que se for presidente empurrará o governo para autorizar a igreja católoca ou protestante a ficarem com a responsabilidade da escola primária porque são quem estão preparadas.

No seu 5º dia de campanha em Baucau, Avelino Coelho disse à TVTL que os prémios de medalhas para os antigos combatentes da resistência não têm valor dado que eles continuam a viver em pobres condições sem assistência financeira e continuam desempregados e não há qualquer benefício também para os seus filhos. Diz que se ganhar a eleição criará um sistema de pensões para os antigos combatentes.

Participação do Presidente Gusmão no Congresso

O Presidente Gusmão participou durante um hora no congresso do CNRT na Quarta-feira e expressou a sua disponibilidade em fazer parte no no novo partido político que pôs confiança nele de modo a dar esperança ao povo. Gusmão disse estar triste por não ter sido capaz de fazer a unidade nacional durante o seu mandato de presidente do país.

Subsídios para candidatos

O Primeiro-Ministro Estanislau da Silva, disse que US$7500 foi transferido da Autoridade de Pagamentos Bancários (BPA) para os candidatos presidenciais. Da Silva disse que outros US$12,000 serão transferidos para eles e que o Estado está também a providenciar veículos para a CNE durante as eleições.

Governo e UNICEF assinam acordo

O Governo e a UNICEF assinaram um acordo para estabelecer ‘Centro Escola Amigas’ com o objectivo de treinar professores e haver um centro onde os professores possam aceder à informação e participar noutros programas também.

CNE Aprova símbolos nos Boletins de votos

Falando durante uma conferência de imprensa, o porta-voz da CNE, padre Martinho Gusmão disse que após grande discussão foi alcançada uma decisão sobre os símbolos nos boletins de votos e que os candidatos têm a liberdade para escolher os seus próprios símbolos. Os candidatos presidenciais que escolheram os seus próprios símbolos foram Francisco Guterres Lu-Olo e Manuel Tilman que usarão os símbolos dos seus partidos políticos, Ramos-Horta, Francisco Xavier Amaral e Lúcia Lobato usarão o símbolo da RDTL e Fernando Araújo Lasama e João Carrascalão não usarão qualquer símbolo.


Relatos dos media internacionais

Comandante da milícia pede perdão a Jacarta

Março 29, 2007

O único Indonésio preso por causa da violência que cercou a votação histórica da independência de 1999 em Timor-Leste pediu desculpa à Indonésia pelo desassossego que manchou a sua imagem internacional.

O comandante da milícia pró-autonomia Eurico Guterres pediu ainda ao povo de Timor-Leste para se unir e ultrapassar a violência do passado, de modo a construir uma nação forte e independente.
Disse que esperava um dia viajar para a pequena nação para pessoalmente pedir desculpa às famílias das vítimas, acrescentando que estava pronto para enfrentar a justiça em Timor-Leste.

"Deixemos o passado para trás, olhemos para o futuro," disse Guterres à comissão Timor-Leste-Indonesia sobre a violência em 1999.

"Deixemos para trás todos os egos, todo o ódio que acumulámos em 24 anos.
"Espero que não haja mais mortes, mais vítimas, mais lágrimas nesta independência ... construir nesta independência para que seja uma independência forte."

A Comissão Timor-Leste-Indonésia da Verdade e Amizade (CTF) está a realizar uma série de audições públicas quando tenta estabelecer a verdade por detrás da violência antes e depois da votação de 1999, de modo a ajudar à reconciliação entre as duas nações.

Cerca de 1,500 pessoas foram mortas e centenas de milhares deslocadas quando milícias pró-Indonésia ligadas às forças armadas Indonésias entraram numa fúria de mortes e ataques incendiários pela pequena nação.

Em 2002 Guterres, o antigo responsável da milícia Aitarak foi sentenciado por um tribunal especial de direitos humanas em Jacarta a dez anos de prisão. Começou a cumprir a sentença em Maio do ano passado.

Foi acusado de ter causado dúzias de mortes ao permitir que a sua milícia entrasse em acção depois da poderosa votação a favor da independência.
Guterres disse na Quarta-feira que não matou ninguém, mas aceitou a responsabilidade pelas mortes.

"Não matei pessoas," disse na sala de conferência do hotel cheia.

"(Mas) do que fui acusado e condenado ... na minha qualidade de vice-comandante, sou responsável pelas acções dos meus homens."

Fora da audição, disse aos repórteres que não esperava obter amnistia pelo seu testemunho.

Numa intervenção à comissão umas vezes errática mas apaixonada, Guterres descreveu a violência que atingiu Timor-Leste há oito anos como uma "tragédia da humanidade ", e disse que pessoas em ambos os lados - pró-independência e pró-Indonésia – foram mortas e cometeram violência.
Com o seu distintivo cabelo comprido encaracolado, e vestido com um fato preto e gravata vermelha viva, Guterres leu ainda uma "carta aberta para a nação Indonésia" pedindo desculpa por manchar a sua imagem na comunidade internacional.

"Em nome dos Timorenses da pró-integração e das suas famílias, apresentamos as nossas desculpas do mais fundo do coração à nação Indonésia," disse.

Mas disse que a Indonésia não estava isenta de culpa pela carnificina, dizendo que os governos da Indonésia e Portugal, bem como a ONU, estavam el falta por terem dado a Timor-Leste a votação divisiva sem primeiro garantirem que o ambiente estava seguro.

Guterres disse que todos os três deviam pedir desculpa a Timor-Leste "pela negligência da situação e as suas responsabilidades ".

Lastimou também a CTF como instituição para procurar a verdade, dizendo que devia ser alargada para investigar o conjunto episódios violentos em Timor-Leste fora para além de 1999.

"Se a CTF ... se auto-limita, a verdade, reconciliação e amizade – nunca as encontraremos."
© 2007

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Continua a procura de Reinado quando se aproximam as eleições em Timor-Leste
Quarta-feira, Março 29, 2007 (AEST)

O comandante dos militares Australianos em Timor-Leste, Mal Rerden, diz que a busca do foragido amotinado Alfredo Reinado não foi esquecida no caminho para as eleições do país.
A campanha começou oficialmente par as eleições presidenciais em 9 de Abril.

O Brigadeiro Rerden diz que as forças de segurança não sabem ao certo onde está o major Reinado, mas estão comprometidos em garantir que as eleições corram suavemente.

"É importante para a segurança das eleições que não haja grupos armados que possam interferir com as eleições, por isso vamos continuar com as nossas operações para o localizar e apanhar," disse.

"Penso que ele tem uma boa oportunidade para resolver esta situação e entregar-se às autoridades."

Gusmão confirma que concorre para PM
Quarta-feira, 29 Março 2007

O presidente de Timor-Leste de saída, Xanana Gusmão, confirmou na Quarta-feira que vai concorrer às eleições para ser o próximo primeiro-ministro mais tarde, numa tentativa para tomar o poder do partido dominante da nação inquieta.

Gusmão liderará um novo partido, o Congresso para a Reconstrução Nacional de Timor-Leste, durante as eleições parlamentares agendadas para terem lugar antes de 15 de Setembro.

"Estou pronto para o cargo de primeiro-ministro se as pessoas escolherem o meu partido," disse Xanana aos repórteres na capital.

© 2007

Xanana lança partido político para ser Primeiro-Ministro
Março 29, 2007

DILI (AP): O presidente de Timor-Leste de saída, Xanana Gusmão, disse na quarta-feira que concorrerá às eleições mais tarde no ano e que podem instalá-lo como primeiro-ministro, numa tentativa de tomar o poder do partido dominante na nação inquieta.

Xanana disse que liderará um novo partido, o Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor, nas eleições parlamentares agendadas para se realizarem antes de 15 de Setembro.

"Estou pronto para o cargo de primeiro-ministro se as pessoas escolherem o meu partido," disse Xanana aos repórteres na capital. "Farei mudanças no governo e trarei nova esperança para o povo de Timor-Leste."

Xanana, que liderou o movimento de resistência de Timor-Leste contra a governação Indonésia, mantém-se muito popular.

O seu partido concorrerá contra a Fretilin do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, que resignou no ano passado no meio de violência que deixou pelo menos 37 pessoas mortas e tirou 155,000 outras das suas casas.

O maior aliado político de Xanana, o Nobel da paz José Ramos-Horta, foi instalado como primeiro-ministro quando Alkatiri saiu em Junho. Concorrerá a presidente em eleições em 9 de Abril e é visto como favorito.

Timor-Leste ganhou a independência da Indonésia em 1999 depois de uma votação da ONU. A votação desencadeou violência por tropas Indonésias e milícias pró-Jacarta que só terminou com a chegada de tropas estrangeiras. Apesar de reservas abundantes offshore de gás, permanece o país mais pobre na Ásia. (**)

Eurico Gutteres pessimista que a KKP descubra a verdade
Março 29, 2007

JACARTA (JP): O antigo líder da milícia de Timor-Leste Eurico Gutteres expressou o seu pessimismo que a Comissão da Verdade e Amizade (KKP) seja capaz de descobrir a verdade acerca do pós-referendo em Timor-Leste.

