quarta-feira, abril 25, 2007

UNMIT – Monitorização dos Media – Terça-feira 24 Abril 2007

(Tradução da Margarida)

Relatos dos Media Nacionais

Alkatiri e Lu-Olo: “Ramos Horta tem tendências ditatoriais”
O antigo Primeiro-Ministro e Secretário-Geral da Fretilin, Mari Alkatiri, e o Presidente da Fretilin, Francisco Lu-Olo, disse que a declaração de Ramos Horta demonstra claramente as suas tendências para uma ditadura em Timor-Leste.

Ramos Horta declarou na televisão nacional que re-abrirá o caso sobre alegações de distribuição de armas , que envolveu o Ministro do Interior, Rogério Lobato. Rogério foi condenado a sete anos e meio.

Joaquim dos Santos, deputado no Parlamento Nacional pela Fretilin, disse também que Ramos Horta não tem poder nenhum para re-abrir o caso.

“É paleio político só para ganhar votos,” disse Joaquim.

“Re-abrir ou fechar qualquer case é da competência do Ministério Público, o não tem autoridade nenhuma para fazer isso,” acrescentou Joaquim. (DN)

Horta não compensa a ASDT e o PSD
Depois de ter assinado a declaração conjunta com a ASDT e o PSD no escritório da ASDT em Lecidere Dili, Ramos Horta declarou que não vai compensar estes partidos ou qualquer outro partido político que o apoie. (DN)

PD e PSD continuam a rejeitar o resultado das eleições presidenciais
O presidente do Tribunal de Recursos, Cláudio Ximenes, afirmou que as queixas apresentadas pelos três candidatos, Francisco Xavier Amaral (ASDT), Fernando Lasama (PD), e Lúcia Lobato não têm qualquer base legal para mais investigações.

As queixas falavam de manipulação pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e do Secretariado Técnico de Administração de Eleições (STAE) no processo de contagem.

“A eleição presidencial de 2007-2012 é válida, Ramos Horta e Lu-Olo têem de ir à segunda volta,” disse Cláudio.

Contudo, o porta-voz do Partido Democrático (PD), Rui Menezes, e a representante-chefe do Partido Social Democrático (PSD), Maria Paixão, aunda rejeitam os resultados mesmo depois do anúncio. (DN e TP)

Mónica Rodrigues: “Não tenho comentários sobre essa decisão” paragem da operação contra Alfredo;
A porta-voz da polícia da ONU (UNPol) em Timor-Leste, Mónica Rodrigues, disse que não deve comentar a decisão feita pelo Presidente Xanana Gusmão para parar a operação contra Alfredo.

Mónica explicou que a função corrente da UNPol e da PNTL é dar segurança e manter a lei e a ordem para criar paz e calma no país.

“A questão da captura, está entregue à ISF,” disse Mónica. (DN)

Horta não tem planos para se encontrar com Alfredo
Falando aos jornalistas depois da graduação na Universidade Nacional Timor Lorosae (UNTL), Ramos Horta disse que não tem planos para se encontrar com Alfredo.

“Compete aos advogados, ao Procurador-Geral e à Igreja Católica decidirem o que é melhor para o povo,” disse Horta,

Ramos Horta encontrou-se também com Leandro Isaac, um deputado do Parlamento Nacional foragido, na Quinta-feira (19/4) para discutir a situação de Leandro. Horta disse que apesar do Sr. Isaac estar também a ser procurado pela ISF, não há qualquer mandato de captura. (TP e STL)

Partidos Políticos devem garantir a segurança das eleições
Falando aos jornalistas na Segunda-feira (23/4) no Palácio das Cinzas em Caicoli, Dili depois de se encontrar com o Presidente Gusmão, o Vice Presidente da Comissão de Segurança e Defesa do Parlamento Nacional, Clementino dos Reis Amaral, disse que todos os partidos políticos deviam fazer uma declaração política apelando aos seus apoiantes para evitar violência.

Relatos dos Media Internacionais

Ramos-Horta cancela perseguição ao amotinado
Abril 24, 2007

O primeiro-ministro em exercício de Timor-Leste ordenou às tropas estrangeiras para pararem a busca ao soldado amotinado foragido procurado por homicídio, um gesto que poderá ganhar votos ao político nas próximas eleições.

