segunda-feira, abril 16, 2007

Riots, rocks and arrows just a cry for help, not a sign of deep unrest

Sydney Morning Herald - April 12, 2007

Judy Charnaud, Narrabeen

I wonder how much of the recent street violence in Dili was media overkill?

Yes, there were street riots. Yes, youths were throwing rocks. Yes, Australian soldiers were threatened with steel arrows. But is this a sign of severe political unrest? Or is it an indication that there are young, disgruntled people frustrated by the slow pace of change, their lack of livelihood and their disappointment that conditions have not improved greatly since independence?

Thousands are once again living in refugee camps. Imagine if you and your family had to live for 12 months in a tent with no facilities, in the pouring rain and extreme heat of the tropics with disease, no sanitation, little water and little food alongside thousands of others - and in an area no bigger than a football field. Would you and your teenage sons and daughters be expressing some frustration, and perhaps violence, towards the authorities?

Half a million people have just waited patiently in the hot sun, some for hours, to cast their vote in the first democratic presidential election since gaining independence. Why are the media surprised? Why are they predicting serious trouble to arise? Where do they get their information - or is this just our Government's spin on affairs in this small, developing nation?

It seems to me that the election shows the people of East Timor want peace, they want stability, and they are looking forward to their future with strength and determination. We should be congratulating them on the way the election was carried out. Many of the villages in East Timor are extremely isolated - up rough tracks over steep mountainsides and through rock-strewn riverbeds and yet the voting material arrived, was used and collected on time. Well done, East Timor!

Now let's help them get on with their future. They need facilities, humanitarian assistance, clean water to drink and more to run such a difficult, fledgling country.

As Sergio Vieira de Mello from the United Nations Transitional Administration said in 2002, after three years heading the UN presence in East Timor: "What is remarkable is the courage, determination, resilience and patience of the Timorese people which can neither be taught nor learnt."

After six years of working in the enclave of Oecusse I can only heartily endorse his words. The East Timorese deserve our encouragement and assistance - not the negative comment which all too often issues from the media.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Desordens, pedras e setas são apenas um grito de ajuda, não um sinal de profundo desassossego
Sydney Morning Herald - Abril 12, 2007

Judy Charnaud, Narrabeen

Pergunto-me quanto é que foi exagero dos media muita da recente violência nas ruas de Dili?

Sim, houve desordens nas ruas. Sim, jovens atiraram pedras. Sim, soldados Australianos foram ameaçados com setas de aço. Mas é isto um sinal de desassossego político grave? Ou é uma indicação que há jovens decepcionados pelo ritmo vagaroso da mudança, pela falta de meios de vida e por as condições não terem melhorado por aí além desde a independência?

Milhares vivem outra em campos de deslocados. Imaginem se vocês ou as vossas famílias tivessem de viver durante 12 meses numa tenda sem condições, à chuva ou expostos ao intenso calor dos trópicos com doenças, sem condições sanitárias, com pouca água e pouca comida, ao lado de outros milhares – e numa área do tamanho de um campo de football. Não estariam bem como os vossos filhos ou filhas adolescentes a expressar alguma frustração e talvez violência para com as autoridades?

Metade de um milhão de pessoas esperaram simplesmente sob o sol quente, algumas durante horas, para votarem nas primeiras eleições presidenciais democráticas desde que ganharam a independência. Porque é que os media estão surpreendidos? Porque é que estão a prever que vai haver problemas sérios? Onde é que obtém as suas informações – ou isto não passa de interferência do nosso Governo nos assuntos desta pequena nação em vias de desenvolvimento?

Parece-me que as eleições mostram que as pessoas de Timor-Leste querem paz, que querem estabilidade e que olham para o futuro com força e determinação. Devíamos estar a dar-lhes os parabéns pelo modo como correram as eleições. Muitas das aldeias em Timor-Leste estão extremamente isoladas – com caminhos difíceis em escarpas montanhosas e com leitos dos rios pejados de pedras e contudo os materiais eleitorais chegaram, foram usados e recolhidos em tempo. Fizeram muito bem Timor-Leste!

Agora vamos ajudá-los a progredir no seu futuro. Precisam de meios, de ajuda humanitária, de assistência humanitária, de água potável, e de mais coisas para dirigirem um país tão difícil e jovem.

Como disse Sérgio Vieira de Mello da Administração Transitória da ONU em 2002, depois de três anos a dirigir a presença da ONU em Timor-Leste: "O que é notável é a coragem, determinação, resiliência e paciência dos Timorenses que não pode ser ensinada nem aprendida."

Depois de ter trabalhado seis anos no enclave de Oecusse posso apenas endossar calorosamente as suas palavras. Os Timorenses merecem o nosso encorajamento e assistência – não os comentários negativos que tantas vezes os media emitem.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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