terça-feira, maio 01, 2007

Campanha eleitoral aquece em Timor

Público, 01.05.2007

A dez dias da segunda volta das presidenciais, que determinará quem sucede a Xanana Gusmão como chefe do Estado em Timor-Leste, o candidato da Fretilin, Francisco Guterres "Lu-Olo" e o primeiro-ministro interino, Estalislau da Silva, desferiram violentos ataques ao candidato José Ramos-Horta, a quem acusaram de exercer pressões sobre o procurador-geral e de desrespeitar a Constituição.

Horta apelou à suspensão das operações para a captura do major Alfredo Reinado e tem vindo a aceitar o apoio na campanha de um ex-sargento com problemas perante a justiça, acusaram. O apelo de Horta destina-se a satisfazer os seus interesses, após ter obtido o apoio do terceiro mais votado na primeira volta, Fernando Araújo "Lasama", criticou Lo-Olo.

Uma fracção importante do Partido Democrático (PD), de Lasama, apoia Reinado. A prisão deste, explicou Lu-Olo, prejudicaria Horta, pois alienaria os votos de Lasama na parte ocidental de Timor. A posição de Horta "é inaceitável". As operações militares "não podem ser activadas e desactivadas segundo os objectivos dos líderes políticos", concluiu o candidato.

Este acusou ainda o Nobel da Paz de manter como "membro proeminente" da campanha o ex-sargento Vicente da Conceição "Railós", o homem que acusou o antigo ministro da Administração Interna, Rogério Lobato, de lhe ter entregue armas para liquidar adversários da Fretilin. "Tenho de questionar o porquê de Railós não ser interrogado antes das eleições. Será que o procurador tem estado sob pressão do meu adversário?", interrogou-se Lu-Olo.

O apoio do PD a Ramos-Horta confere a este, teoricamente, um claro favoritismo. Lasama obteve 19 por cento dos votos e Horta cerca de 22 por cento, contra cerca de 28 por cento de Lu-Olo. Dos restantes cinco candidatos eliminados, apenas o do partido Kota (4 por cento) anunciou apoiar o candidato da Fretilin.

Xanana Gusmão comparou, entretanto, a actualidade timorense com o ambiente a seguir ao 25 de Abril de 1974. "As amizades que se formaram dentro da sociedade esvaíram-se para dar lugar à intolerância de compromissos políticos, de cada um, para com o seu partido", afirmou, salientando que o povo "ficou dividido e a sociedade partiu-se em bocados".

O Presidente timorense falava no encerramento do primeiro congresso do CNRT, partido de que será líder após abandonar a chefia do Estado.

1 comentário:

Anónimo disse...

XANANA, RAMOS-HORTA, LONGUINHOS e RAILÓS


Um dos índices no qual se pode avaliar se estamos a viver o face a num Estado Democrático, isto é civilizado, é saber qual o grau de independência do Ministério Público no sistema de organização do Estado.

Isto significa na prática o seguinte:

Segundo um Estado democrático, qualquer que ele seja, e em qualquer parte do mundo, e em qualquer sistema judicial (anglo-saxónico (comum law) [Australiano – Americano - Inglês] ou continental (civil Law) [Timorense – Alemão – Português –Francês – Italiano - Holandês], o principio é de que todos os cidadãos devem ser iguais perante a lei.

Em qualquer dos sistemas judiciais, (Australiano, Timorense ou Português) o Ministério Público é o titular da acção penal. Ou seja, a organização liderada pelo nosso Longuinhos Monteiro é a única que pode acusar alguém para que num julgamento independente possa ser presa ou sujeita à pena de morte.

Exemplificando, na prática significa:
a) Num sistema independente, se o filho do primeiro-ministro ou Presidente da República violar uma rapariga na praia do Cristo-Rei, depois de uma noite de cópos no Exótica, será julgado como qualquer outro cidadão Timorense.
b) Num sistema não independente, se o filho do primeiro-inistro ou do Presidente da República violar uma rapariga na praia do Cristo-Rei, depois de uma noite de cópos no Exótica e o primeiro-ministro ou Presidente da República telefonar ao Procurador-geral (Longuinhos) para que não processe o seu filho (filho do primeiro-ministro ou do presidente) e o Procurador-geral manda arquivar o processo, o violador não terá qualquer sanção.

Obviamente que esta última situação viola o principio da igualdade dos cidadãos perante a lei: o “Manuel de Oekussi” é julgado mas o “Manuel Horta-Xanana” já não o é. E isto é tanto assim, quer seja em Portugal, em Timor ou na Austrália. Não se trata de um problema de sistema judicial mas um problema de independência do sistema judicial perante o poder politico. Repete-se: não é um problema de sistemas mas de independência prática, nota-se que o presidente Clinton foi julgado no caso da Mónica Lwinski e é um sistema judicial diferente do Timorense, com muito menos garantias de independência que o Timorense.

Ora, o que se vê em Timor-Leste é a directa interferência do poder-politico no poder-judicial e neste caso em particular na Procuradoria-Geral da República.

Claramente vê-se que o Longuinhos não é mais do que um funcionário do governo, a mando quer do Xamana, quer do Ramos Horta.
Prova, são muitas mas aqui vão alguns factos:
1) Não deu seguimento ao mandado de captura internacional contra o general indonésio Wiranto, por ordem expressa do Xanana, que aliás veio a encontrar-se e a jantar com este criminoso no ano passado.
2) É acusado publicamente de corrupção por várias vezes, inclusivamente por advogados de vitimas Timorenses em jornais editados na nossa pátria (caso das cervejas) e não é demitido, mas é reconduzido no cargo pelo Ramos Horta e pela Xanana.
3) Participa em várias “cerimónias” de entrega de armas do Rai Lós patrocinadas pelo Xanana e aplaudidas pelo Ramos-Horta, quando é público que pelo simples facto do Rai Los ter aceitado as armas já devia estar preso.
4) Dá andamento a uns processos (Lobato) em detrimento de outros ( Rai Lós).
5) Serve de “carteiro” do Xanana e do Ramos-Horta no caso do Reinado, quando se fosse independente já tinha preso o Reinado ou pelo menos feito esforços nesse sentido

Por isso, quem vote em Ramos Horta sabe que num dia se cometer um crime, das duas uma. Ou é amigo do Ramos-Horta e do Xanana e nada lhe acontece porque estes telefonam ao Longuinhos ou está lixado.

Mas e os internacionais da Procuradoria-Geral da República, não são eles sinónimo de independência? Bom, dois cabo-verdianos “mortos de fome” pagos pelas Nações Unidas que têm o emprego da vida deles, um português com a mesma origem goesa que o Longuinhos e uns Brasileiros que estão para ganhar currículo e para não se chatearem, não sei. O certo é que, até agora, tirando o caso do Lobato que já vinha do tempo em que não estavam em Timor, nada mais fizeram. E há casos importantes que não têm conexão politica, vai fazer um ano sobre o massacre em frente ao Ministério da Justiça.

Em, conclusão:
a) Xanana dá a ordem de não prisão do Rai Lós porque politicamente lhe interessa, Ramos Horta transmite-a e Longuinhos executa-a.
b) Xanana dá a ordem de prisão de Lu Olo porque politicamente lhe interessa, Ramos Horta transmite-a e Longuinhos executa-a.

Não esqueçam compatriotas votantes, o próximo alvo serão vocês!!!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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