Eurico deu o seu testemunho perante os membros da Comissão acerca da violência em Timor-Leste depois da maioria dos seus cidadãos terem votado a separação da Indonésia no referendo em 1999.

Eurico, que foi preso pelo incidente, disse que a KKP não será capaz de tirar conclusões correctas dos testemunhos porque cada parte tem a sua própria versão acerca do incidente, relatou a Metro TV.

A KKP tinha interrogado muitas outras figuras de ambos os países incluindo o antigo Presidente B.J. Habibie, antigo ministro dos estrangeiros Ali Alatas, e o bispo Timorense Carlos Filipe Ximenes Belo.

A comissão foi estabelecida por ambos Indonésia e Timor-Leste, que votou em massa para acabar quase um quarto de século de governação Indonésia num referendo público há oito anos. Isso desencadeou explosões de mortes, pilhagens e fogos-postos.

Somente uma pessoa foi punida pela violência. Líderes politicos de ambas as nações parecem relutantes em pressionar por mais julgamentos. A ONU disse que considerará montar um tribunal internacional se não se fizer justiça. (**)

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Testemunha conta à comissão da verdade da violação, agressões por uma milícia pró-Indonésia em Timor-Leste
Associated Press - Março 29, 2007

Jacarta, Indonésia: Esmeralda dos Santos soluçava quando contou à comissão da verdade na Quinta-feira como foi arrastada da igreja e violada repetidamente por um homem da milícia pró-Indonésia durante um ataque de violência que se seguiu à votação pela independência em 1999 em Timor-Leste.

O seu testemunho chocante sobre abusos sexuais e agressões em massa chegou numa semana de audições em Jacarta pela Comissão da Verdade e Amizade, um painel bilateral de 10 membros que procura reconciliar o passado problemático dos países.

Dos Santos esteve entre 18 pessoas que testemunharam na capital Indonésia, incluindo antigos líderes políticos e militares.

Em 6 de Setembro de 1999, forças Indonésias e as suas milícias próximas separaram raparigas das idosas e levaram-nas para centros de detenção improvisados, disse dos Santos.

Foi mantida cativa com cerca de outras 45 mulheres numa escola onde algumas foram violadas e assaltadas durante uma semana antes de terem sido transferidas para um miserável campo de refugiados ao longo da fronteira.

Foram apanhadas quando tropas e milícias assaltaram a igreja católica de Suai, a cerca de 80 quilómetros (50 milhas) a sul da capital, Dili, dois dias depois do anúncio que Timor-Leste votou para se separar da Indonésia num referendo da ONU.

Pelo menos 31 pessoas — incluindo três padres católicos — morreram no ataque, um dos mais sangrentos durante meses de violência que, dizem investigadores, deixaram cerca 1,500 pessoas mortas.
"Fui violada muitas vezes pelo mesmo homem tanto de manhã como à noite depois do assalto ao campo de refugiados," disse dos Santos a chorar. O mesmo homem violou outras mulheres, incluindo três familiares seus, enquanto os membros da família eram forçados a ver, disse.

"Se nos recusássemos diziam que nos baleavam até à morte," disse. "Conheço o homem que me violou."

Uma outra comissão Timorense concluiu que a violação e a escravidão sexual por grupos pró-Indonésios era "alargada e sistemática " durante os 24 anos da ocupação. Somente um perpetrador Indonésio, o líder da milícia Eurico Guterres, foi punido pela violência que se seguiu ao voto. Está a cumprir uma pena de prisão de 10 anos.

A comissão conjunta, que fará audições durante vários meses, não tem poderes para processar perpetradores, mas pode oferecer amnistias para os que fizerem depoimentos. Grupos de direitos chamam a isto branqueamento, só serve para inocentar criminosos e perpetuar uma cultura de impunidade.

Timor-Leste, a nação mais jovem e pobre da Ásia, realizará eleições presidenciais em 9 de Abril, desencadeado pelo colapso do governo o ano passado no meio da pior desassossego desde 1999 no qual 37 pessoas foram mortas e 155,000 conduzidas para fora das suas casas.

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Gusmão espera 'reformar governo' se for eleito PM
ABC – Sexta-feira, Março 30, 2007. 10:42am (AEST)

O presidente de saída de Timor-Leste, Xanana Gusmão, diz que quer ser o próximo primeiro-ministro do país para reformar o Governo.

O Sr Gusmão concordou ser o candidato do novo partido da oposição nas eleições gerais, que se realizam mais tarde este ano.

Diz que foi forçado pela crise de Timor-Leste a abandonar o seu plano de se retirar depois de terminar o seu mandato presidencial de cinco anos em Maio.

"Em Abril chegámos à uma situação de autorizarmos o nosso povo a matar-se uns aos outros, outra vez," disse. "Tudo isto nos fez ficarmos preocupados com o futuro. "Durante a crise, no princípio, fui acusado de fazer o golpe de Estado, agora vou fazer um golpe de Estado democrático por eleições."

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Representantes da Fretilin atrapalham tropas Australianas
Asia Pulse - Março 30, 2007

(Texto completo da declaração. Detalhes para contacto em baixo.)

Sydney - Medianet International-AsiaNet – Representantes da Fretilin atrapalharam tropas Australianas que protegiam uma caravana da Fretilin e os participantes num comício.

Hoje a Fretilin indicou que apresentará um protesto contra o papel das Forças Armadas Australianas em Timor-Leste devido ao alegado tratamento a um representante do partido que viajava numa caravana de um comício da Fretilin numa zona de alta segurança.

Relatos não confirmados sugerem que os representantes da Fretilin estavam propositadamente a atrapalhar as forças de segurança Australianas, por não cooperarem com elas – foi citada uma fonte que disse "os militares Australianos estavam somente a tentar manter a lei e a segurança para a cravana e participantes do comício – que é o que lhes foi pedido para virem fazer em Timor-Leste."

Este protesto por parte da Fretilin está em forte contraste com o endosso do papel das forças militares Australianas para prestar serviços de segurança em Timor-Leste.

Em 25 de Maio de 2006 no pico da crise, ambos os líderes da Fretilin, Fransisco Guterres "Lu olo" Presidente do Parlamento e Mari Alkatiri, então Primeiro-Ministro, assinou uma carta juntamente com o Presidente da República, a solicitar ao Governo Australiano a assistência do Primeiro-Ministro John Howard e da força de Defesa Australiana para "estabilizar e controlar a corrente crise de segurança ".

Uma outra carta de acordo foi assinada por ambos os líderes da Fretilin autorizando as Forças de Defesa Australiana "a assistir Timor-Leste na restauração, segurança, confiança e paz em Timor-Leste incluindo no re-estabelecimento e manutenção da ordem e na assistência a providenciar segurança a pessoas ".

A Fretilin tem estado a conduzir uma campanha eleitoral numa plataforma de renúncia da missão da Força de Defesa Australiana quando, de facto, o engajamento da ADF foi iniciado, engajado e bem-recebido por ambos os líderes.
Fonte: Alliance.org

Contacto para informação:
Dionisio Babo Soares +679-7243952
Contacto Australiano: M Stephens +61-404-478-302

ONU fez "batota" no referendo de 1999, acusa comissário indonésio

Lisboa, 30 Mar (Lusa) - Um dos membros da comissão que investiga a violência ocorrida em 1999 em Timor-Leste interrompeu hoje o testemunho de um comandante militar indonésio para afirmar que, durante o referendo sobre a independência, a missão da ONU fez "batota".

O comentário de Achmad ALI surgiu quando o major-general Adam Damiri, comandante militar das tropas indonésias durante o período que antecedeu e se seguiu à votação em Timor-Leste, estava a ser interrogado na Comissão da Verdade e Amizade, que decorre em Jacarta e há cerca de uma semana entrou na segunda fase de audições para apurar responsabilidades.

"É muito claro que a UNIMET (Missão das Nações Unidas em Timor-Leste) fez batota em todo o país, apoiou os independentistas e não foi neutra, o que provocou a violência que se seguiu", afirmou o comissário indonésio Achmad Ali, membro da própria comissão, citado pelo diário australiano The Age.

"Isto deve ficar em acta nesta comissão. A fraude da UNIMET levou a estes resultados (violência)", acrescentou Achmad Ali, antes de ser prontamente repreendido pelo co-presidente da comissão, o timorense Jacinto Alves.

"Por favor, senhores comissários, não se precipitem com conclusões, uma vez que esta não é a altura própria nem o local próprio", afirmou o comissário timorense. Ao longo das audições das diferentes testemunhas, sobretudo as mais próximas das Forças Armadas indonésias e das milícias que as apoiaram, têm sido frequentes as acusações quanto ao papel "parcial" desempenhado pelas Nações Unidas antes do referendo.

Entre outras acusações, as críticas têm sublinhado nomeadamente a pressão que a UNIMET efectuou junto da população timorense para que esta votasse pela independência.

Ultrapassado o "incidente" com Achmad Ali, um dos cinco indonésios da Comissão, que integra também outros tantos timorenses, Adam Damiri corroborou as afirmações do comissário, afirmando que a votação do referendo ficou "marcada pela falta de neutralidade e pela batota" da UNIMET.

