sábado, julho 14, 2007

View: Does the UN still matter?

Daily Times (Pakistan) – Thursday, July 12, 2007

Joseph S Nye, Jr

What hard power the UN has must be begged and borrowed from the member states. And when they cannot agree on a course of action, it is difficult for the organisation to operate. As one wag has put it, ‘We have met the UN and it is us!’

With 192 members and a mandate that covers everything from security to refugees to public health, the United Nations is the world’s only global organisation. But polls in the United States show that two-thirds of Americans think the UN is doing a poor job, and many believe it was tarnished by corruption during the Iraq oil-for-food programme under Saddam Hussein. Many also blame the UN for failing to solve the Middle East’s myriad problems.

But such views reflect a misunderstanding of the UN’s nature. The UN is more an instrument of its member states than an independent actor in world politics.

True, UN Secretary General Ban Ki Moon can make speeches, convene meetings, and propose actions, but his role is more secretary than general. Sometimes likened to a “secular Pope,” the UN Secretary General can wield the soft power of persuasion but little hard economic or military power. What hard power the UN has must be begged and borrowed from the member states. And when they cannot agree on a course of action, it is difficult for the organisation to operate. As one wag has put it, “We have met the UN and it is us!” When blame is assigned, much of it belongs to the members. Consider the oil for food programme, which was designed by member states to provide relief to Iraqis hurt by sanctions against Saddam’s regime. The secretariat did an inadequate job of monitoring the programme and some corruption was involved. But the much larger sums that Saddam diverted for his own purposes reflected how the member governments designed the programme, and they chose to turn a blind eye to the abuse. Yet the programme’s problems are portrayed in the press as “the UN’s fault.

The cost of the entire UN system is about $20 billion, or less than the annual bonuses paid out in a good year on Wall Street. Of that sum, the secretariat in New York accounts for a mere 10%. Some universities have larger budgets.

Another $7 billion supports UN peacekeeping forces in places like the Democratic Republic of Congo (DRC), Lebanon, Haiti, and the Balkans. The rest - more than half - is spent by the UN’s specialised agencies, which are located around the world and often play an important role in managing global trade, development, health, and humanitarian assistance.

For example, the UN High Commission for Refugees helps to alleviate the problems of displaced persons, the World Food Programme provides assistance to malnourished children, and the World Health Organisation supports the public health information systems that are crucial for dealing with threats from pandemics like avian flu. The UN does not have the resources to solve the problems in new areas like AIDS or global climate change, but it can play an important convening role in galvanising the actions of governments.

Even in the area of security, the UN retains an important role. The original 1945 concept of collective security, by which states would band together to deter and punish aggressors, failed because the Soviet Union and the West were at loggerheads during the Cold War.

For a brief moment after a broad coalition of countries acted together to force Saddam Hussein out of Kuwait in 1991, it looked like the original concept of collective security would become “a new world order.” Such hopes were short-lived. Consensus within the UN proved unachievable on both Kosovo in 1999 and Iraq in 2003.

Sceptics concluded that the UN had become irrelevant for security questions. Yet in 2006, when Israel and Hezbollah fought to a stalemate in Lebanon, states were only too happy to turn to a UN peacekeeping force.

Ironically, peacekeeping was not specified in the original charter. It was invented by the second Secretary-General, Dag Hammarskjold, and Canadian Foreign Minister Lester Pearson after Britain and France invaded Egypt in the Suez crisis of 1956. Since then, UN peacekeeping forces have been deployed more than 60 times.

There are now roughly 100,000 troops from various countries wearing UN blue helmets around the world. Peacekeeping has had its ups and downs. Bosnia and Rwanda were failures in the 1990’s, and then Secretary General Kofi Annan proposed reforms to deal with genocide and mass killings. In September 2005, the states in the UN General Assembly accepted the existence of a “responsibility to protect” vulnerable peoples. In other words, governments could no longer treat their citizens however they wanted.

A new Peace-building Commission was also created to coordinate actions that could help prevent a recurrence of genocidal acts. In East Timor, for example, the UN proved vital in the transition to independence, and it is now working out plans for the governments of Burundi and Sierra Leone. In the DRC, peacekeeping forces have not been able to curb all violence, but they have helped to save lives. The current test case is the situation in Sudan’s Darfur region, where diplomats are trying to establish a joint peacekeeping force under the UN and the African Union.

In the poisonous political atmosphere that has bedeviled the UN after the Iraq War, widespread disillusionment is not surprising. Ban Ki Moon has a tough job. But, rather than calling the UN into question, states are likely to find that they need such a global instrument, with its unique convening and legitimising powers. While the UN system is far from perfect, the world would be a poorer and more disorderly place without it.

-DT-PS
- Joseph S. Nye Jr is a professor at Harvard and the author of Soft Power: The Means to Success in World Politics.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Opinião: A ONU ainda conta?
Daily Times (Pakistan) – Quinta-feira, Julho 12, 2007

Joseph S Nye, Jr

Seja qual for o poder duro que a ONU tenha tem que ser pedido e emprestado por Estados membros. E quando não se conseguem entender numa linha de acção, é difícil à organização operar. Como disse um comediante, ‘Encontrámos a ONU e somos nós!’

Com 192 membros e um mandato que cobre tudo desde a segurança a refugiados à saúde pública, a ONU é a única organização global do mundo. Mas as sondagens nos USA mostram que dois terços dos Americanos pensam que a ONU está a fazer um trabalho fraco, e muitos acreditam que está manchada pela corrupção do programa de alimentos por petróleo do Iraque sob Saddam Hussein. Muitos culpam também a ONU por falhar na miríade de problemas do Médio Oriente.

