terça-feira, setembro 25, 2007

Continuamos à deriva ou já fomos ao fundo?

Blog Timor Lorosae Nação - Segunda-feira, 24 de Setembro de 2007
Alfredo Ximenes

Quando acabar a esperança o que virá?

Os anúncios displicentes formulados pelo PR e pelo PM relacionados com as contratações de figuras que somente vêem em Timor-Leste mais uma oportunidade de enriquecerem depauperando-nos estão a causar uma compreensiva contestação por parte de imensos timorenses que se dizem estar a ficar bastante desiludidos com o presidente e com o primeiro-ministro.

A agravar a imagem destes dois mais altos responsáveis pela normalização e desafogo do quotidiano dos timorenses está a inoperância e o “nada fazem” de que já tanto se fala.

Na lentidão característica de Xanana Gusmão e de Ramos Horta – que é lesto em viajar – tudo está por resolver e nem sequer um esboço existe para a solução dos mais de cem mil desalojados existentes por todo o país.

Segundo consta, o Presidente Horta teve o cuidado de mandar limpar e reparar algumas ruas de Dili, afectadas pelos imensos distúrbios que tanto tempo duraram. Mas para além disso quase mais nada se viu.

Naturalmente que é caso para perguntar se compete a um Presidente da República tratar de assuntos que dizem respeito aos serviços urbanos. Será que um PR não tem outro tipo de afazeres, outras obrigações – como, por exemplo, apressar a que o governo implemente medidas de efectiva recuperação com vista ao melhoramento do estado da nação e bem-estar dos timorenses. Medidas de índole social que solucionem o caos em que as crianças de Dili vivem, assim como pelo resto do país? A subalimentação que vitima muitos timorenses? As más condições em muitos dos nossos velhos sobrevivem? E mais, muito mais?

Em vez disso, aquilo a que assistimos é conversa, mais conversa e só conversa.

Horta acorda e anuncia: hoje tomei uma medida, vou mandar limpar a capital, ou… “a captura de Reinado está congelada”, ou… vou ter um consultor de boa governação e democracia…

Xanana acorda e diz: “o português será a língua oficial de Timor” – para português ouvir e largar os cordões à bolsa - ou… vou ter um consultor com capacidades excepcionais que até é australiano, velho amigo, e está sem fazer nada…

Evidentemente que isto não passa de um exagero para caracterizar o pouco ou quase nada que Horta e Xanana têm feito e que está a justificar plenamente as críticas que os estão a visar.

Nem vale o tempo, ou as palavras, argumentarem que estão nos cargos há pouquíssimo tempo, porque essa não será válida e a decepção está a instalar-se justificadamente.

O sentimento existente nas ruas, casas e famílias é de que “eles apanharam-se no Poder e agora pouco farão ou nada”.

O sentimento é de que estamos à deriva num país que merecia muito melhor e que devia ser governado por verdadeiros patriotas, não por aqueles que procuram satisfazer os seus egos, as suas contas bancárias e de amigos, sentindo-se “o máximo” sobre as cabeças de centenas de milhares fartos de ter esperança mas mais nada.

Quando acabar a esperança e se desfizerem os desenganos, induzidos por Horta e Xanana, o que virá?

Provavelmente já fomos ao fundo e ainda não demos por isso.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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