O major-general indonésio acrescentou que esperava que a votação fosse favorável à integração de Timor-Leste na Indonésia e que aguardava resultados nesse sentido próximos dos 60 por cento.

"Grande parte da violência registada após a votação começou devido ao incrível desapontamento dos apoiantes integracionistas, provocado pelos resultados do referendo e pela batota" da UNIMET, sustentou Adam Damiri, que recusou a fiabilidade do número oficial de mortos, 1.000 segundo a ONU.

"Não existem dados que apontem para que o número de vítimas seja de 1.000. Não foram mais de 100. Se alguém disser que foram 1.000, isso é um disparate", afirmou.

A segunda fase das audições a várias testemunhas sobre os acontecimentos registados em Timor-Leste em 1999, iniciada há uma semana, foi agora suspensa, devendo ser retomada apenas na segunda semana de Abril. A primeira fase decorreu em Fevereiro último, em Bali, também na Indonésia.

Entre outras personalidades, a Comissão da Verdade e Amizade já ouviu o antigo presidente indonésio B. J. Habibie, o líder das Aitarak (milícias integracionistas), Eurico Guterres, e o bispo timorense D. Ximenes Belo.

A comissão foi criada em Agosto de 2005 para apurar responsabilidades na onda de violência registada nos meses que antecederam o referendo pela independência, em 1999, e nas semanas que se seguiram ao anúncio da vitória do "sim".
JSD-Lusa/Fim

GNR despediu-se em festa dos 77 militares que partem para a semana

Lisboa, 30 Mar (Lusa) - A Guarda Nacional Republicana (GNR) despediu-se hoje em ambiente de festa dos 77 militares que vão reforçar o Subagrupamento Bravo em Timor e que partem no início da semana.

O quartel do Batalhão Operacional (BOP) da GNR, em Lisboa esteve engalanado com bandeiras, banda de música, viaturas blindadas, todo-o-terreno novos e fardas reluzentes na despedida dos 77 guardas agora de boina azul-turquesa, da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os militares escutaram perfilados o discurso do tenente general Mourato Nunes, comandante da GNR, com as famílias espalhadas pelo recinto.
O tenente Gonçalves, um dos três militares que vão pela primeira vez para Timor, diz que aceitou o convite do general [Mourato Nunes] "pela experiência gratificante ao nível profissional e pessoal".

O tenente Baptista Hermenegildo espera contribuir para "um clima de segurança e que possa trabalhar para o sucesso da missão no teatro de operações".

O tenente Lopes disse estar "consciente do risco" e desabafou: "A família vê a minha ida com preocupação mas motivou-me a aceitar".

"Que a sorte vos acompanhe", disse o general Mourato Nunes no final do discurso proferido aos homens em parada.

O Subagrupamento Bravo, que vai integrar estes 77 militares, alarga o contingente português para 220 homens a partir da próxima semana com o objectivo de reforçar o policiamento para a realização das eleições em Timor-Leste, a 9 de Abril.

Os meios logísticos e as 12 viaturas embarcaram em Lisboa na quarta-feira num avião de carga Boeing 747 fretado pelas Nações Unidas que já chegou à Austrália.

O voo não foi directo para Timor-Leste em virtude de o aeroporto de Internacional Nicolau Lobato, em Díli, não ter capacidade para receber aviões de grande porte.

Assim que as viaturas, tendas, equipamento médico e demais material forem transportados de Darwin, Austrália, para Timor-Leste por barco, os militares da GNR embarcam no Aeródromo de Transporte nº1 (AT1), de Figo Maduro, disse à Lusa fonte do Comando Geral da GNR.

MZPC-Lusa/Fim

Militares deverão partir no ínício da próxima semana - GNR

Lisboa, 30 Mar (LusaTV) - A partida dos 77 militares da GNR, que vão reforçar o contingente português estacionado em Timor-Leste, está prevista para o início da próxima semana, dependendo apenas "chegada do equipamento indispensável para a missão".

A informação foi esta manhã avançada pelo Comandante-Geral da GNR, Mourato Nunes, à margem da cerimónia de despedida da força de reforço do Sub-agrupamento BRAVO no Comando do Regimento de Infantaria, em Santa Bárbara, Lisboa.

A GNR encontra-se em Timor-Leste desde o início de Junho de 2006, ajudando na restauração da paz e ordem pública, apoiando a Polícia Nacional de Timor-Leste na sua reconstituição, formação, treino, bem como no planeamento e segurança das eleições no próximo dia 09 de Abril.

Actualmente com 143 militares, o Sub-agrupamento BRAVO vai ser reforçado com mais 77 elementos, de acordo com uma decisão das Nações Unidas.
"As Nações Unidas sentiram, bem como o Governo timorense, a necessidade de reforçar o efectivo policial que tem em Timor-Leste e entendeu por bem que esse efectivo fosse reforçado à custa de elementos da GNR", declarou à Lusa o Comandante-Geral da GNR.

Segundo explicou Mourato Nunes, "de acordo com a análise na situação no local", o Governo português entendeu que "o mais profícuo e rentável do ponto de vista operacional, e menos dispendioso, seria reforçar a unidade naquele país e não, reforçar uma unidade nova".

"Essa proposta foi apresentada ao Governo que determinou, através de uma resolução do Conselho de Ministros, que a GNR enviasse estes elementos", explicou.

Relativamente às áreas de actuação do novo contingente militar, "prioritariamente, estas são dirigidas para a zona de Díli e áreas envolventes, mas também para missões que sejam necessárias no interior do país, determinadas, caso a caso, pelas Nações Unidas".

Mourato Nunes considerou que existe actualmente em Timor-Leste "um situação de instabilidade social e política, o que é normal numa jovem democracia saída de um período de guerra tão prolongado", mas desvalorizou o seu "índice de gravidade".

"Direi mesmo que nas últimas semanas se tem vivido um período de significativa acalmia o que não é estranho, em primeiro lugar, devido á intervenção política dos responsáveis em Timor-Leste, mas também das forças de segurança e, neste caso, em particular a actuação da GNR através do seu agrupamento BRAVO", sublinhou.

Inquirido sobre a "alegada" possibilidade de uma sublevação militar semelhante à registada em Abril último, tendo em conta a "jovem democracia", Mourato Nunes admitiu haver "consequências que ainda hoje se repercutem", mas desvalorizou esse cenário.

"É natural que alguns desses elementos que, neste momento, estão fora de controlo, possam vir a ser regimentados por alguma das facções, mas isso é uma possibilidade, poderá acontecer que se mantenha este clima de acalmia que temos vivido", concluiu.
SMS-LusaTV/Fim

Economia crescerá 32,1% em 2007, ritmo mais rápido na Ásia

Lisboa, 30 Mar (Lusa) - A economia de Timor-Leste deverá crescer 32,1 por cento este ano, invertendo a tendência de contracção de 2006 e alcançando o maior ritmo de crescimento do continente asiático, prevê o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD).

Num dos países mais jovens do planeta "é esperado um forte ressalto em 2007, baseado em maiores gastos do governo e do pessoal internacional estacionado no país", afirma o BAD em relatório hoje divulgado.

"O alcance dos objectivos de desenvolvimento depende da capacidade do Estado traduzir em investimentos o forte fluxo das reservas de petróleo e gás", adianta.

Timor-Leste é actualmente um dos mais pobres países do mundo, apresentando em 2006 um produto "per capita" de 347 dólares, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional, ultrapassando apenas Birmânia e Nepal.

No ano passado, a economia recuou 1,6 por cento, depois de ter crescido perto de 2,3 por cento no ano anterior.

A insegurança dos últimos meses, que ainda se faz sentir, perturbou a produção de café e levou à suspensão de projectos públicos de investimento e à restrição da actividade comercial, salienta.

Actualmente, as Nações Unidas têm perto de 2.000 homens no país, e os seus gastos, diz o Banco, geram "forte procura" por habitação, bens de consumo e serviços.

A procura tem vindo a impulsionar a inflação, que atingiu seis por cento no final de 2006, mas deverá abrandar para cinco por cento este ano, segundo prevê o Banco.

No relatório, o Banco prevê que as receitas da exploração de petróleo e gás em Timor mais do que dupliquem este ano e no próximo, "à medida que aumenta a produção dos campos existentes".

Em 2013, espera-se que entre em produção o campo gasífero "Greater Sunrise", na área conjunta com a Austrália, que deverá gerar receitas de perto de 10 mil milhões de dólares ao longo da sua vida útil.

O crescimento de Timor-Leste deverá ficar muito acima da média para a região, de 7,1 por cento, um abrandamento em relação aos 8,3 do ano passado e o ritmo mais lento dos últimos quatro anos.

Em 2008, quando se espera a saída dos militares das Nações Unidas, Timor-Leste deverá crescer apenas 3,5 por cento.
PDF-Lusa/Fim

Fretilin Party Representatives Hinder Australian Troops

Asia Pulse - March 30, 2007

(Full text of a statement. Contact details below.)

Sydney - Medianet International-AsiaNet - Fretilin party representatives hinder Australian troops protecting both Fretilin motorcade and participants during rally.

Today the Fretilin party indicated it would lodge a protest against the role of the Australian Army in East Timor for the alleged treatment of a party representative travelling in a motorcade from a Fretilin rally in a high security zone.

