terça-feira, maio 08, 2007

Ex-PM australiano depõe sobre morte de cinco jornalistas em Balibó

Lisboa, 08 Mai (Lusa) - O antigo primeiro-ministro australiano Gough Whitlam depõe hoje como testemunha no tribunal que investiga a morte dos cinco jornalistas estrangeiros que cobriam a invasão militar indonésia de Timor-Leste, em 1975.

Whitlam, actualmente com 90 anos, vai comparecer no tribunal juntamente com o seu então ministro da Defesa, Bill Morrison, e com o, na altura, seu chefe de gabinete, John Menadue.

O primeiro-ministro australiano à data em que as forças militares indonésias invadiram Timor-Leste já afirmou num depoimento escrito que só soube da morte dos cinco jornalistas - dois australianos, dois britânicos e um neo-zelandês - a 21 de Outubro de 1975, cinco dias após o incidente.
Os cinco jornalistas morreram a 16 de Outubro de 1975 em Balibó, oeste de Timor-Leste e já próximo da fronteira com a Indonésia, havendo ainda muitas dúvidas sobre as circunstâncias que rodearam as suas mortes, com versões contraditórias.

Um relatório independente das Nações Unidas, elaborado em 2006, concluiu que, "provavelmente", os cinco jornalistas foram mortos pelos soldados indonésios.

As autoridades de Jacarta, por seu lado, rejeitam as acusações de que os cinco jornalistas - Greg Shackleton, Gary Cunningham e Tony Stewart, do Channel Seven, e de Brian Peters e Malcolm Rennie, do Channel Nine - tenho sido mortos pelas tropas indonésias no fogo cruzado que então se registou na área em que se encontravam.

A 06 de Fevereiro último, em declarações prestadas num tribunal de Sydney, um antigo colaborador timorense do exército indonésio, identificado apenas pelo pseudónimo "Glebe 2", afirmou que um antigo comandante indonésio foi o primeiro a disparar sobre cinco jornalistas.

A testemunha adiantou que o comandante militar indonésio Yunus Yosfiah foi quem efectuou os disparos e garantiu que os cinco profissionais, que se encontravam em Balibó (oeste de Timor-Leste e próximo da fronteira com a Indonésia) não morreram em fogo cruzado como sempre afirmou a Indonésia durante o avanço das suas tropas.

Yunus Yosfiah, que na época da invasão era capitão das forcas especiais indonésias, chegando a ministro da Informação em 1980, rejeitou as acusações que classificou como mentiras.

A Indonésia invadiu a antiga colónia portuguesa em 1975, administrando-a até 1999, ano em que um plebiscito resultou numa votação esmagadora a favor da independência do território.

As forças de Jacarta em retirada e as suas milícias auxiliares destruíram a maior parte das infra-estruturas do território matando milhares de pessoas.
JSD-Lusa/Fim

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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