domingo, agosto 12, 2007

Timor-Leste: Búfalo blues

Tradução da Margarida:
The Economist - Agosto 9, 2007

O novo governo tem um parto controverso um começo instável

Dili – Desde as eleições legislativas pacíficas de 30 de Junho, uma atmosfera de apreensão tem pairado por cima da capital de Timor-Leste Dili. Nem o partido do poder, a Fretilin, de saída, nem o recentemente formado CNRT, liderado por Xanana Gusmão, herói da resistência da indepndência da Indonésia, ganhou uma maioria absoluta. Foi um empate.

"Se dois búfalos lutam produzirão um b´bé chamado 'Crise'", diz José Belo, um jornalista que passou a sua juventude na guerrilha lutando contra a ocupação Indonésia e na prisão. Como muitos outros, sente-se abandonado pela geração de líderes mais velhos . Esperava que a Fretilin e o CNRT s juntassem num governo de unidad .

Também o esperava José Ramos-Horta, presidente desde que ganhou as eleições em Maio. Mas a sua longa espera para negociar um governo inclusivo falhou. Assim em 8 de Agosto acabou com o impasse ao dar posse ao Sr Gusmão, como primeiro-ministro, um aliado político há longo tempo e antigo presidente.

O Sr Gusmão tinha acabado de forjar uma coligação com três outros partidos do centro-esquerda . Juntos ganharam uma estreita maioria de 51% dos votos, e 37 dos 65 lugares no parlamento. O principal rival do Sr Gusmão, Mari Alkatiri, líder da Fretilin e antigo primeiro-ministro, denunciou a decisão do Sr Ramos-Horta . A Fretilin, disse, não cooperará com um governo "ilegal e inconstitucional". A constituição é aberta a interpretação e ele argumenta que a Fretilin, sendo o partido com o maior número de votos (29%), tinha o direito d ser a primeira convidada para formar governo – mesmo um minoritário.

A Fretilin disse que irá para as aldeias e apelará aos eleitores para lutarem contra a decisão com meios não violentos. Mas alguns dos seus apoiantes já mostraram o seu descontentamento nas ruas . Grupos de jovens descontentes e armados com pedras e projécteis correram loucos, montando bloqueios de estradas e queimando edifícios.

O país tem estado num limbo político desde o ano passado quando confrontos mortais entre facções rivais nas forças de segurança levaram à ruptura total da lei e da ordem. Agora a segurança está principalmente nas mãos das Nações Unidas e de tropas Australianas e da Nova Zelândia, que usaram gás lacrimogénio balas d borracha para deter as multidões.

O novo governo sobreviverá os protestos violentos. Mas são mínimas as possibilidades de durar o mandato de cinco anos . A coligação dos partidos é uma aliança solta baseada na desconfiança partilhada do grupo que domina a Fretilin e na lealdade pessoal ao Sr Gusmão.

Mas o Sr Gusmão já não é mais a figura confiável, unificadora ida luta da independência dos anos de 1990s. Precisa ainda de provar à frente de um governo sem experiência. Um dos testes será s os calculados 100,000 deslocados, que são 10% da população, muitos a viverem em campos de tendas, s sentem suficientemente seguros para regressar a casa. Mas se a Fretilin persistir na sua decisão de obstruir o governo, persistirá a instabilidade. Os búfalos continuam a lutar.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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