Unconfirmed reports suggest the Fretilin party representatives were purposefully hindering Australian security forces, by not co-operating with them - a source was quoted as saying "the Australian military was only attempting to maintain order and security for both the motorcade and rally participants - which is what they were asked to come to Timor-Leste to do."

This protest by the Fretilin party is in stark contrast to their endorsement of the role of the Australian military in providing security services in Timor-Leste.

On May 25 2006 at the height of the crisis, both leaders of the Fretilin party, Fransisco Guterres "Lu olo" President of the Parliament and Mari Alkatiri, then Prime Minister, signed a letter with the President of the Republic, of request to the Australian Government seeking assistance from Prime Minister John Howard and the Australian Defence force to "stabilize and control current security crisis".

A further letter of agreement was also signed by both leaders of Fretilin authorising Australian Defence Forces "to assist Timor-Leste in the restoration, security, confidence and peace in Timor-Leste including assisting in re-establishing and maintaining order and assisting in the provision and security to persons".

Fretilin has been running a party election platform renouncing the peacekeeping mission of the Australian Defence Force, when, in fact, the engagement of the ADF was initiated, endorsed and welcomed by both leaders.
SOURCE: Alliance.org

For information contact:
Dionisio Babo Soares +679-7243952
Australian Contact: M Stephens +61-404-478-302

Blog Lu-Olo ba Presidente – 30 de Março de 2007

Campanha em Aileu: cerca de 6000 pessoas

Hoje, 30 de Marco de 2007, foi realizada a campanha do Presidente Lu Olo em Aileu, onde contou com a presença de cerca de 6000 pessoas.
O comício começou cerca das 14 horas, e reuniu mais pessoas do que qualquer outro candidato que já passou pelo local.

Aileu tem um significado histórico muito grande para a FRETILIN por ser o local onde foi iniciada a luta pela independência de Timor-Leste.

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Comunicado de Imprensa FRETILIN - 30 de Março de 2007

Fretilin apresenta protesto contra militares australianos

A Fretilin apresentou hoje um protesto formal ao Comandante da Foras Australianas em Timor-Leste, Brigadeiro Mal Rerden, em relação ao assalto e humilhação causados a um militante da Fretilin por militares australianos no dia 26 de Março de 2007
O partido no governo de Timor-Leste pediu para que um processo disciplinar seja movido pelas Forças Armadas Australianas (ADF), em relação aos soldados australianos envolvidos, e que um pedido de desculpas formal seja emitido com relação ao incidente.

Em carta dirigida ao Brigadeiro Rerden, Mari Alkatiri, Secretário Geral da FRETILIN, disse que e necessário que a ADF tome medidas sobre este caso para evitar que tais incidentes se repitam, cujas fotografias foram publicadas no Timor Post na terça feira passada (27 de Março).

O incidente ocorreu quando uma delegação da FRETILIN tinha acabado de sair da vila de Gleno, situada no distrito de Ermera, após um comício popular aí realizado de apoio à candidatura de Francisco Guterres “ Lu Olo” para Presidente da República.

O Dr. Alkatiri, que foi uma dos testemunhas do incidente, disse que um veículo das Forças Armadas Australianas (ADF) tentou entrar no meio da caravana de carros que acompanhavam a delegação da FRETILIN, e a sua entrada foi recusada. Alkatiri disse que, enquanto um soldado australiano apontava a sua arma ao condutor de um dos carros da caravana, um outro puxou um passageiro do veículo, pisou nele com a arma apontada à sua cabeça. Quando o militante da FRETILIN tentou resistir, o soldado australiano gritou, “Fuck you. I’ll Kill you” (Vai-te f***r. Eu mato-te). “Um dos elementos da minha segurança pessoal tentou intervir mas foi ordenado para que não o fizesse pelo soldado australiano que lhe apontara a arma. Os soldados australianos só se retiraram quando receberam ordens do seu comandante”, acrescentou Alkatiri.

“A nossa caravana de carros estava de regresso de um comício de sucesso, que tinha decorrido pacificamente. Os militantes da FRETILIN não estavam armados e não constituíam qualquer tipo de ameaça aos militares australianos. Este comportamento dos soldados australianos é totalmente inaceitável e injustificável”.

Para mais informações, por favor contacte:
Mari Alkatiri (+670) 733 2630 (Dili)
Filomeno Aleixo: (+670) 7243460 (Dili)
Arsénio Bano: (+670) 723 0023 (Dili)
José Manuel Fernandes: (+670) 7342170 (Dili)

"Não haverá mais governo da Fretilin" - "Lasama" de Araújo

Pedro Rosa Mendes (texto) e António Cotrim (fotos), da Agência Lusa

Manatuto, Timor-Leste, 30 Mar (Lusa) - Fernando "Lasama" de Araújo afirmou hoje à Agência Lusa que "não haverá mais um governo de Mari Alkatiri, nem mais um Parlamento de "Lu Olo"" em Timor-Leste, defendendo que a campanha para as eleições legislativas "já começou".

"O que eu digo aos meus simpatizantes é que, depois das eleições presidenciais, haverá eleições gerais (legislativas, ainda sem data marcada) e que teremos de imediato uma reforma política", afirmou o presidente do Partido Democrático (PD) de Timor-Leste.
A campanha de Fernando "Lasama" de Araújo, o oitavo candidato nos boletins de voto às presidenciais de 09 de Abril, passou hoje em Manatuto, cerca de 60 quilómetros a leste de Díli.
Segundo observadores eleitorais e elementos das forças policiais ouvidos pela Lusa no local, "Lasama" foi, "sem qualquer dúvida, quem mobilizou mais pessoas até agora" entre os candidatos que passaram por Manatuto.
Francisco Guterres "Lu Olo", candidato da Fretilin, João Carrascalão, Lúcia Lobato e Francisco Xavier do Amaral realizaram acções de campanha em Manatuto, a região onde nasceu Xanana Gusmão, o Presidente cessante de Timor-Leste.
José Ramos-Horta, que abandonou o cargo de primeiro-ministro para se candidatar às presidenciais, teve uma acção de campanha agendada para a vila, mas acabou por realizá-la noutra localidade.
O presidente do PD disse estar "emocionado" com a organização do comício e com a resposta da população, que acorreu ao campo de futebol de Manatuto - "entre 700 a mil pessoas", segundo um polícia internacional.
Fernando "Lasama" de Araújo era secretário-geral da RENETIL, o organismo juvenil da Resistência timorense, quando foi preso durante a ocupação indonésia, em 1991.
O líder da RENETIL passou seis anos e quatro meses na cadeia de Cipinang, Jacarta, a mesma onde esteve Xanana Gusmão.
"Foi nos anos de Cipinang que aprendi com Xanana e com outros prisioneiros políticos. A minha formação política vem de Cipinang", disse.
De qualquer forma, se for eleito para a chefia do Estado, Fernando "Lasama" de Araújo referiu que será um Presidente diferente de Xanana Gusmão.
"Xanana trabalhou com este Parlamento e com este Governo", explicou. "E não haverá mais um governo de Mari Alkatiri, nem mais um Parlamento de "Lu Olo"".
Sobre o Congresso Nacional da Reconstrução de Timor (CNRT), o novo partido apoiado por Xanana Gusmão, o líder do PD disse que não é adversário à altura porque "só tem a figura" do Presidente cessante.
"No PD, não temos figuras mas temos equipa e a equipa é muito sólida. Resulta de um trabalho de seis anos, que já se vê nesta campanha presidencial. Acredito que a Fretilin já não vai ganhar", afirmou o presidente do PD.
"Este povo acompanhou a situação durante cinco anos e sabe quais são as fraquezas da Fretilin e quem são as pessoas que lá estão", acrescentou o candidato.
Fernando "Lasama" de Araújo nasceu em 1963 em Manutasi, Ainaro. A sua biografia de campanha refere que, "quando tinha 12 anos, testemunhou o massacre de 18 familiares pelo Exército indonésio". Terá sido esse o momento que determinou o seu empenhamento nas estruturas juvenis e clandestinas da Resistência.
Lusa/Fim

Luta entre partidos no Timor Leste deixa 20 feridos

Agência EFE – 30 de Março de 2007

Díli - Vinte partidários do atual primeiro-ministro do Timor Leste e prêmio Nobel da Paz, José Ramos Horta, que disputa as eleições presidenciais marcadas para 9 de abril, foram feridos ontem à noite por supostos seguidores da Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin).

O confronto aconteceu em Viqueque, cerca de 215 quilômetros ao leste de Díli, após um comício de Ramos Horta. Ele hoje pediu "aos militantes da Fretilin e do Grupo Mudança (o seu partido) que resolvam suas diferenças pelo diálogo, promovendo a união nacional".
O ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri afirmou hoje em Díli que "a Fretilin, como instituição, nunca ordenou que seus militantes cometessem crimes".
"Os envolvidos no incidente devem ser levados à Justiça, sejam militantes da Fretilin ou não", disse Alkatiri, pedindo a presunção de inocência para seu partido enquanto a investigação oficial não apontar os culpados.
Oito candidatos concorrem às presidenciais, mas só dois se destacam nas pesquisas de intenções de voto: Ramos Horta, do Mudança, e Francisco "Lu-Olo" Guterres, da Fretilin.