José Ramos-Horta, um laureado do Nobel que concorre à presidência na nação atingida pela violência, tornou-se ele próprio impopular ao ordenar a prisão de Alfredo Reinado, vários meses atrás.

Um antigo comandante da polícia militar, Reinado é procurado por uma série de tiroteios fatais há um ano, quando confrontos entre forças de segurança rivais espiralaram em guerras de gangs que deixaram 37 mortos e 155,000 a fugirem das suas casas.

A calma regressou com a chegada duma força liderada pelos Australianos, mas confrontos entre jovens na capital, Dili, continua a fazer mortes.

Reinado tem fugido à prisão desde que tropas estrangeiras lançaram uma incursão mortal no seu acampamento nas montanhas e o seu desafio às autoridades do governo transformou-o num símbolo de resistência a alguns membros de gangs.

Ramos-Horta há muito que encorajou Reinado a render-se e – apesar da sua decisão para parar a operação lhe faça ganhar apoio antes da segunda volta do mês que vem – disse que o seu único objectivo era encontrar uma solução pacífica para o desassossego de Timor-Leste.

Reinado, falando por telemóvel de um local desconhecido, louvou a decisão de Ramos-Horta.

Mas os críticos – incluindo o opositor de Ramos-Hortas nas próximas eleições –disseram que o primeiro-ministro em exercício devia ter procurado aprovaçãp parlamentar antes de ter tido reuniões com amotinados. AP


Segunda Volta da Campanha Eleitoral em Timor-Leste
Dili, Abril 23 (Prensa Latina) A segunda volta das eleições presidenciais começou em Timor-Leste na Segunda-feira e terminará em 7 de Maio.

Essa volta decidirá quem será o próximo chefe de Estado entre o presidente do Parlamento Francisco Guterres da Frente Revolucionária para a Independência de Timor-Leste (Fretilin) e o Primeiro-Ministro José Ramos Horta.

Foram os candidatos com mais votos na primeira volta das eleições em 9 de Abril com 27.89 por cento e 21.81 dos votos respectivamente. Nenhum dos concorrentes alcançou mais de 50 por cento dos votos.

Às eleições presidenciais seguem-se as legislativas em 30 de Junho.

Timor-Leste, localizado entre a Austrália e a Indonésia, com uma extensão de 5.74 milhas e mais de 900,000 habitantes é considerado um dos países pobres do mundo.

Timor-Leste afoga-se em sopa de línguas
Ahmad Pathoni Dili, Timor-Leste 23 Abril 2007 11:59

O Português é uma das duas línguas oficiais em Timor-Leste, mas raramente se ouve alguém a falá-lo nas ruas da jovem nação.

O pequeno país foi uma colónia Portuguesa durante mais de três séculos, mas apenas cerca de 5% do seu milhão de habitantes falam agora essa língua europeia.

Depois de Lisboa ter dado liberdade ao território, Timor-Leste foi ocupado pela vizinha Indonésia durante 24 anos antes de ganhar a independência em 2002.

Sob a governação Indonésia, o Português foi suprimido e os falantes da língua são agora da elite política ou os mais idosos educados na era colonial.

Apesar das tentativas do governo para desenvolver o uso do Português como língua oficial, o Indonésio mantém-se a língua principal de instrução nas escolas secundárias e nas universidades, ao lado do Tétum, a outra língua nacional.
Muitos dos líderes de Timor-Leste partiram para o exílio em Portugal ou para as suas colónias antes ou pouco depois de o território ter sido invadido por forças Indonésias e muitos deles não falam Indonésio.

Consideram o Português a língua da resistência.

Mas a decisão do governo de gravar o Português na Constituição é criticada por alguns que a consideram de vistas curtas.

Dizem que a muitos jovens educados durante a ocupação Indonésia foram-lhes negados empregos no Estado porque lhe faltam conhecimentos de Inglês.

"Esta é a maior discriminação praticada pelo governo," disse Suzana Cardoso, uma jornalista Timorense.

"O governo não reconhece a contribuição dos que foram educados sob o sistema Indonésio para a luta pela independência," disse à Reuters.

Cardoso disse que o Inglês seria mais útil para Timor-Leste.

