sexta-feira, junho 29, 2007

Horta optimista: “Futuro governo não deve cometer erro da Fretilin”

O Primeiro de Janeiro - 27 de Junho de 2007
O Presidente timorense, José Ramos-Horta, “aconselhou” ontem o partido que sair vencedor das legislativas do próximo sábado a “não cometer o mesmo erro do anterior governo da Fretilin”.

O meu conselho, enérgico, é que o partido que ganhar as eleições [legislativas do próximo sábado] não cometa o erro da Fretilin. O partido que ganhar, que abrace os (outros partidos) que têm a mesma afinidade ideológica ou programática”, afirmou ontem o chefe de Estado timorense.

José Ramos-Horta falava aos jornalistas no final do comício de encerramento da campanha eleitoral do Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), liderado pelo seu antecessor no cargo, Xanana Gusmão, que o convidou a assistir, tal como outras forças políticas o fizeram, inclusivamente a Fretilin.

“Alegra-me dizer que a maioria dos partidos com que falei, inclusive a Fretilin, estão abertos para formar um governo de unidade nacional”, acrescentou, lamentando não ter conseguido participar em acções de campanha de todos os 10 partidos e duas coligações que se apresentam à votação do próximo sábado.

Ramos-Horta, vencedor das eleições presidenciais de 9 de Maio mostrou se “optimista” quanto ao desenrolar “pacífico” da campanha e mesmo no próprio dia da votação.

“Estou optimista pois, a haver alguns incidentes ou actos de violências, serão muito reduzidos e localizados. Sabemos e prevemos onde poderão ocorrer incidentes e as medidas que serão tomadas”, afirmou. Segundo o chefe de Estado timorense, nas duas últimas semanas de campanha, os incidentes “foram escassos e de pouca monta”, contrastando com o que se passou no início, quando duas pessoas foram mortas a tiro no distrito de Viqueque (centro sul), ambas ligadas ao CNRT. Perante cerca de três mil apoiantes e militantes do CNRT, Xanana apresentou os últimos argumentos para tentar convencer o eleitorado de Díli. Governar com “transparência”, “privilegiar” a justiça, saúde e educação, “combater” a corrupção foram as bandeiras apresentadas pelo ex-presidente timorense (2002/07), por entre apelos à paz, estabilidade e a que todos evitem confrontos com apoiantes de outras forças políticas.

A capital timorense, aliás, passou ontem, “com distinção”, o primeiro de dois dias em que as forças de segurança e as organizações internacionais receavam como potenciais oportunidades de ocorrência de incidentes, uma vez que Díli é palco de 12 comícios nas últimas 36 horas da campanha das legislativas do próximo sábado. Ontem, o dia decorreu sem incidentes, embora no meio de uma grande e vasta operação de segurança, monitorizada pelas forças timorenses e internacionais, visível sobretudo nas imediações do estádio onde Xanana deu por terminada a sua participação na campanha, apesar desta encerrar oficialmente às 24h00 de hoje (16h00 em Lisboa).

Governo - Relatório

O Governo timorense decidiu divulgar o relatório da Comissão de Notáveis sobre os peticionários das Forças Armadas, anunciou ontem o primeiro-ministro Estanislau da Silva. A Comissão, criada pelo ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri em Maio de 2006, investigou o problema dos peticionários das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL). “É um relatório sobre factos. A interpretação e a análise é para os académicos”, explicou Estanislau da Silva.

O primeiro-ministro resumiu as recomendações da Comissão às F-FDTL e aos peticionários e repetiu que qualquer solução do problema tem de respeitar a “disciplina” e o enquadramento legal e regulamentar das Forças Armadas. “Não podemos criar precedentes que, no futuro, tornariam impossível a gestão das F-FDTL”, frisou.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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