domingo, julho 01, 2007

Resultados Oficiais Nacionais Provisórios (18.329 votos válidos apurados) - 15 horas


Fonte: CNE



4 comentários:

Gaspar disse...

Good...Fretelin is leading.....

VIVA Fretelin.....

Viva Mari Alkatiri

Anónimo disse...

A disciplina timorense do voto
Hotel Timor, do bar. Sábado, 30 de Abril, sete da tarde, hora local.



Votar em Timor é uma violentação física para um ocidental. Acordei às seis e meia da manhã para poder estar na abertura das secções de voto. Tinham-me avisado que se ficasse a molengar no hotel, perderia o momento solene mais importante do ano: ver os timorenses dobrar os boletins e depositá-los nas urnas. Tive de me forçar a sair da cama e esquecer o pequeno-almoço.



Não era mito. Às dez horas da manhã, na maior parte das escolas onde os eleitores dde Díli foram exercer o seu direito já só se via meia dúzia de pessoas. A partir daí, passou a conta-gotas.



O meu critério simplista para circular na cidade: visitar as áreas mais complicadas, onde houve mais incidentes ao longo do último ano e onde ainda existe tensão entre bairros vizinhos, para sentir o ambiente.



A surpresa inicial: perguntei ao meu guia onde iam votar os refugiados do acampamento em frente ao Hotel Timor, conhecido como o jardim de Colmera (um jardim de tendas da ONU, não exactamente um jardim de flores e lagos com fontes). E ele então levou-me lá. É na escola pré-secundária do Farol, justamente onde também vota a elite da Fretilin. Os extremos sociais do partido – os desabrigados e os governantes – cruzam-se ali naquele pátio de terra batida. Perguntei ao guia se haveria militantes de outros partidos por ali. «Não, preferem ir a outros lados». Portanto, uma secção de voto de partido único.



Há uma postura cerimonial na ida às urnas que não se vê no ocidente. Os timorenses levam as eleições muito a sério. São extremamente ordenados e chegam à escola do seu bairro como se estivessem a entrar na missa. Vestem bem e trazem os filhos pela mão. E à entrada das salas, tiram o chapéu, mostrando respeito.



As urnas estão à porta, ao ar livre, para poderem ser vistas por toda a gente quando o voto é depositado. E o secretariado técnico arranjou uma solução muito criativa para resguardar a privacidade dos eleitores quando chega a altura de escreverem a cruz no boletim: as cabinas de voto são de cartão.



O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri chegou às oito da manhã, acompanhado do presidente do partido, Francisco Lu-Olo, com a imprensa internacional e portuguesa já toda encarreirada para a fotografia. À saída, a provocação: «E o que pensa da CNRT?» E Alkatiri, não se deixando ficar: «É um bebé». A filha, Nurima Alkatiri, passou uma boa parte do tempo no alpendre da escola, a observar o movimento.



Foi uma manhã tranquila. Em Comoro, em Aimutin, em Fatuhada, no Bairro Pité, todos esses locais cheios de casas destruídas pelos incêndios de vizinhos contra vizinhos, uma serenidade desarmante. Ou como mais tarde me dizia um residente português no Hotel Timor: «É calma a mais».



E, no entanto, quando quis perguntar aos apoiantes da Fretilin em Comoro, acabados de sair da secção de voto, se a calma se irá manter mesmo se o partido deles perder, o guia ficou de olhos brilhantes, virando-se para mim: «Essa pergunta eu não traduzo, desculpe». Provavelmente, nem valeria a pena traduzi-la. Só os próximos dias poderão dar essa resposta.



Micael Pereira, enviado especial a Timor Leste

Anónimo disse...

"Provavelmente, nem valeria a pena traduzi-la. Só os próximos dias poderão dar essa resposta."

Assim se vê a parcialidade e a insensibilidade de mais um jornalista, este do Expresso, do Dr. Balsemão. Nunca dão o benefício da dúvida ao "povo" da Fretilin, pois nem sequer lhe passou pela cabeça que talvez achassem a pergunta ofensiva e no mínimo provocatória.

Anónimo disse...

Com efeito, a pergunta que o Sr. Micael pretendia fazer aos votantes era flagrantemente provocatória, mostrando um desconhecimento total das características mais elementares da alma timorense. Valeu a presença de espírito do intérprete.

Mas temos que ser compreensivos, pois o pobre jornalista teve que "madrugar" às 6:30, coitadinho. Realmente, isso é uma violência...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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