quarta-feira, abril 11, 2007

Estudantes timorenses em Maputo querem PR capaz de "unir o país"

Maputo, 10 Abr (Lusa) - Estudantes de Timor-Leste residentes em Maputo, em tempos "capital" da elite timorense na diáspora, manifestaram hoje o desejo de que o futuro Presidente daquele país "possa unir os timorenses, porque o país está cansado de divisões e conflitos".

O candidato Ramos Horta "lidera de forma clara" a contagem de votos na capital Díli, após o apuramento de 26 por cento dos votos na corrida para a chefia do Estado de Timor-Leste, indicou hoje a Comissão Nacional de Eleições (CNE) naquele país.

Ouvidos pela Lusa em Maputo sobre o que esperam do sucessor do Presidente cessante Xanana Gusmão, bolseiros timorenses que frequentam a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior e mais antiga instituição de ensino superior em Moçambique, fizeram votos de que o novo chefe de Estado ajude a sarar as feridas abertas com a instabilidade política que assolou o país nos últimos meses.

"O povo está cansado de divisões e a falta de entendimento entre os líderes", sublinhou Augusto dos Santos, 22 anos e natural de Los Palos.

Para Santos, que está a cursar o primeiro ano de Gestão Empresarial na Faculdade de Economia da UEM, "com a confusão e sem harmonia, o país não irá desenvolver-se, apesar da vontade que o povo tem de melhorar o país".

"O (futuro) Presidente deve conversar com todos os outros líderes, para (em conjunto) encontrarem o melhor caminho de desenvolver o país e criar mais oportunidades para os jovens", enfatizou.

"Unir o país e os líderes" é também a esperança que João Paulo, 22 anos, oriundo de Covalima, e estudante do primeiro ano de Direito na UEM, deposita no futuro chefe de Estado timorense, depois de a mais recente perturbação ter tido como rostos elementos do chamado "grupo de fora", por um lado, e da guerrilha, por outro.

Essa divisão é uma referência ao facto de um dos visados na recente crise timorense, o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, ter vivido cerca de 20 anos em Moçambique, durante os anos da ocupação indonésia.

"Para construir o país, não se pode discriminar a ninguém, todos devem dar o seu contributo", considera Paulo.

João Paulo deixa um pedido para os candidatos que saírem derrotados: "perder faz parte da democracia, isto é como um jogo, quem não ganhar também pode dar o seu contributo no desenvolvimento do país".

A opinião de que o futuro Presidente deve dedicar o seu magistério na reconciliação do país é também partilhada por Paulo Ximenes, 27 anos e natural de Baucau.

"Os elementos da frente armada, da diplomacia e da clandestinidade foram todos importantes para a independência do país da dominação indonésia. Todos eles continuam a ser necessários para resolver os problemas do país. Ninguém deve ser colocado de fora", declarou Ximenes, estudante do primeiro ano de Direito na UEM.

à pergunta a cada um dos três estudantes sobre o candidato da sua preferência, a resposta foi inequívoca: "quem ganhar deve unir o país".

Além de Mari Alkatiri, que fez a sua licenciatura em Direito na UEM, outros destacados membros da resistência timorense viveram em Moçambique, onde foram acolhidos pela FRELIMO, partido no poder neste país, desde 1975.

De resto, foi a estada por longos anos em Moçambique do também chamado "grupo de Maputo" que tem valido a esses quadros da FRETELIN a designação de "comunistas" pelo facto de nesse período a FRELIMO ter governado como partido único e com uma orientação marxista-leninista.
PMA-Lusa/Fim

1 comentário:

Anónimo disse...

Para estranhar que existe estudantes Timorenses em Maputo com bolsas de estudos. Apenas nunca ouvimos o anuncio do processo de tal bolsas de estudos em Timor-Leste.

Alguem pode esplicar como isto possivel?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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