FRETILIN critica o uso da bandeira nacional no boletim de voto

Timor-Leste, 30 Mar (Lusa) - A FRETILIN criticou hoje a decisão tomada por quatro candidatos presidenciais que pretendem utilizar a bandeira nacional junto às respectivas fotografias oficiais no boletim de voto para as eleições de 09 de Abril.

"Não se entende porque é que os políticos que temos não têm a ousadia e a coragem de usarem apenas os seus próprios símbolos, porque são candidatos independentes", disse à Agência Lusa Filomeno Aleixo, porta-voz do da FRETILIN, durante um comício do partido, na capital do país, Díli.

O candidatura de Francisco Guterres "Lu Olo", que vai usar a bandeira da FRETILIN no boletim de voto, ao lado da fotografia oficial de candidatura, defende apenas o uso dos símbolos partidários, mas não concorda que a bandeira nacional seja utilizada por nenhum dos candidatos presidenciais.
O partido que apoia Francisco Guterres "Lu Olo" apresentou um pedido ao Tribunal de Recurso no sentido de anular a decisão da Comissão Nacional de Eleições (CNE) mas o tribunal decidiu que o uso da bandeira nacional no boletim de voto não era ilegal.

"Nós apresentámos o recurso ao tribunal na quarta-feira mas ontem, a meio da manhã, o Tribunal de Recurso não concordou com o nosso pedido porque a lei eleitoral em vigor deixou em aberto que cada candidato tenha possibilidade de escolher o símbolo que quiser. Mas para nós o uso de símbolos nacionais não deviam ser autorizados", disse o porta-voz da FRETILIN.

No boletim de voto, de acordo com informações disponibilizadas pela CNE, Francisco Guterres "Lu Olo e o candidato Manuel Tilman, vão usar as bandeiras dos respectivos partidos.

A bandeira nacional vai ser utilizada pelos candidatos Avelino Coelho, Francisco Xavier do Amaral, Lúcia Lobato e José Ramos-Horta.
Os candidatos João Carrascalão e Francisco Lassama vão apenas usar a fotografia oficial de candidatura.

A bandeira da FRETILIN, com o nome do partido no meio, sobre a faixa de fundo amarelo, é diferente da bandeira nacional, mas ambas têm as mesmas cores e uma estrela de cinco pontas branca sobre um fundo preto.
"Estamos a conduzir mal as pessoas, sobretudo as pessoas que não têm maturidade política que não vão perceber porque é que candidatos diferentes usam o mesmo símbolo, apesar da lei dar espaço para isso", afirmou ainda Filomeno Aleixo.

As críticas do porta-voz da FRETILIN vão sobretudo para Ramos-Horta, que abandonou o cargo de primeiro-ministro para se candidatar às presidenciais.
"Um bom cidadão e um bom político devia ser coerente e usar apenas os seus próprios símbolos. É falta de honestidade política tentar usar a bandeira nacional. Assim não estamos a ajudar o povo a votar em plena consciência e não se entende que Ramos-Horta, que cresceu com a FRETILIN, tenha chegado a este ponto", disse Filomeno Aleixo.

O candidato da FRETILIN, Francisco Guterres "Lu Olo", esteve hoje em Aileu, a menos de cinquenta quilómetros a sul da capital e realizou-se em Díli um comício do partido junto à praia, na zona de Bidau Massau.
PSP-Lusa/Fim

sexta-feira, março 30, 2007

Avaliação das próximas eleições em Timor-Leste

(Tradução da Margarida)

RSIS. Copyright (c) 2007 S Rajaratnam School of International Studies, Nanyang Technological University

Depois de meses de especulação e adiamentos, o governo Timorense e a ONU acordaram finalmente na realização das primeiras eleições do país desde a independência há 5 anos. De RSIS.

Por: Loro Horta para RSIS (29/03/07)

Muitos esperam que a votação possa pôr finalmente um fim na crise política em curso que atingiu a nação nos seus alicerces. Porque as próxmas eleições podem ser decisivas para a estabilidade futura de Timor-Leste, são por isso relevantes para os interesses gerais de segurança dos países vizinhos.

Provavelmente as eleições vão-se centrar numa disputa entre duas forças políticas maiores, ambas que por sua vez são apoiadas por um vasto conjunto de pequenas associações sociais e cívicas. Num lado estará o corrente Presidente Xanana Gusmão a tentar o cargo de Primeiro-Ministro e o seu aliado, Ramos Horta, o corrente PM, que tenta o cargo de Presidente. O seu opositor mais sério será certamente o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri e a Fretilin.

Para concorrer a PM, Gusmão formou recentemente o seu próprio partido político, o CNRT. O seu partido provavelmente formará uma coligação com vários partidos menores, tais como o Partido Democrático (PD) e o Partido Social Democrata (PSD). Gusmão pode ainda contra muito provavelmente com o apoio da influente igreja católica e os seus poderosos bispos. O poder da igreja é preponderante.

Os padres e as freiras estão presentes em cada aspecto da vida dos nativos até às mais pequenas questões sociais. Uma outra fonte de imenso poder disponível para a igreja são as várias organizações de caridade e escolas, que lhe dão alavancas significativas para a mobilização social.

Conquanto Gusmão possa enfrentar o maior desafio na sua esperança de se tornar PM, Horta terá também os seus desafiantes. Francisco Guterres (Loholo), presidente da Fretilin, desafiará Ramos Horta para a presidência. Conquanto seja uma figura relativamente obscura, é conhecido pela sua modéstia e dedicação ao partido. Tal como Alkatiri tem a sua arma principal na máquina bem disciplinada da Fretilin.

O outro lado

À primeira vista pode parecer que as eleições são favas contadas – que os líderes mais influentes como Gusmão e Horta e que as organizações sociais mais poderosas como a igreja católica juntaram forças para tratar de uma vez por todas do “diabo comunista” Alkatiri.

Contudo, Alkatiri não parece impressionado com a poderosa coligação engendrada contra ele. No princípio de Fevereiro, no seu típico estilo desafiante, Alkatiri anunciou que se candidatava a primeiro-ministro e que de uma vez por todas ia mostrar quem é que o povo de Timor apoiava. Prometeu derrotar os seus opositores sem margem de dúvidas e pôr fim à "hipocrisia."

Conquanto pareça improvável que Alkatiri consiga derrotar a poderosa coligação engendrada contra ele, devemos esperar que ele consiga muito melhor do que alguém tão isolado quanto ele. Uma combinação de factores, alguns derivados das qualidades pessoais do homem, e outros resultantes de oportunidades e circunstâncias, podem fazer com que ele sobreviva outra vez.

Como pessoa, Alkatiri está longe de ter um carácter de que se goste, (anda) sempre com uma expressão séria e tem um sentido de humor bastante ofensivo. Contudo, continua a ter o controlo da Fretilin, o único verdadeiro partido político do país. Independentemente da controvérsia que rodeou a sua re-eleição no ano passado com 98 por cento dos votos no último congresso do partido, Alkatiri ainda se mantém secretário-geral da Fretilin. Devido ao seu papel na luta pela independência, o partido ainda retém um considerável número de seguidores. Em 2005 o partido venceu em 31 das 32 áreas nas eleições regionais.

Graças à sua luta de 24 anos como força de guerrilha contra a ocupação Indonésia, a Fretilin desenvolveu uma estrutura partidária sem rival em qualquer outra força no país. O aparelho partidário vai desde o nível da aldeia tendo quadros políticos mesmo nas aldeias mais pequenas. Somente a igreja católica se aproxima de uma tal organização. Os anos de luta da Fretilin e a dureza (da luta) deram aos seus membros um forte e persistente sentido de identidade e de lealdade. Como outros antigos movimentos de guerrilha de esquerda, a Fretilin ié de muito longe uma força mais disciplinada e organizada do que qualquer outro partido. A sua estrutura pode ser uma vantagem poderosa nas mãos de um líder experiente, mesmo que não muito popular.

Alkatiri é conhecido pelas suas notáveis qualidades organizacionais e (pela) discipline. Uma das suas características são as longas horas de trabalho. Enquanto os incompetentes líderes da oposição de Timor-Leste passavam o tempo nos cafés de Dili, Alkatiri passou para a ofensiva. No fim de Fevereiro, bem antes das eleições, Alkatiri tinha visitado quase todos os 13 distritos do país galvanizando as massas e mobilizando os membros do partido.

Alkatiri tem nas suas mãos uma arma poderosa forjada durante 24 anos de guerra com o custo de 200,000 vidas. Gusmão e Horta, por outro lado, serão apoiados por um conjunto de pequenos e incompetentes partidos que provavelmente cavalgarão no carisma dos dois líderes. Contudo, ambos os homens não têm outra escolha senão aproveitarem o apoio (deles) e rezarem para que esses partidos se limitem às formalidades.

