quarta-feira, abril 04, 2007

Timor-Leste: Wiranto quer depor na Comissão Verdade e Amizade

Diário Digital / Lusa
04-04-2007 9:47:54

O general Wiranto, antigo comandante militar indonésio, na reforma, afirmou hoje que quer ser ouvido na Comissão da Verdade e Amizade para «explicar» a violência que se registou em Timor-Leste associados ao referendo da independência, em 1999.

«Até já propus depor na Comissão, embora não tenha sido convidado, porque considero que é uma boa forma de explicar o que aconteceu realmente», afirmou Wiranto, que era comandante militar indonésio quando ocorreram os actos de violência, citado pela agência noticiosa Antara.

A Comissão já efectuou duas sessões de audição de testemunhas - a primeira em Fevereiro em Bali e a segunda em fins de Março último em Jacarta - foi criada pela Indonésia e por Timor-Leste, visando investigar os acontecimentos em solo timorense.

Porém, a Comissão, que integra cinco inquiridores indonésios e outros tantos timorenses, não tem por objectivo indiciar judicialmente seja quem for que esteja envolvido na violência.

Dados oficiais apontam para mil o total de mortos causados pela acção de milícias pró-integracionistas. Os militares indonésios rejeitaram as acusações de estarem por trás da violência.

A este propósito, Wiranto voltou a negar o envolvimento quer da polícia quer do exército indonésio na onda de violência.

«É pouco provável que os militares e a polícia tenham cometido actos de violência», afirmou.

A Comissão já ouviu os testemunhos de um grande número de personalidades dos dois países, entre eles o antigo presidente indonésio B. J.

Habibie, o então chefe da diplomacia de Jacarta Ali Alatas, e o bispo de Timor e Prémio Nobel da Paz, D. Ximenes Belo, entre outras.

2 comentários:

Anónimo disse...

Claro! Afinal se Xanana considera que Suharto foi óptimo, porque razão é que os militares indonésios, Wiranto e outros se hão-de incriminar a si próprios?!
Já agora só falta dizerem que afinal foram os timorenses que se mataram entre si, que os militares indonésios até tentaram impedir, mas as suas forças não eram suficientemente fortes para o conseguir. Ah! E não se esqueçam de recordar que as milícias do Guterres eram compostas por timorenses, mas sob ordens indonésias. Se procurarem bem, certamente que encontram muitas outras justificações para todas as atrocidades que cometeram, de modo a ilibarem-se e acusarem os outros.
Laumalai

Anónimo disse...

Em resposta a: "A este propósito, Wiranto voltou a negar o envolvimento quer da polícia quer do exército indonésio na onda de violência.

«É pouco provável que os militares e a polícia tenham cometido actos de violência», afirmou."

Lembrei-me da estória da vida de alguém que me é muito querido, cujo pai foi preso pelos indonésios por apoiar os guerrilheiros, de seguida foi torturado e finalmente morto e esventrado em frente aos filhos pequenos e mulher grávida, apenas pra servir de exemplo. Entretanto a mulher grávida foi também presa e torturada, acabando por ter o filho na prisão, o qual escapou porque Deus assim o quis.

Peço perdão por contar esta estória tão macabra, que poderá sensibilizar as pessoas, mas é bom que todos saibam, que como esta, muitas outras situações idênticas aconteceram em Timor.
Que todos se lembrem que foram os militares indonésios que cometeram estes e outros crimes.
Que o povo timorense, pode ser constituido na sua maioria, por pessoas com alguma ingenuidade perante a sociedade mundial, mas não é burro nem sofre de amnésia.
Laumalai

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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