sexta-feira, agosto 24, 2007

Quando o sol nasce é para todos?

Timor Lorosae Nação – 23 de Agosto de 2007

por: Alfredo Ximenes

Alquimistas da escuridão apoderaram-se do sol

Tive o prazer de ler a transcrição de um artigo de Ângela Carrascalão aqui no Timor Lorosae Nação, que por acaso ainda não tinha lido no blogue Timor, do jornal Público, onde vou sempre vasculhar por gostar bastante de ler as suas crónicas.

Considero que Ângela Carrascalão representa uma das autoras que não faz da intelectualidade uma xaropada apesar de ser uma das intelectuais timorenses de vulto.

Infelizmente, a sua veia poética, o seu olhar romântico para o país e povo que ama, fazem com que me encontre discordante em determinados aspectos por ela abordados, independentemente de prazenteiramente saborear as suas prosas e conseguir visualizar através delas coisas agradáveis do passado.

Sem querer melindrar quem quer que seja, muito menos a autora, permiti-me uma vez mais discordar. Desta vez sobre a existência do sol brilhante timorense que uns quantos vêem mas que a maioria não consegue ver nem sentir.

Sabemos que o sol quando nasce devia de ser para todos mas a realidade é muito diferente por esse mundo fora e muito mais em Timor-Leste.

Então, mas brilha o sol para aqueles que não têm casa nem emprego, uns desde a destruição das milícias, antes da independência, outros de há um ano para cá?

Brilha o sol para mais de uma centena e meia de desalojados por todo o país?

Brilha o sol para as crianças sem escola, sem alimentação, sem família, sem nada?
Claro que não. Claro que para esses e muitos mais timorenses o sol não brilha nem aquece a triste sobrevivência e aquilo que eles vêem são nuvens, muitas nuvens negras carregadas de fome, desabrigo, doenças, ócio e miséria.

Não gosto de ser desmancha-prazeres e muito menos passar a vida a morar no palapaço do negativismo, mas é facto que Timor-Leste está numa situação deplorável por via da irresponsabilidade e incompetência de muitos personagens políticos que não se cansam de o arrastar para o descalabro.

Esses personagens continuam no Poder e a única coisa que fizeram foi rodear-se de uns quantos adereços humanos bem cheirosos para disfarçarem a sua presença, a sua incompetência, a sua iniquidade…

É com isso que eles nos tapam o sol que assim lhes pertence e que é imaginariamente visto por pessoas de boa índole, poéticas, que felizmente ainda existem e partilham o que julgam ver connosco, com aqueles que vêem a realidade sem perder a esperança de que um dia o sol realmente nasça e seja para todos.

Lá virá o dia em que nos livraremos dos “novos donos” do sol de Timor, destes alquimistas da escuridão!

2 comentários:

Anónimo disse...

Duas crianças morreram queimadas
Jornal de Notícias, 24/08/07

Duas crianças, de 12 e 15 anos, morreram queimadas, ontem, dentro de uma casa no distrito de Ermera, a sudoeste de Díli, revelou a porta-voz da missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), Allison Cooper, acrescentando que "a investigação preliminar aponta para uma disputa entre vizinhos".

"No decurso da discussão, uma casa terá sido incendiada e as duas crianças que estavam lá dentro não conseguiram sair", afirmou Allison Cooper.

Outro incidente considerado "grave" pela UNMIT aconteceu em Metinaro, a leste da capital, onde confrontos junto do campo de deslocados se prolongaram por várias horas, com a destruição de sete casas.

Os confrontos em Metinaro, por onde passa a única via de ligação da capital em direcção aos distritos do Leste do país, obrigaram a um reforço da Polícia das Nações Unidas e de militares do Subagrupamento Bravo da GNR e das Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

Anónimo disse...

Senhor Alfredo Ximenes

O senhor não deve conhecer Ângela Carrascalão. Os textos que escreve são uma hipocrisia e uma falsidade. Ela é uma sonsa, uma hipócrita e uma falsa. De mau coração e invejosa. Uma oportunista que só voltou para Timor-Leste por pensar que o colonialismo ainda não acabou aqui na nossa terra.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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