Um novo factor que pode melhorar as possibilidades de Alkatiri é a questão regional da divisão leste-oeste que emergiu com uma vingança depois da crise militar de Abril de 2006. A Fretilin tradicionalmente tem tido um forte apoio nom lado leste da ilha onde a maioria da luta pela independência se desenrolou. Depois da crise militar muitos no leste sentiram que o Presidente Gusmão foi parcial com os soldados amotinados na sua maioria do oeste. Este percepção pode ter um efeito negativo sobre Gusmão nas eleições, ao levar certas partes de gente do leste a votarem na Fretilin para retaliarem contra a percebida parcialidade de Gusmão.

É também provável que Alkatiri obtenha algum apoio dos Timorenses mais radicais e nacionalistas ao afirmar-se como um patriota em luta pelos interesses do povo contra a Austrália e as suas marionetas locais. Na verdade, em tempos recentes, Alkatiri adoptou uma retórica crescentemente nacionalista, afirmando que foi derrubado numa conspiração orquestrada por actores estrangeiros e domésticos. Se se considerar os níveis significativos do sentimento anti-Australiano entre muitos Timorenses, não se deve desvalorizar tais tácticas.

O poder e a reputação da Fretilin e da liderança enérgica de Alkatiri são uma combinação tão poderosa que muitos partidos da oposição e grupos pseudo políticos têm andado a fomentar a violência numa tentativa de adiar as eleições. Os ataques de Reinaldo aos postos de polícia e os distúrbios subsequentes desencadeados em Dili pela operação Australiana para o capturar podem fazer parte de tais tentativas.

Conclusão

Conquanto seja muito improvável que Alkatiri esteja de volta como primeiro-ministro do pequeno inquieto Timor–Leste, é também bastante improvável que ele se vá sem mais reboliço. Muitos estão furiosos com o que entendem ser o seu gesto irresponsável e egoísta de concorrer às eleições. A sua candidatura pode transformar as eleições no caos e na violência tudo por causa do seu ego, gritam alguns. Mas, no fim de contas, numa verdadeira democracia, Alkatiri tem todo o direito de concorrer. É melhor que Gusmão e Horta se preparem para a luta, porque têm que confrontar um opositor sério.

O "Tanque de Guerra"

Jornal de Notícias - Sexta-feira, 30 de Março de 2007

Pedro Sousa Pereira, António Cotrim, em Díli - Exclusivo JN/Lusa

Longos dragões chineses descansam nos braços tatuados dos jovens de Becora, em Díli, Timor-Leste, que se juntam na oficina de motorizadas do "Tanque de Guerra", à beira da estrada asfaltada. A hora de almoçar já passou e, por isso, ao lado da oficina, debaixo de um tecto de chapa um grupo de amigos joga bilhar, enquanto outros rapazes se preparam para novas tatuagens. Apenas um deles, de fato de macaco, desmonta lentamente o motor de uma motocicleta. A vida dos jovens do "Tanque de Guerra" corre normalmente e como indica uma placa aqui pode-se arranjar um motor, jogar bilhar, fazer tatuagens, ou simplesmente ficar a ver os carros a cruzar o último bairro periférico de Díli, antes da estrada que sobe em direcção a Baucau.

Horas antes, as Nações Unidas, no centro da cidade congratulava-se com as informações difundidas pela Comissão Nacional de Eleições e pelo Serviço Técnico da Admnistração Eleitoral sobre o número de votantes e o recenseamento que dizem ter superado as expectativas. Ainda sem números oficiais exactos há cerca de meio milhão de eleitores. Os novos eleitores são, ou os jovens que atingem os 17 anos de idade até ao próximo dia 9 de Abril, data da realização das presidenciais, ou então eleitores que tinham perdido o cartão para votar.

De acordo com informações oficiais, a nível nacional, não se registaram até ao momento situações irregulares, apenas incidentes esporádicos que, segundo as autoridades, não perturbam o processo eleitoral.

No "Tanque de Guerra", em Becora, os rapazes que têm idade para votar não falam de eleições. Encolhem os ombros e passam o tempo a batalhar sobre um pano de bilhar que já foi verde enquanto outros dormem estendidos em cadeiras de plástico ou fumam cigarros indonésios que cheiram a cravinho na casa do tatuador, atrás da oficina.

Sem cartazes de campanha

No "Tanque de Guerra" não há cartazes de campanha de qualquer um dos oito candidatos que andam na estrada desde sexta-feira passada. Em plena campanha para as presidenciais, o presidente da República Xanana Gusmão aceitou juntar-se ao Congresso Nacional da Reconstrução Timorense, um novo partido com a velha sigla do extinto Conselho Nacional da Resistência Timorense e já afirmou que está "preparado" para ser primeiro-ministro após as eleições legislativas de 2007 que ainda não têm data marcada.

José Ramos-Horta, chefe do Governo, afirma que tem o apoio da Igreja timorense e do presidente da República e a FRETILIN, o partido maioritário que domina a Assembleia Nacional, mobilizou a máquina partidária.

Francisco Guterres "Lu Olo", presidente do Parlamento, que faz campanha ao lado do ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, disse esta semana que conseguiu juntar 10 mil pessoas em Ossu, na zona leste do país e cerca de três mil apoiantes na vila de Liquiçá, a pouco menos de 40 quilómetros a oeste de Díli.

"Nós conseguimos fazer muita coisa mas as pessoas só vêm o lado negativo e não o lado positivo de tudo o que a FRETILIN fez enquanto Governo.

Conseguimos erguer uma estrutura de Estado através da maioria no Parlamento. Conseguimos implementar coisas prioritárias como escolas, postos sanitários, em todos os distritos, e água potável para parte da população. A FRETILIN tentou avançar mais para a frente mas, entretanto, deu-se esta crise e houve um retrocesso. Mas a FRETILIN continua determinada em viabilizar o país, num futuro próximo, depois das eleições", afirmou Francisco Guterres "Lu Olo" sobre o desempenho da FRETILIN como partido de Governo.

A imprensa timorense publica sondagens. José Ramos-Horta e Francisco Guterres "Lu Olo" são os favoritos, mas os jornais que se vendem no centro da cidade, onde há estrangeiros, não chegam a Becora, no sopé da montanha, onde os jovens timorenses com idade para votar jogam bilhar e não falam de política.

Aqui os dias são todos iguais. Não há empregos, desmontam-se motores e fazem-se tatuagens. Pode ser que até ao dia das eleições nasçam mais dragões chineses no "Tanque de Guerra".

João da Silva, o halterofilista de Becora

Não muito longe do "Tanque de Guerra" vive João da Silva, na casa onde sempre viveu. Como muitos jovens de Díli vive entre halteres e máquinas de ginástica.

No final de Julho de 1999, nos dias que antecederam a consulta popular, João da Silva, membro da rede clandestina e líder do grupo "Choque" durante a ocupação indonésia, armado de catana, arco e flecha defendeu o bairro da milícia pró-indonésia e um dia não deixou passar Eurico Guterres, líder Aitarak. Nesse dia morreram pelos menos duas pessoas, uma de cada lado.

"Em 1999, depois do referendo, tudo foi queimado e fui deportado para o lado indonésio, mas eu não morri", diz, em inglês, enquanto mostra os halteres que o ajudam a manter a forma.

"Não tenho trabalho e isto não anda para a frente", referindo-se à situação em que vive. Sobre as eleições diz apenas que vai votar mas não diz em quem.
Entretanto, vai continuar a levantar halteres, como sempre, no pátio da casa, em Becora.

Gusmao hopes to 'reform Govt' if elected PM

ABC - Friday, March 30, 2007. 10:42am (AEST)

East Timor's outgoing president, Xanana Gusmao, says he wants to become the country's next prime minister to reform the Government.

Mr Gusmao has agreed to stand as a new opposition party candidate in the general elections later this year.

He says he has been forced by East Timor's crisis to abandon his plan to retire after his five-year presidential term finishes in May.

"In April we came to a situation that we allowed our people to kill each other again," he said. "All of this made us concerned about the future. "During the crisis at the beginning, I was accused of doing coup d'etat, now I'm going to do democratic coup d'etat by elections."

Timorense conta como foi seviciada pelas milícias em 1999


Lisboa, 30 Mar (Lusa) - Uma mulher timorense testemunhou hoje na Comissão da Verdade e Amizade como foi repetidamente violada, mesmo já grávida, pelas milícias pró integracionistas em Timor-Leste na sequência da vitória do "sim" no referendo sobre a independência, em 1999.

Depondo na Comissão, que integra personalidades timorenses e indonésias, Esmeralda dos Santos afirmou que, na altura dos incidentes, era uma jovem estudante residente em Suai, 80 quilómetros a sul de Díli, e que, tal como pelo menos 45 outras raparigas, foi alvo de frequentes violações sexuais.

Num testemunho que chocou os membros da Comissão, citado pela imprensa australiana e indonésia, a jovem contou que, no seu caso, foi pontapeada por um membro das milícias mal se soube que estava grávida, tendo sublinhando que as agressões visavam obrigá-la a abortar, o que nunca chegou a acontecer.

"Lembro-me bem da cara do meu violador que, depois de saber que eu estava grávida, continuou a violar-me e pontapeava-me para que eu abortasse", narrou Esmeralda dos Santos, que explicou que, caso se recusasse a manter relações sexuais, era ameaçada de morte.

