sexta-feira, maio 04, 2007

Timorenses controlam espaço aéreo em tempos de crise

Notícias Lusófonas - 03.05.2007

O Aeroporto Internacional de Díli, em Timor-Leste é o espelho das dificuldades com que se debate o país: não há autocarros para transportar os passageiros enquanto as malas são descarregadas à mão dos aviões.

Por José Costa Santos
da agência Lusa

Longe do "rebuliço" provocado pela chegada de um avião - diariamente no aeroporto de Díli são contabilizados mais de 20 movimentos de aeronaves mas apenas entre quatro a seis voos comerciais - estão os oito controladores aéreos que por falta de meios possuem apenas a responsabilidade de gerir uma área delimitada a 15 milhas para sul e 25 milhas para norte do aeroporto.

Um telefone directo para a Austrália e para a Indonésia informa os aviões que chegam naquele dia e a hora previsível da aterragem, feita na ausência dos modernos instrumentos de navegação.

"Não temos muitos aparelhos de comunicação nem de ajuda à navegação e comunicamos com as aeronaves através de um rádio VHF", explicou Zezinho Gusmão, um dos controladores no activo.

O sistema VOR - Very Omnidirectional Range - ajuda os pilotos a orientarem os aviões até ao contacto visual com a pista e durante a noite quando não está ninguém na torre de controlo e em alguma emergência, existe ainda a possibilidade do próprio piloto do avião em dificuldade ligar, via sistema PAL, as luzes da pista para efectuar a aterragem.

Actualmente, desde o início dos tumultos no país, em Abril de 2006, os oito controladores - entre as quais uma mulher, Filomena Soares - estão ao serviço entre as 08:00 e as 17:00 mas o horário normal de trabalho deveria ser cumprido entre as 06:30 e as 18:45.

"O problema é que cumprindo o horário normal de trabalho ficamos aqui entregues em nós próprios, sem qualquer segurança no edifício e por isso, há cerca de um mês, foi decidido encurtar o período de trabalho nestes tempos de crise", explicou Mário Silva, o chefe da Torre de controlo.

Com uma pista de 1.850 metros que limita o aeroporto à utilização apenas por aviões de médio porte do tipo do Boeing 737-200 ou 737-300, o movimento do aeroporto de Díli não justifica ainda a aquisição de novos equipamentos nem a aposta nas novas tecnologias existentes, mas também limita a actuação dos controladores.

"Se Timor-Leste quiser controlar quem passa no seu espaço aéreo então tem de adquirir capacidade técnica e apostar na nossa formação como controladores para que tenhamos a capacidade de gerir e de saber quem passa por esta região", disse Mário Silva.

Entre o avião que descolou e a próxima "missão" de fazer aterrar um avião em Díli irão ainda decorrer cerca de duas horas sem que esteja agendado qualquer movimento de aeronaves.

No entanto, é preciso ainda enviar para departamento de informações aeronáuticas de Díli a rota do Boeing que descolou poucos minutos antes para que o aeroporto de destino receba todos os dados do avião.

Pouco depois de explicarem os procedimentos de controlo de tráfego aéreo em Timor-Leste, os controladores, que estão a terminar a segunda fase da supervisão efectuada pela NAV PORTUGAL, receberiam das mãos do director da Aviação Civil as respectivas licenças de controladores de tráfego aéreo, as primeiras emitidas no país.


NOTA DE RODAPÉ:

Os aviões estacionam a cerca de 50 metros do terminal do aeroporto. Seriam precisos autocarros? Só se fosse para darem a volta à pista...

E não são os passageiros que descarregam as malas... São descarregadas por funcionários que as levam num carro próprio até ao terminal.

2 comentários:

Anónimo disse...

Esse Jose Costa Santos será o mesmo corrupto, analfabeto e incompetente que a Lusa tinha em Macau? Se é não passa de um anti-Fretilin, um vendido ao Ramos-Horta e ao Paulo Remédios há muitos anos, desde que o Horta ia a Macau e lhe pagava para dar noticias sobre ele. Fora de Timor com tipos destes.

Sítio do sol nascente disse...

Claro que gostaría que o Aeroporto de Timor estivesse equipado com os mais modernos equipamentos de controlo aéreo, comunicação e afins.
Claro que gostaría que o povo tivesse casas dignas, trabalho, boa assistência na saúde, na educação, aimentação,...
Não quero tirar com as minhas palavras, a importância ao Aeroporto de Timor, mas a verdade é que tem conseguido funcionar com o mínimo de eficácia para nele aterrarem vários aviões por dia e há problemas mais urgentes pra resolver em Timor.
Laumalai

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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