"Porque é que temos de usar o Português? Os países de língua Portuguesa são pobres e estão muito longe de nós," disse.

Confusão de línguas
O Tétum é usado no dia-a-dia mas alguns peritos dizem que é principalmente uma língua oral e que tem de ser mais desenvolvida para ter um uso mais amplo.

Mas a questão é sensível e um ministro tem sido criticado por falar apenas Português e nunca usar o Tétum em público.

As tabuletas nos escritórios do governo são escritos em Português, apesar de para a maioria dos Timorenses ser uma língua estrangeira que não entendem.

Os jornais têm artigos em Tétum e Indonésio lado-a-lado. Novelas Indonésias são também muito populares.

"Não sei nada de Português. Prefiro aprender Inglês do que Português," disse Ano Pereira, um motorista e graduado do liceu.

A questão da língua foi levantada por alguns dos oito candidatos das eleições presidenciais de 9 de Abril, com alguns a prometerem abandonar o Português se ganhassem a presidência.

Conferências de imprensa durante as eleições realizaram-se em quatro línguas -- Inglês, Tétum, Português e Indonésio – o que acrescentou à dificuldade de coordenar as eleições bastante caóticas.

Nenhum dos candidatos teve maioria absoluta e espera-se uma segunda volta no mês que vem.

Na Universidade Nacional de Timor-Leste, os professores ensinam e os estudantes escrevem as teses em Indonésio.
"A maioria dos livros escolares são em Indonésio e a maioria dos professores não sabe falar Português," disse o estudante de gestão Júlio Rangel sentado na entrada de um edifício do campus pintado de branco, um seminário católico na era colonial.

Um relatório do Programa de Desenvolvimento da ONU em 2002 disse que 82% do milhão de Timorenses fala Tétum, e 43% sabem falar Indonésio.

Apenas 5% fala Português.

O governo, dominado pela Fretilin que encabeçou a luta contra a governação Indonésia, trouxe professores principalmente de Portugal para ensinarem nas escolas elementares.

Contudo, há preocupações, depois dos alunos terminarem a educação elementar, que tenham de se matricular numa escola secundária onde os professores não falem o português.

"Isto vai ser um grande problema. Estes estudantes não falam Indonésio e os seus professores não sabem Português," disse Júlio Thomas Pinto, que ensina em duas universidades na capital Dili.

A director do Instituto Nacional de Linguística de Timor-Lesye, Dr Geoffrey Hull, defende a adopção do Português como língua nacional.

"Qualquer pessoa que conheça o mínimo da história de Timor sabe que a língua Portuguesa desde há muito tem sido central para a identidade," disse no website do instituto.

"Para ser totalmente ele próprio Timor-Leste precisa de ambas o Tétum e o Português," disse.

Mas Silvino Pinto Cabral, um académico de economia na universidade nacional não está convencido.

"Esta política de impor línguas estrangeiras não terá sucesso. Duvido que em 50 anos o governo seja capaz de pôr toda a nação proficiente no Português," disse.
-- Reuters

Helicóptero, equipa de apoio partem para Timor

NZPA Terça-feira, 24 Abril 2007
NZDF/Supplied

ADEUS PAPÀ: o Sargento John Beere diz adeus à filha Jessica, no meio da equipa de apoio de dois Iroquois da força aérea que vai deixar a NZ para se juntar à força em Timor-Leste.

A primeiro de dois Iroquois da força aérea e a equipa de apoio saíu da Nova Zelândia para se juntar à força que já está em Timor-Leste.

A primeira rotação de 18 membros, do Esquadrão nº 3 da RNZAF, partiu de Ohakea às 8 am de ontem a bordo de um Hércules C-130.

O Iroquois e a equipa trabalharão ao lado das Forças de Defesa Australianas que já estão em Dili e transportarão tropas para as suas áreas de patrulhamento e noutras missões de segurança.

O esquadrou trabalhou em Timor-Leste com a ONU entre 2000 e 2002.
Um outro Iroquois e 14 membros de apoio partirão de Ohakea na Quinta-feira.

O contingente com 32 elementos ficará em Timor-Leste durante cerca de três meses sendo a primeira rotação do destacamento de 12 meses.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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