Esmeralda dos Santos referiu que no início de Setembro de 2005, em conjunto com mais três jovens estudantes, foi raptada da sua escola em Suai inicialmente pelo exército indonésio, tendo, depois, "ficado à guarda" de um membro das milícias, que a violava "quase todos os dias, de manhã e à noite".

"Depois de me roubarem o dinheiro, brincos e anéis, e como não tinha mais nada, começaram a violar-me dia e noite", relatou, lembrando que as três colegas de escola sofreram os mesmos "tratamentos" e que três familiares seus, todas mulheres, foram também violadas.

"às vezes, obrigavam-me a ter relações sexuais em frente aos meus familiares", sublinhou Esmeralda dos Santos Oito dias mais tarde, a jovem, que nunca saíra de Suai, foi levada para uma pequena localidade de Timor Oriental, onde foi mantida cativa pelo mesmo membro das milícias, que continuou sistematicamente a violá-la.

"Durante um mês foi espancada e pontapeada porque ele queria que eu abortasse. Depois, consegui fugir e, em Novembro (de 2005), regressei a Timor-Leste", acrescentou, sublinhando que, quando relatou o sucedido às autoridades de Suai, foi-lhe respondido que a questão era um "assunto pessoal".

Esmeralda dos Santos contou, por outro lado, que, enquanto durou a repressão em Suai e antes de ser raptada, se refugiava todas as noites numa igreja local porque a população era "aterrorizada quer pelas TNI (Forças Armadas indonésias) quer pelas milícias".

A jovem afirmou perante a Comissão que a igreja estava repleta, com mais de meio milhar de refugiados, quando o complexo religioso de Suai começou a ser atacado pelo exército indonésio pelas milícias, a 06 de Setembro de 1999, uma semana após o referendo e dois dias após o anúncio da vitória do "sim" à independência.

"Morreram muitas pessoas atingidas por tiros", afirmou Esmeralda dos Santos, corroborando os dados oficiais do ataque à igreja, que provocaram 31 mortos, dos quais dois sacerdotes católicos, entre as mais de 1.500 vítimas da onda de violência que assolou então Timor-Leste.

A Comissão da Verdade e Amizade, que tem por missão averiguar e julgar os acontecimentos violentos que se registaram em Timor-Leste antes e depois do referendo, iniciou em Fevereiro último os seus trabalhos em Bali, tendo a segunda fase começado há uma semana em Jacarta.

Além de Esmeralda dos Santos, foram ouvidas quinta-feira 18 outras mulheres que testemunharam os incidentes e que foram alvo de idênticas privações.
JSD-Lusa/Fim

Troops deployed to Timor border

Jakarta Post - March 30, 2007

Kupang, East Nusa Tenggara: The Indonesian Military (TNI) has deployed 1,000 soldiers along the border between Indonesia and Timor Leste to prevent possible unrest inside Indonesian territory before and after the presidential election in the neighboring country on April 9.

The commander of the Indonesian Border Security Unit, Lt. Col. J. Hotma Hutahaen, said via cell phone Thursday that TNI troops had been entrusted with securing state territory and preventing rebels from entering the country through West Timor, East Nusa Tenggara.

"Chaos is escalating in Dili ahead of the election, but has not yet had any serious impact along the border of both countries," said Hutahaen.
He said border troops had been tolerant toward sick residents crossing over despite the closure of the border.

"President Xanana has officially sent a letter to President Susilo Bambang Yudhoyono requesting him to open the border point to expedite supplies for the needs of Timor Leste people, but the TNI headquarters has yet to order all four entry points open," he said.

The government will likely open the border points after the election.

Barómetro

Diário Económico, 30/03/07
Por: Francisco Teixeira, Editor de Política

Xanana Gusmão

Xanana tem, mais do que qualquer timorense, a autoridade para fazer uma análise crítica da actual situação do país. Mas comparar a vida num país democrático com as atrocidades cometidas pela Indonésia, revela, no mínimo, falta de sentido de oportunidade.

Acima de tudo, porque foi ele a mais mediática “vítima” da invasão indonésia. Em democracia, ao contrário da ditadura, as armas não matam.

Xanana Gusmão acusa Fretilin de estar “totalmente corrompida”

Diário Económico, 30/03/07
Timor 2007-03-30 00:05

A poucos dias de deixar a presidência de Timor, Xanana lança duras críticas ao seu antigo partido.

Por: John Aglionby, em Díli

Xanana Gusmão, Presidente de Timor Lorosae, acusou ontem a Fretilin de corrupção, arrogância e má gestão, e responsabilizou o partido no poder pela violência e estagnação económica que grassam no país desde a sua independência em 2002.

Xanana, cujo actual papel é meramente simbólico, declarou em entrevista ao “FT” que o desempenho da elite governativa só tem comparação com o regime brutal que a Indonésia impôs ao território durante 24 anos, e que culminou na sua quase total destruição em 1999, após o referendo sobre a independência. “A Indonésia mentia e matava, mas a economia continuava a funcionar”, diz Xanana. “Agora somos uma nação independente, mas a economia estagnou. As estradas continuam por reparar e as escolas estão a funcionar, mas a construção não é a melhor. E os edifícios que se constroem são para abrigar os ministérios, ou seja, o povo continua a sofrer”.

Explica ainda que a estrada junto a sua casa “tem de ser reparada duas vezes por ano, todos os anos. Tapam um buraco e, três meses depois, está maior do que estava inicialmente, Se tivéssemos um governo sério, isto não seria assim”.

Xanana Gusmão termina o seu mandato em Maio. As eleições presidenciais são a 9 de Abril e o sucessor será escolhido entre os oito candidatos que se perfilam. José Ramos-Horta, actual primeiro-ministro, será muito provavelmente o sucessor.

Xanana, que abandonou a Fretilin no início da década de 80, anunciou esta semana que tenciona formar um novo partido e que está preparado para enfrentar a Fretilin já nas próximas eleições parlamentares, no final do ano. Para o Presidente, o seu antigo partido “está totalmente corrompido: as mãos pedem dinheiro e a boca limita-se a dizer “Sim, senhor…Sim, senhora”. Se Xanana Gusmão ganhar as parlamentares tudo indica que manterá melhores relações com a ONU do que a Fretilin. O ex-líder da guerrilha timorense dez questão de dizer que a presença da missão das Nações Unidas, enviada para o território após a vaga de violência no ano passado, só se justifica até meados de 2008. O mesmo não se aplica a agências especializadas da ONU: “Estas serão necessárias no terreno durante largos anos para ajudar Timor”, declara. A ONU governou Timor durante três anos, na sequência da retirada da Indonésia em 1999.

O líder da Fretilin, Mari Alkatiri, foi obrigado a demitir-se do cargo de primeiro-ministro em Agosto, após uma nova vaga de violência que provocou a morte de, pelo menos, 37 pessoas, obrigando 150 mil a abandonar as suas casas e ditando o fim da estrutura militar e policial. Foram então enviados para o terreno 2,500 efectivos militares estrangeiros para impor a ordem.

Ontem, Alkatiri qualificou o futuro partido de Xanana – Conselho Nacional de Reconstrução de Timor – de “bando de mentirosos” e acusou-os de fomentarem a violência que acabou por ditar a sua saída. “Xanana Gusmão nunca concretizará o sonho de ser primeiro-ministro. A Fretilin vencerá as eleições quaisquer que sejam os seus adversários”

Tradução Ana Pina

Exclusivo DE/”Financial Times”

O major Reinado está na capital?

Público, 30.03.2007,
Por: Adelino Gomes

Comandante das forças internacionais diz que Reinado "já não é uma ameaça"

O brigadeiro Rerden sublinha que as forças que comanda têm treino de "consciência cultural timorense"


No final dos primeiros sete dias da campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 9 de Abril, em Timor-Leste, a candidatura de Lu-Olo (Fretilin) realça as grandes afluências que os seus comícios estão a registar, em contraste com uma alegada menor capacidade de mobilização dos rivais, entre eles o actual primeiro-ministro e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta.

Segundo o blogue da sua campanha, Lu-Olo reuniu ontem, na região fronteiriça de Maliana, "cerca de oito mil pessoas". Nos dias anteriores, contou com "mais de 10 mil pessoas", em Ossu (sua terra natal), "mais de seis mil" em Gleno, "mais de três mil" em Liquiçá e "mais de duas mil" em Laclubar.

A decisão do Tribunal de Recursos, que considerou legal a utilização de símbolos partidários nos boletins de voto, constitui outro motivo de satisfação para Lu-Olo. O candidato pretende colocar a bandeira da Fretilin, de que é Presidente, junto do seu nome, de acordo com uma decisão do Parlamento Nacional, onde a Fretilin detém a maioria.

A iniciativa desagradou a Ramos-Horta e a outros seis dos oito candidatos, os quais ameaçaram boicotar as eleições caso não fosse alterada a lei, em conferência de imprensa, a semana passada. "Alguns dizem que a FRETILIN irá perder as eleições porque não tem apoio nas bases, mas estas mesmas pessoas têm medo que o candidato da FRETILIN use a bandeira no boletim de voto", comentou Lu-Olo.