Mas tais opiniões reflectem uma incompreensão da natureza da ONU. A ONU é mais um instrumento dos seus Estados membros do que um actor independente na política mundial.

Na verdade, o Secretário-Geral da ONU Ban Ki Moon pode fazer discursos, convocar reuniões, e propor acções, mas o seu papel é mais de secretário do que de general. Às vezes, parecido com um “Papa secular,” o Secretário-Geral da ONU pode usar o poder suave da persuasão mas pouco o poder duro económico ou militar. Seja qual for o poder duro que a ONU tenha deve ser pedido e emprestado pelos Estados membros. E quando eles não conseguem chegar a acordo numa linha de acção, é difícil para a organização operar. Como disse um comediante, “Encontrámos a ONU e somos nós!” Quando se lançam acusações, muita pertence aos membros. Considere o programa petróleo por alimentos, que foi traçada por Estados membros para dar alívio aos Iraquianos prejudicados por sanções contra o regime de Saddam. O secretariado fez um trabalho inadequado na monitorização do programa e houve alguma corrupção. Mas as quantias muito maiores que foram desviadas por Saddam para os seus próprios propósitos reflectiram como os governos membros traçaram o programa, e escolheram virar os olhos do abuso. Contudo os problemas do programa são retratados na imprensa como “culpa da ONU.

O custo do sistema inteiro da ONU é de cerca $20 biliões, ou menos do que os bónus anuais pagos num ano bom na Wall Street. Dessa soma, o secretariado em New York conta com uns meros 10%. Algumas universidades têm orçamentos maiores.

Outros $7 biliões apoiam as forças de manutenção da paz em lugares como a República Democrática do Congo (DRC), Líbano, Haiti, e os Balcãs. O resto – mais de metade – é gasto pelas agências especializadas da ONU, que estão localizadas pelo mundo e muitas vezes têm um papel importante na gestão do comércio global, desenvolvimento, saúde e assistência humanitária.

Por exemplo, a Alta Comissão da ONU para os Refugiados ajuda a aliviar os problemas dos deslocados, o Programa de Alimentação Mundial fornece assistência a crianças mal nutridas, e a Organização Mundial da Saúde apoia sistemas de informação de saúde pública que são cruciais para lidar com ameaças de pandemias como a gripe aviária. A ONU não tem recursos para resolver os problemas em áreas novas como o AIDS ou as mudanças climatéricas globais, mas pode ter um papel congregador importante na galvanização das acções dos governos.

Mesmo na área da segurança, a ONU retém um papel importante. O conceito original de segurança colectiva de 1945, pelo qual os Estados se deviam unir para deter e punir agressores, falhou porque a União Soviética e o Ocidente estiveram em desavença durante a Guerra Fria.

Durante um breve momento depois de uma larga coligação de países terem actuado juntos para forçar Saddam Hussein para fora do Kuwait em 1991, parecia que o conceito original da segurança colectiva se tornaria numa “nova ordem mundial.” Tais esperanças tiveram curta vida. O consenso no seio da ONU não se alcançou nem no Kosovo em 1999 nem no Iraque em 2003.

Cépticos concluíram que a ONU em questões de segurança se tornara irrelevante. Contudo em 2006, quando Israel e o Hezbollah entraram num beco sem saída no Líbano, os Estados ficaram muito contentes em virarem-se para uma força de manutenção de paz da ONU.

Ironicamente, a manutenção da paz não estava especificada na carta original. Foi inventada pelo segundo Secretário-Geral, Dag Hammarskjold, e pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros Canadiano Lester Pearson depois da Grã- Bretanha e a França terem invadido o Egipto na crise do Suez em 1956. Desde então, forças de manutenção da paz da ONU foram destacadas mais de 60 vezes.

Há agora cerca de 100,000 tropas de vários países que usam os capacetes azuis da ONU à volta do mundo. A manutenção da paz teve os seus altos e baixos. Bósnia e Rwanda foram falhanços nos anos 1990’s, e o então Secretário-Geral Kofi Annan propôs reformas para lidar com genocídio e mortes em massa. Em Setembro de 2005, Estados na Assembleia-Geral da ONU aceitaram a existência de uma “responsabilidade de proteger” gente vulnerável. Por outras palavras, os governos não podiam mais trtar os seus cidadãos conforme quisessem.

Uma nova Comissão de construção de Paz foi também criada para coordenar acções que possam ajudar a prevenir uma recorrência de acções genocidas. Em Timor-Leste, por exemplo, a ONU mostrou-se vital na transição para a independência, e está agora a fazer planos para governos do Burundi e da Serra Leoa. Na DRC, forças de manutenção da paz não foram capazes de reduzir toda a violência, mas têm ajudado a salvar vidas. O caso teste corrente é o da região do Darfur do Sudão, onde diplomatas estão a tentar estabelecer uma força conjunta de manutenção da paz sob a ONU e a União Africana.

Na envenenada atmosfera política em que tem estado mergulhada a ONU depois da Guerra do Iraque, não é surpresa a desilusão espalhada. Ban Ki Moon tem um trabalho duro. Mas, em vez de pôr em questão a ONU, é provável que os Estados descubram que precisam de um tal instrumento global, e dos seus únicos poderes congregadores e legitimizadores. Conquanto o sistema da ONU esteja longe da perfeição, sem ele o mundo será um local mais pobre e mais desordenado.

-DT-PS
- Joseph S. Nye Jr é professor em Harvard e o autor de Soft Power: The Means to Success in World Politics.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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