sábado, março 03, 2007

PGR e Alfredo Reinado reunidos em Same

Diário Digital / Lusa 02-03-2007 8:06:16

O Procurador-Geral da República de Timor-Leste, Longuinhos Monteiro, e Alfredo Reinado estão hoje reunidos em Same, sul do país, a discutir as condições de rendição do major rebelde, disse à Lusa o deputado independente Leandro Isaac.

A reunião, que começou às 15:00 locais (06:00 em Lisboa), está a decorrer «muitíssimo bem», acrescentou a mesma fonte, sem acrescentar pormenores sobre o conteúdo.

Ainda de acordo com Leandro Isaac, Longuinhos Monteiro, que chegou a Same acompanhado apenas pela sua guarda pessoal, e Alfredo Reinado estão reunidos em plena vila, à vista dos populares.

O Procurador-Geral tinha anunciado que se deslocava a Same na qualidade de «mensageiro do Estado» para apresentar as condições de rendição do major Alfredo Reinado.

«Não irei como procurador mas como mensageiro do Estado», ressalvou Longuinhos Monteiro, acrescentando que «a missão é apresentar ao major Alfredo Reinado as condições de rendição».
As condições são duas: «Entregar as armas, entregar-se e entregar os seus homens», precisou Longuinhos Monteiro.

Alfredo Reinado, que fugiu de uma prisão de Díli a 30 de Janeiro, está cercado há quatro dias pelas Forças de Estabilização Internacionais (ISF) na vila de Same, no litoral sul do país, a cerca de 80 quilómetros da capital.

O major rebelde Alfredo Reinado tinha enviado quinta-feira uma mensagem ao chefe de gabinete do presidente de Timor-Leste e ao Procurador-geral da República propondo negociações e uma saída pacífica para a crise.

Segundo o deputado independente Leandro Isaac, Alfredo Reinado, que continua cercado por tropas australianas na vila de Same, realizou durante a manhã de quinta-feira uma comunicação à população, depois de ter enviado as propostas aos responsáveis timorenses através de mensagem escrita (SMS).

Entretanto, em conferência de imprensa, o comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) estacionadas em Timor-Leste, brigadeiro australiano Mal Rerden, reafirmou que a única opção de Alfredo Reinado é entregar-se às autoridades.

«Se respeita tanto o povo de Timor-Leste e as pessoas que estão com ele a única saída que tem é entregar as armas e render-se», referiu Rerden, sublinhando que «toda a responsabilidade de qualquer consequência a partir de agora é de (Alfredo) Reinado».

Quarta-feira, em entrevista à Agência Lusa, Alfredo Reinado disse ter «vergonha» do presidente da República, Xanana Gusmão.

«Sinto tristeza e vergonha de ter um líder como o senhor Xanana, que não pensa duas vezes, que não quis saber a realidade e que agiu antes de pensar mandando uma força internacional contra mim», disse à Lusa, num contacto telefónico.

Reinado afirmou que não existe qualquer mandado de captura para a sua prisão e que, por isso, a ordem de actuação dada às tropas australianas para o cercarem «é ilegal».

Na entrevista, Reinado negou ter atacado qualquer posto militar - uma acusação que motivou, por ordem da presidência da República, a acção em curso em Same, a 81 quilómetros sul da capital, Díli.

A situação em Timor-Leste agravou-se na sequência do ataque alegadamente perpetrado domingo pelo major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar timorense, a três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, o que levou segunda-feira o Presidente timorense, Xanana Gusmão, a ordenar a captura e prisão do oficial rebelado.

Os soldados australianos cercaram terça-feira, em Same, elementos suspeitos de pertencerem ao grupo do major Reinado, entre os quais estará o próprio militar revoltoso.

As ISF estão a conduzir operações em todos os 13 distritos do país, tendo em vários deles as operações sido reforçadas em apoio ao recenseamento eleitoral.

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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