Legislativas em 30 de Junho

Apenas uma mudança de Governo poderá sarar as feridas abertas pela crise de há um ano, considerou Ramos-Horta numa entrevista à agência Efe. Para isso confia na vitória do "carismático" Xanana Gusmão, à frente do novo partido em formação, o CNRT, nas próximas eleições legislativas.

As declarações de Horta confirmam que a sua candidatura presidencial está intimamente ligada à intenção de Xanana Gusmão disputar nas urnas, à Fretilin, a liderança parlamentar. No final da Conferência Nacional do CNRT, esta quarta-feira, em Díli, Xanana declarou-se "preparado" para ser primeiro-ministro, quando os repórteres o questionaram sobre o seu futuro político.

A data das legislativas só será marcada após as eleições de 9 de Abril, mas Xanana Gusmão tenciona fixá-la em 30 de Junho, apurou o PÚBLICO.

Na entrevista a Florentino Goulart, da agência espanhola, Ramos-Horta filia a crise que o país atravessa há um ano na "frustração" especialmente dos jovens, "que não vêem perspectivas nas suas vidas, que não têm carreiras, nem trabalhos, nem dinheiro". Se ganhar, promete, será "os olhos, ouvidos e boca dos pobres para falar ao Governo", prestando atenção, em especial, às crianças de Díli, "que vão atrás das tropas da ONU pedindo dinheiro", e aos idosos ,"que não têm condições para comprar comida e remédios".

Indonésia reabre fronteira

A Indonésia reabriu, ontem, a fronteira com Timor-Leste, a pedido do Governo timorense, considerando que o major rebelde Alfredo Reinado deixou de constituir uma ameaça à segurança nacional e para facilitar a movimentação antes das eleições, noticiou ainda a Efe. "O presidente timorense, Xanana Gusmão, disse que o ex-comandante Alfredo Reinado é um problema interno e em consequência a fronteira deveria ser reaberta para o bem dos dois povos", explicou aos jornalistas, em Díli, o embaixador da Indonésia. O diplomata lembrou que a fronteira foi fechada em 26 de Fevereiro a pedido de Timor-Leste, depois do major rebelde e os seus homens assaltarem dois postos fronteiriços e roubarem as armas dos agentes, conclui a agência.

Díli transpira por todos os poros. O ar, infiltrado de fogo e água invisível, dificulta os movimentos, pesa sobre os ombros como se, a cada passo, tivéssemos de arrastar connosco a própria cidade. Uma menina descalça tem um carrossel de fruta em torno dos braços, para vender. Homens de tronco nu sentam-se, mudos, nas carcaças de carros incendiados. Esgotos fluem pelas valas abertas ao longo das ruas.

"As eleições não podem levar a violência nem a divisões entre os timorenses. Devem antes ter um impacto unificador" diz aos jornalistas, no quartel-general "Obrigado", da UNMIT, o representante especial do secretário-geral da ONU para Timor, Atul Khare.

"Temos 225 membros internacionais e 200 nacionais no nosso staff, para dar assistência às eleições", acrescentou o vice-representante especial do Secretário-Geral, Finn Reske-Nielsen. "Existem 504 centros de votação, assistidos pelo CNE (Comissão Nacional de Eleições), sendo que, desses, 71 são de acesso difícil e 39 são de acesso praticamente impossível".

Em todas as ruas há porcos, cabras e cães. Nalgumas há vacas. Em todas as ruas voam veículos todo-o-terreno da ONU, das forças militares internacionais (ISF), das várias polícias e ONGs. Em todas as ruas há barracas cheias de famílias. Em todas as ruas há casas destruídas, queimadas. Nalgumas, há quarteirões inteiros.

"Temos helicópteros à nossa disposição e vamos ajudar o Governo", continuou o vice-representante especial. "Contamos com cerca de mil observadores nacionais e mais de 200 nacionais. Desenvolvemos um plano que permitirá que todos se desloquem em segurança até às urnas. O número de eleitores inscritos está de acordo com as nossas previsões e ultrapassa os 500 mil".

Um autocarro chamado "Che Guevara" passa a grande velocidade, cruzando-se com outro, auto-designado "Satan". Palmeiras, coqueiros, enormes folhas de fúria tropical querem engolir os bairros destruídos, as casas sem telhado nem janelas.

"As forças da ISF mandaram parar e revistaram um veículo na zona de Gleno", disse o comandante das Forças Internacionais de Estabilização (ISF), o brigadeiro australiano Mal Rerden. "O veículo seguia a grande velocidade e com uma condução perigosa, obrigando um veículo das ISF a uma acção evasiva, e não parou, apesar de claras instruções para o fazer".

Para além dos sofisticados jipes das várias organizações internacionais, circulam pelas ruas táxis de vidros fumados, ailerons, luzes azuis e espaventosos sistemas sonoros, que vivem da clientela internacional. São raros, outros veículos. A atmosfera assemelha-se a uma esponja encharcada, a escorrer líquido pelas fachadas e pelos corpos.

"O veículo acabou por parar num check point das ISF", continua o Brigadeiro Rerden. "Mas os ocupantes continuaram a não respeitar as instruções do pessoal das ISF. Estes tiveram que paralisar o ocupante, que se moveu dentro do veículo como se estivesse a pegar numa arma".

Nuvens de chumbo emergem por trás da montanha contígua à cidade. Lojas de chineses vendem roupa barata na Avenida Presidente Nicolau Lobato, ou telemóveis, ou peças para carros. Escolas abandonadas, edifícios esburacados, bancas de fruta extravagante, aromática. Rebentam os primeiros trovões.

"Os soldados usaram um mínimo de força para controlar a situação. Actuaram com muita contenção, dado o perigo potencial criado pelos ocupantes do veículo. As ISF e todas as outras forças estão aqui para apoiar todos os participantes nas eleições gerais de Timor-Leste".

O céu está negro, pegajoso, e a trovoada revolve-se, como lava a ferver, entre as massas de vapor.

"Soldados das ISF tiveram de conduzir uma inspecção numa igreja em Aileu", continuou o australiano. "Tentaram encontrar alguém que os deixasse entrar no edifício, sem êxito. Entraram na Igreja, por uma porta destrancada, assegurando-se que estava vazia no interior".

As crianças não brincam nos campos de deslocados espalhados pela cidade. Escondem-se nas vielas, espreitam. Juntam-se em cachos junto às barracas. Não olham para o céu. Não querem saber se choverá. Um raio não chega a brilhar por trás das cortinas de fumo"

"Os soldados saíram do edifício pela mesma porta. Nenhuma propriedade foi danificada durante a inspecção. Os membros das ISF têm treino específico de consciência cultural timorense, como parte das suas actividades de preparação".

À noite, não se vê ninguém nas ruas. Quase não há luzes, a rede de electricidade praticamente não funciona. A cidade fica em silêncio, uniformemente acabrunhada e enigmática, quer nos bairros comerciais quer nos perigosos.

Alguém avisa que, em Liquiçá, a uns 30 quilómetros, elementos da Fretilin estão a cercar uma esquadra da UNPOL, como retaliação pelas acções das forças internacionais nos últimos dias. A GNR avança para lá, mas já tudo terminou. Afinal foi uma das campanhas que atacou outra à pedrada. Afinal foi a sede da Fretilin que foi atacada. Afinal foi a caravana de um dos candidatos. Afinal foi outro. É impossível descobrir.

A noite escalda, submerge, estrangula, inchada de humidade, mas não chove.
O ar, infiltrado de fogo e água invisível, dificulta os movimentos, pesa sobre os ombros como se, a cada passo, tivéssemos de arrastar connosco a própria cidade.

O rumor correu pelos circuitos da capital timorense: Alfredo Reinado, o major sublevado e fugitivo, perseguido pelas forças internacionais, que supostamente se esconde em Same, no Sul do país, está afinal em Díli. E mais: as Forças Internacionais de Estabilização (ISF) saberiam disto mas teriam achado "conveniente", para não perturbar a actual calma relativa, não capturar Alfredo Reinado antes das eleições presidenciais.

Numa conferência de imprensa no seu quartel-general em Díli, à frente de uma bandeira australiana e outra timorense, o brigadeiro Mal Rerden, comandante das ISF, negou.

"Se soubéssemos onde ele estava, prendê-lo-íamos imediatamente", declarou. E "não há qualquer "conveniência" na nossa acção. Temos instruções para perseguir e prender Alfredo Reinado e é isso que estamos a tentar fazer".

No entanto, acrescentou o comandante australiano, "Reinado já não representa uma ameaça significativa. Está reduzido a pequenos grupos, com um movimento de apoio muito limitado".

As buscas continuam, "em várias áreas, segundo as informações que temos.

Mas não sabemos exactamente onde ele está. É um fugitivo, que está escondido.

Já não é um actor legítimo. As suas acções não são as de um líder. Alguém que realmente se interessasse pelo seu povo, dar-lhe ia uma oportunidade para a paz. Pode continuar a fugir quanto tempo quiser. Enquanto foge, não está a lidar com a sua situação, nem a resolver os seus problemas - disse o responsável militar australiano. "Um homem que se esconde numa cave vai passar muito tempo escondido numa cave", concluiu.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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